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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 11 - Controle da Constitucionalidade – Parte 2. Atividade Econômica do Estado. Princípios das Atividades Econômicas. Sistema Financeiro Nacional. Princípios constitucionais da Seguridade Social. Financiamento da Seguridade Social. Bom dia! Finalmente chegamos à nossa última aula! E aí, será que o curso te agradou? Espero que sim. Para mim, particularmente, muito bom poder ministrar esse curso. Ao contrário de um curso de questões comentadas, o curso de teoria (como este que se encerra hoje) exige muito mais do professor. Posso dizer que fiquei contente ao observar que, de certa forma, fui capaz de ajudar na preparação de tantas pessoas. Se você tiver gostado do meu trabalho, quero mencionar que nas próximas semanas lançarei um livro de “Questões discursivas de Direito Constitucional comentadas”, pela editora Método (Grupo Gen, dentro do Selo Vicente e Marcelo). Espero que aprecie. Hoje, encerraremos o estudo do controle de constitucionalidade das leis e, logo a seguir, passarei a apresentar novos temas (incluídos após o início do curso, por solicitação dos alunos). Assim, além do escopo, veremos os princípios da ordem econômica, o sistema financeiro nacional, bem como os princípios constitucionais da seguridade social. Veja o conteúdo da Aula de hoje 1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade 1.1 – Requisitos e objeto 1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União 1.3 – Medida cautelar 2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 2.1 – Objeto 2.2 – Medida cautelar 2.3 – Efeitos da decisão 2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União 3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental 4 – Representação de Inconstitucionalidade 5 – Ordem Econômica e Financeira - Princípios 5.1 – Atividade econômica do Estado 5.2 – Sistema Financeiro Nacional 6 – Ordem Social e Seguridade Social CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 2 www.pontodosconcursos.com.br 6.1 – Princípios constitucionais da seguridade social 6.2 – Financiamento da Seguridade Social 7 – Exercício de fixação Terminamos a aula passada falando da ADI. Hoje veremos as demais ações do controle abstrato. Entretanto, como você poderá observar, diversos aspectos são semelhantes entre as ações. E a essência mesmo já foi tratada na aula passada. Assim, chamarei a sua atenção para determinados aspectos em que as outras ações do controle abstrato diferem da ADI. Boa aula! 1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade A boa notícia é: quem entendeu a ADI não terá a mínima dificuldade para entender a ADC! É que podemos dizer que a ADC é a irmã mais nova da ADI... Assim, a Constituição prevê a ação declaratória de constitucionalidade – ADC, criada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993 para o reconhecimento da constitucionalidade de uma norma federal (estadual não). Trata-se de ação de mesma natureza da ADI, uma vez que: I) também é ação do controle abstrato (de natureza objetiva e de competência do STF); II) tem os mesmos legitimados da ADI; III) seus efeitos têm o mesmo alcance dos efeitos da ADI (erga omnes, ex tunc, efeito vinculante e repristinatório). É também cabível a manipulação desses efeitos pelo STF, caso a ação resulte na inconstitucionalidade da lei. O que as diferencia essencialmente é que na ADC o que se pede é a pronúncia de constitucionalidade da norma (e não de inconstitucionalidade). Interessante observar que, por isso, a ADC é considerada a ADI de sinal trocado. Assim, se o Presidente da República entrasse com uma ADI contra a “Lei da Ficha Limpa”, o que ele estaria pleiteando? A declaração de invalidade, de inconstitucionalidade da lei! De outro lado, caso ele impetrasse uma ADC, qual seria seu pleito? A declaração de validade, de constitucionalidade da lei! Nesse sentido, no caso da ADC: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 3 www.pontodosconcursos.com.br - se a ADC é julgada procedente, estará sendo declarada a constitucionalidade da norma impugnada; - se a ADC é julgada improcedente, estará sendo declarada a inconstitucionalidade da norma impugnada. Daí seu caráter dúplice ou ambivalente (como o da ADI), uma vez que surte efeitos num e noutro sentido (tanto na procedência, quanto na improcedência). A ADC tem cabimento em situações nas quais esteja ocorrendo controvérsia judicial sobre a validade de determinadas normas, resultando em decisões antagônicas. Nesse caso, um dos legitimados pela Constituição poderá propor uma ação declaratória de constitucionalidade perante o STF, para que o Tribunal decida sobre a constitucionalidade da norma, terminando, definitivamente, com a controvérsia entre os juízos inferiores. De se destacar que, devido à semelhança entre as ações, quase tudo que foi mencionado em relação à ADI aplica-se à ADC. Tratarei dos aspectos em que elas se diferenciam. Assim, no que se refere a decadência, amicus curiae, desistência e ação rescisória, são plenamente aplicáveis à ADC as regras estudadas em relação à ADI. 1.1 – Requisitos e objeto Para a propositura da ação declaratória de constitucionalidade é imprescindível que o autor comprove a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação, conforme previsto na Lei nº 9.868/99, art. 14, III. Isso significa que só será legítima a propositura da ADC se o autor comprovar esse requisito. Assim, se o STF entender que o autor não comprovou a existência de controvérsia judicial relevante, a ação não será conhecida. Observe que se trata de controvérsia judicial relevante. Segundo o STF a mera divergência doutrinária não é suficiente para autorizar a propositura de ADC. No que tange ao objeto, é interessante observar que as mesmas considerações feitas para a ADI aplicam-se aqui. Mas há uma diferença substancial entre o objeto dessas ações. Alíás, trata-se de assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é fácil... Em ADI, o STF aprecia leis e atos normativos federais e estaduais. Já a ADC não admite lei ou ato normativo estadual como seu objeto, mas somente leis ou atos normativos federais (CF, art. 102, I, a). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 4 www.pontodosconcursos.com.br Assim, de acordo com o art. 102, I, “a”: I – é cabível ADI para leis e atos normativos federais ou estaduais; e II – é cabível ADC apenas para leis ou atos normativos federais. Então vai uma pergunta sobre o DF, continuando aquele exemplo lá da outra aula, em que a Câmara Legislativa do DF aprove duas leis: uma sobre IPTU (imposto de competência municipal) e outra sobre ICMS (imposto de competência estadual). Qual dessas leis poderia ser impugnada no Supremo em sede de ADC? Você acertou se respondeu: “nenhuma das duas”, tendo em vista que o STF só julga ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos federais. 1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado- Geral da União A manifestação do Procurador-Geral da República é obrigatória, pois a Constituição Federal determina que ele será ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF (CF, art. 103, § 1º). Entretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de citação do Advogado- Geral da União no processo de ADC, pois o seu papel, no controle em abstrato, é defender a norma impugnada, e nessa ação não há norma legal impugnada a ser defendida. Você develembrar que nessa ação o autor requer a declaração de constitucionalidade da norma. 1.3 – Medida Cautelar O STF poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, da mesma forma que na ADI, por decisão da maioria absoluta de seus membros. Como você sabe, os pedidos em ADI e ADC são distintos. Enquanto na primeira objetiva-se a declaração de inconstitucionalidade da lei, na segunda visa-se à confirmação de sua constitucionalidade. O mesmo raciocínio deve ser utilizado para se distinguir os efeitos da cautelar em ADI e ADC. Em sede de ADI, a concessão de cautelar acarreta: (i) a suspensão da eficácia da norma; (ii) a suspensão do julgamento de processos envolvendo sua aplicação; e (iii) a repristinação (ou o retorno da eficácia) da legislação anterior, que tinha sido revogada. Por outro lado, se na ADC o pedido é pelo reconhecimento da validade da norma, não faz sentido que a cautelar resulte na suspensão de sua eficácia. Assim, o efeito da cautelar em ADC será o de suspensão dos CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 5 www.pontodosconcursos.com.br processos judiciais e julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação. Concedida a medida cautelar, deverá o STF proceder ao julgamento da ação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de perda de sua eficácia. Assim como na ação direta, a concessão da medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Federal, nas esferas federal, estadual e municipal. Ademais, como na ação direta, a medida cautelar em ação declaratória produzirá efeitos ex nunc, mas o STF poderá conceder-lhe efeitos retroativos (ex tunc), desde que o faça expressamente. Vamos dar uma olhada em alguns exercícios. 