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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRIBUNAIS 
AULA 2 
PROFESSOR: RICARDO GOMES 
 
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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRIBUNAIS 
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Prezados(as) Alunos(as)! 
Prazer em recebê-los neste 2º encontro! 
Como está a preparação para os concursos? Estudando bastante 
Direito Eleitoral? 
Nesta nova semana, continuando nossos estudos sobre o Código 
Eleitoral e sobre as normas constitucionais de Direito Eleitoral, 
iniciaremos por um assunto que se sobressai nas provas em virtude da forte 
jurisprudência das Cortes Eleitorais, qual seja, a abordagem constitucional da 
Privação dos Direitos Políticos. 
Após, estudaremos Sanções ao inadimplente da Justiça 
Eleitoral (art. 7-11), Organização da Justiça Eleitoral (art. 12-41): 
Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, Juízes 
Eleitorais e Juntas Eleitorais – Composição, Organização e 
Competências. 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
1. Introdução ao Código Eleitoral (continuação) 
a. Privação dos Direitos Políticos; 
b. Sanções ao Inadimplente da Justiça Eleitoral (art. 
7-11); 
c. Organização da Justiça Eleitoral (art. 12-41) 
i. Tribunal Superior Eleitora;l 
ii. Tribunais Regionais Eleitorais; 
iii. Juízes Eleitorais; 
iv. Juntas Eleitorais; 
 
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2.2.3.4 PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
 
A perda ou suspensão dos direitos políticos geram sérias 
conseqüências para o indivíduo, visto que implicará na privação simultânea da 
alistabilidade (capacidade eleitoral ativa) e da elegibilidade (capacidade 
eleitoral passiva). 
Ressalto que os direitos políticos jamais poderão ser cassados! 
Apenas perdidos ou suspensos. É muito comum inserirem em questões de 
prova com o termo “cassação”. Por isso, o aluno deve ser cuidadoso para ter 
sempre em mente que as únicas possibilidades de limitação aos direitos 
políticos restringem-se à perda ou à suspensão. 
Cuidado! 
Os Direitos Políticos NUNCA poderão ser CASSADOS! 
Os Direitos Políticos somente poderão ser PERDIDOS ou 
SUSPENSOS! 
CF-88 
Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja 
PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto 
durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
Doutrinariamente há uma discussão acerca de quais seriam as 
hipóteses de Perda e quais seriam as de Suspensão. Na seara do Direito 
Eleitoral prevaleça a divisão a seguir. 
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Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos: 
? CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA 
TRANSITA EM JULGADO – com o cancelamento da 
naturalização por meio do Poder Judiciário, o indivíduo voltará 
ao status de estrangeiro, o que, implica, em automático, na 
perda dos seus direitos políticos. O indivíduo deixa de ser 
nacional, logo também perderá sua alistabilidade e elegibilidade; 
 
Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: 
1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA – os considerados 
incapazes civilmente também serão incapazes politicamente. 
Ocorrendo a incapacitação absoluta, a cidadania ficará 
suspensa enquanto esta permanecer. O Código Civil 
Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), em seu art. 3º elenca os 
absolutamente incapazes. Cito apenas para entendimento e 
consulta: 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os 
atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Atenção! 
Para suspender os direitos políticos, é preciso que a 
incapacidade civil seja ABSOLUTA! Não confundir com 
incapacidade civil RELATIVA, também prevista na Lei Civil. As 
questões podem trocar os termos para “pegar” o candidato. 
 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS – enquanto pender 
sobre o cidadão os efeitos de sentença penal condenatória 
não mais passível de recurso (isto é, enquanto cumprir a 
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pena imposta em sentença criminal), os seus direitos 
políticos ficam suspensos. 
É importante atentar que a sentença penal tem que já estar 
transitada em julgada, da qual não caiba mais reforma (não 
mais passível de recursos que possam modificá-la). 
Somente com o transito em julgado é que a decisão judicial se 
torna definitiva e, por conseqüência, podem os direitos políticos 
serem suspensos. 
Entendimento sumulado pelo TSE é de que a suspensão dos 
direitos políticos cessará automaticamente, tão logo a pena seja 
cumprida, ou seja, quando extinta a punibilidade: 
TSE Súmula nº 9 - DJ 28, 29 e 30/10/92 
Suspensão de Direitos Políticos - Condenação Criminal - 
Extinção da Pena - Reparação de Dano 
A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação 
criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a 
extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de 
reparação dos danos. 
 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA – o art. 5º, VIII, da CF-88 
prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo 
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada 
em lei. 
CF-88 
Art. 5 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar 
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
Nesse caso, para sofrer, como sanção, a declaração de perda 
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dos direitos políticos, será preciso que o cidadão inicialmente 
descumpra obrigação a todos imposta e, depois, recuse a 
prestação alternativa fixada em lei. 
 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – o art. 37, §4º, da CF-
88 preleciona que um dos efeitos da condenação por ato de 
improbidade administrativa é a suspensão dos direitos 
políticos do agente. 
Frise-se que a competência para julgamento de ato de 
improbidade é exclusiva do Poder Judiciário. O art. 12 da Lei nº 
8.429/93 dispõe que uma das sanções aplicáveis pelo 
Magistrado poderá ser a suspensão dos direitos políticos de 3 a 
10 anos, a depender da espécie de ato de improbidade 
praticado.DICA: 
O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é 
a única hipótese de Perda dos direitos políticos, pois somente com nova 
naturalização (“renaturalização”) é que será possível readquirir os direitos 
políticos. 
As outras hipóteses são de mera suspensão dos direitos políticos, enquanto 
subsistirem as situações previstas na Constituição, em tese, de caráter 
transitório (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de 
obrigação a todos imposta, improbidade administrativa). 
Resumindo: 
Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos: 
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA 
TRANSITA EM JULGADO. 
Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: 
1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
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OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA; 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
Com a suspensão dos direitos políticos, o cidadão tem por 
paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poderá, a 
qualquer tempo, reaver sua posição política com a interrupção dos motivos que 
geraram a suspensão. Ex: cumprimento total da pena imposta no juízo 
criminal; cumprimento da obrigação a todos imposta ou prestação alternativa. 
Por outro lado, segundo doutrina eleitoral majoritária, com a perda 
dos direitos políticos, o cidadão ficará definitivamente privado da alistabilidade 
e da inelegibilidade e, desse modo, não terá como readquiri-los. Para alguns 
constitucionalistas, a reaquisição dos direitos políticos perdidos pelo 
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado poderá ser 
efetivada através de ação rescisória. 
Vamos praticar!! 
 
EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 38: TJ-AL - Juiz Substituto [FCC] - 28/01/2007. 
Hanz, alemão naturalizado brasileiro, teve a sua naturalização cancelada por 
sentença transitada em julgado. Tal fato acarretará a 
a) manutenção de seus direitos políticos até eventual expulsão. 
b) suspensão dos seus direitos políticos. 
c) cassação dos seus direitos políticos. 
d) impossibilidade de ser votado, sem prejuízo do direito de votar. 
e) perda dos seus direitos políticos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Como comentamos poucas linhas acima, pela doutrina majoritária, aquele 
que tiver cancelada de sua naturalização por sentença transitada em 
julgado terá seus direitos políticos perdidos. 
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A despeito do art. 15, I, da CF-88 não especificar quais são as hipóteses de 
perda e de suspensão dos direitos políticos, a única hipótese aceita como de 
perda dos direitos políticos é para o caso de cancelamento da 
naturalização por sentença transitada em julgado. 
Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja 
PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado; 
Pela doutrina: 
Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos: CANCELAMENTO DA 
NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO. 
Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: 
1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA; 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
Repisando a dica: 
O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é 
a única hipótese de Perda dos direitos políticos, pois somente com nova 
naturalização (“renaturalização”) é que será possível readquirir os direitos 
políticos. 
As outras hipóteses são de mera suspensão dos direitos políticos enquanto 
subsistirem as situações previstas na Constituição, em tese, de caráter 
transitório (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de 
obrigação a todos imposta, improbidade administrativa). 
Assim, o item correto é o “e”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA E 
 
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QUESTÃO 39: TJ RR - Juiz Substituto [FCC] - 28/03/2008. 
 A recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, acarreta 
a) somente a imposição de pena pecuniária. 
b) a cassação dos direitos políticos. 
c) a perda dos direitos políticos. 
d) a suspensão dos direitos políticos. 
e) somente a aplicação de pena privativa de liberdade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Seguindo o quanto comentado na questão anterior, identificamos que a recusa 
de cumprimento de obrigação a todos imposta ou prestação alternativa é caso 
de suspensão dos direitos políticos, estando certo o item “d”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA D 
 
QUESTÃO 40: [INÉDITA - Ricardo]. 
São hipóteses de suspensão dos direitos políticos: 
I - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos da 
condenação. 
II - superveniente incapacidade civil relativa. 
III - perda da nacionalidade brasileira em razão da aquisição de outra. 
IV - cancelamento de naturalização por sentença recorrível. 
V – condenação por improbidade administrativa. 
Está correto APENAS o que se afirma em: 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) I, II e V. 
d) II e IV. 
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e) I e V. 
 
