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Aula 11

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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 11 - Controle da Constitucionalidade – Parte 2. Atividade 
Econômica do Estado. Princípios das Atividades Econômicas. 
Sistema Financeiro Nacional. Princípios constitucionais da 
Seguridade Social. Financiamento da Seguridade Social. 
Bom dia! 
Finalmente chegamos à nossa última aula! 
E aí, será que o curso te agradou? Espero que sim. Para mim, 
particularmente, muito bom poder ministrar esse curso. 
Ao contrário de um curso de questões comentadas, o curso de teoria 
(como este que se encerra hoje) exige muito mais do professor. Posso 
dizer que fiquei contente ao observar que, de certa forma, fui capaz de 
ajudar na preparação de tantas pessoas. 
Se você tiver gostado do meu trabalho, quero mencionar que nas 
próximas semanas lançarei um livro de “Questões discursivas de Direito 
Constitucional comentadas”, pela editora Método (Grupo Gen, dentro do 
Selo Vicente e Marcelo). Espero que aprecie. 
Hoje, encerraremos o estudo do controle de constitucionalidade das leis 
e, logo a seguir, passarei a apresentar novos temas (incluídos após o 
início do curso, por solicitação dos alunos). Assim, além do escopo, 
veremos os princípios da ordem econômica, o sistema financeiro 
nacional, bem como os princípios constitucionais da seguridade social. 
Veja o conteúdo da Aula de hoje 
1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
1.1 – Requisitos e objeto 
1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da 
União 
1.3 – Medida cautelar 
2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
2.1 – Objeto 
2.2 – Medida cautelar 
2.3 – Efeitos da decisão 
2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da 
União 
3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
4 – Representação de Inconstitucionalidade 
5 – Ordem Econômica e Financeira - Princípios 
5.1 – Atividade econômica do Estado 
5.2 – Sistema Financeiro Nacional 
6 – Ordem Social e Seguridade Social 
 
 
 
 
 
 
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6.1 – Princípios constitucionais da seguridade social 
6.2 – Financiamento da Seguridade Social 
7 – Exercício de fixação 
Terminamos a aula passada falando da ADI. Hoje veremos as demais 
ações do controle abstrato. Entretanto, como você poderá observar, 
diversos aspectos são semelhantes entre as ações. E a essência mesmo 
já foi tratada na aula passada. 
Assim, chamarei a sua atenção para determinados aspectos em que as 
outras ações do controle abstrato diferem da ADI. 
Boa aula! 
1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade
A boa notícia é: quem entendeu a ADI não terá a mínima dificuldade para 
entender a ADC! É que podemos dizer que a ADC é a irmã mais nova da 
ADI... 
Assim, a Constituição prevê a ação declaratória de constitucionalidade – 
ADC, criada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993 para o 
reconhecimento da constitucionalidade de uma norma federal 
(estadual não). 
Trata-se de ação de mesma natureza da ADI, uma vez que: 
I) também é ação do controle abstrato (de natureza objetiva e de 
competência do STF); 
II) tem os mesmos legitimados da ADI; 
III) seus efeitos têm o mesmo alcance dos efeitos da ADI (erga omnes, 
ex tunc, efeito vinculante e repristinatório). 
É também cabível a manipulação desses efeitos pelo STF, caso a ação 
resulte na inconstitucionalidade da lei. 
O que as diferencia essencialmente é que na ADC o que se pede é a 
pronúncia de constitucionalidade da norma (e não de 
inconstitucionalidade). Interessante observar que, por isso, a ADC é 
considerada a ADI de sinal trocado. 
Assim, se o Presidente da República entrasse com uma ADI contra a “Lei 
da Ficha Limpa”, o que ele estaria pleiteando? 
A declaração de invalidade, de inconstitucionalidade da lei! 
De outro lado, caso ele impetrasse uma ADC, qual seria seu pleito? 
A declaração de validade, de constitucionalidade da lei! 
Nesse sentido, no caso da ADC: 
 
 
 
 
 
 
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- se a ADC é julgada procedente, estará sendo declarada a 
constitucionalidade da norma impugnada; 
- se a ADC é julgada improcedente, estará sendo declarada a 
inconstitucionalidade da norma impugnada. 
Daí seu caráter dúplice ou ambivalente (como o da ADI), uma vez que 
surte efeitos num e noutro sentido (tanto na procedência, quanto na 
improcedência). 
A ADC tem cabimento em situações nas quais esteja ocorrendo 
controvérsia judicial sobre a validade de determinadas normas, 
resultando em decisões antagônicas. Nesse caso, um dos legitimados 
pela Constituição poderá propor uma ação declaratória de 
constitucionalidade perante o STF, para que o Tribunal decida sobre a 
constitucionalidade da norma, terminando, definitivamente, com a 
controvérsia entre os juízos inferiores. 
De se destacar que, devido à semelhança entre as ações, quase tudo 
que foi mencionado em relação à ADI aplica-se à ADC. Tratarei dos 
aspectos em que elas se diferenciam. 
Assim, no que se refere a decadência, amicus curiae, desistência e ação 
rescisória, são plenamente aplicáveis à ADC as regras estudadas em 
relação à ADI. 
 
1.1 – Requisitos e objeto
Para a propositura da ação declaratória de constitucionalidade é 
imprescindível que o autor comprove a existência de controvérsia 
judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação, 
conforme previsto na Lei nº 9.868/99, art. 14, III. 
Isso significa que só será legítima a propositura da ADC se o autor 
comprovar esse requisito. Assim, se o STF entender que o autor não 
comprovou a existência de controvérsia judicial relevante, a ação não 
será conhecida. 
Observe que se trata de controvérsia judicial relevante. Segundo o STF 
a mera divergência doutrinária não é suficiente para autorizar a 
propositura de ADC. 
No que tange ao objeto, é interessante observar que as mesmas 
considerações feitas para a ADI aplicam-se aqui. Mas há uma diferença 
substancial entre o objeto dessas ações. 
Alíás, trata-se de assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é 
fácil... Em ADI, o STF aprecia leis e atos normativos federais e 
estaduais. Já a ADC não admite lei ou ato normativo estadual como 
seu objeto, mas somente leis ou atos normativos federais (CF, art. 102, 
I, a). 
 
 
 
 
 
 
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Assim, de acordo com o art. 102, I, “a”: 
I – é cabível ADI para leis e atos normativos federais ou estaduais; e 
II – é cabível ADC apenas para leis ou atos normativos federais. 
Então vai uma pergunta sobre o DF, continuando aquele exemplo lá da 
outra aula, em que a Câmara Legislativa do DF aprove duas leis: uma 
sobre IPTU (imposto de competência municipal) e outra sobre ICMS 
(imposto de competência estadual). 
Qual dessas leis poderia ser impugnada no Supremo em sede de ADC? 
Você acertou se respondeu: “nenhuma das duas”, tendo em vista que o 
STF só julga ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos 
normativos federais. 
1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-
Geral da União
A manifestação do Procurador-Geral da República é obrigatória, pois a 
Constituição Federal determina que ele será ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF 
(CF, art. 103, § 1º). 
Entretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de citação do Advogado-
Geral da União no processo de ADC, pois o seu papel, no controle em 
abstrato, é defender a norma impugnada, e nessa ação não há norma 
legal impugnada a ser defendida. 
Você develembrar que nessa ação o autor requer a declaração de 
constitucionalidade da norma. 
1.3 – Medida Cautelar
O STF poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de 
constitucionalidade, da mesma forma que na ADI, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros. 
Como você sabe, os pedidos em ADI e ADC são distintos. Enquanto na 
primeira objetiva-se a declaração de inconstitucionalidade da lei, na 
segunda visa-se à confirmação de sua constitucionalidade. 
O mesmo raciocínio deve ser utilizado para se distinguir os efeitos da 
cautelar em ADI e ADC. Em sede de ADI, a concessão de cautelar 
acarreta: (i) a suspensão da eficácia da norma; (ii) a suspensão do 
julgamento de processos envolvendo sua aplicação; e (iii) a repristinação 
(ou o retorno da eficácia) da legislação anterior, que tinha sido revogada. 
Por outro lado, se na ADC o pedido é pelo reconhecimento da validade 
da norma, não faz sentido que a cautelar resulte na suspensão de sua 
eficácia. Assim, o efeito da cautelar em ADC será o de suspensão dos 
 
 
 
 
 