1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) As decisões de mérito do Supremo Tribunal Federal, tanto na ação direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de constitucionalidade, possuem efeito vinculante para os demais tribunais e para a Administração Pública, independentemente de a decisão ser sumulada pela Corte. De fato, as decisões de mérito do STF na ADI e na ADC possuem efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal (art. 102, § 2º). Item certo. 2) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Todos os legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal também o são para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade perante a mesma Corte. A EC nº 45/2004 igualou a legitimação ativa em todas as ações do controle abstrato perante o STF. Logo, os legitimados enumerados no art. 103, I a IX, da Constituição podem propor todas as ações do controle abstrato perante o STF (ADI, ADO, ADC e ADPF). Item certo. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Suponha que uma lei distrital, sancionada pelo Governador, que limita o horário de funcionamento do comércio varejista em Brasília, seja objeto de dúvidas quanto à sua constitucionalidade. A esse propósito, julgue os seguintes itens. 3) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Se estiver convencido da constitucionalidade da lei, o Governador do Distrito Federal poderá ajuizar ação declaratória de constitucionalidade perante o STF, desde que comprove, com a inicial, que há decisões judiciais divergentes sobre a constitucionalidade da lei. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 6 www.pontodosconcursos.com.br De acordo com a assertiva, haverá a necessidade de se comprovar a existência de decisões judiciais divergentes sobre a constitucionalidade das leis. Isso realmente é um dos pressupostos da ação declaratória de constitucionalidade. Afinal de contas, a natureza da atividade do STF é de prestação jurisdicional e não de mero órgão de consulta sobre a validade das leis ou atos que nem sequer estejam sendo questionados. Por outro lado, a questão está ERRADA, pois, como vimos, cabe ADC apenas sobre leis e atos federais. Assim, não seria cabível essa ação sobre uma lei distrital. Item errado. 4) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Governador do Estado de Goiás poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade contra essa lei perante o STF, desde que comprove, com a inicial, que a lei afeta de modo negativo os interesses de Goiás na região do entorno de Brasília. Os governadores classificam-se como legitimados especiais: aqueles que devem cumprir o requisito da pertinência temática para o cabimento da ação. É dizer: para o Governador de Goiás ter interesse de agir nessa ação, ele deve demonstrar que a lei afeta de algum modo os interesses de seu estado. Entretanto, a questão está ERRADA. E aí, percebeu o porquê? Muito inteligente esta questão! Vou dar uma dica: não será cabível ADI perante o STF contra essa lei. Dê uma olhada no enunciado e descubra o porquê. Como já comentamos, somente podem ser impugnadas em ADI perante o STF leis e atos federais ou estaduais. Assim, as leis e atos distritais só poderão ser objetos de ADI perante o STF caso sejam editadas pelo DF no exercício de sua competência estadual. Não é o que ocorre na questão em tela: observe que tratar de horário de funcionamento do comércio varejista é assunto de interesse local, de competência dos municípios. Isso faz com que leis distritais versando sobre esse tema não possam ser impugnadas em sede de ADI perante o STF. Show de bola! E parabéns se você acertou. Se errou, melhor, pois aprendeu agora (e não errará na prova). Item errado. 5) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Qualquer partido político com representação no Congresso Nacional poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade contra tal lei perante o CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 7 www.pontodosconcursos.com.br Supremo Tribunal Federal, independentemente de demonstração de interesse na solução da causa. Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional são legitimados universais para a propositura de ADI perante o STF. Assim, não necessitam demonstrar interesse ou pertinência temática com a norma que está impugnando. Entretanto, a questão está ERRADA, pois, como vimos, essa norma não poderia ser objeto de ADI perante o STF, já que se trata de lei distrital no exercício da competência municipal. Item errado. 6) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Uma associação de lojistas, mesmo que não abranja todos os comerciantes prejudicados com a lei, mas que comprove ter caráter nacional, poderá ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade contra a lei perante o Supremo Tribunal Federal. Para que as associações possam ter legitimidade para a impetração de ADI, elas devem ter caráter nacional. Ademais, elas são consideradas legitimados especiais, devendo, por isso, apresentar interesse de agir para que possam entrar com ações de controle abstrato de constitucionalidade. O erro da questão é apenas que a lei distrital em questão, por tratar de tema de interesse local, não pode ser impugnada em sede de ADI. Item errado. 7) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Governador do Distrito Federal, mesmo que arrependido politicamente da sanção ao projeto de lei, não poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal contra tal lei. Exatamente. Como dito na questão acima. Tal lei não poderia ser impugnada por meio de ADI, pois leis distritaissó podem ser questionadas em sede de ADI caso sejam editadas no exercício de competências estaduais. Por outro lado, a sanção de um Governador ou do Presidente da República a determinado projeto de lei não impede que eles venham posteriormente a impetrar ação de controle de constitucionalidade sobre a mesma lei. Deixe-me explicar. É certo que os projetos de lei aprovados pelo Poder Legislativo são submetidos ao chefe do Poder Executivo para que ele possa sancioná-lo; ou vetá-lo, por interesse público ou por inconstitucionalidade. Pois bem, imagine que o chefe do Poder Executivo deixe de vetar um projeto de lei inconstitucional. Isso não impede que, posteriormente, ele CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 8 www.pontodosconcursos.com.br venha a submeter tal lei ao STF por entendê-la inconstitucional, mediante ação direta. Item certo. 8) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, Poder Legislativo e à administração pública direta e indireta, em todas as esferas. De acordo com o art. 102, § 2º da CF/88, as decisões de mérito do STF na Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC produzirão: I) eficácia contra todos ou erga omnes (na medida em que alcança a todos, não apenas as partes de um determinado processo); e II) efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal (pois nenhum outro órgão do Poder Judiciário ou da Administração Pública poderá desrespeitar a decisão). O mesmo ocorre com as decisões em ADI e ADPF (que veremos à frente) proferidas pelo STF. Item errado. 9) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) Podem propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade, entre outros legitimados, o presidente da República, o procurador- geral da República e o advogado-geral da União. A lista dos legitimados à interposição de ADI está expressa no art. 103 da CF/88: “Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 9 www.pontodosconcursos.com.br De se observar que o Advogado Geral da União não dispõe de competência para a proposição de ADI e ADC. Daí o erro da questão. Item errado. 10) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Segundo entendimento do STF, no controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato normativo, a eficácia vinculante da ação declaratória de constitucionalidade se distingue, em sua essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas ADIs. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (CF, art. 102, § 2º). Segundo o STF, a eficácia vinculante da ação declaratória de constitucionalidade, fixada pelo § 2º do artigo 102 da Carta da República, não se distingue, em essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas ações diretas de inconstitucionalidade (Rcl 1880, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 07/11/02). Aliás, observe que, enquanto a ADI é proposta a fim de se declarar a inconstitucionalidade da lei, a ADC tem por finalidade a declaração de constitucionalidade da lei. Apesar de várias semelhanças entre as duas ações, vale relembrarmos algumas distinções entre elas. I – Só podem ser objeto de ADC leis e atos normativos federais (no caso da ADI, podem ser federais ou estaduais). II – Constitui pressuposto para a impetração da ADC a demonstração inicial de relevante controvérsia judicial. III – Os efeitos da concessão de medida cautelar em ADC restringem-se à suspensão dos julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato em discussão. IV – Não há atuação do AGU em sede de ADC, pois a própria ação já objetiva a defesa da lei. V - É de se destacar ainda que em sede de ADI, o relator pedirá informações aos órgãos e entidades dos quais emanou a lei ou ato questionado. Como na ADC não há ato ou lei sendo atacado, não se faz necessário esse pedido de informações. Item errado. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 10 www.pontodosconcursos.com.br 2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) tem aplicação nas omissões inconstitucionais (situações nas quais não se cumpre o dever de elaboração de norma que regulamente determinado dispositivo constitucional) Ou seja, é medida que visa a tornar efetiva norma constitucional, por meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da inércia do legislador infraconstitucional quanto ao dever de regulamentar a norma. Assim, em situações de omissão do legislador (ou de um órgão administrativo) em editar norma tratando de determinado assunto, poderá um dos legitimados pela Constituição Federal (CF, art. 103, I ao IX) propor ADI por omissão perante o STF, para que seja reconhecida a inconstitucionalidade da mora. Diversos detalhes já apresentados para a ADI são aplicáveis à ADO, uma vez que esta é apenas uma variante daquela. De se destacar que, recentemente, foi editada a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), que estabelece toda a disciplina processual dessa ação. 2.1 – Objeto A omissão inconstitucional que pode acarretar a impetração de ADO é aquela que efetivamente desrespeita a Constituição: ou seja, situações nas quais havia a obrigação (e não a mera faculdade) de ser regulamentado determinado dispositivo constitucional. Em suma, as hipóteses de ajuizamento desta ação não decorrem de toda e qualquer espécie de omissão do Poder Público, mas sim daquelas omissões relacionadas com as normas constitucionais de eficácia limitada de caráter obrigatório. Considerando a classificação do prof. José Afonso da só dará ensejo à propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão a falta de norma regulamentadora: I) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios programáticos (normas programáticas propriamente ditas); ou II) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva. É dizer que as normas de princípio institutivo ou organizativo que sejam meramente facultativas não darão ensejo à omissão inconstitucional (trata-se de simples faculdade, não de obrigação). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 11 www.pontodosconcursos.com.br 2.2 – Medida Cautelar Inicialmente, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que não cabe concessão de medida cautelar em ADI por omissão. Entretanto, esse entendimentofoi superado pela edição da Lei nº 12.063/09, que recentemente regulamentou o processo de ADI por omissão perante o STF. Essa norma passou a prever expressamente a concessão de medida cautelar em ADO. Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. A medida cautelar poderá consistir na: (i) suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial; bem como (ii) na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos; ou ainda (iii) em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Portanto, atenção! A legislação atual prevê a possibilidade de concessão de medida cautelar em sede de ADI por omissão. 2.3 – Efeitos da Decisão Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. Observe como o efeito da ADO é distinto para Poderes ou para órgãos administrativos: I) omissão de um dos Poderes → será dada mera ciência; II) omissão de órgãos → será fixado prazo de 30 dias para a edição dos atos necessários ao saneamento da omissão. 2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado- Geral da União Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado- Geral da União como defensor da norma impugnada não ocorreria em ADI por omissão (ADO). Entretanto, a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009) estabelece que o relator poderá solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no prazo de 15 dias. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 12 www.pontodosconcursos.com.br Já a manifestação do Procurador-Geral da República continua sendo obrigatória, pois a Constituição Federal determina que ele será ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF (CF, art. 103, § 1º). E veja que essas alterações já foram cobradas em concursos... 11) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) A legislação em vigor não admite a concessão de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Questão recentíssima! E já cobrando essa alteração na nossa matéria. A jurisprudência do STF foi superada pela edição da Lei nº 12.063/09, que passou a prever expressamente a concessão de medida cautelar em ADO. Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. Item errado. 12) (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2008) Segundo o entendimento do STF, o advogado-geral da União deve, obrigatoriamente, ser citado no processo de ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado- Geral da União como defensor da norma impugnada não ocorreria em ADI por omissão (ADO). Portanto, a questão foi considerada errada à época. Hoje, com a edição da nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), o relator poderá solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no prazo de 15 dias. Então, essa questão ficou prejudicada. Talvez, possamos considerar que, apesar da nova regulamentação sobre o tema, a assertiva permaneça incorreta, concorda? Afinal, compete ao relator a decisão de ouvi-lo ou não (não existindo a obrigatoriedade mencionada na assertiva). De qualquer forma, frise-se, a questão foi feita antes da nova lei. Item errado. 3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) decorrente da Constituição será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, § 1º). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 13 www.pontodosconcursos.com.br A Lei nº 9.882/99, regulamentando esse dispositivo, estabeleceu o processo e o julgamento dessa ação. Aliás, cabe destacar que o STF tinha se posicionado no sentido de que o art. 102, § 1º da CF/88 era norma constitucional de eficácia limitada, portanto dependente de regulamentação. A ADPF tem por objeto evitar (preventiva) ou reparar (repressiva) lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, e quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Ou seja, após a criação da ADPF tanto as normas municipais quanto as pré-constitucionais passaram a ser objeto do controle abstrato perante o STF. Os legitimados são os mesmos legitimados para propositura de ADI (CF, art. 103, I ao IX). Observe, assim, que será cabível a arguição de descumprimento de preceito fundamental: I) para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público; e II) diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo. Nesta última situação, o autor da ação tem o ônus de comprovar a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado. Quanto ao conceito de preceito fundamental, não está estabelecido o que seria isso propriamente. Para a doutrina, tudo o que diga respeito às questões vitais do Estado enquadrar-se-iam nesse conceito (direitos individuais, forma federativa de Estado, fundamentos da República etc.). Segundo o STF, compete a ele próprio o juízo acerca do que se há de compreender como preceito fundamental. Cabe comentar sobre a subsidiariedade da ADPF. Com efeito, é incabível a argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver outro meio eficaz de sanar a lesividade. Isso significa que não se admite a ADPF se for cabível alguma das demais ações do controle abstrato de constitucionalidade que tenham finalidade semelhante (ADI e ADC). De se registrar que essa natureza susidiária permite que uma ADPF impetrada no STF venha a ser conhecida como outra ação do controle abstrato (ADI, por exemplo), caso seja admitida esta ação. Assim, de acordo com a Suprema Corte, é possível a conversão da ADPF em ADI diante da perfeita satisfação dos requisitos exigidos à CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 14 www.pontodosconcursos.com.br propositura desta (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido) e em observância ao princípio da fungibilidade. Quanto à possibilidade de medida cautelar, o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental. Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. A força da decisão definitiva de mérito do STF proferida em ADPF é a mesma estudadapara a decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros (oito Ministros). Se houver necessidade de declaração da inconstitucionalidade do ato do Poder Público que tenha lesionado preceito fundamental, a decisão deverá ser tomada por maioria absoluta (CF/88, art. 97). Em razão da força vinculante desta ação, caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em ADPF. A lei estabelece que a decisão proferida em ADPF terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público (Lei nº 9.882/1999, art. 10, § 3º). 13) (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental é cabível, mesmo quando impetrado Mandado de Segurança com a finalidade de sanar a lesividade. A Esaf considerou errada essa assertiva, tendo em vista a natureza subsidiária da ADPF. Só é cabível ADPF se não houver outra ação capaz de sanar a lesividade. Entretanto, entendo que essa questão ficou mal elaborada. Segundo o entendimento que predomina no STF, essa subsidiariedade da ADPF deve ser aferida somente dentre as ações do controle abstrato (processo objetivo) – ADI, ADC ou ADO. Já o mandado de segurança é remédio constitucional que pode ser utilizado no controle incidental de constitucionalidade (abstrato não). Item errado. 14) (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, segundo a legislação pertinente, apresenta mais CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 15 www.pontodosconcursos.com.br legitimados ao que se verifica na legitimidade para a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Os legitimados para a impetração de ADPF são os mesmos legitimados a propor ADI (CF, art. 103). Item errado. 15) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o entendimento do STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face de sua especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição seja a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam presentes os demais requisitos da ADI. Deixe-me utilizar essa questão para abordar a chamada fungibilidade entre as ações do controle abstrato de constitucionalidade. Para o Supremo Tribunal Federal, as ações do controle de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF) são fungíveis: ou seja, uma pode ser substituída pela outra, sem prejuízo ao pedido e à apreciação da ação. Assim, nos termos da jurisprudência da Corte, é possível a conversão da argüição de descumprimento de preceito fundamental em ação direta de inconstitucionalidade, diante da perfeita satisfação dos requisitos exigidos à propositura desta (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido) e em observância ao princípio da fungibilidade. Nesse sentido, com base no princípio da fungibilidade, conheceu-se de argüição proposta como ação direta de inconstitucionalidade, ante a perfeita satisfação dos requisitos exigidos à sua propositura - legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido (ADI 4.180/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10/03/2010). Item errado. 16) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) Quem não tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade não a tem para ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), razão pela qual prefeito municipal é parte ilegítima para propor ADPF. Isso mesmo! O rol de legitimados da ADI é o mesmo do rol de legitimados da ADPF. Não há legitimidade ativa em ADI para o prefeito municipal. Item certo. 17) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF reconhece a prefeito municipal legitimidade ativa para o ajuizamento de arguição de descumprimento de preceito fundamental, não obstante a ausência de sua legitimação para a ação direta de inconstitucionalidade. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 16 www.pontodosconcursos.com.br A assertiva está errada porque a argüição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF só pode ser proposta por um dos legitimados pela Constituição para a ADI. Todas as ações do controle abstrato perante o STF têm os mesmos legitimados, que são os apontados no art. 103, I a IX, da Constituição. Item errado. 4 – Representação de Inconstitucionalidade Já vimos, ao estudar a Organização do Estado, que há uma hipótese excepcional de afastamento temporário da autonomia de um ente federado para forçá-lo ao cumprimento da Constituição. Trata-se do processo de intervenção (CF, arts. 34 a 36). Assim, podemos considerar que também o processo de intervenção funciona como procedimento de controle de constitucionalidade. Interessa-nos nesse momento a chamada representação interventiva – em que o Poder Judiciário provê ação impetrada pelo Procurador-Geral da República (ou Procurador-Geral de Justiça) em duas hipóteses de intervenção provocada: ofensa aos princípios constitucionais sensíveis e recusa à execução de lei federal (CF/88, art. 36, III). Assim, você deve se lembrar de que, nessas duas situações (princípios sensíveis e aplicação de lei federal), a intervenção federal dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação interventiva do Procurador-Geral da República. Os princípios sensíveis estão enumerados no art. 34, VII, da Constituição Federal: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Para a doutrina, essa hipótese de intervenção configura autêntica ação direta, motivo pelo qual, é conhecida como ação direta de inconstitucionalidade interventiva – ADI Interventiva. A recusa à execução de lei federal é outra das hipóteses autorizadoras da intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (CF, art. 34, VI). Por sua vez, essa última hipótese de intervenção é conhecida como CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 17 www.pontodosconcursos.com.br ação de executoriedade de lei, uma vez que se objetiva compelir a observância de uma lei federal (e não diretamente da Constituição). De se observar que a ADI Interventiva consubstancia controle concentrado (no STF) diante de casos concretos cuja iniciativa é privativa do Procurador-Geral da República. No âmbito dos Estados-membros, a representação interventiva será proposta perante o Tribunal de Justiça para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (CF, art. 35, IV). A legitimação para propor a ação direta interventiva no Estado pertence exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça, Chefe do Ministério Público do Estado. Vamos finalizar o estudo do controle de constitucionalidade com algumas questões? 18) (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) Sabe-se que a Constituição Federal sofre controle de diversas formas. Acerca do controle constitucional, é correto afirmar que a) é admitida a concessão de liminar em Ação Direta de Inconstitucionalidade, por omissão. b) o ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade não se sujeita a prazos prescricional ou decadencial, vez que atosinconstitucionais não são suscetíveis de convalidação pelo decurso do tempo. c) o procedimento a ser seguido pela Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão não é o mesmo da ação de inconstitucionalidade genérica. d) a Ação Direta de Inconstitucionalidade, em face de sua natureza e finalidade especial, é suscetível de desistência a qualquer tempo. e) na Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão é obrigatória a oitiva do Advogado-Geral da União, tendo em vista que qualquer ato impugnado deve ser defendido. A questão foi anulada pela Esaf (provavelmente por ter duas respostas e, talvez, também pela má redação da alternativa “C”). Vejamos cada uma das assertivas. Letra (A). A Lei nº 12.063/09 prevê expressamente a concessão de medida cautelar em ADI por omissão. Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 18 www.pontodosconcursos.com.br A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Assim, correta a questão. Letra (B). Não há prazo decadencial para a impetração de ADI, tendo em vista que a nulidade não se convalida. Assim, enquanto estiver em vigor, poderá a lei ser impugnada em sede de ADI. Logo, correta a questão. Letra (C). Questão mal elaborada, no meu entender. Segundo a Lei 9868/99, aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições legais da ADI genérica. Entretanto, apenas “no que couber”. De qualquer forma, a Esaf considerou errada a questão no gabarito preliminar (talvez também por isso a questão tenha sido anulada). Letra (D). Devido à natureza objetiva das ações do controle abstrato de constitucionalidade (não se busca tutela de interesses pessoais, subjetivos do autor), não se admite a desistência no âmbito de ADI (nem de outras ações do controle abstrato). Como esse interesse público protegido é indisponível não se admite a desistência. Logo, errada a assertiva. Letra (E). Inicialmente, entendia a jurisprudência do STF que não seria cabível a manifestação do Advogado-Geral da União em ADI por omissão. Entretanto, com a edição da lei 12.063/2009 esse entendimento está superado. De acordo com o § 2°, o relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. De qualquer forma, a manifestação não é obrigatória. Daí, errada a questão. Gabarito: anulada. 19) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Em nenhum caso, decisão administrativa de tribunais ou as normas do seu regimento interno podem ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. Regimentos e decisões administrativas dos tribunais do Poder Judiciário, que possuam conteúdo normativo, podem ser impugnados em ADI perante o STF. Item errado. 20) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Em virtude de sua subordinação ao princípio da legalidade da administração, o chefe do Poder Executivo não está autorizado a determinar que seus subordinados deixem de aplicar leis, mesmo as que entender flagrantemente inconstitucionais. De acordo com o STF, o chefe do Executivo não está obrigado a dar aplicação à lei por ele considerada inconstitucional. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 19 www.pontodosconcursos.com.br Caso ele entenda que a lei – federal, estadual ou municipal – é inconstitucional, poderá baixar ato determinando a seus órgãos e entidades subordinados que afastem a sua aplicação. Observe que essa decisão do chefe do Executivo não se reveste de definitividade. A parte que se sentir prejudicada com o afastamento da aplicação da lei poderá recorrer ao Poder Judiciário que, então, firmará posição sobre a validade (ou não) da lei. A partir daí, não pode mais o chefe do Poder Executivo deixar de aplicar a lei. Ademais, vale mencionar que essa é uma prerrogativa exclusiva do chefe do Poder Executivo. Em suma, não é dado ao servidor deixar de aplicar determinada norma por entendê-la inconstitucional. Trata-se de controle repressivo de constitucionalidade não-jurisdicional. Item errado. 21) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) O Poder Legislativo está autorizado a aprovar lei em cujos dispositivos se declarem nulas e de nenhuma eficácia, por serem inconstitucionais, outras leis de sua autoria. Não pode o Poder Legislativo declarar a inconstitucionalidade de lei pretérita mediante nova lei de sua autoria. Para o STF, lei nesse sentido deve ser encarada como uma revogação (efeitos ex nunc). Item errado. 22) (ESAF/AFRF/2005) Não há possibilidade de ser conhecida pelo Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade na qual se discute a constitucionalidade de um decreto. Um decreto de natureza autônoma (haurido diretamente da Constituição) poderá desrespeitar diretamente a Constituição. Nesse caso, seria possível a ADI. Por outro lado, um decreto de natureza meramente regulamentar não poderia ser impugnado em ADI. Item errado. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Considere o texto a seguir e julgue a assertiva a seguir frente às normas constitucionais vigentes. Na Constituição do Estado de São Paulo prevê-se que “fica assegurada a criação de creches nos presídios femininos e, às mães presidiárias, a adequada assistência aos seus filhos durante o período de amamentação” (art. 286). O Ministério da Saúde, na qualidade de autoridade competente para se manifestar sobre a duração ótima do aleitamento materno no Brasil, adotou o entendimento de que os Estados Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) devem fortalecer as atividades e elaborar novos critérios para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo durante seis CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 20 www.pontodosconcursos.com.br meses, como recomendação de saúde pública mundial, tendo em conta as conclusões da reunião consultiva de especialistas da OMS sobre a duração ótima do aleitamento materno exclusivo. Os Estados também devem proporcionar alimentos complementares apropriados, junto com a continuação da amamentação até os dois anos de idade ou mais, fazendo ênfases nos canais de divulgação social desses conceitos a fim de induzir as comunidades a desenvolverem essas práticas (Organização Mundial da Saúde. Resolução WHA 54.2, par. 2[4]. WHO, 2001). Dessa forma, a amamentação exclusiva até os seis meses e, a partir daí, complementada por outros alimentos, que serão introduzidos gradativamente, até os dois anos de idade da criança é medida de saúde pública (BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Política de Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. [Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 107]. Disponível em <http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Guiaaliment.pdf>. Acesso: 27 jan. 2009). No Estado de São Paulo, as crianças filhas de mulheres que cumprem pena privativa de liberdade em regime fechado são retiradas da companhia das respectivas mães cerca de dois meses antes de completarem seis meses de vida. 23) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Se fosse inconstitucional, frente à Constituição Federal de 1988, o artigo 286 daConstituição do Estado de São Paulo não poderia ser atacado por ação direta de inconstitucionalidade por iniciativa do Governador do Estado. O poder constituinte derivado decorrente (poder atribuído aos estados- membros para se auto-organizarem) não é ilimitado. Deve respeitar as regras e limitações impostas pela Constituição Federal. Assim, as normas de uma Constituição Estadual poderão sim ser impugnadas em sede de ADI, caso desrespeitem os princípios da Constituição Federal (CF, art. 25). Ademais, de acordo com o art. 103, V, os Governadores dos Estados ou do DF são legitimados a propor as ações de controle de constitucionalidade abstrato no Supremo. Item errado. 24) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Se fosse inconstitucional, frente à Constituição Federal de 1988, o artigo 286 da Constituição do Estado de São Paulo poderia ser atacado por ação direta de inconstitucionalidade cuja competência originária para processar e julgar é do Tribunal de Justiça do Estado. Julgar as ações de controle abstrato frente à CF/88 é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Ao TJ compete julgar a ADI quando o parâmetro é a Constituição do Estado (CE), pois a esse órgão CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 21 www.pontodosconcursos.com.br cabe a última palavra sobre a regularidade das leis locais – estaduais e municipais - frente à CE. Item errado. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Considere que, no Distrito Federal, tenha sido editada uma lei (Lei A) que determina que os donos de cachorro devem pagar certa taxa ao Governo local. Para efeitos desse problema, suponha que essa taxa seja incontroversamente constitucional. Essa lei esteve em vigor por anos, até que nova lei (Lei B) revogou a Lei A e ainda concedeu benefícios fiscais aos proprietários de cães. A nova lei é objeto, porém, de ação direta de inconstitucionalidade, na qual foi concedida liminar, suspendendo a sua execução, sem se declarar a partir de quando a liminar surtiria efeitos. Nesse caso, julgue os seguintes itens. 25) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Depois da liminar e enquanto esta estiver em vigor, o Distrito Federal poderá cobrar dos donos de cachorro a quantia relativa à taxa que não foi paga durante o período em que esteve em vigor a Lei B. Calma! Vou explicar e você vai ver que não tem segredo esta questão. Aproveitarei esta e as próximas questões para abordar os efeitos da medida cautelar em ADI. Primeiramente, vejamos a ordem cronológica dos acontecimentos da situação hipotética apresentada na questão: I – Momento I: editada a Lei A → institui taxa; II – Momento II: editada a Lei B → revoga a Lei A e concede benefícios; III – Momento III: liminar em ADI contra a Lei B. (Faça isso em sua prova, pois às vezes esses esquemas/resumos da situação hipotética podem clarear os seus pensamentos...) A medida cautelar é concedida para assegurar a fruição de um direito requerido até a decisão de mérito da ADI. O primeiro detalhe que você deve lembrar é que os efeitos da liminar são, em regra, ex nunc. Com efeito, enquanto na decisão de mérito, em regra, os efeitos são retroativos (ex tunc), no caso das decisões liminares eles são pro futuro. Todavia, mesmo a medida liminar pode ter efeitos retroativos, caso a decisão expressamente lhe outorgue essa eficácia. No caso hipotético, a medida cautelar foi concedida sem a declaração sobre a eficácia temporal, o que significa que é o caso da regra geral: ex nunc. Assim, os efeitos são dali pra frente. É dizer, a Lei B torna-se inaplicável desde a medida liminar. Outro aspecto que você deve ter em mente é que a concessão de medida cautelar ainda tem efeito repristinatório em relação à lei CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 22 www.pontodosconcursos.com.br anteriormente revogada. Ou seja, no nosso caso hipotético, se a Lei B revogou a Lei A, a posterior decisão pela inconstitucionalidade em tese da Lei B, tem a força de tornar imediatamente aplicável a Lei A. Esse efeito ocorre não só nas decisões de mérito, como também nas medidas cautelares. No caso da nossa questão, o efeito repristinatório da Lei A pela medida liminar possibilita ao DF cobrar a taxa dali pra frente, pois não está mais em vigor a Lei B. Todavia, como os efeitos são devidos a partir da medida cautelar, o Distrito Federal não poderá cobrar dos donos de cachorro a quantia relativa à taxa que não foi paga durante o período em que esteve em vigor a Lei B. Com efeito, os efeitos da Lei B continuam válidos naquele período entre a sua edição e a concessão da liminar pelo STF. Daí o erro da questão. O DF não poderá cobrar a taxa relativa ao período em que esteve em vigor a Lei B. Item errado. 26) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Enquanto a liminar estiver em vigor, a Câmara Distrital não poderá editar outro diploma sobre o assunto da taxação dos donos de cachorro. Como explicado na questão anterior, com a medida liminar a lei deixa de ter aplicabilidade a partir da sua concessão, pelo menos até o julgamento de mérito. Isso porque a liminar em ADI tem o efeito de suspender a aplicação da lei temporariamente. Ou seja, concedida a liminar, até a decisão de mérito, a lei perde seus efeitos. Junto a isso, suspendem-se os julgamentos de todos os processos em curso que envolvam a aplicação dessa lei agora impugnada. Todavia, o Poder Legislativo não fica impedido de editar novas leis sobre aquele assunto, pois, conforme vimos, a força vinculante das decisões do STF não alcança o Poder Legislativo, no tocante à sua função legislativa. Item errado. 27) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Distrito Federal, depois da liminar do STF e enquanto esta estiver em vigor, não poderá cobrar a taxa dos proprietários de cachorro, mas tampouco esses poderão invocar, em tempo algum, o benefício fiscal previsto na Lei B. Nesta questão, a Esaf está querendo ver se o candidato conhece esse efeito repristinatório da decisão liminar do STF em ADI. Ou seja, após a liminar, suspensa a Lei B, torna-se aplicável novamente a Lei A. Por decorrência, pode o DF cobrar a taxa dos proprietários de cachorro. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 23 www.pontodosconcursos.com.br Há ainda outro erro na questão. Como visto, permanecem válidos os efeitos da Lei B no período compreendido entre a sua edição e a concessão da liminar. Afinal de contas, a liminar foi concedida com efeitos ex nunc. Assim, os proprietários poderão exigir o benefício fiscal previsto na Lei B referente àquele intervalo de tempo. Item errado. 28) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Depois da concessão da liminar, os donos de cachorro estão sujeitos ao pagamento da taxa prevista na Lei A. Como visto e exaustivamente comentado, concedida a liminar, torna-se aplicável a Lei A (efeito repristinatório). Assim, poderá o DF cobrar novamente a taxa sobre os proprietários de cachorro. Item certo. 29) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Se, no julgamento do mérito da ação direta de inconstitucionalidade, o Supremo Tribunal Federal vier a afirmar a constitucionalidade da lei que concedeu o benefício fiscal, esse benefício não poderá ser exigido durante o período em que a cautelar esteve em vigor. A decisão de mérito em sede de ADI, ao contrário da medida cautelar, tem, em regra, efeitos ex tunc (retroativos). Assim como a decisão pela inconstitucionalidade com efeitos retroativos implica o reconhecimento da invalidade da Lei desde a sua edição, a decisão do STF pela constitucionalidade da Lei B com efeitosex tunc opera os efeitos desde a origem. Nesse sentido tornam-se válidos e devidos os benefícios fiscais concedidos por ela. Não custa reforçar que o STF poderia, por dois terços de seus membros, modular no tempo esses efeitos da sua decisão. Bom, se for o caso dê uma lida no caso e nessas últimas cinco questões todas de novo. Se você conseguir compreender, significa que está em altíssimo nível! Item errado. 30) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. Como visto, as normas constitucionais decorrentes da atuação do poder constituinte derivado reformador são passíveis de controle de constitucionalidade abstrato ou na via incidental. Isso pode ocorrer tanto no que diz respeito ao aspecto material quanto no que se refere ao aspecto formal. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 24 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 31) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Governador do Distrito Federal perante o Supremo Tribunal Federal deve necessariamente ser assinada por Procurador do Distrito Federal. Para ser cabível ADI proposta pelo Governador do DF, não há necessidade de assinatura por parte do Procurador do Distrito Federal. Dentre todos os legitimados pelo art. 103 da Constituição Federal, apenas os legitimados dos incisos VIII (partido político com representação no Congresso Nacional) e IX (confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional) necessitam de advogado para a propositura das ações. Os demais legitimados podem propor diretamente as ações sem nenhuma representação, mesmo não sendo advogados habilitados pela OAB. Ademais, o STF entende que estes legitimados (art. 103, I a VII) podem, no curso do respectivo processo abstrato, praticar diretamente todos os atos ordinariamente privativos de advogados. Poderão eles, por exemplo, opor embargos de declaração em face da decisão de mérito do STF em ADI, sem necessidade de advogado para tal. Item errado. 32) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O direito brasileiro não conhece instrumento apto para que o Judiciário pronuncie a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição em vigor, por ser tal lei infringente da Constituição que estava em vigor quando editada. Veja como é cheio de detalhes o estudo do controle de constitucionalidade! É certo que uma norma editada em 1980 (Lei A) pode ser objeto de controle de constitucionalidade tanto frente à Constituição de 1967, quanto frente à Constituição de 1988. Quanto ao primeiro caso, imagine que, na vigência da Constituição de 1988, uma pessoa acione o Poder Judiciário para discutir determinada causa. Imagine ainda que, incidentalmente a essa causa, esteja em discussão a constitucionalidade da Lei A, tendo como parâmetro a Constituição de 1967 (que estava em vigor quando a norma foi editada). Observe que nesse caso haverá controle de constitucionalidade da norma frente àquela Constituição (pretérita). Todavia, esse controle se dará no âmbito do controle de constitucionalidade por via de exceção. A pronúncia do Judiciário pela inconstitucionalidade da lei terá seus efeitos restritos àquele processo em discussão. Outra situação diferente ocorreria no caso de a mesma Lei A (editada em 1980) ser impugnada frente à Constituição de 1988. Nesse caso, esse CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 25 www.pontodosconcursos.com.br controle poderia ocorrer não só no âmbito do controle de constitucionalidade por via de exceção, diante de um caso concreto. Com efeito, o controle do direito pré-constitucional é possível de ocorrer, também, no âmbito do controle abstrato de constitucionalidade, em sede de ADPF. A diferença é que, nesse último caso, a pronúncia do STF não será pela constitucionalidade/inconstitucionalidade da lei. Será pela recepção ou revogação da lei pela Constituição atual. Assim, a assertiva está errada. Como vimos, o Judiciário pode pronunciar a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição em vigor, tendo como parâmetro a Constituição pretérita, desde que no controle concreto. Item errado. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Suponha que uma lei distrital seja objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e julgue os seguintes itens. 33) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A decisão do Tribunal de Justiça pela inconstitucionalidade da lei não obsta a que o Supremo Tribunal Federal, em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada depois do julgamento do Tribunal de Justiça, entenda que a lei é válida. Para resolver questões como esta, você deve lembrar que o controle de constitucionalidade abstrato pode ocorrer tanto frente à Constituição Federal, quanto frente à Constituição Estadual ou Lei Orgânica do DF (que tem natureza de Constituição Estadual). Tendo como parâmetro a Constituição Federal, o controle abstrato se dá perante o Supremo Tribunal Federal. Se o parâmetro for a Constituição Estadual (ou a Lei Orgânica do DF), o controle abstrato é realizado pelo Tribunal de Justiça. Assim, são coisas diferentes, duas dimensões distintas de controle de constitucionalidade abstrato: impugnar a lei com base na Constituição Estadual e impugná-la em face da Constituição Federal. Assim, uma lei estadual pode ser constitucional frente à Constituição Estadual e inconstitucional frente à Constituição Federal, e vice-versa. O que você deve saber é que a lei deve respeitar as duas: tanto a Constituição Estadual, quanto a Constituição Federal. E, caso seja declarada inconstitucional frente a qualquer uma delas, no âmbito de uma ação do controle abstrato, a lei estará automaticamente expurgada do sistema jurídico. Assim, declarada a inconstitucionalidade de uma lei por decisão do TJ, em sede de ADI, a lei deixa de existir. Sendo assim, não há mais o que se discutir no STF. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 26 www.pontodosconcursos.com.br Ao contrário, a lei declarada constitucional pelo TJ subsiste e, assim, poderá ser impugnada em outra ADI perante o STF. Não para que o Supremo reveja a decisão do TJ, mas para que aprecie a validade da lei frente à Constituição Federal. O mesmo acontece se a lei, em primeiro lugar, for declarada constitucional pelo STF no controle abstrato. Ainda poderá o TJ apreciar sua constitucionalidade tendo a Constituição Estadual como parâmetro, haja vista que tal lei pode não desrespeitar a Constituição Federal, mas desrespeitar dispositivo específico (autônomo) da Constituição Estadual. Diante disso, a questão está errada, já que, com a decisão do TJ pela inconstitucionalidade em controle abstrato, a norma deixa de existir, não havendo mais que se falar impugná-la perante o STF. Item errado. 34) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A lei declarada pelo Tribunal de Justiça como válida, em sede de controle abstrato, não poderá, mais tarde, ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle incidental. Pelo que vimos na última questão, podemos constatar que as leis e atos normativos estaduais estão sujeitos a duas dimensões do controle abstrato: um perante o STF e outro perante o TJ. Na situação hipotética, a lei foi declarada constitucional perante a Lei Orgânica do DF (que tem natureza de Constituição Estadual). Pode ainda o STF posicionar-sepela inconstitucionalidade da lei frente à Constituição Federal em sede de ADI, ou mesmo na via incidental. Daí o erro da questão. Item errado. 35) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Mesmo que a lei já tenha sido, anteriormente, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em controle abstrato, não é impossível que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal venha a declarar essa mesma lei inválida em ação de controle abstrato a ele submetida. A questão reproduz o que comentei nas questões anteriores. Caso o STF entenda a lei constitucional frente à CF, poderá ainda o TJ apreciar a lei, declarando-a constitucional ou inconstitucional frente à Lei Orgânica do DF, por ofensa a dispositivo específico (autônomo) desta. Item certo. 36) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Supremo Tribunal Federal não tem competência para afirmar a inconstitucionalidade de emenda à Constituição votada segundo o procedimento estabelecido pelo poder constituinte originário. Questão repetida da Esaf. As emendas constitucionais podem ser objeto tanto de controle em tese (abstrato) quanto de controle incidental, CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 27 www.pontodosconcursos.com.br mesmo que tenham respeitado as regras procedimentais para sua aprovação. É o que ocorrerá caso, por exemplo, determinada emenda venha a instituir no Brasil a forma unitária de Estado, em substituição à Federação. Será cabível a declaração de inconstitucionalidade dessa emenda por desrespeito a uma limitação material expressa ao poder constituinte derivado (cláusulas pétrea), prevista no art. 60, § 4º, I, da Constituição Federal. Item errado. 37) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Assinale a opção correta. a) Em respeito ao pacto federativo, a Constituição prevê a possibilidade de adoção pelos Estados-Membros e pelo Distrito Federal da Ação Declaratória de Constitucionalidade, da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e da Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental, desde que respeitados os princípios gerais nela traçados para cada uma dessas ações. b) A Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade. c) Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não é admissível a figura do amicus curiae em sede de Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental. d) A perda da representação do partido político junto ao Congresso Nacional implica na perda da capacidade postulatória, com conseqüente extinção, sem resolução do mérito, da Ação Direta de Inconstitucionalidade anteriormente proposta. e) O Supremo Tribunal Federal não reconhece a legitimidade ativa das chamadas associação de associações para fins de ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade. A alternativa “a” está errada, porque a Constituição Federal prevê expressamente a possibilidade de os estados-membros instituírem somente a ação direta de inconstitucionalidade de leis e atos normativos estaduais e municipais em face da Constituição Estadual (art. 125, § 2º). Não há, no texto constitucional, previsão para a instituição das outras ações do controle abstrato pelos estados-membros, embora, atualmente, tenha se firmado o entendimento de que eles poderão também instituí- las. Outro erro dessa alternativa é mencionar o Distrito Federal como autorizado a adotar as citadas ações diretas, haja vista que este ente federativo não dispõe de competência para legislar sobre o Poder Judiciário. Com efeito, cabe à União organizar e manter o Poder Judiciário do Distrito Federal (CF, art. 21, XIII). Logo, caberá à União (e CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 28 www.pontodosconcursos.com.br não ao Distrito Federal) instituir o controle abstrato no âmbito do Distrito Federal. A alternativa “b” está certa, pois a Mesa do Congresso Nacional não figura dentre os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, I a IX). Podem propor ação direta perante o Supremo Tribunal Federal a Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa do Senado Federal, a Mesa de Assembléia Legislativa e a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal – mas não a Mesa do Congresso Nacional. A alternativa “c” está errada, pois a figura do amicus curiae (amigos da Corte: terceiros não legitimados que atuarão como informantes, colaboradores perante o STF) é admitida em todas as ações do controle abstrato (ADI, ADC e ADPF), bem assim no controle incidental, em recurso extraordinário. A alternativa “d” está errada, porque, segundo a jurisprudência do STF, o fato de o partido político supervenientemente perder a sua representação no Congresso Nacional não implica prejuízo à ação direta de inconstitucionalidade anteriormente proposta, em momento em que ele possuía representação legislativa. A alternativa “e” está errada, porque a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal passou a admitir a legitimidade ativa das chamadas “associações de associações” (associações que só possuem como associados pessoas jurídicas) para a instauração do controle abstrato. Gabarito: “b” 38) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Por meio da ação direta de inconstitucionalidade não é possível declarar a invalidade de uma lei anterior à atual Constituição, sob o fundamento de que tal lei violara a Constituição em vigor ao tempo da sua edição, mas é possível a declaração da inconstitucionalidade dessa mesma lei, por ser materialmente incompatível com a nova Constituição. No controle abstrato de constitucionalidade, o parâmetro é sempre a Constituição atual, em vigor. Assim, não é cabível questionar uma norma, em abstrato, frente à Constituição pretérita. Esse controle só é possível na via incidental, diante de caso concreto. É de se destacar, ainda, que, para ser impugnável em sede de ADI, a norma deve ter sido editada após a Constituição de 1988 e estar em vigor. Já em sede de ADPF, pode-se questionar o direito pré- constitucional, desde que se esteja apreciando sua validade frente à Constituição em vigor. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 29 www.pontodosconcursos.com.br Diante disso, observe que não há problemas com a primeira parte da assertiva. Mas, na segunda parte há um erro, tendo em vista que não será cabível ADI em face do direito pré-constitucional. Item errado. 39) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A concessão de liminar em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade, como regra, implica na suspensão do ato normativo impugnado até decisão final de mérito pelo Supremo Tribunal Federal. Em sede de ADI, o que se pede ao Supremo é que declare a inconstitucionalidade da lei ou ato impugnado. Assim, caso haja plausibilidade jurídica do pedido e perigo na demora, pode o Supremo conceder liminarmente o que está sendo solicitado, até a decisão de mérito. Nesse sentido, concedida a liminar, estará suspensa a lei impugnada, bem como todos os julgamentos em que ela estiver sendo debatida. Todavia, em sede de ADC, o que se pleiteia é a declaração de constitucionalidade da lei. Assim, não faz sentido que a concessão de medida cautelar ao autor tenha por efeito a suspensão da lei ou ato, já que o que se pede é exatamente o contrário. Por isso, como efeito da concessão da liminar suspende-se não a lei, mas apenas os julgamentos dos processos que envolvam a sua aplicação. Item errado. 40) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma editada antes da atual Constituição e que tenha desrespeitado,sob o ponto de vista formal, a Constituição em vigor na época de sua edição, ainda que referida lei seja materialmente compatível com a vigente CF. Algumas questões desse assunto devem ser resolvidas observando a divisão temporal dos eventos. Vejamos essa assertiva do Cespe com um exemplo. A situação que ela apresenta é como se estivéssemos hoje, em 2010, analisando a compatibilidade formal de uma lei editada em 1970 com a Constituição de sua época (Constituição de 1969). O controle de constitucionalidade é muito rico! Há vários aspectos a serem considerados apenas com esse pequeno exemplo. Vou mencioná- los como forma de revisão... Vamos lá? I) Como vimos, a inconstitucionalidade pode ser material ou formal. No caso da questão o vício na norma decorre do desrespeito à forma (por exemplo, uma lei ordinária que disponha sobre assunto reservado à lei complementar, segundo a regra da Constituição de sua época). II) No Brasil, não há a chamada inconstitucionalidade superveniente. É dizer, a inconstitucionalidade de uma lei só pode ser verificada frente à CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 30 www.pontodosconcursos.com.br Constituição de sua época. Alguns alunos podem pensar: “mas eu aprendi que a ADPF serve também para verificar a compatibilidade de uma norma anterior à CF/88 frente à própria Constituição de 1988”... Se você pensou isso, você está certo! É isso mesmo! Mas esse confronto se resolve pela recepção (se a lei antiga for compatível com a CF/88) ou revogação (se a lei antiga for incompatível com a CF/88), e não pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade. III) De qualquer forma, é possível analisar hoje se uma lei é compatível com a Constituição de sua época, a fim de se verificar se naquele tempo ela tinha um vício de inconstitucionalidade. Entretanto, essa análise se dará apenas no âmbito do controle concreto, incidentalmente. IV) Observe, por fim, que para se analisar a compatibilidade de uma lei frente à Constituição de sua época, tanto os aspectos materiais quanto os formais são analisados. Ao contrário, na análise de compatibilidade entre uma lei pré-constitucional e a Constituição atual, só interessam os aspectos materiais. Assim, é cabível a avaliação da compatibilidade do direito pré- constitucional tanto em confronto com a Constituição de sua época, como também em confronto com a Constituição atual. No nosso exemplo, a lei de 1970 poderia ser examinada pelo Poder Judiciário, hoje, tanto em confronto com a Constituição de sua época (CF/1969), quanto em confronto com a Constituição vigente hoje (CF/1988). No confronto com a Constituição de 1969, o Poder Judiciário examinará as compatibilidades material e formal, decidindo pela constitucionalidade ou pela inconstitucionalidade da lei. Como comentado, esse controle poderia se dar apenas no controle incidental, diante de casos concretos. No confronto com a Constituição de 1988, o Poder Judiciário examinará somente a compatibilidade material, decidindo pela recepção ou revogação. Esse controle pode se dar não só em sede de controle concreto, mas também por meio de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Em suma, independentemente da compatibilidade material com a Constituição atual, aquela norma pré-constitucional poderá sim ser declarada inconstitucional hoje frente à Constituição de sua época, desde que no controle concreto. Item certo. 41) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) Segundo entendimento do STF, excepcionalmente, é possível a modulação dos efeitos das decisões proferidas em sede de controle difuso de constitucionalidade, o que representa uma flexibilização do princípio da nulidade no controle de constitucionalidade. Ótima assertiva! É isso mesmo. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 31 www.pontodosconcursos.com.br Tendo em vista o princípio da supremacia da Constituição, a regra é a aplicação do princípio da nulidade da lei declarada inconstitucional (ou seja, a declaração de inconstitucionalidade produziria efeitos retroativos, ex tunc). Entretanto, em homenagem aos princípios da segurança jurídica, do interesse social e da boa fé, tem-se admitido a modulação dos efeitos temporais da decisão, o que permite uma adequação dos seus efeitos à realidade fática. Com isso, podemos considerar que a jurisprudência desenvolveu uma flexibilização da rigidez da teoria da nulidade (entendimento positivado pelo art. 27 da Lei 9.868/99, já apresentado aqui). E, como comentando, essa flexibilização poderá ser realizada pelo STF tanto no controle abstrato, quanto no controle incidental. Item certo. 42) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Compete originariamente ao STF julgar a ADI ajuizada em face de lei ou ato normativo do DF, praticado no exercício de sua competência estadual ou municipal. Assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é fácil... Em ADI, o STF aprecia leis e atos normativos federais e estaduais. Já a ADC não admite lei ou ato normativo estadual como seu objeto, mas somente leis ou atos normativos federais (CF, art. 102, I, a). O DF acumula as competências estaduais e municipais. Pois bem, sendo assim, será cabível ADI de leis ou atos normativos distritais apenas no exercício da sua competência estadual. Item errado. 43) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) O STF, por decisão de dois terços de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. A medida cautelar ou liminar será concedida mediante voto da maioria absoluta dos ministros do Supremo, havendo necessidade da presença de pelo menos oito ministros na seção. Pois é, a questão foi considerada errada pelo Cespe, já que menciona quorum de dois terços quando a lei exige maioria absoluta. O estranho é que se é possível conceder-se cautelar com voto da maioria absoluta, é também possível que essa medida seja concedida com quorum de dois terços, que é superior, você não acha? Item errado. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 32 www.pontodosconcursos.com.br 44) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/AC/2008) Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a opção correta. a) O advogado-geral da União não pode atuar na ação direta de inconstitucionalidade. b) A decisão que declarar a inconstitucionalidade de uma lei estadual, no controle concentrado, não vincula a assembléia legislativa que a aprovou, que pode, por isso, editar nova lei com idêntico teor. c) A decisão de declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado vincula, inclusive, o STF. d) Os efeitos da decisão de declaração de inconstitucionalidade, no controle concentrado, em geral, não retroagem. e) A decisão de declaração de inconstitucionalidade, no controle concentrado, não vincula o estado-membro, que pode continuar a aplicar a lei. A alternativa “a” está errada, pois o Advogado-Geral da União atua sim na ADI, segundo sua função de defensor da norma impugnada, em nome do princípio de presunção da constitucionalidade das leis. Ao contrário do procedimento em sede de ADI, essa manifestação do Advogado-Geral da União não ocorre na ADC, uma vez que, nessa ação, o autor busca a declaração de constitucionalidade, não havendo necessidade de defesa da norma em questão. A alternativa “b” está correta, pois o efeito vinculante da decisão em controle concentrado não se estende
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