COMENTÁRIOS: 
A questão pediu as hipóteses de suspensão dos direitos políticos. Pelo resumo 
disposto acima, são as seguintes: 
Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: 
1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA; 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
Item I, condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus 
efeitos, está correto. 
Item II, superveniente incapacidade civil relativa, está errada. Por que 
mesmo? Porque, apenas a incapacitação civil absoluta é que leva o cidadão a 
terem suspensos os seus direitos políticos. Cuidado com esse peguinha! 
Item III, - perda da nacionalidade brasileira em razão da aquisição de outra, a 
CF-88 não menciona tal fato como suscetível nem de suspensão e nem de 
perda dos direitos políticos. Como visto, a cancelamento da naturalização 
por sentença transitada em julgado é que é a única hipótese de Perda dos 
direitos políticos. Desse modo, o item III está errado. 
Item IV, cancelamento de naturalização por sentença recorrível, está errada 
porque? O cancelamento da naturalização tem que ser por sentença 
transitada em julgado e não apenas sentença passível de recurso. 
Item V, condenação por improbidade administrativa, está corretíssimo. A 
prática de ato de improbidade administrativa pode levar à suspensão dos 
direitos políticos de 3 a 10 anos, segundo a Lei nº 8.429/93. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA E 
 
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QUESTÃO 41: Senado Federal – Advogado [FGV]. 
Determinado aspirante a vereador, com condenação criminal transitada em 
julgado, porém com pedido de revisão criminal em curso, é: 
a) elegível, ante a pendência da decisão na revisão criminal que visa à 
nulidade do julgamento. 
b) inelegível, pois há sentença condenatória que transitou em julgado. 
c) inalistável, visto que teve seus direitos políticos cassados com a condenação 
criminal. 
d) alistável e elegível, até que a revisão criminal transite em julgado. 
e) inalistável, porém elegível em função da propositura da revisão criminal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Repisando a questão 32, que trata especialmente deste atual assunto, observo 
que o cidadão aspirante a vereador, por ter sobre si condenação criminal 
transitada em julgado, tem seus direitos políticos suspensos até o total 
cumprimento da sanção penal. Com isso, não preenche as condições de 
elegibilidade constitucionais, tornando-se inelegível. 
Apesar de ter sido interposta Revisão Criminal, está não tem o condão de 
alterar o trânsito em julgado da sentença penal. Por isso, os direitos políticos 
remanescem suspensos enquanto durar os efeitos da sentença condenatória, o 
que o torna inelegível. 
Assim, o item correto é “b”. 
Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja 
PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto 
durarem seus efeitos; 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 42: [INÉDITA - Ricardo]. 
Assinale a única alternativa CORRETA: 
S E L M A A R A U J O R A M O S 7 0 3 9 3 3 3 8 1 3 4
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a) A legislação eleitoral estabelece regras para cassação, perda e suspensão 
dos direitos políticos, e, em qualquer dos casos, impõe ao cidadão punido a 
condição de inelegibilidade. 
b) a incapacidade civil absoluta não justifica a cassação de direitos políticos. 
c) a CF prevê casos de suspensão, mas não de perda definitiva de direitos 
políticos, pois a privação terminante desses direitos configuraria ofensa ao 
princípio da dignidade da pessoa humana. 
d) o cidadão que tiver cancelada sua naturalização por sentença com trânsito 
em julgado sofrerá a perda dos seus direitos políticos. 
 
COMENTÁRIOS: 
A CF-88 não previu regras para cassação dos direitos políticos, mas, apenas 
para perda e suspensão. 
Os Direitos Políticos NUNCA poderão ser CASSADOS! 
Os Direitos Políticos somente poderão ser PERDIDOS ou 
SUSPENSOS! 
Tomem cuidado! Pois na hora da prova nem nos damos conta do termo 
“cassação”. 
Assim, o item “a” está errado. 
Quanto ao item “b”, de fato a incapacidade civil absoluta não justiça a 
cassação dos direitos políticos, pois esta não pode ocorrer, conforme já 
delineamos. Item “b” errado. 
O Item “c” está também errado ao não albergar a hipótese de perda dos 
direitos políticos. A única hipótese de perda (cancelamento da naturalização 
por sentença transitada em julgado) não fere o princípio da dignidade da 
pessoa humana porque a pessoa deixa de ser cidadão brasileiro, não tendo, 
em tese, relação com o Estado brasileiro. Esta explicação acaba por responder 
como certo o item “d”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA D 
 
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2.2.4. SANÇÕES AO INADIMPLENTE NA JUSTIÇA 
ELEITORAL (arts. 7-11). 
 