 
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processos judiciais e julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou 
ato normativo objeto da ação. 
Concedida a medida cautelar, deverá o STF proceder ao julgamento da 
ação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de perda de sua 
eficácia. 
Assim como na ação direta, a concessão da medida cautelar em ação 
declaratória de constitucionalidade produzirá eficácia erga omnes e efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública Federal, nas esferas federal, estadual e municipal. 
Ademais, como na ação direta, a medida cautelar em ação declaratória 
produzirá efeitos ex nunc, mas o STF poderá conceder-lhe efeitos 
retroativos (ex tunc), desde que o faça expressamente. 
Vamos dar uma olhada em alguns exercícios. 
1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) As decisões de mérito do Supremo 
Tribunal Federal, tanto na ação direta de inconstitucionalidade como 
na ação declaratória de constitucionalidade, possuem efeito 
vinculante para os demais tribunais e para a Administração Pública, 
independentemente de a decisão ser sumulada pela Corte. 
De fato, as decisões de mérito do STF na ADI e na ADC possuem efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal (art. 102, § 2º). 
Item certo. 
2) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Todos os legitimados para propor 
ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal 
Federal também o são para ajuizar ação declaratória de 
constitucionalidade perante a mesma Corte. 
A EC nº 45/2004 igualou a legitimação ativa em todas as ações do 
controle abstrato perante o STF. Logo, os legitimados enumerados no 
art. 103, I a IX, da Constituição podem propor todas as ações do controle 
abstrato perante o STF (ADI, ADO, ADC e ADPF). 
Item certo. 
(ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Suponha que 
uma lei distrital, sancionada pelo Governador, que limita o horário de 
funcionamento do comércio varejista em Brasília, seja objeto de dúvidas 
quanto à sua constitucionalidade. A esse propósito, julgue os seguintes 
itens. 
3) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Se estiver 
convencido da constitucionalidade da lei, o Governador do Distrito 
Federal poderá ajuizar ação declaratória de constitucionalidade 
perante o STF, desde que comprove, com a inicial, que há decisões 
judiciais divergentes sobre a constitucionalidade da lei. 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com a assertiva, haverá a necessidade de se comprovar a 
existência de decisões judiciais divergentes sobre a constitucionalidade 
das leis. Isso realmente é um dos pressupostos da ação declaratória de 
constitucionalidade. Afinal de contas, a natureza da atividade do STF é 
de prestação jurisdicional e não de mero órgão de consulta sobre a 
validade das leis ou atos que nem sequer estejam sendo questionados. 
Por outro lado, a questão está ERRADA, pois, como vimos, cabe ADC 
apenas sobre leis e atos federais. Assim, não seria cabível essa ação 
sobre uma lei distrital. 
Item errado. 
4) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O 
Governador do Estado de Goiás poderá ajuizar ação direta de 
inconstitucionalidade contra essa lei perante o STF, desde que 
comprove, com a inicial, que a lei afeta de modo negativo os 
interesses de Goiás na região do entorno de Brasília. 
Os governadores classificam-se como legitimados especiais: aqueles 
que devem cumprir o requisito da pertinência temática para o cabimento 
da ação. 
É dizer: para o Governador de Goiás ter interesse de agir nessa ação, 
ele deve demonstrar que a lei afeta de algum modo os interesses de seu 
estado. 
Entretanto, a questão está ERRADA. E aí, percebeu o porquê? 
Muito inteligente esta questão! Vou dar uma dica: não será cabível ADI 
perante o STF contra essa lei. Dê uma olhada no enunciado e descubra 
o porquê. 
Como já comentamos, somente podem ser impugnadas em ADI perante 
o STF leis e atos federais ou estaduais. 
Assim, as leis e atos distritais só poderão ser objetos de ADI perante o 
STF caso sejam editadas pelo DF no exercício de sua competência 
estadual. 
Não é o que ocorre na questão em tela: observe que tratar de horário de 
funcionamento do comércio varejista é assunto de interesse local, de 
competência dos municípios. Isso faz com que leis distritais versando 
sobre esse tema não possam ser impugnadas em sede de ADI perante o 
STF. 
Show de bola! E parabéns se você acertou. Se errou, melhor, pois 
aprendeu agora (e não errará na prova). 
Item errado. 
5) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Qualquer 
partido político com representação no Congresso Nacional poderá 
ajuizar ação direta de inconstitucionalidade contra tal lei perante o 
 
 
 
 
 
 
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Supremo Tribunal Federal, independentemente de demonstração de 
interesse na solução da causa. 
Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional são 
legitimados universais para a propositura de ADI perante o STF. Assim, 
não necessitam demonstrar interesse ou pertinência temática com a 
norma que está impugnando. 
Entretanto, a questão está ERRADA, pois, como vimos, essa norma não 
poderia ser objeto de ADI perante o STF, já que se trata de lei distrital no 
exercício da competência municipal. 
Item errado. 
6) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Uma 
associação de lojistas, mesmo que não abranja todos os 
comerciantes prejudicados com a lei, mas que comprove ter caráter 
nacional, poderá ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade 
contra a lei perante o Supremo Tribunal Federal. 
Para que as associações possam ter legitimidade para a impetração de 
ADI, elas devem ter caráter nacional. Ademais, elas são consideradas 
legitimados especiais, devendo, por isso, apresentar interesse de agir 
para que possam entrar com ações de controle abstrato de 
constitucionalidade. 
O erro da questão é apenas que a lei distrital em questão, por tratar de 
tema de interesse local, não pode ser impugnada em sede de ADI. 
Item errado. 
7) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O 
Governador do Distrito Federal, mesmo que arrependido 
politicamente da sanção ao projeto de lei, não poderá ajuizar ação 
direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal 
contra tal lei. 
Exatamente. Como dito na questão acima. Tal lei não poderia ser 
impugnada por meio de ADI, pois leis distritaissó podem ser 
questionadas em sede de ADI caso sejam editadas no exercício de 
competências estaduais. 
Por outro lado, a sanção de um Governador ou do Presidente da 
República a determinado projeto de lei não impede que eles venham 
posteriormente a impetrar ação de controle de constitucionalidade sobre 
a mesma lei. Deixe-me explicar. 
É certo que os projetos de lei aprovados pelo Poder Legislativo são 
submetidos ao chefe do Poder Executivo para que ele possa sancioná-lo; 
ou vetá-lo, por interesse público ou por inconstitucionalidade. 
Pois bem, imagine que o chefe do Poder Executivo deixe de vetar um 
projeto de lei inconstitucional. Isso não impede que, posteriormente, ele 
 
 
 
 
 
 
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venha a submeter tal lei ao STF por entendê-la inconstitucional, mediante 
ação direta. 
Item certo. 
8) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) 
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, nas ações 
declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos 
e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder 
Judiciário, Poder Legislativo e à administração pública direta e 
indireta, em todas as esferas. 
De acordo com o art. 102, § 2º da CF/88, as decisões de mérito do STF 
na Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC produzirão: 
I) eficácia contra todos ou erga omnes (na medida em que alcança a 
todos, não apenas as partes de um determinado processo); e 
II) efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário 
e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual, distrital e municipal (pois nenhum outro órgão do Poder 
Judiciário ou da Administração Pública poderá desrespeitar a decisão). 
O mesmo ocorre com as decisões em ADI e ADPF (que veremos à 
frente) proferidas pelo STF. 
Item errado. 
9) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE 
EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) Podem propor ação direta de 
inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade, 
entre outros legitimados, o presidente da República, o procurador-
geral da República e o advogado-geral da União. 
A lista dos legitimados à interposição de ADI está expressa no art. 103 
da CF/88: 
“Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” 
 
 
 
 
 
