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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS RESUMO CONCEITOS XAVIER, Antônio Carlos. Como fazer e apresentar trabalhos científicos em eventos acadêmicos. Recife: Ed Respel, 2010. Resumo é um texto-derivado que só existe em função de um texto-fonte. Na academia, o resumo é um gênero textual cujo propósito comunicativo é sintetizar as principais ideias expostas pelo autor, por isso é obrigatório em trabalhos de TCC, monografias, artigo científico, dissertação de mestrado, tese de doutorado. Recomendações: 1ª leitura do texto: 1. fazer um esboço do texto-fonte, buscando mapear o plano geral da obra e a estrutura do seu desenvolvimento; 2. procurar respostas as perguntas: de que trata do texto? qual o objetivo do autor? 2ª leitura: verificar argumentos principais, as explicações, exemplos usados etc. HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília.(Orgs). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010. Resumo demanda a existência da leitura integral de um texto, da assimilação das ideias do autor, do amadurecimento do conteúdo, para, por fim, produzir-se um texto que abrigue as ideias fundamentais do texto lido. O resumo é um gênero textual que deve conter dados selecionados e sucintos sobre o conteúdo de outro texto. Ao contrário da resenha, o resumo não pode conter comentários ou avaliações do leitor, pois é uma redução das ideias contidas num texto, devendo manter, no entanto, a fidelidade ao texto original. Resumo X Fichamento = tomada de notas de determinada obra que resulta em extração de fragmentos do texto lido, seguida da indicação de página. Na abertura, deve-se anotar a indicação bibliográfica da obra em leitura. SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. São Paulo: Globo, 1994. A operação de resumir um texto pode ser subdividida em duas fases separadas: a compreensão do texto e a sua reelaboração em um texto novo MACHADO, Anna Raquel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. A produção do resumo como parte de outro texto é orientada pelas representações sobre o contexto de produção do texto em que está inserido, portanto sobre os destinatários, a instituição social, os objetivos típicos do gênero a que pertence etc [p. 150]. O resumo reproduz a organização do texto original com o objetivo de informar de forma concisa ao leitor sobre os conteúdos desse texto e cujo enunciador é outro que não o autor do texto original. O plano global de organização dos resumos está ligado não a um possível esquema superestrutural típico do texto resumido, mas ao plano global típico do gênero a que ele pertence. O contexto de produção é constituído pelas representações sobre o local e o momento da produção, sobre o emissor e o receptor considerados do ponto de vista físico e de seu papel social, sobre a instituição social onde se dá a interação e sobre os objetivos ou efeitos que o produtor quer atingir em relação ao destinatário. [p. 140] MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola, 2010. Abstract ou resumo acadêmico Funções: ajudar os pesquisadores a ter acesso rápido e eficiente ao crescente volume de publicações científicas; persuadir o leitor a continuar a ler o texto integral para convencê-lo de que o artigo que segue é interessante e que os resultados são relevantes. Características linguísticas gerais: verbo no pretérito composto e presente do indicativo, terceira pessoa do singular, voz passiva; sentenças declarativas, sem abreviações, jargões, símbolos; linguagem econômica com sentenças simples, evitando redundâncias, exemplos, superlativos, ilustrações, detalhamento etc. Obs.: O presente parece ser mais indicado por ser um tempo neutro, isto é, pode ser usado para fazer referência ao presente, ao passado ou ao futuro. Resumos de trabalhos científicos A) Resumo: A World Wide Web está alterando o modo de produção da notícia. Estudar o impacto do novo ambiente multimidiático sobre a informação jornalística é a preocupação central da presente dissertação. Ao analisar o surgimento e evolução do jornalismo produzido para a Internet, buscamos compreender de que maneira a linguagem do meio impresso migra para o suporte digital, e que alterações sofre neste processo. Essa análise inclui, necessariamente, o modo como as