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O Processo DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO PROCESSO SEMESTRE LETIVO: 2016.1 PROFESSORA: LÍLIAN TATIANA B. CRISPIM Definições “ Processo é o instrumento da jurisdição, exatamente porque é através do processo que se cumpre a função jurisdicional. Assim, o processo é a sequência de atos, praticados pelos órgãos judiciários e pelas partes, necessários à produção de um resultado final, que é a concretização do direito.” (José de Albuquerque Rocha) “ Etimologicamente, processo significa marcha avante ou caminhada (do latim, procedere = seguir adiante)... O Processo é indispensável à função jurisdicional exercida com vista ao objetivo de eliminar conflitos e fazer justiça mediante a atuação da vontade concreta da lei. É por definição, o instrumento através do qual a jurisdição opera.” ( Ada Pellegrini) “ Processo, assim, é meio de que se vale o Estado para exercer sua função jurisdicional, isto é, para resolução das lides. Como operação, o processo se desenvolve numa série de atos. Atos dos órgãos jurisdicionais, atos dos sujeitos da lide e até mesmo de terceiras pessoas desinteressadas... Definiu-se, pois, o processo como o complexo de atos coordenados, tendentes ao exercício da função jurisdicional.” (Moacyr Amaral dos Santos) Natureza Jurídica Durante muito tempo, a doutrina jurídica tem discutido sobre a natureza jurídica do processo, tentando entender e descrever qual o significado desse fenômeno para o direito; desta discussão, muitas teorias surgiram, desde a ideia romana que dizia ser o processo um contrato entre partes (direito privado), passando pelos partidários do processo como quase-contrato, como instituição, como relação jurídica, situação jurídica e procedimento informativo pelo contraditório. Consideradas as críticas e discussões sobre o tema, é um tanto quanto unânime a ideia do processo como uma relação jurídica, teoria nascida do famoso livro Teoria dos Pressupostos Processuais e das Exceções Dilatórias, do alemão Bullow, em 1968; mas que hoje é vista com considerações expressivas sobre o conteúdo de outras teorias também. Assim, é que entendemos hoje o processo como uma série ordenada de atos, formando uma unidade, tendentes a um fim, que é a provisão jurisdicional, e que se contém uma relação jurídica, de natureza complexa, compreendendo direitos, deveres e ônus das partes, mais direitos, poderes e deveres do juiz, prescritos pela lei processual. Trata-se pois, de uma relação jurídica processual, da qual participam o autor, réu e o juiz. Relação Jurídica Processual Inicialmente, importa esclarecer que a relação jurídica processual difere da relação jurídica material estabelecida entre as partes, esta, pode ser tanto de direito público quanto privado, enquanto a relação processual é sempre de direito público, além do que, distinguem-se também por seus: Sujeitos - que são três na relação processual (Estado, demandante e demandado); Objetos - o bem da relação processual é a própria prestação jurisdicional, que se consuma mediante provimento ao fim do processo (sentença); Pressupostos – são requisitos para constituição de uma relação processual válida (art. 485, IV, CPC); pela doutrina clássica, são classificados como pressupostos de existência e pressupostos de validade. 4 Pressupostos da Relação Processual Pela doutrina moderna: 1. Pressupostos processuais subjetivos (ligados aos sujeitos da relação processual) 1.1. Órgão estatal investido de jurisdição, competente e imparcial 1.2. Partes com capacidade para ser parte, postular em juízo e capacidade processual 2. Pressupostos processuais objetivos (ligados à demanda) 2.1. Extrínsecos – são requisitos externos à relação processual e que dizem respeito à inexistência de fatos impeditivos à sua constituição. São aferidos de forma negativa, pois devem inexistir: 5 a) coisa julgada b) litispendência: é a repetição de uma petição idêntica (mesmas partes, mesmo pedido e mesma causa de pedir) a outra ação que ainda se encontra em curso. c) convenção de arbitragem d) fato impeditivo ao direito de ação: perempção 2.2. Intrínsecos – são requisitos intrínsecos à relação processual, relativos à subordinação dos procedimentos às normas legais. São eles: a) citação válida b) intimação do Ministério Público que atuará como fiscal da lei (art. 178, do CPC) ou como parte na demanda. c) regularidade procedimental: Características da Relação Processual 1. COMPLEXIDADE: soma de série de atos, posições jurídicas passivas e ativas que resultam na própria atividade jurisdicional, impossível de ser praticada num ato só; 2. PROGRESSIVIDADE: sequencia de ato e fatos jurídicos que conduzem de uma posição jurídica a outra, que avançam em busca de um resultado final; 3. UNIDADE: todas as posições jurídicas são coordenadas a um objetivo comum, a emissão de um ato estatal imperativo, desde a instauração, todo o processo é feito em vista a um resultado final; 4. ESTRUTURA TRÍPLICE: existência de três sujeitos (Estado, autor e réu); 5. NATUREZA PÚBLICA: o juiz, como sujeito da relação processual que não age em nome próprio, não disputa com as partes sobre o direito em litígio, mas é apenas o órgão através do qual age o próprio Estado, caracteriza a relação processual como constate de direito público. Sujeitos do Processo JUIZ: sujeito imparcial do processo, investido de autoridade para dirimir a lide; para tanto, a lei lhe garante poderes a serem exercidos no processo – poderes administrativo (de polícia) e poderes jurisdicionais; mas o juiz também tem deveres para melhor garantir a prestação de seus serviços à comunidade; 2. AUTOR E RÉU: sujeitos parciais do processo; o primeiro deduz uma pretensão em juízo, o réu é aquele em face de quem a pretensão é deduzida; 2.1 – litisconsórcio: fenômeno que descreve pluralidade de pessoas em um só, ou em ambos os polos da demanda; 2.2 – intervenção de terceiros: situação onde, depois de integrada a relação processual, a lei permite o ingresso ou substituição de uma parte - art. 70 e ss do CPC. ADVOGADO: terceiro com conhecimento técnicos de direito que tem legitimidade para agir em defesa do interesse das partes. 4. MINISTÉRIO PÚBLICO: função exercida em razão da ordem pública, ora exerce função de parte efetiva no feito, ora pode funcionar como custos legis.
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