Vamos estudar agora os arts. 7 a 11 do Código Eleitoral. 
O Código Eleitoral e o regramento constitucional eleitoral, como 
vimos, impõem a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Aquele que se 
subtrai ao cumprimento desses deveres se sujeita às conseqüências previstas 
na legislação eleitoral. 
A partir do art. 7º até o 11º, a Lei Eleitoral estabelece as sanções 
ao inadimplente eleitoral e a possibilidade de justificação pelo não-
comparecimento à eleição. 
Vejamos o art. 7º, caput: 
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante 
o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da 
eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento 
sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e 
cobrada na forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei nº 
4.961, de 4.5.1966) 
A sanção de multa pela inadimplência eleitoral somente ocorrerá 
se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: 
1. deixar de votar – não comparecer no dia da eleição para 
votar; 
2. não se justificar no prazo de 30 dias após a eleição. 
Observo que o art. 80 da Resolução TSE nº 21.538/03 prevê 
que o prazo de justificação é de 60 dias. Há divergência 
doutrinária a respeito da revogação ou não do prazo do 
Código. Atenção ao que a prova está exigindo: Código ou 
Resolução 21.538/03. 
DEIXAR DE VOTAR + NÃO SE JUSTIFICAR (até 30 dias) 
A multa tem uma variação de 3-10% (três a dez por cento) do 
salário-mínimo! 
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Atenção! Não é 3-10 salários-mínimos! É um percentual do salário-
mínimo > 3-10% do salário-mínimo!1 
A multa é imposta pelo Juiz Eleitoral e não por servidor do TRE. 
Você quando for servidor, cumprirá formalmente a decisão do Juiz. 
Convenhamos, na prática, essa multa será aplicada por vocês mesmos! Rsrs. 
Gente, essa mesma multa é também prevista para o caso de não 
alistamento do eleitor, de acordo com o art. 8º do Código Eleitoral: 
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o 
naturalizado que não se alistar até 1 (um) ano depois de 
adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá na multa de 3 
(três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo da 
região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral 
através de selo federal inutilizado no próprio requerimento. 
(Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei nº 6.018, 
de 2.1.1974) 
 Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que 
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia 
anterior à eleição subseqüente à data em que completar dezenove 
anos. (Incluído pela Lei nº 9.041, de 9.5.1995) 
Incorrerão em multa as pessoas que se adequarem à seguinte 
situação: 
1. Brasileiro nato - não se alistar até os 19 anos; 
2. Brasileiro naturalizado – não se alistar até 1 ano depois 
de adquirida a nacionalidade. 
Observe que a intenção da lei é não permitir que indivíduos fiquem 
mais de 1 ano sem alistar-se como eleitores a contar da data limite para a 
qual poderiam fazê-lo. 
Isto é, a lei coage ao brasileiro nato a alistar-se impondo multa 
caso não o faça em até 1 ano após completar 18 anos de idade (quando 
começa a obrigatoriedade de alistamento). Da mesma forma o brasileiro 
 
1 O TSE já exarou entendimento no sentido que na parte referente ao salário-mínimo, os dispositivos do Código 
Eleitoral não teriam sido recepcionados pela CF-88. Com isso, a multa não poderia ser indexada pelo salário-mínimo 
(Consulta nº 14.301). De todo modo, devemos ter em mente que os dispositivos ainda não foram declarados 
inconstitucionaispelo Supremo Tribunal Federal e não foram revogados por Lei Complementar superveniente. 
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naturalizado, é também obrigado a alistar-se com 1 ano após a sua 
naturalização. 
Todavia, incentivando o legislador a que todos efetivamente 
participem das eleições, foi previsto no parágrafo único do art. 8º uma exceção 
à hipótese de aplicação desta multa eleitoral ao brasileiro nato: 
Facultou-se a possibilidade do brasileiro nato inscrever-se perante a Justiça 
Eleitoral até o 101º anterior à eleição subseqüente à data em que completar 
19 anos. 
Exemplo: uma pessoa que completou 18 anos em 15 de dezembro 
de 2008 tem que se alistar até 15 de dezembro de 2009 para que não receba a 
multa prevista no caput do art. 8º. No entanto, como em 2010 ocorrerão 
novas eleições, caso ele inscreva-se até o 101º dia antes das eleições de 
2010, ficará isento da multa eleitoral por inadimplência. 
Essa é uma benesse legislativa estimuladora de inscrições no ano 
das eleições. 
Observação: adianto que os brasileiros natos e os naturalizados 
maiores de 18 anos que não se alistarem como eleitores, além da multa 
prevista no art. 8º do Código, sofrerão também as limitações previstas no art. 
7º, §1º, que estudaremos a seguir. 
Art. 7 
§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 
anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem prova de 
estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no 
parágrafo anterior. 
 