tecnologias afetaram os jornais desde sua criação. Passa, ainda, pela própria expansão da Web e da atitude da indústria jornalística brasileira diante da nova mídia. Como objeto de estudo escolhemos o Cosmo On Line, um site portal criado na região de Campinas com a pretensão de transformar-se no maior provedor de conteúdo do interior de São Paulo. A experiência em andamento no Cosmo nos dá pistas sobre os erros e acertos que caracterizam o esforço de construção dessa nova linguagem. Palavras-chave: jornalismo, jornais eletrônicos, internet (redes de computação), comunicação de massa e tecnologia. Fonte: VELOSO, Maria do Socorro Furtado. A notícia em hipertexto: do impresso ao online. Campinas, 2001. Dissertação (Mestrado em Multimeios) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas. B) Resumo: A internet tem levado as pessoas a lerem mais e a usarem mais a escrita. Dessa forma, muitos internautas têm ficado mais habilidosos no manuseio e na criação de formas específicas de lidar com a língua. Este ensaio discute uma questão que vem ocupando ultimamente espaço na mídia e na sociedade em geral. A escrita utilizada pelos internautas nos emails, bate-papos e agora nos weblogs e orkut estaria prejudicando a aprendizagem da escrita na escola? Por outro lado, questiona-se também por que muitos deles escrevem e se comunicam com fluência quando utilizam estes novos gêneros digitais, mas apresentam desinteresse e até dificuldades de escrever textos na escola. Nossa intenção é discutir essas questões e ponderar algumas possíveis respostas para estes diferentes comportamentos no uso da escrita, além de analisar a rápida apropriação dos gêneros digitais que circulam na rede hoje por esses mesmos jovens usuários da linguagem. Fonte: XAVIER, Antonio Carlos. Reflexões em torno da escrita dos novos gêneros digitais da internet. Investigações. Recife, v. 18, p. 115-129, 2006. Disponível em: www.ufpe.br/nehte/artigos. Acesso em: 20 jul. 2010. Releia os resumos A e B procurando identificar se há características recorrentes em sua construção. Após comparar os dois resumos, anote as semelhanças e diferenças encontradas. ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Referências bibliográficas HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília.(Orgs). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010. MACHADO, Anna Raquel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade.São Paulo: Parábola, 2010. SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. São Paulo: Globo, 1994. XAVIER, Antônio Carlos. Como fazer e apresentar trabalhos científicos em eventos acadêmicos. Recife: Ed Respel, 2010. PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS PPAARRAA RREESSUUMMIIRR Sumarização: processo essencial para a produção de resumos Vamos trabalhar com um dos processos mentais essenciais para a produção de resumos, o processo de sumarização, que sempre ocorre durante a leitura, mesmo quando não produzimos um resumo oral ou escrito. Esse processo não é aleatório, mas guia-se por uma certa lógica, que buscaremos identificar nas atividades que seguem. Veja os exemplos: a) No supermercado, Paulo encontrou Margarida, que estava usando um lindo vestido azul de bolinhas amarelas. Sumarização: Paulo encontrou Margarida. Informações excluídas: circunstâncias que envolvem o fato (no supermercado), qualificações/descrições de personagens (que estava usando um lindo vestido de bolas amarelas.) b) Você deve fazer as atividades, pois, do contrário, não vai aprender e vai tirar nota baixa. Sumarização: Você deve fazer as atividades. Informações excluídas: justificativas para uma afirmação. 1. Sumarize os períodos abaixo, quando possível. À medida que for fazendo cada exemplo, assinale no quadro o procedimento que você utilizou, preenchendo os parêntesis com as letras dos períodos correspondentes. ( ) Apagamento de conteúdos facilmente inferíveis a partir de nosso conhecimento de mundo. ( ) Apagamento de sequências de expressões que indicam sinonímia ou explicação. ( ) Apagamento de exemplos. ( ) Apagamento das justificativas de uma afirmação. ( ) Apagamento de argumentos contra a posição do autor. ( ) Reformulação das informações, utilizando termos mais genéricos. (ex.: homem, gato, cachorro mamífero) ( ) Conservação de todas as informações, dado