 
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De se observar que o Advogado Geral da União não dispõe de 
competência para a proposição de ADI e ADC. Daí o erro da questão. 
Item errado. 
10) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Segundo entendimento do 
STF, no controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato 
normativo, a eficácia vinculante da ação declaratória de 
constitucionalidade se distingue, em sua essência, dos efeitos das 
decisões de mérito proferidas nas ADIs. 
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações 
declaratórias de constitucionalidade produzirão efeito vinculante, 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (CF, 
art. 102, § 2º). 
Segundo o STF, a eficácia vinculante da ação declaratória de 
constitucionalidade, fixada pelo § 2º do artigo 102 da Carta da República, 
não se distingue, em essência, dos efeitos das decisões de mérito 
proferidas nas ações diretas de inconstitucionalidade (Rcl 1880, Rel. Min. 
Maurício Corrêa, julgamento em 07/11/02). 
Aliás, observe que, enquanto a ADI é proposta a fim de se declarar a 
inconstitucionalidade da lei, a ADC tem por finalidade a declaração de 
constitucionalidade da lei. 
Apesar de várias semelhanças entre as duas ações, vale relembrarmos 
algumas distinções entre elas. 
I – Só podem ser objeto de ADC leis e atos normativos federais (no caso 
da ADI, podem ser federais ou estaduais). 
II – Constitui pressuposto para a impetração da ADC a demonstração 
inicial de relevante controvérsia judicial. 
III – Os efeitos da concessão de medida cautelar em ADC restringem-se 
à suspensão dos julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato em 
discussão. 
IV – Não há atuação do AGU em sede de ADC, pois a própria ação já 
objetiva a defesa da lei. 
V - É de se destacar ainda que em sede de ADI, o relator pedirá 
informações aos órgãos e entidades dos quais emanou a lei ou ato 
questionado. Como na ADC não há ato ou lei sendo atacado, não se faz 
necessário esse pedido de informações. 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) tem aplicação 
nas omissões inconstitucionais (situações nas quais não se cumpre o 
dever de elaboração de norma que regulamente determinado dispositivo 
constitucional) 
Ou seja, é medida que visa a tornar efetiva norma constitucional, por 
meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da inércia do 
legislador infraconstitucional quanto ao dever de regulamentar a norma. 
Assim, em situações de omissão do legislador (ou de um órgão 
administrativo) em editar norma tratando de determinado assunto, poderá 
um dos legitimados pela Constituição Federal (CF, art. 103, I ao IX) 
propor ADI por omissão perante o STF, para que seja reconhecida a 
inconstitucionalidade da mora. 
Diversos detalhes já apresentados para a ADI são aplicáveis à ADO, 
uma vez que esta é apenas uma variante daquela. De se destacar que, 
recentemente, foi editada a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), que 
estabelece toda a disciplina processual dessa ação. 
2.1 – Objeto
A omissão inconstitucional que pode acarretar a impetração de ADO é 
aquela que efetivamente desrespeita a Constituição: ou seja, situações 
nas quais havia a obrigação (e não a mera faculdade) de ser 
regulamentado determinado dispositivo constitucional. 
Em suma, as hipóteses de ajuizamento desta ação não decorrem de toda 
e qualquer espécie de omissão do Poder Público, mas sim daquelas 
omissões relacionadas com as normas constitucionais de eficácia 
limitada de caráter obrigatório. 
Considerando a classificação do prof. José Afonso da só dará 
ensejo à propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
a falta de norma regulamentadora: 
I) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de 
princípios programáticos (normas programáticas propriamente ditas); 
ou 
II) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de 
princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva. 
É dizer que as normas de princípio institutivo ou organizativo que 
sejam meramente facultativas não darão ensejo à omissão 
inconstitucional (trata-se de simples faculdade, não de obrigação). 
 
 
 
 
 
 
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2.2 – Medida Cautelar
Inicialmente, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que não 
cabe concessão de medida cautelar em ADI por omissão. Entretanto, 
esse entendimentofoi superado pela edição da Lei nº 12.063/09, que 
recentemente regulamentou o processo de ADI por omissão perante o 
STF. Essa norma passou a prever expressamente a concessão de 
medida cautelar em ADO. 
Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o 
Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá 
conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades 
responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
A medida cautelar poderá consistir na: (i) suspensão da aplicação da lei 
ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial; bem como 
(ii) na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos 
administrativos; ou ainda (iii) em outra providência a ser fixada pelo 
Tribunal. 
Portanto, atenção! A legislação atual prevê a possibilidade de concessão 
de medida cautelar em sede de ADI por omissão. 
2.3 – Efeitos da Decisão
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao 
Poder competente para a adoção das providências necessárias e em 
caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências 
deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável 
a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as 
circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 
Observe como o efeito da ADO é distinto para Poderes ou para órgãos 
administrativos: 
I) omissão de um dos Poderes → será dada mera ciência; 
II) omissão de órgãos → será fixado prazo de 30 dias para a edição dos 
atos necessários ao saneamento da omissão. 
2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-
Geral da União
Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado-
Geral da União como defensor da norma impugnada não ocorreria em 
ADI por omissão (ADO). 
Entretanto, a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009) estabelece que o 
relator poderá solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no 
prazo de 15 dias. 
 
 
 
 
 
 
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Já a manifestação do Procurador-Geral da República continua sendo 
obrigatória, pois a Constituição Federal determina que ele será ouvido 
nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de 
competência do STF (CF, art. 103, § 1º). 
E veja que essas alterações já foram cobradas em concursos... 
11) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) A legislação em vigor 
não admite a concessão de medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. 
Questão recentíssima! E já cobrando essa alteração na nossa matéria. 
A jurisprudência do STF foi superada pela edição da Lei nº 12.063/09, 
que passou a prever expressamente a concessão de medida cautelar em 
ADO. 
Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o 
Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá 
conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades 
responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
Item errado. 
12) (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA 
ESTADUAL/SEFAZ/ES/2008) Segundo o entendimento do STF, o 
advogado-geral da União deve, obrigatoriamente, ser citado no 
processo de ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 
Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado-
Geral da União como defensor da norma impugnada não ocorreria em 
ADI por omissão (ADO). Portanto, a questão foi considerada errada à 
época. 
Hoje, com a edição da nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), o relator 
poderá solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no prazo de 
15 dias. 
Então, essa questão ficou prejudicada. Talvez, possamos considerar 
que, apesar da nova regulamentação sobre o tema, a assertiva 
permaneça incorreta, concorda? Afinal, compete ao relator a decisão de 
ouvi-lo ou não (não existindo a obrigatoriedade mencionada na 
assertiva). De qualquer forma, frise-se, a questão foi feita antes da nova 
lei. 
Item errado. 
3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 
decorrente da Constituição será apreciada pelo Supremo Tribunal 
Federal (CF, art. 102, § 1º). 
 
 
 
 
 
 
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A Lei nº 9.882/99, regulamentando esse dispositivo, estabeleceu o 
processo e o julgamento dessa ação. Aliás, cabe destacar que o STF 
tinha se posicionado no sentido de que o art. 102, § 1º da CF/88 era 
norma constitucional de eficácia limitada, portanto dependente de 
regulamentação. 
A ADPF tem por objeto evitar (preventiva) ou reparar (repressiva) lesão 
a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, e quando for 
relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato 
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à 
Constituição. 
Ou seja, após a criação da ADPF tanto as normas municipais quanto 
as pré-constitucionais passaram a ser objeto do controle abstrato 
perante o STF. 
Os legitimados são os mesmos legitimados para propositura de ADI 
(CF, art. 103, I ao IX). 
Observe, assim, que será cabível a arguição de descumprimento de 
preceito fundamental: 
I) para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato 
do Poder Público; e 
II) diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato 
normativo. 
Nesta última situação, o autor da ação tem o ônus de comprovar a 
existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito 
fundamental que se considera violado. 
Quanto ao conceito de preceito fundamental, não está estabelecido o 
que seria isso propriamente. Para a doutrina, tudo o que diga respeito às 
questões vitais do Estado enquadrar-se-iam nesse conceito (direitos 
individuais, forma federativa de Estado, fundamentos da República etc.). 
Segundo o STF, compete a ele próprio o juízo acerca do que se há de 
compreender como preceito fundamental. 
Cabe comentar sobre a subsidiariedade da ADPF. Com efeito, é 
incabível a argüição de descumprimento de preceito fundamental quando 
houver outro meio eficaz de sanar a lesividade. 
Isso significa que não se admite a ADPF se for cabível alguma das 
demais ações do controle abstrato de constitucionalidade que 
tenham finalidade semelhante (ADI e ADC). 
De se registrar que essa natureza susidiária permite que uma ADPF 
impetrada no STF venha a ser conhecida como outra ação do 
controle abstrato (ADI, por exemplo), caso seja admitida esta ação. 
Assim, de acordo com a Suprema Corte, é possível a conversão da 
ADPF em ADI diante da perfeita satisfação dos requisitos exigidos à 
 
 
 
 
 