Por outro lado, acredito que sanções maiores são as previstas no 
§1º do art. 7º, pois estas restringem em demasia os direitos daquele eleitor 
faltoso e negligente com suas obrigações eleitorais. 
Vamos detalhar melhor: 
Art. 7º 
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a 
respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá 
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o eleitor: 
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função 
pública, investir-se ou empossar-se neles; 
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos 
de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem 
como fundações governamentais, empresas, institutos e 
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas 
pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, 
correspondentes ao segundo mês subsequente ao da 
eleição; 
III - participar de concorrência pública ou administrativa da 
União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, ou das respectivas autarquias; 
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia 
mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e 
caixas de previdência social, bem como em qualquer 
estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja 
administração este participe, e com essas entidades celebrar 
contratos; 
V - obter passaporte ou carteira de identidade; 
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial 
ou fiscalizado pelo governo; 
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do 
serviço militar ou imposto de renda. 
A despeito da obrigatoriedade do voto prevista na CF-88, este 
dispositivo da época da Ditadura Militar acaba por ferir a liberdade do cidadão, 
ao restringir de forma injustificada direitos pessoais. 
Igualmente, não vamos aqui discutir a eficácia social da norma e 
sua aplicabilidade pela Justiça Eleitoral. O que precisamos saber é o que se 
encontra na Lei, e ela elenca essas diversas limitações em caso de 
inadimplência eleitoral. 
Para que o eleitor receba todas essas restrições, segundo a Lei 
Eleitoral, é preciso que ele não consiga provar pelo menos 1 das 3 situações: 
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1. que votou na última eleição; 
2. que pagou a multa eleitoral; 
3. que se justificou devidamente. 
Caso ele consiga provar pelo menos 1 dessas hipóteses (que 
justificou, ou que pagou a multa ou, melhor ainda, que votou na última 
eleição), nenhuma dessas limitações poderão ser-lhe impostas. 
Para melhor fixação, resumirei as restrições do art. 7º, §1º: 
1. inscrever-se em concurso ou prova, investir-se ou 
empossar-se neles; 
Percebam que o cidadão não poderá INSCREVER-SE EM 
CONCURSO! “Pode um negócio desse?” Rsrs. Pior ainda, não poderá 
INVESTIR-SE e ser EMPOSSADO. Não tomará posse enquanto não comprovar a 
sua regularidade perante a Justiça Eleitoral! 
2. receber vencimentos, remuneração, salário ou 
proventos PÚBLICOS correspondentes ao segundo mês 
subsequente ao da eleição; 
Em tese, segundo a lei, o servidor ou empregado público não 
receberá a remuneração referente ao 2º mês após a sua eleição! 
3. participar de concorrência pública ou administrativa DOS 
ENTES FEDERADOS; 
Em suma, não poderá participar de procedimentos licitatórios e de 
processos seletivos promovidos por qualquer dos entes da federação (União, 
Estados, DF e Municípios). 
4. obter empréstimos EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS 
(Empresas Públicas, Instituições Financeiras Públicas, 
Autarquias, etc); 
5. obter passaporte ou carteira de identidade; 
6. renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial 
ou fiscalizado pelo governo; 
7. praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do 
serviço militar ou imposto de renda. 
Obs: assinalei os mais revelantes. 
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Atenção que, conforme adiantado, o §2º do art. 7º inclui entre os 
que receberão referidas limitações aqueles brasileiros natos ou 
naturalizados que não se alistarem como eleitores, que mantiverem a 
condição de NÃO ALISTADOS. 
Art. 7 
§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 
anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem prova de 
estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados 
no parágrafo anterior. 
Assim, além daqueles eleitores que não provaram que votaram na 
última eleição, que pagaram a multa ou que justificaram, o cidadão maior 
de 18 anos que não se alistar como eleitor também não poderá realizar 
qualquer ato previsto no §1º do art. 7º enquanto mantiver esta condição. 
De forma redundante, referido dispositivo previu que os inalistáveis 
não sofrerão tais limitações, ao excetuar os dispostos no art. 5º e 6º, I. Se a 
pessoa não pode alistar-se, também não poderá receber sanções decorrentes 
do não alistamento, não é verdade? 
Concluindo, até que o maior de 18 anos alistável, ainda não 
alistado, venha a alistar-se, ficará com esta “Espada de Dâmocles” na 
cabeça! Rsrs. Isto é, sofrerá todas as limitações previstas no art. 7º, §1º. 
 
