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Resumo e estrategias de sumarizaçao

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Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS 
 
RESUMO 
CONCEITOS 
 
XAVIER, Antônio Carlos. Como fazer e apresentar trabalhos científicos em eventos acadêmicos. Recife: Ed Respel, 2010. 
 
 Resumo é um texto-derivado que só existe em função de um texto-fonte. Na academia, o resumo é um gênero 
textual cujo propósito comunicativo é sintetizar as principais ideias expostas pelo autor, por isso é obrigatório em 
trabalhos de TCC, monografias, artigo científico, dissertação de mestrado, tese de doutorado. 
 
 Recomendações: 1ª leitura do texto: 1. fazer um esboço do texto-fonte, buscando mapear o plano geral da obra e 
a estrutura do seu desenvolvimento; 2. procurar respostas as perguntas: de que trata do texto? qual o objetivo do 
autor? 2ª leitura: verificar argumentos principais, as explicações, exemplos usados etc. 
 
HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília.(Orgs). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. Rio de Janeiro: EdUERJ, 
2010. 
 
 Resumo demanda a existência da leitura integral de um texto, da assimilação das ideias do autor, do 
amadurecimento do conteúdo, para, por fim, produzir-se um texto que abrigue as ideias fundamentais do texto 
lido. 
 
 O resumo é um gênero textual que deve conter dados selecionados e sucintos sobre o conteúdo de outro texto. Ao 
contrário da resenha, o resumo não pode conter comentários ou avaliações do leitor, pois é uma redução das 
ideias contidas num texto, devendo manter, no entanto, a fidelidade ao texto original. 
 
 Resumo X Fichamento = tomada de notas de determinada obra que resulta em extração de fragmentos do texto 
lido, seguida da indicação de página. Na abertura, deve-se anotar a indicação bibliográfica da obra em leitura. 
 
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. São Paulo: Globo, 1994. 
 
 A operação de resumir um texto pode ser subdividida em duas fases separadas: a compreensão do texto e a sua 
 reelaboração em um texto novo 
 
MACHADO, Anna Raquel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria 
Auxiliadora. (Orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
 
 A produção do resumo como parte de outro texto é orientada pelas representações sobre o contexto de produção 
do texto em que está inserido, portanto sobre os destinatários, a instituição social, os objetivos típicos do gênero a 
que pertence etc [p. 150]. 
 
 O resumo reproduz a organização do texto original com o objetivo de informar de forma concisa ao leitor sobre os 
conteúdos desse texto e cujo enunciador é outro que não o autor do texto original. 
 
 O plano global de organização dos resumos está ligado não a um possível esquema superestrutural típico do texto 
resumido, mas ao plano global típico do gênero a que ele pertence. 
 
 O contexto de produção é constituído pelas representações sobre o local e o momento da produção, sobre o 
emissor e o receptor considerados do ponto de vista físico e de seu papel social, sobre a instituição social onde se 
dá a interação e sobre os objetivos ou efeitos que o produtor quer atingir em relação ao destinatário. [p. 140] 
 
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola, 2010. 
 
Abstract ou resumo acadêmico 
 Funções: ajudar os pesquisadores a ter acesso rápido e eficiente ao crescente volume de publicações científicas; 
persuadir o leitor a continuar a ler o texto integral para convencê-lo de que o artigo que segue é interessante e 
que os resultados são relevantes. 
 
Características linguísticas gerais: 
 verbo no pretérito composto e presente do indicativo, terceira pessoa do singular, voz passiva; 
 sentenças declarativas, sem abreviações, jargões, símbolos; 
 linguagem econômica com sentenças simples, evitando redundâncias, exemplos, superlativos, ilustrações, 
detalhamento etc. 
Obs.: O presente parece ser mais indicado por ser um tempo neutro, isto é, pode ser usado para fazer referência ao 
presente, ao passado ou ao futuro. 
 