 
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propositura desta (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido) e 
em observância ao princípio da fungibilidade. 
Quanto à possibilidade de medida cautelar, o STF, por decisão da 
maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida 
liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental. Em 
caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em 
período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum 
do Tribunal Pleno. 
A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais 
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, 
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto 
da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se 
decorrentes da coisa julgada. 
A força da decisão definitiva de mérito do STF proferida em ADPF é a 
mesma estudadapara a decisão proferida em ação direta de 
inconstitucionalidade 
A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental 
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços 
dos Ministros (oito Ministros). Se houver necessidade de declaração da 
inconstitucionalidade do ato do Poder Público que tenha lesionado 
preceito fundamental, a decisão deverá ser tomada por maioria absoluta 
(CF/88, art. 97). 
Em razão da força vinculante desta ação, caberá reclamação contra o 
descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 
ADPF. 
A lei estabelece que a decisão proferida em ADPF terá eficácia contra 
todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder 
Público (Lei nº 9.882/1999, art. 10, § 3º). 
13) (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental é cabível, mesmo quando impetrado Mandado de 
Segurança com a finalidade de sanar a lesividade. 
A Esaf considerou errada essa assertiva, tendo em vista a natureza 
subsidiária da ADPF. Só é cabível ADPF se não houver outra ação capaz 
de sanar a lesividade. Entretanto, entendo que essa questão ficou mal 
elaborada. Segundo o entendimento que predomina no STF, essa 
subsidiariedade da ADPF deve ser aferida somente dentre as ações do 
controle abstrato (processo objetivo) – ADI, ADC ou ADO. Já o mandado 
de segurança é remédio constitucional que pode ser utilizado no controle 
incidental de constitucionalidade (abstrato não). 
Item errado. 
14) (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental, segundo a legislação pertinente, apresenta mais 
 
 
 
 
 
 
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legitimados ao que se verifica na legitimidade para a propositura de 
Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
Os legitimados para a impetração de ADPF são os mesmos legitimados 
a propor ADI (CF, art. 103). 
Item errado. 
15) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o 
entendimento do STF, a arguição de descumprimento de preceito 
fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face de sua 
especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição 
seja a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por 
ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam presentes os 
demais requisitos da ADI. 
Deixe-me utilizar essa questão para abordar a chamada fungibilidade 
entre as ações do controle abstrato de constitucionalidade. Para o 
Supremo Tribunal Federal, as ações do controle de constitucionalidade 
(ADI, ADC e ADPF) são fungíveis: ou seja, uma pode ser substituída pela 
outra, sem prejuízo ao pedido e à apreciação da ação. 
Assim, nos termos da jurisprudência da Corte, é possível a conversão da 
argüição de descumprimento de preceito fundamental em ação direta de 
inconstitucionalidade, diante da perfeita satisfação dos requisitos 
exigidos à propositura desta (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e 
pedido) e em observância ao princípio da fungibilidade. 
Nesse sentido, com base no princípio da fungibilidade, conheceu-se de 
argüição proposta como ação direta de inconstitucionalidade, ante a 
perfeita satisfação dos requisitos exigidos à sua propositura - 
legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido (ADI 4.180/DF, Rel. 
Min. Cezar Peluso, julgamento em 10/03/2010). 
Item errado. 
16) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE 
EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) Quem não tem legitimidade 
para propor ação direta de inconstitucionalidade não a tem para 
ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), razão 
pela qual prefeito municipal é parte ilegítima para propor ADPF. 
Isso mesmo! O rol de legitimados da ADI é o mesmo do rol de 
legitimados da ADPF. Não há legitimidade ativa em ADI para o prefeito 
municipal. 
Item certo. 
17) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF reconhece a prefeito 
municipal legitimidade ativa para o ajuizamento de arguição de 
descumprimento de preceito fundamental, não obstante a ausência 
de sua legitimação para a ação direta de inconstitucionalidade. 
 
 
 
 
 
 
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A assertiva está errada porque a argüição de descumprimento de 
preceito fundamental – ADPF só pode ser proposta por um dos 
legitimados pela Constituição para a ADI. Todas as ações do controle 
abstrato perante o STF têm os mesmos legitimados, que são os 
apontados no art. 103, I a IX, da Constituição. 
Item errado. 
4 – Representação de Inconstitucionalidade 
Já vimos, ao estudar a Organização do Estado, que há uma hipótese 
excepcional de afastamento temporário da autonomia de um ente 
federado para forçá-lo ao cumprimento da Constituição. Trata-se do 
processo de intervenção (CF, arts. 34 a 36). 
Assim, podemos considerar que também o processo de intervenção 
funciona como procedimento de controle de constitucionalidade. 
Interessa-nos nesse momento a chamada representação interventiva – 
em que o Poder Judiciário provê ação impetrada pelo Procurador-Geral 
da República (ou Procurador-Geral de Justiça) em duas hipóteses de 
intervenção provocada: ofensa aos princípios constitucionais sensíveis e 
recusa à execução de lei federal (CF/88, art. 36, III). 
Assim, você deve se lembrar de que, nessas duas situações (princípios 
sensíveis e aplicação de lei federal), a intervenção federal dependerá de 
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação 
interventiva do Procurador-Geral da República. 
Os princípios sensíveis estão enumerados no art. 34, VII, da 
Constituição Federal: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
Para a doutrina, essa hipótese de intervenção configura autêntica ação 
direta, motivo pelo qual, é conhecida como ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva – ADI Interventiva. 
A recusa à execução de lei federal é outra das hipóteses autorizadoras 
da intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (CF, art. 34, 
VI). Por sua vez, essa última hipótese de intervenção é conhecida como 
 
 
 
 
 
 
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ação de executoriedade de lei, uma vez que se objetiva compelir a 
observância de uma lei federal (e não diretamente da Constituição). 
De se observar que a ADI Interventiva consubstancia controle 
concentrado (no STF) diante de casos concretos cuja iniciativa é privativa 
do Procurador-Geral da República. 
No âmbito dos Estados-membros, a representação interventiva será 
proposta perante o Tribunal de Justiça para assegurar a observância de 
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução 
de lei, de ordem ou de decisão judicial (CF, art. 35, IV). 
A legitimação para propor a ação direta interventiva no Estado pertence 
exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça, Chefe do Ministério 
Público do Estado. 
Vamos finalizar o estudo do controle de constitucionalidade com algumas 
questões? 
18) (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) Sabe-se que 
a Constituição Federal sofre controle de diversas formas. Acerca do 
controle constitucional, é correto afirmar que 
a) é admitida a concessão de liminar em Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, por omissão. 
b) o ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade não se 
sujeita a prazos prescricional ou decadencial, vez que atosinconstitucionais não são suscetíveis de convalidação pelo decurso 
do tempo. 
c) o procedimento a ser seguido pela Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por omissão não é o mesmo da ação de 
inconstitucionalidade genérica. 
d) a Ação Direta de Inconstitucionalidade, em face de sua natureza e 
finalidade especial, é suscetível de desistência a qualquer tempo. 
e) na Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão é obrigatória 
a oitiva do Advogado-Geral da União, tendo em vista que qualquer 
ato impugnado deve ser defendido. 
A questão foi anulada pela Esaf (provavelmente por ter duas respostas e, 
talvez, também pela má redação da alternativa “C”). Vejamos cada uma 
das assertivas. 
Letra (A). A Lei nº 12.063/09 prevê expressamente a concessão de 
medida cautelar em ADI por omissão. Assim, em caso de excepcional 
urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar, após a 
audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão 
inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
 
 
 
 
 
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A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou 
do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na 
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, 
ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Assim, correta 
a questão. 
Letra (B). Não há prazo decadencial para a impetração de ADI, tendo em 
vista que a nulidade não se convalida. Assim, enquanto estiver em vigor, 
poderá a lei ser impugnada em sede de ADI. Logo, correta a questão. 
 Letra (C). Questão mal elaborada, no meu entender. Segundo a Lei 
9868/99, aplicam-se ao procedimento da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições legais 
da ADI genérica. Entretanto, apenas “no que couber”. De qualquer forma, 
a Esaf considerou errada a questão no gabarito preliminar (talvez 
também por isso a questão tenha sido anulada). 
Letra (D). Devido à natureza objetiva das ações do controle abstrato de 
constitucionalidade (não se busca tutela de interesses pessoais, 
subjetivos do autor), não se admite a desistência no âmbito de ADI (nem 
de outras ações do controle abstrato). Como esse interesse público 
protegido é indisponível não se admite a desistência. Logo, errada a 
assertiva. 
Letra (E). Inicialmente, entendia a jurisprudência do STF que não seria 
cabível a manifestação do Advogado-Geral da União em ADI por 
omissão. Entretanto, com a edição da lei 12.063/2009 esse entendimento 
está superado. De acordo com o § 2°, o relator poderá solicitar a 
manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser 
encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. De qualquer forma, a 
manifestação não é obrigatória. Daí, errada a questão. 
Gabarito: anulada. 
19) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Em nenhum caso, decisão 
administrativa de tribunais ou as normas do seu regimento interno 
podem ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. 
Regimentos e decisões administrativas dos tribunais do Poder Judiciário, 
que possuam conteúdo normativo, podem ser impugnados em ADI 
perante o STF. 
Item errado. 
20) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Em virtude de sua subordinação 
ao princípio da legalidade da administração, o chefe do Poder 
Executivo não está autorizado a determinar que seus subordinados 
deixem de aplicar leis, mesmo as que entender flagrantemente 
inconstitucionais. 
De acordo com o STF, o chefe do Executivo não está obrigado a dar 
aplicação à lei por ele considerada inconstitucional. 
 