Cancelamento da Inscrição pelo inadimplemento. 
Segundo o §3º do art. 7º, o eleitor terá sua inscrição cancelada 
caso não vote por 3 eleições seguidas, ou não pague a multa ou não 
justifique o voto no prazo de 6 meses a contar da última eleição (3ª eleição 
consecutiva) a que deveria ter comparecido. 
Art. 7º 
§3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico 
de dados, será CANCELADA A INSCRIÇÃO do eleitor que não 
votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa 
ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da 
data da última eleição a que deveria ter comparecido. 
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Condições legais para o CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO por 
inadimplemento eleitoral: 
1. NÃO VOTAR POR 3 ELEIÇÕES CONSECUTIVAS; ou 
2. NÃO PAGAR A MULTA (multa do caput do art. 7º); ou 
3. NÃO SE JUSTIFICAR NO PRAZO DE 6 MESES DA 3ª 
ELEIÇÃO CONSECUTIVA. 
Vimos que, segundo o caput do art. 7º, se o eleitor deixar de 
votar e não se justificar em 1 única eleição, incorrerá apenas na pena de 
multa eleitoral. 
A sanção de simples multa pela inadimplência eleitoral somente 
ocorrerá se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: 
DEIXAR DE VOTAR (1 eleição) + NÃO SE JUSTIFICAR (em 30 dias) 
Já a sanção de cancelamento da inscrição, somente ocorrerá se 
o eleitor não votar em 3 eleições. Frise-se que são 3 eleições 
consecutivas! Isto é, o eleitor não terá sua inscrição eleitoral cancelada na 
seguinte situação: não ter votado em 2 eleições seguidas, na 3ª tiver 
comparecido e na 4ª eleição não tiver votado, pois, nesse caso, não foi 
preenchido o requisito legal de 3 eleições consecutivas para o cancelamento. 
Ademais, o eleitor tem um PRAZO DE 6 MESES para 
JUSTIFICAÇÃO após a 3ª eleição consecutiva sem o comparecimento. 
Na esteira do contido no art. 80, §6º, da Resolução TSE nº 
21.538/2003, o cancelamento somente poderá se dar após ausência de 
justificação do eleitor e do não pagamento da multa. 
Art. 80 
§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de 
votar em três eleições consecutivas, salvo se houver 
apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento 
de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por 
prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do 
voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos (parte suprimida pelo 
Acórdão 649/2005). 
Com isso, o simples não comparecimento em 3 eleições 
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consecutivas não é motivo, por si só, para automaticamente a inscrição ser 
cancelada. É preciso que se conjugue também o não pagamento da multa e a 
não justificação no prazo de 6 meses da 3ª eleição consecutiva (prazo do art. 
7, §3º do Código Eleitoral). 
Por oportuno, consigno que o art. 80 da Resolução TSE nº 
21.538/2003, objeto da Aula 7, prevê que o prazo para justificação na hipótese 
de abstenção às urnas por 3 vezes consecutivas é de 60 dias, contrariamente 
ao que prevê o art. 7º, §3º, do Código Eleitoral (6 meses). No entanto, temos 
que ter atenção se a prova está ou não exigindo conhecimento do Código 
Eleitoral ou de referida Resolução. Caso o Edital não exija o conhecimento de 
mencionado regulamento, então prevalecerá, sem dúvidas, o pedido no 
Código. 
Estudaremos mais à frente, na parte sobre Cancelamento e 
Exclusão (art. 71-80), que o art. 71 do Código prevê que 1 das hipóteses de 
cancelamento da inscrição eleitoral é o fato de “deixar de votar em 3 (três) 
eleições consecutivas”. 
Art. 71. São causas de cancelamento: 
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. 
 
Sanções aos Agentes Públicos. 
A regra constante do art. 9 do Código Eleitoral é direcionada aos 
servidores da Justiça Eleitoral e da Administração Pública de todos os Entes da 
Federação que não cumprirem o disposto nos art. 7 e 8. Ou seja, caso os 
servidores dos TREs (vocês) não efetivem as multas eleitorais previstas no 
Código e não cancelem as inscrições na forma do §7º ou, os agentes públicos 
responsáveis pelo cumprimento das limitações previstas no §1º do art. 7º, não 
levem a cabo tais determinações, incorrerão em multa de 1-3 salários-
mínimos ou suspensão disciplinar de até 30 dias! 
Algumas vozes apontam também para aplicabilidade aos Juízes 
Eleitorais de tais sanções do art. 9º. No entanto, importa apenas sabermos de 
tal previsão de multa e suspensão disciplinar. 
Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos 
arts. 7º e 8º (servidores dos TREs e agentes públicos 
responsáveis) incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) 
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salários-mínimos vigentes na zona eleitoral ou de suspensão 
disciplinar até 30 (trinta) dias. 
 
Justificação pelo não comparecimento. 
Os eleitores ausentes na votação das eleições, mas que 
devidamente justificaram, como também os inalistáveis, têm direito a uma 
certidão da Justiça Eleitoral que valerá como prova da justificação para os 
efeitos legais. Assim preleciona o art. 10: 
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por 
motivo justificado e aos não alistados nos termos dos artigos 
5º e 6º, nº 1, documento que os isente das sanções legais. 
Segundo o art. 10, quem têm direito ao documento isentivo das 
sanções legais? 
• Eleitores que justificaram; 
• Os inalistáveis. 
 O art. 11 apenas prevê a possibilidade do eleitor pagar multa 
eleitoral na Zona Eleitoral que estiver residindo, quando esta for diversa 
da que estiver inscrito. Os seus parágrafos merecem apenas uma leitura 
rápida. 
Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se 
encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitação 
com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o 
Juízo da zona em que estiver. 
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor 
quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite 
informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição. 
§. 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento través de 
selos federais inutilizados no próprio requerimento, o juiz que 
recolheu a multa comunicará o fato ao da zona de inscrição e 
fornecerá ao requerente comprovante do pagamento. 
 