Resumos de trabalhos científicos 
A) 
Resumo: A World Wide Web está alterando o modo de produção da notícia. Estudar o impacto do novo ambiente 
multimidiático sobre a informação jornalística é a preocupação central da presente dissertação. Ao analisar o 
surgimento e evolução do jornalismo produzido para a Internet, buscamos compreender de que maneira a linguagem 
do meio impresso migra para o suporte digital, e que alterações sofre neste processo. Essa análise inclui, 
necessariamente, o modo como as tecnologias afetaram os jornais desde sua criação. Passa, ainda, pela própria 
expansão da Web e da atitude da indústria jornalística brasileira diante da nova mídia. Como objeto de estudo 
escolhemos o Cosmo On Line, um site portal criado na região de Campinas com a pretensão de transformar-se no 
maior provedor de conteúdo do interior de São Paulo. A experiência em andamento no Cosmo nos dá pistas sobre os 
erros e acertos que caracterizam o esforço de construção dessa nova linguagem. 
Palavras-chave: jornalismo, jornais eletrônicos, internet (redes de computação), comunicação de massa e tecnologia. 
 
Fonte: VELOSO, Maria do Socorro Furtado. A notícia em hipertexto: do impresso ao online. Campinas, 2001. 
Dissertação (Mestrado em Multimeios) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas. 
 
B) 
Resumo: A internet tem levado as pessoas a lerem mais e a usarem mais a escrita. Dessa forma, muitos internautas 
têm ficado mais habilidosos no manuseio e na criação de formas específicas de lidar com a língua. Este ensaio discute 
uma questão que vem ocupando ultimamente espaço na mídia e na sociedade em geral. A escrita utilizada pelos 
internautas nos emails, bate-papos e agora nos weblogs e orkut estaria prejudicando a aprendizagem da escrita na 
escola? Por outro lado, questiona-se também por que muitos deles escrevem e se comunicam com fluência quando 
utilizam estes novos gêneros digitais, mas apresentam desinteresse e até dificuldades de escrever textos na escola. 
Nossa intenção é discutir essas questões e ponderar algumas possíveis respostas para estes diferentes 
comportamentos no uso da escrita, além de analisar a rápida apropriação dos gêneros digitais que circulam na rede 
hoje por esses mesmos jovens usuários da linguagem. 
 
Fonte: XAVIER, Antonio Carlos. Reflexões em torno da escrita dos novos gêneros digitais da internet. Investigações. 
Recife, v. 18, p. 115-129, 2006. Disponível em: www.ufpe.br/nehte/artigos. Acesso em: 20 jul. 2010. 
 
 
 Releia os resumos A e B procurando identificar se há características recorrentes em sua construção. Após 
comparar os dois resumos, anote as semelhanças e diferenças encontradas. 
 
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Referências bibliográficas 
 
HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília.(Orgs). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. Rio de 
Janeiro: EdUERJ, 2010. 
MACHADO, Anna Raquel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; 
BEZERRA, Maria Auxiliadora. (Orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade.São Paulo: Parábola, 2010. 
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. São Paulo: Globo, 1994. 
XAVIER, Antônio Carlos. Como fazer e apresentar trabalhos científicos em eventos acadêmicos. Recife: Ed Respel, 
2010. 
 
 
 
 
 
PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS PPAARRAA RREESSUUMMIIRR 
 
 
 
 
Sumarização: processo essencial para a produção de resumos 
 
Vamos trabalhar com um dos processos mentais essenciais para a produção de resumos, o processo de 
sumarização, que sempre ocorre durante a leitura, mesmo quando não produzimos um resumo oral ou escrito. Esse 
processo não é aleatório, mas guia-se por uma certa lógica, que buscaremos identificar nas atividades que seguem. 
Veja os exemplos: 
 
a) No supermercado, Paulo encontrou Margarida, que estava usando um lindo vestido azul de bolinhas amarelas. 
 
Sumarização: Paulo encontrou Margarida. 
Informações excluídas: circunstâncias que envolvem o fato (no supermercado), qualificações/descrições de 
personagens (que estava usando um lindo vestido de bolas amarelas.) 
 
 
b) Você deve fazer as atividades, pois, do contrário, não vai aprender e vai tirar nota baixa. 
 
Sumarização: Você deve fazer as atividades. 
Informações excluídas: justificativas para uma afirmação. 
 
 
1. Sumarize os períodos abaixo, quando possível. À medida que for fazendo cada exemplo, assinale no quadro o 
procedimento que você utilizou, preenchendo os parêntesis com as letras dos períodos correspondentes. 
 