 
 
 
 
 
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Caso ele entenda que a lei – federal, estadual ou municipal – é 
inconstitucional, poderá baixar ato determinando a seus órgãos e 
entidades subordinados que afastem a sua aplicação. 
Observe que essa decisão do chefe do Executivo não se reveste de 
definitividade. A parte que se sentir prejudicada com o afastamento da 
aplicação da lei poderá recorrer ao Poder Judiciário que, então, firmará 
posição sobre a validade (ou não) da lei. A partir daí, não pode mais o 
chefe do Poder Executivo deixar de aplicar a lei. 
Ademais, vale mencionar que essa é uma prerrogativa exclusiva do 
chefe do Poder Executivo. Em suma, não é dado ao servidor deixar de 
aplicar determinada norma por entendê-la inconstitucional. 
Trata-se de controle repressivo de constitucionalidade não-jurisdicional. 
Item errado. 
21) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) O Poder Legislativo está 
autorizado a aprovar lei em cujos dispositivos se declarem nulas e 
de nenhuma eficácia, por serem inconstitucionais, outras leis de sua 
autoria. 
Não pode o Poder Legislativo declarar a inconstitucionalidade de lei 
pretérita mediante nova lei de sua autoria. Para o STF, lei nesse sentido 
deve ser encarada como uma revogação (efeitos ex nunc). 
Item errado. 
22) (ESAF/AFRF/2005) Não há possibilidade de ser conhecida pelo 
Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade 
na qual se discute a constitucionalidade de um decreto. 
Um decreto de natureza autônoma (haurido diretamente da 
Constituição) poderá desrespeitar diretamente a Constituição. Nesse 
caso, seria possível a ADI. 
Por outro lado, um decreto de natureza meramente regulamentar não 
poderia ser impugnado em ADI. 
Item errado. 
(ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Considere o texto a seguir e julgue a 
assertiva a seguir frente às normas constitucionais vigentes. 
Na Constituição do Estado de São Paulo prevê-se que “fica 
assegurada a criação de creches nos presídios femininos e, às mães 
presidiárias, a adequada assistência aos seus filhos durante o período 
de amamentação” (art. 286). O Ministério da Saúde, na qualidade de 
autoridade competente para se manifestar sobre a duração ótima do 
aleitamento materno no Brasil, adotou o entendimento de que os 
Estados Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) devem 
fortalecer as atividades e elaborar novos critérios para proteger, 
promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo durante seis 
 
 
 
 
 
 
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meses, como recomendação de saúde pública mundial, tendo em 
conta as conclusões da reunião consultiva de especialistas da OMS 
sobre a duração ótima do aleitamento materno exclusivo. Os Estados 
também devem proporcionar alimentos complementares apropriados, 
junto com a continuação da amamentação até os dois anos de idade 
ou mais, fazendo ênfases nos canais de divulgação social desses 
conceitos a fim de induzir as comunidades a desenvolverem essas 
práticas (Organização Mundial da Saúde. Resolução WHA 54.2, par. 
2[4]. WHO, 2001). Dessa forma, a amamentação exclusiva até os seis 
meses e, a partir daí, complementada por outros alimentos, que serão 
introduzidos gradativamente, até os dois anos de idade da criança é 
medida de saúde pública (BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Política de Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Guia 
alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2002. [Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 107]. 
Disponível em 
<http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Guiaaliment.pdf>. Acesso: 
27 jan. 2009). No Estado de São Paulo, as crianças filhas de 
mulheres que cumprem pena privativa de liberdade em regime 
fechado são retiradas da companhia das respectivas mães cerca de 
dois meses antes de completarem seis meses de vida. 
23) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Se fosse inconstitucional, frente à 
Constituição Federal de 1988, o artigo 286 daConstituição do 
Estado de São Paulo não poderia ser atacado por ação direta de 
inconstitucionalidade por iniciativa do Governador do Estado. 
O poder constituinte derivado decorrente (poder atribuído aos estados-
membros para se auto-organizarem) não é ilimitado. Deve respeitar as 
regras e limitações impostas pela Constituição Federal. Assim, as 
normas de uma Constituição Estadual poderão sim ser impugnadas em 
sede de ADI, caso desrespeitem os princípios da Constituição Federal 
(CF, art. 25). 
Ademais, de acordo com o art. 103, V, os Governadores dos Estados ou 
do DF são legitimados a propor as ações de controle de 
constitucionalidade abstrato no Supremo. 
Item errado. 
24) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Se fosse inconstitucional, frente à 
Constituição Federal de 1988, o artigo 286 da Constituição do 
Estado de São Paulo poderia ser atacado por ação direta de 
inconstitucionalidade cuja competência originária para processar e 
julgar é do Tribunal de Justiça do Estado. 
Julgar as ações de controle abstrato frente à CF/88 é competência 
exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Ao TJ compete julgar a ADI 
quando o parâmetro é a Constituição do Estado (CE), pois a esse órgão 
 
 
 
 
 
 
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cabe a última palavra sobre a regularidade das leis locais – estaduais e 
municipais - frente à CE. 
Item errado. 
(ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Considere 
que, no Distrito Federal, tenha sido editada uma lei (Lei A) que 
determina que os donos de cachorro devem pagar certa taxa ao 
Governo local. Para efeitos desse problema, suponha que essa taxa 
seja incontroversamente constitucional. Essa lei esteve em vigor por 
anos, até que nova lei (Lei B) revogou a Lei A e ainda concedeu 
benefícios fiscais aos proprietários de cães. A nova lei é objeto, 
porém, de ação direta de inconstitucionalidade, na qual foi concedida 
liminar, suspendendo a sua execução, sem se declarar a partir de 
quando a liminar surtiria efeitos. Nesse caso, julgue os seguintes 
itens. 
25) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Depois da 
liminar e enquanto esta estiver em vigor, o Distrito Federal poderá 
cobrar dos donos de cachorro a quantia relativa à taxa que não foi 
paga durante o período em que esteve em vigor a Lei B. 
Calma! Vou explicar e você vai ver que não tem segredo esta questão. 
Aproveitarei esta e as próximas questões para abordar os efeitos da 
medida cautelar em ADI. 
Primeiramente, vejamos a ordem cronológica dos acontecimentos da 
situação hipotética apresentada na questão: 
I – Momento I: editada a Lei A → institui taxa; 
II – Momento II: editada a Lei B → revoga a Lei A e concede benefícios; 
III – Momento III: liminar em ADI contra a Lei B. 
(Faça isso em sua prova, pois às vezes esses esquemas/resumos da 
situação hipotética podem clarear os seus pensamentos...) 
A medida cautelar é concedida para assegurar a fruição de um direito 
requerido até a decisão de mérito da ADI. O primeiro detalhe que você 
deve lembrar é que os efeitos da liminar são, em regra, ex nunc. 
Com efeito, enquanto na decisão de mérito, em regra, os efeitos são 
retroativos (ex tunc), no caso das decisões liminares eles são pro futuro. 
Todavia, mesmo a medida liminar pode ter efeitos retroativos, caso a 
decisão expressamente lhe outorgue essa eficácia. 
No caso hipotético, a medida cautelar foi concedida sem a declaração 
sobre a eficácia temporal, o que significa que é o caso da regra geral: ex 
nunc. Assim, os efeitos são dali pra frente. É dizer, a Lei B torna-se 
inaplicável desde a medida liminar. 
Outro aspecto que você deve ter em mente é que a concessão de 
medida cautelar ainda tem efeito repristinatório em relação à lei 
 