 
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EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 43: [FCC] - TRE - AM - Téc. Administrativa [FCC] - 
31/01/2010. 
A respeito da obrigatoriedade do voto, é correto afirmar que 
a) o voto é facultativo para os maiores de 60 anos. 
b) o eleitor que deixar de votar em três eleições consecutivas terá sua 
inscrição cancelada. 
c) para o eleitor que se encontrar no exterior, o prazo para justificação é de 30 
dias contados da data da eleição. 
d) os menores de 18 anos que deixarem de votar estarão sujeitos à multa. 
e) os estrangeiros não naturalizados brasileiros votarão em separado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Segundo o art. 14, §1º, a CF-88, o voto somente é facultativo para os 
maiores de 70 anos, maiores de 16 e menos de 18 anos e para os 
analfabetos. Logo, o item “a” está errado. 
O item “b” - o eleitor que deixar de votar em três eleições consecutivas terá 
sua inscrição cancelada – está correto porque, segundo a literalidade do 
Código Eleitoral, realmente a abstençãopor 3 eleições consecutivas é causa de 
cancelamento da inscrição, conforme profetizam os arts. 7º, §3º, 71, V, do 
Código Eleitoral: 
Art. 7º 
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico 
de dados, será CANCELADA A INSCRIÇÃO do eleitor que não 
votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa 
ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da 
data da última eleição a que deveria ter comparecido. 
Art. 71. São causas de cancelamento: 
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. 
Ressalto, contudo, que o art. 80, §6º, da Resolução TSE nº 21.538/2003, 
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determina que o cancelamento somente poderá se dar após ausência de 
justificação do eleitor e do não pagamento da multa. 
Art. 80 
§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de 
votar em três eleições consecutivas, salvo se houver 
apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento 
de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por 
prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do 
voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos. 
Assim, em termos práticos e doutrinários, o simples não comparecimento em 3 
eleições consecutivas não é motivo, por si só, para automaticamente a 
inscrição ser cancelada. É preciso que se conjugue também o não pagamento 
da multa e a não justificação no prazo de 6 meses da 3ª eleição consecutiva 
(prazo do art. 7, §3º do Código Eleitoral). 
NO ENTANTO, trata-se de questão da FCC, que exige o que mesmo dos 
candidatos? A literalidade do texto normativo! Assim, segundo o art. 7, §3º, do 
Código, o fato de não votar por 3 eleições consecutivas é fato que gera o 
cancelamento da inscrição. Deste modo, o item “b” está CORRETO. 
O restante dos itens exige conhecimento da Resolução nº 21. 538/2003, a ser 
oportunamente estudada. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 44: TRE-PE - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 
25/01/2004. 
Sem provar que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou que se 
justificou devidamente, dentre outras sanções, NÃO poderá o eleitor 
a) obter passaporte. 
b) abrir conta em qualquer estabelecimento bancário. 
c) abrir crediário em lojas comerciais. 
d) receber salários de empresas privadas. 
e) ser empossado em cargo de empresa privada. 
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COMENTÁRIOS: 
Veja que quem não votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou 
não se justificou, incide nas sanções previstas no art. 7º, §1º, do Código 
Eleitoral. Não poderão, entre outros, obter passaporte (inciso V). 
Revisando: para que o eleitor receba todas essas restrições, segundo a Lei 
Eleitoral, é preciso que ele não consiga provar pelo menos 1 das 3 situações: 
1. que votou na última eleição; 
2. que pagou a multa eleitoral; 
3. que se justificou devidamente. 
 