( ) Apagamento de conteúdos facilmente inferíveis a partir de nosso conhecimento de mundo. 
( ) Apagamento de sequências de expressões que indicam sinonímia ou explicação. 
( ) Apagamento de exemplos. 
( ) Apagamento das justificativas de uma afirmação. 
( ) Apagamento de argumentos contra a posição do autor. 
( ) Reformulação das informações, utilizando termos mais genéricos. (ex.: homem, gato, cachorro  mamífero) 
( ) Conservação de todas as informações, dado que elas não são resumíveis. 
 
 
a) Maria era uma pessoa muito boa. Gostava de ajudar as pessoas. 
 
b) Discutiremos a construção de textos argumentativos, isto é, aqueles textos nos quais o autor defende determinado 
ponto de vista por meio do uso de argumentos, procurando convencer o leitor de sua posição. 
 
c) Não corra tanto com seu carro, pois, quando se corre muito, não é possível ver a paisagem e, além disso, o número 
de acidentes fatais aumenta com a velocidade. 
 
d) O principal suspeito do assassinato era o marido: era ciumento e não tinha um álibi, dado que afirma ter ficado 
rondando a casa para ver se a mulher se encontrava com o amante. 
 
e) De manhã, lavou a louça, varreu a casa, tirou o pó e passou roupa. À tarde, foi ao banco pagar contas, retirar talão 
de cheques e extratos e, à noite, preparou aula, corrigiu os trabalhos e elaborou a prova. 
 
f) O Iluminismo ataca as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime. 
 
g) A pena de morte tem muitos argumentos a seu favor, mas nada justifica tirar a vida de nosso semelhante. 
 
h) No resumo de uma narração, podem-se suprimir as descrições de lugar, de tempo, de pessoas ou de objetos, se 
elas não são condições necessárias para a realização da ação. Por exemplo, descrever um homem como ciumento 
pode ser relevante e, portanto, essa descrição não poderá ser suprimida, se essa qualidade é que determinará que o 
homem assassine sua esposa. Já a sua descrição como alto e magro poderá nesse caso ser suprimida. 
 
 
 
 
MACHADO, Ana Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo: Parábola, 2004. 
 
2. Resuma os períodos abaixo ao mínimo, pensando que seu destinatário é o seu professor e que ele vai avaliar a 
sua compreensão das ideias globais desses trechos. Use os procedimentos de sumarização já estudados. 
 
 
 
Com a evolução política da humanidade, dois valores fundamentais consolidam o ideal democrático: a 
liberdade e a igualdade, valores que foram traduzidos como objetivos maiores dos seres humanos em 
todas as épocas. Mas os avanços e as conquistas populares em direção a esses objetivos nem sempre se 
desenvolveram de forma pacífica. Guerras, destituições e enforcamentos de reis e monarcas, revoluções 
populares e golpes de Estado marcaram a trajetória da humanidade em sua busca de liberdade e igualdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 A cultura indígena é complexa, como a de qualquer outra sociedade. Seu grande diferencial, porém, que 
foge à regra geral de todas as outras, é a não existência de desníveis econômicos. Na sociedade indígena 
não existem também normas estabelecidas que confiram a alguém as prerrogativas de mandante ou líder 
do núcleo populacional. Aquele que é chamado de cacique não tem privilégios de autoridade, tem somente 
os de conselheiro. Não é um escolhido, é ligado, até quando possível, a uma linhagem lendária. E, quando 
essa condição desaparece, passa a responder como conselheiro da aldeia aquele que pelo número de 
aparentados alcança essa posição mais respeitada (...). 
 
 
 
 
 
 
 
 Na linguagem comum e mesmo culta, ética e moral são sinônimos. Assim dizemos: “Aqui há um 
problema ético” ou “um problema moral”. Com isso emitimos um juízo de valor sobre alguma prática 
pessoal ou social, se boa, se má ou duvidosa. Mas aprofundando a questão, percebemos que ética e moral 
não são sinônimos. A ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo, princípios e valores que 
orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convicções. 
Dizemos, então, que tem caráter e boa índole. A moral quando age em conformidade com os costumes e 
valores estabelecidos podem ser, eventualmente, questionados pela ética. Uma pessoa pode ser moral 
(segue costumes), mas não necessariamente ética (obedece a princípios). 
 