 
 
 
 
 
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anteriormente revogada. Ou seja, no nosso caso hipotético, se a Lei B 
revogou a Lei A, a posterior decisão pela inconstitucionalidade em tese 
da Lei B, tem a força de tornar imediatamente aplicável a Lei A. Esse 
efeito ocorre não só nas decisões de mérito, como também nas medidas 
cautelares. 
No caso da nossa questão, o efeito repristinatório da Lei A pela medida 
liminar possibilita ao DF cobrar a taxa dali pra frente, pois não está mais 
em vigor a Lei B. Todavia, como os efeitos são devidos a partir da 
medida cautelar, o Distrito Federal não poderá cobrar dos donos de 
cachorro a quantia relativa à taxa que não foi paga durante o período em 
que esteve em vigor a Lei B. Com efeito, os efeitos da Lei B continuam 
válidos naquele período entre a sua edição e a concessão da liminar pelo 
STF. 
Daí o erro da questão. O DF não poderá cobrar a taxa relativa ao período 
em que esteve em vigor a Lei B. 
Item errado. 
26) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Enquanto a 
liminar estiver em vigor, a Câmara Distrital não poderá editar outro 
diploma sobre o assunto da taxação dos donos de cachorro. 
Como explicado na questão anterior, com a medida liminar a lei deixa de 
ter aplicabilidade a partir da sua concessão, pelo menos até o julgamento 
de mérito. Isso porque a liminar em ADI tem o efeito de suspender a 
aplicação da lei temporariamente. 
Ou seja, concedida a liminar, até a decisão de mérito, a lei perde seus 
efeitos. Junto a isso, suspendem-se os julgamentos de todos os 
processos em curso que envolvam a aplicação dessa lei agora 
impugnada. 
Todavia, o Poder Legislativo não fica impedido de editar novas leis sobre 
aquele assunto, pois, conforme vimos, a força vinculante das decisões 
do STF não alcança o Poder Legislativo, no tocante à sua função 
legislativa. 
Item errado. 
27) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Distrito 
Federal, depois da liminar do STF e enquanto esta estiver em vigor, 
não poderá cobrar a taxa dos proprietários de cachorro, mas 
tampouco esses poderão invocar, em tempo algum, o benefício 
fiscal previsto na Lei B. 
Nesta questão, a Esaf está querendo ver se o candidato conhece esse 
efeito repristinatório da decisão liminar do STF em ADI. Ou seja, após a 
liminar, suspensa a Lei B, torna-se aplicável novamente a Lei A. Por 
decorrência, pode o DF cobrar a taxa dos proprietários de cachorro. 
 
 
 
 
 
 
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Há ainda outro erro na questão. Como visto, permanecem válidos os 
efeitos da Lei B no período compreendido entre a sua edição e a 
concessão da liminar. Afinal de contas, a liminar foi concedida com 
efeitos ex nunc. 
Assim, os proprietários poderão exigir o benefício fiscal previsto na Lei B 
referente àquele intervalo de tempo. 
Item errado. 
28) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Depois da 
concessão da liminar, os donos de cachorro estão sujeitos ao 
pagamento da taxa prevista na Lei A. 
Como visto e exaustivamente comentado, concedida a liminar, torna-se 
aplicável a Lei A (efeito repristinatório). Assim, poderá o DF cobrar 
novamente a taxa sobre os proprietários de cachorro. 
Item certo. 
29) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Se, no 
julgamento do mérito da ação direta de inconstitucionalidade, o 
Supremo Tribunal Federal vier a afirmar a constitucionalidade da lei 
que concedeu o benefício fiscal, esse benefício não poderá ser 
exigido durante o período em que a cautelar esteve em vigor. 
A decisão de mérito em sede de ADI, ao contrário da medida cautelar, 
tem, em regra, efeitos ex tunc (retroativos). 
Assim como a decisão pela inconstitucionalidade com efeitos retroativos 
implica o reconhecimento da invalidade da Lei desde a sua edição, a 
decisão do STF pela constitucionalidade da Lei B com efeitosex tunc 
opera os efeitos desde a origem. Nesse sentido tornam-se válidos e 
devidos os benefícios fiscais concedidos por ela. 
Não custa reforçar que o STF poderia, por dois terços de seus membros, 
modular no tempo esses efeitos da sua decisão. 
Bom, se for o caso dê uma lida no caso e nessas últimas cinco questões 
todas de novo. Se você conseguir compreender, significa que está em 
altíssimo nível! 
Item errado. 
30) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O 
poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado 
na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível 
de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. 
Como visto, as normas constitucionais decorrentes da atuação do poder 
constituinte derivado reformador são passíveis de controle de 
constitucionalidade abstrato ou na via incidental. Isso pode ocorrer tanto 
no que diz respeito ao aspecto material quanto no que se refere ao 
aspecto formal. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
31) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Uma ação 
direta de inconstitucionalidade proposta pelo Governador do Distrito 
Federal perante o Supremo Tribunal Federal deve necessariamente 
ser assinada por Procurador do Distrito Federal. 
Para ser cabível ADI proposta pelo Governador do DF, não há 
necessidade de assinatura por parte do Procurador do Distrito Federal. 
Dentre todos os legitimados pelo art. 103 da Constituição Federal, 
apenas os legitimados dos incisos VIII (partido político com 
representação no Congresso Nacional) e IX (confederação sindical ou 
entidade de classe de âmbito nacional) necessitam de advogado para a 
propositura das ações. 
Os demais legitimados podem propor diretamente as ações sem 
nenhuma representação, mesmo não sendo advogados habilitados pela 
OAB. Ademais, o STF entende que estes legitimados (art. 103, I a VII) 
podem, no curso do respectivo processo abstrato, praticar diretamente 
todos os atos ordinariamente privativos de advogados. Poderão eles, por 
exemplo, opor embargos de declaração em face da decisão de mérito do 
STF em ADI, sem necessidade de advogado para tal. 
Item errado. 
32) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O direito 
brasileiro não conhece instrumento apto para que o Judiciário 
pronuncie a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição em 
vigor, por ser tal lei infringente da Constituição que estava em vigor 
quando editada. 
Veja como é cheio de detalhes o estudo do controle de 
constitucionalidade! 
É certo que uma norma editada em 1980 (Lei A) pode ser objeto de 
controle de constitucionalidade tanto frente à Constituição de 1967, 
quanto frente à Constituição de 1988. 
Quanto ao primeiro caso, imagine que, na vigência da Constituição de 
1988, uma pessoa acione o Poder Judiciário para discutir determinada 
causa. Imagine ainda que, incidentalmente a essa causa, esteja em 
discussão a constitucionalidade da Lei A, tendo como parâmetro a 
Constituição de 1967 (que estava em vigor quando a norma foi editada). 
Observe que nesse caso haverá controle de constitucionalidade da 
norma frente àquela Constituição (pretérita). Todavia, esse controle se 
dará no âmbito do controle de constitucionalidade por via de exceção. A 
pronúncia do Judiciário pela inconstitucionalidade da lei terá seus efeitos 
restritos àquele processo em discussão. 
Outra situação diferente ocorreria no caso de a mesma Lei A (editada em 
1980) ser impugnada frente à Constituição de 1988. Nesse caso, esse 
 
 
 
 
 