que elas não são resumíveis. a) Maria era uma pessoa muito boa. Gostava de ajudar as pessoas. b) Discutiremos a construção de textos argumentativos, isto é, aqueles textos nos quais o autor defende determinado ponto de vista por meio do uso de argumentos, procurando convencer o leitor de sua posição. c) Não corra tanto com seu carro, pois, quando se corre muito, não é possível ver a paisagem e, além disso, o número de acidentes fatais aumenta com a velocidade. d) O principal suspeito do assassinato era o marido: era ciumento e não tinha um álibi, dado que afirma ter ficado rondando a casa para ver se a mulher se encontrava com o amante. e) De manhã, lavou a louça, varreu a casa, tirou o pó e passou roupa. À tarde, foi ao banco pagar contas, retirar talão de cheques e extratos e, à noite, preparou aula, corrigiu os trabalhos e elaborou a prova. f) O Iluminismo ataca as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime. g) A pena de morte tem muitos argumentos a seu favor, mas nada justifica tirar a vida de nosso semelhante. h) No resumo de uma narração, podem-se suprimir as descrições de lugar, de tempo, de pessoas ou de objetos, se elas não são condições necessárias para a realização da ação. Por exemplo, descrever um homem como ciumento pode ser relevante e, portanto, essa descrição não poderá ser suprimida, se essa qualidade é que determinará que o homem assassine sua esposa. Já a sua descrição como alto e magro poderá nesse caso ser suprimida. MACHADO, Ana Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola, 2004. 2. Resuma os períodos abaixo ao mínimo, pensando que seu destinatário é o seu professor e que ele vai avaliar a sua compreensão das ideias globais desses trechos. Use os procedimentos de sumarização já estudados. Com a evolução política da humanidade, dois valores fundamentais consolidam o ideal democrático: a liberdade e a igualdade, valores que foram traduzidos como objetivos maiores dos seres humanos em todas as épocas. Mas os avanços e as conquistas populares em direção a esses objetivos nem sempre se desenvolveram de forma pacífica. Guerras, destituições e enforcamentos de reis e monarcas, revoluções populares e golpes de Estado marcaram a trajetória da humanidade em sua busca de liberdade e igualdade. A cultura indígena é complexa, como a de qualquer outra sociedade. Seu grande diferencial, porém, que foge à regra geral de todas as outras, é a não existência de desníveis econômicos. Na sociedade indígena não existem também normas estabelecidas que confiram a alguém as prerrogativas de mandante ou líder do núcleo populacional. Aquele que é chamado de cacique não tem privilégios de autoridade, tem somente os de conselheiro. Não é um escolhido, é ligado, até quando possível, a uma linhagem lendária. E, quando essa condição desaparece, passa a responder como conselheiro da aldeia aquele que pelo número de aparentados alcança essa posição mais respeitada (...). Na linguagem comum e mesmo culta, ética e moral são sinônimos. Assim dizemos: “Aqui há um problema ético” ou “um problema moral”. Com isso emitimos um juízo de valor sobre alguma prática pessoal ou social, se boa, se má ou duvidosa. Mas aprofundando a questão, percebemos que ética e moral não são sinônimos. A ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo, princípios e valores que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convicções. Dizemos, então, que tem caráter e boa índole. A moral quando age em conformidade com os costumes e valores estabelecidos podem ser, eventualmente, questionados pela ética. Uma pessoa pode ser moral (segue costumes), mas não necessariamente ética (obedece a princípios). RESUMO ACADÊMICO Cultura da paz (1) A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade de poder que se traduz por vontade de dominação da natureza, do outro, dos povos e dos mercados. Essa é a lógica dos dinossauros que criou a cultura do medo e da guerra. Praticamente em todos os países as festas nacionais e seus heróis são ligados a feitos de guerra e de violência. Os meios de comunicação levam ao paroxismo a magnificação de todo tipo de violência, bem simbolizado nos filmes de Schwazenegger como o “Exterminador do Futuro”. Nessa cultura o militar, o banqueiro e o especulador valem mais do que o poeta, o filósofo e o santo. Nos