 
 
RESUMO ACADÊMICO 
Cultura da paz 
 
(1) A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade de poder que se traduz por vontade 
de dominação da natureza, do outro, dos povos e dos mercados. Essa é a lógica dos dinossauros que criou a cultura do 
medo e da guerra. Praticamente em todos os países as festas nacionais e seus heróis são ligados a feitos de guerra e 
de violência. Os meios de comunicação levam ao paroxismo a magnificação de todo tipo de violência, bem 
simbolizado nos filmes de Schwazenegger como o “Exterminador do Futuro”. Nessa cultura o militar, o banqueiro e o 
especulador valem mais do que o poeta, o filósofo e o santo. Nos processos de socialização formal e informal, ela não 
cria mediações para uma cutura da paz. E sempre de novo faz suscitar a pergunta que, de forma dramática, Einstein 
colocou a Freud nos idos de 1932: é possivel superar ou controlar a violência? Freud, realisticamente, responde: “É 
impossível aos homens controlar totalmente o instinto de morte…Esfaimados pensamos no moinho que tão 
lentamente mói que poderíamos morrer de fome antes de receber a farinha”. 
 
(2) Sem detalhar a questão, diríamos que por detrás da violência funcionam poderosas estruturas. A primeira delas 
é o caos sempre presente no processo cosmogênico. Viemos de uma imensa explosão, o big bang. E a evolução 
comporta violência em todas as suas fases. São conhecidas cerca de 5 grandes dizimações em massa, ocorridas há 
milhões de anos atrás. Na última, há cerca de 65 milhões de anos, pereceram todos os dinossauros após reinarem, 
soberanos, 133 milhões de anos. A expansão do universo possui também o significado de ordenar o caos através de 
ordens cada vez mais complexas e, por isso também, mais harmônicas e menos violentas. Possivelmente a própria 
inteligência nos foi dada para pormos limites à violência e conferir-lhe um sentido construtivo. 
 
(3) Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominação do homem sobrea mulher 
e criou as instituições do patriarcado assentadas sobre mecanismos de violência como o Estado, as classes, o projeto 
da tecno-ciência, os processos de produção como objetivação da natureza e sua sistemática depredação. 
 
(4) Em terceiro lugar, essa cultura patriarcal gestou a guerra como forma de resolução dos conflitos. Sobre esta 
vasta base se formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lógica é a competição e não a cooperação, por isso, 
gera guerras econômicas e políticas e com isso desigualdades, injustiças e violências. Todas estas forças se articulam 
estruturalmente para consolidar a cultura da violência que nos desumaniza a todos. 
 
(5) A essa cultura da violência há que se opôr a cultura da paz. Hoje ela é imperativa. 
 
(6) É imperativa, porque as forças de destruição estão ameaçando, por todas as partes, o pacto social mínimo sem 
o qual regredimos a níveis de barbárie. É imperativa porque o potencial destrutivo já montado pode ameaçar toda a 
biosfera e impossibilitar a continuidade do projeto humano. Ou limitamos a violência e fazemos prevalecer o projeto 
da paz ou conheceremos, no limite, o destino dos dinossauros. 
 
(7) Onde buscar as inspirações para cultura da paz? Mais que imperativos voluntarísticos, é o próprio processo 
antroprogênico a nos fornecer indicações objetivas e seguras. A singularidade do 1% de carga genética que nos separa 
dos primatas superiores reside no fato de que nós, à distinção deles, somos seres sociais e cooperativos. Ao lado de 
estruturas de agressividade, temos capacidades de afetividade, compaixão, solidariedade e amorização. Hoje é 
urgente que desentranhemos tais forças para conferir rumo mais benfazejo à história. Toda protelação é insensata. 
 
(8) O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos da natureza e co-pilotar a marcha da evolução. Ele 
foi criado criador. Dispõe de recursos de re-engenharia da violência mediante processos civilizatórios de contenção e 
uso de racionalidade. A competitividade continua a valer mas no sentido do melhor e não de destruição do outro. 
Assim todos ganham e não apenas um. 
 
(9) Há muito que filósofos da estatura de Martin Heidegger, resgatando uma antiga tradição que remonta aos 
tempos de César Augusto, vêem no cuidado a essência do ser humano. Sem cuidado ele não vive nem sobrevive. Tudo 
precisa de cuidado para continuar a existir. Cuidado representa uma relação amorosa para com a realidade. Onde vige 
cuidado de uns para com os outros desaparece o medo, origem secreta de toda violência, como analisou Freud. A 
cultura da paz começa quando se cultiva a memória e o exemplo de figuras que representam o cuidado e a vivência da 
dimensão de generosidade que nos habita, como Gandhi, Dom Helder Câmara e Luther King e outros. Importa 
fazermos as revoluções moleculares (Gatarri), começando por nós mesmos. Cada um estabelece como projeto pessoal 
e coletivo a paz enquanto método e enquanto meta, paz que resulta dos valores da cooperação, do cuidado, da com-
paixão e da amorosidade, vividos cotidianamente. 
 