 
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controle poderia ocorrer não só no âmbito do controle de 
constitucionalidade por via de exceção, diante de um caso concreto. Com 
efeito, o controle do direito pré-constitucional é possível de ocorrer, 
também, no âmbito do controle abstrato de constitucionalidade, em sede 
de ADPF. 
A diferença é que, nesse último caso, a pronúncia do STF não será pela 
constitucionalidade/inconstitucionalidade da lei. Será pela recepção ou 
revogação da lei pela Constituição atual. 
Assim, a assertiva está errada. Como vimos, o Judiciário pode pronunciar 
a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição em vigor, tendo 
como parâmetro a Constituição pretérita, desde que no controle concreto. 
Item errado. 
(ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Suponha que 
uma lei distrital seja objeto de ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e julgue os seguintes 
itens. 
33) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A decisão 
do Tribunal de Justiça pela inconstitucionalidade da lei não obsta a 
que o Supremo Tribunal Federal, em ação direta de 
inconstitucionalidade ajuizada depois do julgamento do Tribunal de 
Justiça, entenda que a lei é válida. 
Para resolver questões como esta, você deve lembrar que o controle de 
constitucionalidade abstrato pode ocorrer tanto frente à Constituição 
Federal, quanto frente à Constituição Estadual ou Lei Orgânica do DF 
(que tem natureza de Constituição Estadual). 
Tendo como parâmetro a Constituição Federal, o controle abstrato se dá 
perante o Supremo Tribunal Federal. Se o parâmetro for a Constituição 
Estadual (ou a Lei Orgânica do DF), o controle abstrato é realizado pelo 
Tribunal de Justiça. 
Assim, são coisas diferentes, duas dimensões distintas de controle de 
constitucionalidade abstrato: impugnar a lei com base na Constituição 
Estadual e impugná-la em face da Constituição Federal. 
Assim, uma lei estadual pode ser constitucional frente à Constituição 
Estadual e inconstitucional frente à Constituição Federal, e vice-versa. 
O que você deve saber é que a lei deve respeitar as duas: tanto a 
Constituição Estadual, quanto a Constituição Federal. E, caso seja 
declarada inconstitucional frente a qualquer uma delas, no âmbito de 
uma ação do controle abstrato, a lei estará automaticamente expurgada 
do sistema jurídico. 
Assim, declarada a inconstitucionalidade de uma lei por decisão do TJ, 
em sede de ADI, a lei deixa de existir. Sendo assim, não há mais o que 
se discutir no STF. 
 
 
 
 
 
 
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Ao contrário, a lei declarada constitucional pelo TJ subsiste e, assim, 
poderá ser impugnada em outra ADI perante o STF. Não para que o 
Supremo reveja a decisão do TJ, mas para que aprecie a validade da lei 
frente à Constituição Federal. 
O mesmo acontece se a lei, em primeiro lugar, for declarada 
constitucional pelo STF no controle abstrato. Ainda poderá o TJ apreciar 
sua constitucionalidade tendo a Constituição Estadual como parâmetro, 
haja vista que tal lei pode não desrespeitar a Constituição Federal, mas 
desrespeitar dispositivo específico (autônomo) da Constituição Estadual. 
Diante disso, a questão está errada, já que, com a decisão do TJ pela 
inconstitucionalidade em controle abstrato, a norma deixa de existir, não 
havendo mais que se falar impugná-la perante o STF. 
Item errado. 
34) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A lei 
declarada pelo Tribunal de Justiça como válida, em sede de controle 
abstrato, não poderá, mais tarde, ser declarada inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal em sede de controle incidental. 
Pelo que vimos na última questão, podemos constatar que as leis e atos 
normativos estaduais estão sujeitos a duas dimensões do controle 
abstrato: um perante o STF e outro perante o TJ. 
Na situação hipotética, a lei foi declarada constitucional perante a Lei 
Orgânica do DF (que tem natureza de Constituição Estadual). Pode 
ainda o STF posicionar-sepela inconstitucionalidade da lei frente à 
Constituição Federal em sede de ADI, ou mesmo na via incidental. Daí o 
erro da questão. 
Item errado. 
35) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Mesmo 
que a lei já tenha sido, anteriormente, declarada constitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal em controle abstrato, não é impossível 
que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal venha a declarar essa 
mesma lei inválida em ação de controle abstrato a ele submetida. 
A questão reproduz o que comentei nas questões anteriores. Caso o STF 
entenda a lei constitucional frente à CF, poderá ainda o TJ apreciar a 
lei, declarando-a constitucional ou inconstitucional frente à Lei Orgânica 
do DF, por ofensa a dispositivo específico (autônomo) desta. 
Item certo. 
36) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Supremo 
Tribunal Federal não tem competência para afirmar a 
inconstitucionalidade de emenda à Constituição votada segundo o 
procedimento estabelecido pelo poder constituinte originário. 
Questão repetida da Esaf. As emendas constitucionais podem ser objeto 
tanto de controle em tese (abstrato) quanto de controle incidental, 
 
 
 
 
 
 
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mesmo que tenham respeitado as regras procedimentais para sua 
aprovação. 
É o que ocorrerá caso, por exemplo, determinada emenda venha a 
instituir no Brasil a forma unitária de Estado, em substituição à 
Federação. Será cabível a declaração de inconstitucionalidade dessa 
emenda por desrespeito a uma limitação material expressa ao poder 
constituinte derivado (cláusulas pétrea), prevista no art. 60, § 4º, I, da 
Constituição Federal. 
Item errado. 
37) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Assinale a 
opção correta. 
a) Em respeito ao pacto federativo, a Constituição prevê a 
possibilidade de adoção pelos Estados-Membros e pelo Distrito 
Federal da Ação Declaratória de Constitucionalidade, da Ação Direta 
de Inconstitucionalidade por Omissão e da Ação por 
Descumprimento de Preceito Fundamental, desde que respeitados 
os princípios gerais nela traçados para cada uma dessas ações. 
b) A Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para a 
propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
c) Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não é 
admissível a figura do amicus curiae em sede de Ação por 
Descumprimento de Preceito Fundamental. 
d) A perda da representação do partido político junto ao Congresso 
Nacional implica na perda da capacidade postulatória, com 
conseqüente extinção, sem resolução do mérito, da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade anteriormente proposta. 
e) O Supremo Tribunal Federal não reconhece a legitimidade ativa 
das chamadas associação de associações para fins de ajuizamento 
da Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
A alternativa “a” está errada, porque a Constituição Federal prevê 
expressamente a possibilidade de os estados-membros instituírem 
somente a ação direta de inconstitucionalidade de leis e atos normativos 
estaduais e municipais em face da Constituição Estadual (art. 125, § 2º). 
Não há, no texto constitucional, previsão para a instituição das outras 
ações do controle abstrato pelos estados-membros, embora, atualmente, 
tenha se firmado o entendimento de que eles poderão também instituí-
las. 
Outro erro dessa alternativa é mencionar o Distrito Federal como 
autorizado a adotar as citadas ações diretas, haja vista que este ente 
federativo não dispõe de competência para legislar sobre o Poder 
Judiciário. Com efeito, cabe à União organizar e manter o Poder 
Judiciário do Distrito Federal (CF, art. 21, XIII). Logo, caberá à União (e 
 
 
 
 
 
 
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não ao Distrito Federal) instituir o controle abstrato no âmbito do Distrito 
Federal. 
A alternativa “b” está certa, pois a Mesa do Congresso Nacional não 
figura dentre os legitimados à propositura da ação direta de 
inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, I 
a IX). Podem propor ação direta perante o Supremo Tribunal Federal a 
Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa do Senado Federal, a Mesa de 
Assembléia Legislativa e a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal – mas não a Mesa do Congresso Nacional. 
A alternativa “c” está errada, pois a figura do amicus curiae (amigos da 
Corte: terceiros não legitimados que atuarão como informantes, 
colaboradores perante o STF) é admitida em todas as ações do controle 
abstrato (ADI, ADC e ADPF), bem assim no controle incidental, em 
recurso extraordinário. 
A alternativa “d” está errada, porque, segundo a jurisprudência do STF, o 
fato de o partido político supervenientemente perder a sua representação 
no Congresso Nacional não implica prejuízo à ação direta de 
inconstitucionalidade anteriormente proposta, em momento em que ele 
possuía representação legislativa. 
A alternativa “e” está errada, porque a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal passou a admitir a legitimidade ativa das chamadas 
“associações de associações” (associações que só possuem como 
associados pessoas jurídicas) para a instauração do controle abstrato. 
Gabarito: “b” 
38) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Por meio da 
ação direta de inconstitucionalidade não é possível declarar a 
invalidade de uma lei anterior à atual Constituição, sob o 
fundamento de que tal lei violara a Constituição em vigor ao tempo 
da sua edição, mas é possível a declaração da inconstitucionalidade 
dessa mesma lei, por ser materialmente incompatível com a nova 
Constituição. 
No controle abstrato de constitucionalidade, o parâmetro é sempre a 
Constituição atual, em vigor. 
Assim, não é cabível questionar uma norma, em abstrato, frente à 
Constituição pretérita. Esse controle só é possível na via incidental, 
diante de caso concreto. 
É de se destacar, ainda, que, para ser impugnável em sede de ADI, a 
norma deve ter sido editada após a Constituição de 1988 e estar em 
vigor. Já em sede de ADPF, pode-se questionar o direito pré-
constitucional, desde que se esteja apreciando sua validade frente à 
Constituição em vigor. 
 