processos de socialização formal e informal, ela não cria mediações para uma cutura da paz. E sempre de novo faz suscitar a pergunta que, de forma dramática, Einstein colocou a Freud nos idos de 1932: é possivel superar ou controlar a violência? Freud, realisticamente, responde: “É impossível aos homens controlar totalmente o instinto de morte…Esfaimados pensamos no moinho que tão lentamente mói que poderíamos morrer de fome antes de receber a farinha”. (2) Sem detalhar a questão, diríamos que por detrás da violência funcionam poderosas estruturas. A primeira delas é o caos sempre presente no processo cosmogênico. Viemos de uma imensa explosão, o big bang. E a evolução comporta violência em todas as suas fases. São conhecidas cerca de 5 grandes dizimações em massa, ocorridas há milhões de anos atrás. Na última, há cerca de 65 milhões de anos, pereceram todos os dinossauros após reinarem, soberanos, 133 milhões de anos. A expansão do universo possui também o significado de ordenar o caos através de ordens cada vez mais complexas e, por isso também, mais harmônicas e menos violentas. Possivelmente a própria inteligência nos foi dada para pormos limites à violência e conferir-lhe um sentido construtivo. (3) Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominação do homem sobrea mulher e criou as instituições do patriarcado assentadas sobre mecanismos de violência como o Estado, as classes, o projeto da tecno-ciência, os processos de produção como objetivação da natureza e sua sistemática depredação. (4) Em terceiro lugar, essa cultura patriarcal gestou a guerra como forma de resolução dos conflitos. Sobre esta vasta base se formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lógica é a competição e não a cooperação, por isso, gera guerras econômicas e políticas e com isso desigualdades, injustiças e violências. Todas estas forças se articulam estruturalmente para consolidar a cultura da violência que nos desumaniza a todos. (5) A essa cultura da violência há que se opôr a cultura da paz. Hoje ela é imperativa. (6) É imperativa, porque as forças de destruição estão ameaçando, por todas as partes, o pacto social mínimo sem o qual regredimos a níveis de barbárie. É imperativa porque o potencial destrutivo já montado pode ameaçar toda a biosfera e impossibilitar a continuidade do projeto humano. Ou limitamos a violência e fazemos prevalecer o projeto da paz ou conheceremos, no limite, o destino dos dinossauros. (7) Onde buscar as inspirações para cultura da paz? Mais que imperativos voluntarísticos, é o próprio processo antroprogênico a nos fornecer indicações objetivas e seguras. A singularidade do 1% de carga genética que nos separa dos primatas superiores reside no fato de que nós, à distinção deles, somos seres sociais e cooperativos. Ao lado de estruturas de agressividade, temos capacidades de afetividade, compaixão, solidariedade e amorização. Hoje é urgente que desentranhemos tais forças para conferir rumo mais benfazejo à história. Toda protelação é insensata. (8) O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos da natureza e co-pilotar a marcha da evolução. Ele foi criado criador. Dispõe de recursos de re-engenharia da violência mediante processos civilizatórios de contenção e uso de racionalidade. A competitividade continua a valer mas no sentido do melhor e não de destruição do outro. Assim todos ganham e não apenas um. (9) Há muito que filósofos da estatura de Martin Heidegger, resgatando uma antiga tradição que remonta aos tempos de César Augusto, vêem no cuidado a essência do ser humano. Sem cuidado ele não vive nem sobrevive. Tudo precisa de cuidado para continuar a existir. Cuidado representa uma relação amorosa para com a realidade. Onde vige cuidado de uns para com os outros desaparece o medo, origem secreta de toda violência, como analisou Freud. A cultura da paz começa quando se cultiva a memória e o exemplo de figuras que representam o cuidado e a vivência da dimensão de generosidade que nos habita, como Gandhi, Dom Helder Câmara e Luther King e outros. Importa fazermos as revoluções moleculares (Gatarri), começando por nós mesmos. Cada um estabelece como projeto pessoal e coletivo a paz enquanto método e enquanto meta, paz que resulta dos valores da cooperação, do cuidado, da com- paixão e da