Artigo disponível no site: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2001-2002/culturapaz.htm>. Acesso em: 17 
fev. 2013 
 
 
 
1. Leia os resumos a seguir do artigo “A cultura da paz”, de Leonardo Boff, e assinale a opção que acredita ser o 
melhor resumo escolar / acadêmico: 
 
( ) Resumo 1 
 
Ele diz que a cultura dominante se caracteriza pela vontade de dominação da natureza e do outro. É possível superar a 
violência? Freud diz que é impossível controlar o instinto de morte. Boff diz que a evolução humana sempre esteve 
regida pela violência. Em segundo lugar, a cultura patriarcal instalou a dominação da mulher pelo homem e que a 
lógica de nossa cultura é a competição. Veja-se, por exemplo, o número de atos de violência contra a mulher em São 
Paulo. Precisamos opor a cultura da paz à cultura da violência. Onde buscar as inspirações para a cultura de paz? 
Somos seres sociais e cooperativos, temos capacidade de afetividade. O homem pode intervir no processo de 
evolução. Desde o tempo de César Augusto, os filósofos acham que o cuidado é a essência do ser humano. Gandhi, 
Dom Hélder Câmara e Luther King são figuras que deram exemplos de comportamento humano. Eu acho que todos 
nós devemos lutar pela paz. 
 
( ) Resumo 2 
 
Leonardo Boff inicia o artigo “A cultura da paz” apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza 
fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a questão da possibilidade de essa violência poder ser 
superada ou não. Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as 
próprias características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da 
violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, nesse 
momento, é indispensável estabelecermos uma cultura de paz contra a violência, pois esta estaria nos levando à 
extinção da vida humana no planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato de que os seres 
humanos são providos de componentes genéticos que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e 
dotados de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor 
como sendo uma relação amorosa com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir dessas 
constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as pontencialidades humanas para a paz, construindo a 
cultura da paz a partir de nós mesmos, tomando a paz como projeto pessoal e coletivo. 
 
( ) Resumo 3 
 
No artigo “A cultura da paz”, Leonardo Boff defende a necessidade de construirmos a cultura da paz a partir de nós 
mesmos. O autor considera que isso é possível, uma vez que o homem é dotado de características genéticas especiais 
que lhe permitiriam vencer a violência. 
 
 
2. Assinale as alternativas que justifiquem a escolha do melhor resumo dentre os três que foram dados. 
 
( ) correção gramatical e léxico adequado à situação escolar / acadêmica; 
( ) seleção das informações consideradas importantes pelo leitor e autor do resumo; 
( ) seleção das informações colocadas como as mais importantes no texto original; 
( ) indicação de dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e título; 
( ) o resumo permite que o professor avalie a compreensão do texto lido, incluindo a compreensão global, o 
desenvolvimento das ideias do texto e a articulação entre elas; 
( ) apresentação das ideias principais do texto e de suas relações; 
( ) comentários pessoais misturados às ideias do texto; 
( ) menção ao autor do texto original em diferentes parte do resumo e de formas diferentes; 
( ) menção de diferentes ações do autor do texto original (o autor questiona, debate, explica...); 
( ) texto compreensível por si mesmo; 
( ) cópia de trechos do texto original sem guardar relação estabelecidas pelo autor ou com relações diferentes. 
 
 
COMO ELABORAR RESUMOS? 
 
O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade ideias ou fatos essenciais contidos num texto. Sua 
elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das ideias do 
autor, hierarquização dessas ideias e redação clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de 
fazer resumos é de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, 
processos, ideias etc. 
 
O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No sentido estrito, 
padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as 
articulações lógicas do texto, sem emitircomentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o 
texto a uma fração da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais. 
 
Pode-se iniciar o resumo com uma frase do tipo: 
 
 "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona 
....... tal tema, posicionando-se .....". 
 
 Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a essência do texto e manter-se 
fiel às ideias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às ideias do 
autor não é permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re)elaboração de 
quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses 
devem ser breves e estar identificados (autor e página). 
 