 
 
 
 
 
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Diante disso, observe que não há problemas com a primeira parte da 
assertiva. Mas, na segunda parte há um erro, tendo em vista que não 
será cabível ADI em face do direito pré-constitucional. 
Item errado. 
39) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A concessão de 
liminar em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade, como 
regra, implica na suspensão do ato normativo impugnado até 
decisão final de mérito pelo Supremo Tribunal Federal. 
Em sede de ADI, o que se pede ao Supremo é que declare a 
inconstitucionalidade da lei ou ato impugnado. Assim, caso haja 
plausibilidade jurídica do pedido e perigo na demora, pode o Supremo 
conceder liminarmente o que está sendo solicitado, até a decisão de 
mérito. Nesse sentido, concedida a liminar, estará suspensa a lei 
impugnada, bem como todos os julgamentos em que ela estiver sendo 
debatida. 
Todavia, em sede de ADC, o que se pleiteia é a declaração de 
constitucionalidade da lei. Assim, não faz sentido que a concessão de 
medida cautelar ao autor tenha por efeito a suspensão da lei ou ato, já 
que o que se pede é exatamente o contrário. Por isso, como efeito da 
concessão da liminar suspende-se não a lei, mas apenas os julgamentos 
dos processos que envolvam a sua aplicação. 
Item errado. 
40) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É possível a declaração de 
inconstitucionalidade de norma editada antes da atual Constituição e 
que tenha desrespeitado,sob o ponto de vista formal, a Constituição 
em vigor na época de sua edição, ainda que referida lei seja 
materialmente compatível com a vigente CF. 
Algumas questões desse assunto devem ser resolvidas observando a 
divisão temporal dos eventos. Vejamos essa assertiva do Cespe com um 
exemplo. 
A situação que ela apresenta é como se estivéssemos hoje, em 2010, 
analisando a compatibilidade formal de uma lei editada em 1970 com a 
Constituição de sua época (Constituição de 1969). 
O controle de constitucionalidade é muito rico! Há vários aspectos a 
serem considerados apenas com esse pequeno exemplo. Vou mencioná-
los como forma de revisão... Vamos lá? 
I) Como vimos, a inconstitucionalidade pode ser material ou formal. No 
caso da questão o vício na norma decorre do desrespeito à forma (por 
exemplo, uma lei ordinária que disponha sobre assunto reservado à lei 
complementar, segundo a regra da Constituição de sua época). 
II) No Brasil, não há a chamada inconstitucionalidade superveniente. É 
dizer, a inconstitucionalidade de uma lei só pode ser verificada frente à 
 
 
 
 
 
 
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Constituição de sua época. Alguns alunos podem pensar: “mas eu 
aprendi que a ADPF serve também para verificar a compatibilidade de 
uma norma anterior à CF/88 frente à própria Constituição de 1988”... Se 
você pensou isso, você está certo! É isso mesmo! Mas esse confronto se 
resolve pela recepção (se a lei antiga for compatível com a CF/88) ou 
revogação (se a lei antiga for incompatível com a CF/88), e não pela 
constitucionalidade ou inconstitucionalidade. 
III) De qualquer forma, é possível analisar hoje se uma lei é compatível 
com a Constituição de sua época, a fim de se verificar se naquele tempo 
ela tinha um vício de inconstitucionalidade. Entretanto, essa análise se 
dará apenas no âmbito do controle concreto, incidentalmente. 
IV) Observe, por fim, que para se analisar a compatibilidade de uma lei 
frente à Constituição de sua época, tanto os aspectos materiais 
quanto os formais são analisados. Ao contrário, na análise de 
compatibilidade entre uma lei pré-constitucional e a Constituição 
atual, só interessam os aspectos materiais. 
Assim, é cabível a avaliação da compatibilidade do direito pré-
constitucional tanto em confronto com a Constituição de sua época, 
como também em confronto com a Constituição atual. No nosso 
exemplo, a lei de 1970 poderia ser examinada pelo Poder Judiciário, 
hoje, tanto em confronto com a Constituição de sua época (CF/1969), 
quanto em confronto com a Constituição vigente hoje (CF/1988). 
No confronto com a Constituição de 1969, o Poder Judiciário examinará 
as compatibilidades material e formal, decidindo pela 
constitucionalidade ou pela inconstitucionalidade da lei. Como 
comentado, esse controle poderia se dar apenas no controle incidental, 
diante de casos concretos. 
No confronto com a Constituição de 1988, o Poder Judiciário examinará 
somente a compatibilidade material, decidindo pela recepção ou 
revogação. Esse controle pode se dar não só em sede de controle 
concreto, mas também por meio de Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF). 
Em suma, independentemente da compatibilidade material com a 
Constituição atual, aquela norma pré-constitucional poderá sim ser 
declarada inconstitucional hoje frente à Constituição de sua época, desde 
que no controle concreto. 
Item certo. 
41) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) Segundo entendimento do 
STF, excepcionalmente, é possível a modulação dos efeitos das 
decisões proferidas em sede de controle difuso de 
constitucionalidade, o que representa uma flexibilização do princípio 
da nulidade no controle de constitucionalidade. 
Ótima assertiva! É isso mesmo. 
 
 
 
 
 
 
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Tendo em vista o princípio da supremacia da Constituição, a regra é a 
aplicação do princípio da nulidade da lei declarada inconstitucional (ou 
seja, a declaração de inconstitucionalidade produziria efeitos retroativos, 
ex tunc). 
Entretanto, em homenagem aos princípios da segurança jurídica, do 
interesse social e da boa fé, tem-se admitido a modulação dos efeitos 
temporais da decisão, o que permite uma adequação dos seus efeitos à 
realidade fática. 
Com isso, podemos considerar que a jurisprudência desenvolveu uma 
flexibilização da rigidez da teoria da nulidade (entendimento positivado 
pelo art. 27 da Lei 9.868/99, já apresentado aqui). E, como comentando, 
essa flexibilização poderá ser realizada pelo STF tanto no controle 
abstrato, quanto no controle incidental. 
Item certo. 
42) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Compete originariamente 
ao STF julgar a ADI ajuizada em face de lei ou ato normativo do DF, 
praticado no exercício de sua competência estadual ou municipal. 
Assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é fácil... Em ADI, o 
STF aprecia leis e atos normativos federais e estaduais. Já a ADC não 
admite lei ou ato normativo estadual como seu objeto, mas somente 
leis ou atos normativos federais (CF, art. 102, I, a). 
O DF acumula as competências estaduais e municipais. Pois bem, sendo 
assim, será cabível ADI de leis ou atos normativos distritais apenas no 
exercício da sua competência estadual. 
Item errado. 
43) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE 
EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) O STF, por decisão de dois 
terços de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar 
na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na 
determinação de que os juízes e os tribunais suspendam o 
julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato 
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
A medida cautelar ou liminar será concedida mediante voto da maioria 
absoluta dos ministros do Supremo, havendo necessidade da presença 
de pelo menos oito ministros na seção. 
Pois é, a questão foi considerada errada pelo Cespe, já que menciona 
quorum de dois terços quando a lei exige maioria absoluta. O estranho é 
que se é possível conceder-se cautelar com voto da maioria absoluta, é 
também possível que essa medida seja concedida com quorum de dois 
terços, que é superior, você não acha? 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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44) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/AC/2008) 
Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a opção correta. 
a) O advogado-geral da União não pode atuar na ação direta de 
inconstitucionalidade. 
b) A decisão que declarar a inconstitucionalidade de uma lei estadual, 
no controle concentrado, não vincula a assembléia legislativa que a 
aprovou, que pode, por isso, editar nova lei com idêntico teor. 
c) A decisão de declaração de inconstitucionalidade no controle 
concentrado vincula, inclusive, o STF. 
d) Os efeitos da decisão de declaração de inconstitucionalidade, no 
controle concentrado, em geral, não retroagem. 
e) A decisão de declaração de inconstitucionalidade, no controle 
concentrado, não vincula o estado-membro, que pode continuar a 
aplicar a lei. 
A alternativa “a” está errada, pois o Advogado-Geral da União atua sim 
na ADI, segundo sua função de defensor da norma impugnada, em nome 
do princípio de presunção da constitucionalidade das leis. 
Ao contrário do procedimento em sede de ADI, essa manifestação do 
Advogado-Geral da União não ocorre na ADC, uma vez que, nessa ação, 
o autor busca a declaração de constitucionalidade, não havendo 
necessidade de defesa da norma em questão. 
A alternativa “b” está correta, pois o efeito vinculante da decisão em 
controle concentrado não se estende

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