amorosidade, vividos cotidianamente. Artigo disponível no site: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2001-2002/culturapaz.htm>. Acesso em: 17 fev. 2013 1. Leia os resumos a seguir do artigo “A cultura da paz”, de Leonardo Boff, e assinale a opção que acredita ser o melhor resumo escolar / acadêmico: ( ) Resumo 1 Ele diz que a cultura dominante se caracteriza pela vontade de dominação da natureza e do outro. É possível superar a violência? Freud diz que é impossível controlar o instinto de morte. Boff diz que a evolução humana sempre esteve regida pela violência. Em segundo lugar, a cultura patriarcal instalou a dominação da mulher pelo homem e que a lógica de nossa cultura é a competição. Veja-se, por exemplo, o número de atos de violência contra a mulher em São Paulo. Precisamos opor a cultura da paz à cultura da violência. Onde buscar as inspirações para a cultura de paz? Somos seres sociais e cooperativos, temos capacidade de afetividade. O homem pode intervir no processo de evolução. Desde o tempo de César Augusto, os filósofos acham que o cuidado é a essência do ser humano. Gandhi, Dom Hélder Câmara e Luther King são figuras que deram exemplos de comportamento humano. Eu acho que todos nós devemos lutar pela paz. ( ) Resumo 2 Leonardo Boff inicia o artigo “A cultura da paz” apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não. Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, nesse momento, é indispensável estabelecermos uma cultura de paz contra a violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida humana no planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato de que os seres humanos são providos de componentes genéticos que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir dessas constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as pontencialidades humanas para a paz, construindo a cultura da paz a partir de nós mesmos, tomando a paz como projeto pessoal e coletivo. ( ) Resumo 3 No artigo “A cultura da paz”, Leonardo Boff defende a necessidade de construirmos a cultura da paz a partir de nós mesmos. O autor considera que isso é possível, uma vez que o homem é dotado de características genéticas especiais que lhe permitiriam vencer a violência. 2. Assinale as alternativas que justifiquem a escolha do melhor resumo dentre os três que foram dados. ( ) correção gramatical e léxico adequado à situação escolar / acadêmica; ( ) seleção das informações consideradas importantes pelo leitor e autor do resumo; ( ) seleção das informações colocadas como as mais importantes no texto original; ( ) indicação de dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e título; ( ) o resumo permite que o professor avalie a compreensão do texto lido, incluindo a compreensão global, o desenvolvimento das ideias do texto e a articulação entre elas; ( ) apresentação das ideias principais do texto e de suas relações; ( ) comentários pessoais misturados às ideias do texto; ( ) menção ao autor do texto original em diferentes parte do resumo e de formas diferentes; ( ) menção de diferentes ações do autor do texto original (o autor questiona, debate, explica...); ( ) texto compreensível por si mesmo; ( ) cópia de trechos do texto original sem guardar relação estabelecidas pelo autor ou com relações diferentes. COMO ELABORAR RESUMOS? O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade ideias ou fatos essenciais contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das ideias do autor, hierarquização dessas ideias e redação clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, processos, ideias etc. O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitircomentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais. Pode-se iniciar o resumo com uma frase do tipo: "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a essência do texto e manter-se fiel às ideias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às ideias do autor não é permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re)elaboração de quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses devem ser breves e estar identificados (autor e página). Uma sequência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte: a. ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as palavras-chave e ideias que forem parecendo significativas à primeira leitura; b. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.); c. identificar a ideia principal; d. identificar a organização do texto (o modo como as ideias secundárias se ligam logicamente à principal); e. identificar as ideias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas); f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário); g. esquematizar o resultado desse processamento; h. redigir o texto. Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará poucas dificuldades a quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse domínio só se adquire na prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de texto. Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos. Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de ideias significativas ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida de um texto oral. Adaptação do texto disponível em: <http://www.pucrs.br/manualred/resumos.php>. Acesso em: 17 fev. 2013 ATRIBUIÇÃO DE ATOS AO AUTOR DO TEXTO RESUMIDO No resumo, o autor do texto original aparece como se estivesse realizando vários tipos de atos, que, frequentemente, não estão explicitados no texto original. Você é que tem de interpretar esses atos usando o verbo adequado. Observe esse fenômeno, fazendo as atividades que seguem. 1) Relacione os verbos abaixo com os atos que indicam: Verbos utilizados para indicar diferentes atos do autor do texto resumido (verbos dicendi): 2) Leia o trecho e preencha os espaços do resumo correspondente com os verbos mais adequados. Um amigo me disse: - Não guarde nada para uma ocasião especial. Cada dia que se vive é uma ocasião especial. Ainda estou pensando nestas palavras... já mudaram minha vida. Agora estou lendo mais e limpando menos. Sento-me no terraço e admiro a vista sem preocupar-me com as pragas. Passo mais tempo com a minha família e menos tempo no trabalho. Compreendi que a vida deve ser uma fonte de experiências a desfrutar, não para sobreviver. Já não guardo nada. Use meus copos de cristal todos os dias. Coloco uma roupa nova para ir ao supermercado, se me dá vontade. Já não guardo meu melhor perfume para ocasiões especiais, uso-o quando tenho vontade. (Mensagem distribuída por e-mail) Resumo O autor __________________o que um amigo lhe disse e ______________ como as palavras desse amigo influenciaram sua vida. _______________ diversas ações de seu cotidiano que ele _______________ de forma diferente. 3) Resuma o texto abaixo, apontando a tese e os argumentos do autor. Empregue pelo menos dois verbos de atribuição de atos ao autor. Período de férias O início do ano escolar no mês de fevereiro merece ser revogado, voltando à antiga praxe de começo das aulas em março. O carnaval geralmente cai em fevereiro e interrompe as aulas recém-iniciadas. O verão escaldante torna as aulas penosas e com baixo rendimento. Finalmente, as férias escolares comandam grande parte das férias dos trabalhadores. E as férias destes são motor do turismo, atividade geradora de empregos e riqueza para o país. (...) Portanto, há grande vantagem para todos na transferência do início das aulas para o mês de março. Resumo Atividade adaptada de: MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São Paulo: Parábola, 2007. ( ) define, classifica, enumera, argumenta. ( ) incita, busca levar a ( ) afirma, nega, acredita, duvida ( ) aborda, trata de ( ) enfatiza, ressalta a. Posicionamento do autor em relação à sua crença na verdade do que é dito b. Indicação do conteúdo geral c. Organização das ideias do texto d. Indicação de relevância de uma ideia do texto e. Ação do autor em relação ao leitor apontar – definir – descrever – elencar – enumerar – classificar – caracterizar – dar características – exemplificar – dar exemplos – contrapor – confrontar – comparar – opor – diferenciar – começar – iniciar – introduzir – desenvolver – finalizar – terminar – concluir – pensar – acreditar – julgar – afirmar – negar – questionar – criticar – descrever – narrar – relatar – explicar – expor – comprovar – provar – defender a tese – argumentar – dar argumentos – justificar – dar justificativas – apresentar – mostrar – tratar de – abordar – discorrer – esclarecer – convidar – sugerir – incitar – levar a
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