Uma sequência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte: 
 
a. ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as palavras-chave e ideias que forem parecendo 
significativas à primeira leitura; 
 
b. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso 
político, um relato cômico, um diálogo, etc.); 
 
c. identificar a ideia principal; 
 
d. identificar a organização do texto (o modo como as ideias secundárias se ligam logicamente à principal); 
 
e. identificar as ideias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a 
principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se 
perceberem subtemas); 
 
f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o 
texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário); 
 
g. esquematizar o resultado desse processamento; 
 
h. redigir o texto. 
 
 
 Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo especialmente da 
organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à 
primeira leitura, apresentará poucas dificuldades a quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse 
domínio só se adquire na prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de texto. 
 
 Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos. Além disso, textos 
falados também são passíveis de resumir. Anotações de ideias significativas ouvidas no decorrer de uma palestra, por 
exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida de um texto oral. 
 
Adaptação do texto disponível em: <http://www.pucrs.br/manualred/resumos.php>. Acesso em: 17 fev. 2013 
 
 
ATRIBUIÇÃO DE ATOS AO AUTOR DO TEXTO RESUMIDO 
 
 
No resumo, o autor do texto original aparece como se estivesse realizando vários tipos de atos, que, 
frequentemente, não estão explicitados no texto original. Você é que tem de interpretar esses atos usando o verbo 
adequado. Observe esse fenômeno, fazendo as atividades que seguem. 
 
1) Relacione os verbos abaixo com os atos que indicam: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Verbos utilizados para indicar diferentes atos do autor do texto resumido (verbos dicendi): 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Leia o trecho e preencha os espaços do resumo correspondente com os verbos mais adequados. 
 
Um amigo me disse: 
 
- Não guarde nada para uma ocasião especial. Cada dia que se vive é uma ocasião especial. 
 
Ainda estou pensando nestas palavras... já mudaram minha vida. Agora estou lendo mais e limpando menos. 
Sento-me no terraço e admiro a vista sem preocupar-me com as pragas. Passo mais tempo com a minha família e 
menos tempo no trabalho. Compreendi que a vida deve ser uma fonte de experiências a desfrutar, não para 
sobreviver. Já não guardo nada. Use meus copos de cristal todos os dias. Coloco uma roupa nova para ir ao 
supermercado, se me dá vontade. Já não guardo meu melhor perfume para ocasiões especiais, uso-o quando 
tenho vontade. (Mensagem distribuída por e-mail) 
 
Resumo 
O autor __________________o que um amigo lhe disse e ______________ como as palavras desse amigo 
influenciaram sua vida. _______________ diversas ações de seu cotidiano que ele _______________ de forma 
diferente. 
 
3) Resuma o texto abaixo, apontando a tese e os argumentos do autor. Empregue pelo menos dois verbos de 
atribuição de atos ao autor. 
 
Período de férias 
O início do ano escolar no mês de fevereiro merece ser revogado, voltando à antiga praxe de começo das aulas em 
março. O carnaval geralmente cai em fevereiro e interrompe as aulas recém-iniciadas. O verão escaldante torna as 
aulas penosas e com baixo rendimento. Finalmente, as férias escolares comandam grande parte das férias dos 
trabalhadores. E as férias destes são motor do turismo, atividade geradora de empregos e riqueza para o país. (...) 
Portanto, há grande vantagem para todos na transferência do início das aulas para o mês de março. 
Resumo 
 
 
 
 
 
 Atividade adaptada de: MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São Paulo: Parábola, 2007. 
 
( ) define, classifica, enumera, argumenta. 
( ) incita, busca levar a 
( ) afirma, nega, acredita, duvida 
( ) aborda, trata de 
( ) enfatiza, ressalta 
a. Posicionamento do autor em relação à sua crença 
na verdade do que é dito 
b. Indicação do conteúdo geral 
c. Organização das ideias do texto 
d. Indicação de relevância de uma ideia do texto 
e. Ação do autor em relação ao leitor 
apontar – definir – descrever – elencar – enumerar – classificar – caracterizar – dar características – exemplificar – dar 
exemplos – contrapor – confrontar – comparar – opor – diferenciar – começar – iniciar – introduzir – desenvolver – 
finalizar – terminar – concluir – pensar – acreditar – julgar – afirmar – negar – questionar – criticar – descrever – narrar 
– relatar – explicar – expor – comprovar – provar – defender a tese – argumentar – dar argumentos – justificar – dar 
justificativas – apresentar – mostrar – tratar de – abordar – discorrer – esclarecer – convidar – sugerir – incitar – levar a

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