Art. 7º 
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a 
respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá 
o eleitor: 
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função 
pública, investir-se ou empossar-se neles; 
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos 
de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem 
como fundações governamentais, empresas, institutos e 
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas 
pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, 
correspondentes ao segundo mês subsequente ao da 
eleição; 
III - participar de concorrência pública ou administrativa da 
União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, ou das respectivas autarquias; 
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia 
mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e 
caixas de previdência social, bem como em qualquer 
estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja 
administração este participe, e com essas entidades celebrar 
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contratos; 
V - obter passaporte ou carteira de identidade; 
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial 
ou fiscalizado pelo governo; 
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do 
serviço militar ou imposto de renda. 
Por fim, lembrar que os brasileiros natos ou naturalizados maiores de 18 
anos que mantiverem a condição de NÃO ALISTADOS, incorrerão nas 
mesmas sanções do art. 7º, §1º. 
O eleitor não está impedido de abrir conta em estabelecimento bancário, nem 
de abrir crediário em lojas comerciais privadas. Conforme o inciso IV do §1º do 
art. 7, o eleitor não poderá adquirir empréstimo em instituições públicas. 
Por isso, estão errados os itens “b” e “c”. 
Quanto ao item “d”, de acordo com o inciso II do mesmo dispositivo, o eleitor 
não poderá apenas receber vencimentos da Administração Pública, como 
servidor ou empregado público. Não existe a restrição aos salários de 
empresas privadas, por isso o item é também errado. 
Finalmente, o item “e” está errado ao prevê que posse em cargo privado fosse 
outra limitação imposta ao eleitor. Tão somente posse e/ou investidura em 
cargo, emprego ou função pública é que é vedado ao eleitor sancionado. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
QUESTÃO 45: TRE-SC - Analista Judiciário – Judiciária [FAPEU] - 
19/06/2005. 
O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo. 
Assim, assinale a alternativa CORRETA. 
a)Estão dispensados de votar os enfermos, os que se encontrem fora de seu 
domicílio e os funcionários civis e militares em serviço que os impossibilite de 
votar. 
b)Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de 
que se justificou devidamente, não poderá o eleitor obter passaporte e 
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tampouco empreender viagem ao exterior. 
c)Estão dispensados de votar os inválidos, os maiores de 65 (sessenta e cinco) 
anos e os que se encontrem no exterior. 
d)O brasileiro que deixou de ser analfabeto e não se alistou até um ano depois 
da escolarização, incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do 
salário, com a devida atualização legal. 
COMENTÁRIOS: 
Segundo o art. 6, I e II, do Código Eleitoral, estão dispensados do alistamento 
e do voto: 
I - quanto ao alistamento: 
a) os inválidos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os que se encontrem fora do país. 
II - quanto ao voto: 
a) os enfermos; 
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; 
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os 
impossibilite de votar. 
Assim, o item “a” está correto e o item “c” está errado. 
Quanto ao item “b”, consoante questão anterior, está errada apenas a última 
parte, ao limitar o eleitor de empreender viagem ao exterior. 
Quanto ao item “d”, o analfabeto, mesmo que não se aliste apósa sua 
escolarização, não pagará a multa eleitoral prevista no art. 8º do Código, 
conforme art. 16 da Resolução nº 21.538/2003: 
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo 
(Constituição Federal, art. 14, § 1º,II, a). 
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sêlo, deverá 
requerer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito à multa 
prevista no art. 15 (Código Eleitoral, art. 8º). 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
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2.2.5 ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL (Arts. 
12-41) 
2.2.5.1. Considerações Iniciais. 
A organização da Justiça Eleitoral (JE) foi primeiramente 
regulamentada pelo próprio Código Eleitoral nos seus arts. 12 a 41. Com 
efeito, a Constituição Federal de 1988, por ser uma constituição analítica, 
trouxe expressamente em seu texto também a estruturação e organização do 
Poder Judiciário Eleitoral. 
A Justiça Eleitoral é uma das Justiças Especializadas da União, 
como também o é a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho (todas previstas na 
CF-88). 
É uma Justiça atípica, pois exerce atividade jurisdicional 
eleitoral (julga conflitos na seara eleitoral, crimes eleitorais, declaração de 
inelegibilidade, entre outros) e, de outro lado, atividade tipicamente 
administrativa, ao organizar todo o processo eleitoral das eleições (voto, 
apuração, diplomação dos eleitos, alistamento eleitoral, etc). 
A Justiça Eleitoral não possui Juízes Eleitorais de Carreira e de 
Ministério Público próprio, todos são emprestados da Justiça Federal e da 
Justiça Estadual e do Ministério Público Federal e Estadual. 
Já os serviços administrativos da Justiça Eleitoral são organizados 
quase que com exclusividade pela União, remanescendo ainda, em alguns 
TREs, a utilização de estruturas e de servidores estaduais e municipais. Vocês, 
futuros servidores de TRE, serão servidores da União, com todas as 
prerrogativas asseguradas em lei! 
 
2.2.5.2. ORGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
Mas, afinal, como é organizada a Justiça Eleitoral? quais são os 
órgãos da Justiça Eleitoral? 
A organização da JE é hoje definida nos 2 diplomas em estudo: 
Código Eleitoral (arts. 11-41) e na CF-88 (arts. 118-121). Por isso, 
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faremos um estudo conjugado dos dois regramentos. 
São órgãos da Justiça Eleitoral: 
1. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL; 
2. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs); 
3. JUÍZES ELEITORAIS; 
4. JUNTAS ELEITORAIS. 
As peculiaridades apresentadas pelo Código Eleitoral é de que o 
TSE tem sede na Capital da República e jurisdição em todo o país, e de que 
cada Estado e o DF terão um Tribunal Regional Eleitoral. Em tese, quanto aos 
territórios, faz a ressalva da possibilidade do TSE propor a criação na sua 
capital. 
Atenção! 
Parece patente, mas vale asseverar: o Ministério Público 
Eleitoral não faz parte da Organização da Justiça Eleitoral! Não está nos rols 
elencados abaixo. Faço essa ressalva, pois pode o aluno embaralhar os 
conceitos ao achar que o MP Eleitoral faz parte da Justiça Eleitoral. MP é órgão 
independente (quase um 4º Poder). 
Código Eleitoral 
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da 
República e jurisdição em todo o País; 
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito 
Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de 
Território; 
III - juntas eleitorais; 
IV - juizes eleitorais. 
CF-88 
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
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III - os Juízes Eleitorais; 
IV - as Juntas Eleitorais. 
 
Número de Juízes nos TREs. 
Segundo o Código Eleitoral, o número de Juízes de cada TRE (leia-
se aqui Juízes que atuam na própria Corte Estadual Eleitoral e não os Juízes 
Eleitorais que atuam nas comarcas estaduais) não poderá ser reduzido, mas 
poderá ser elevado a 9 (nove) Juízes por proposta e aprovação do TSE. No 
entanto, a CF-88 previu apenas a composição fixa de 7 Juízes, o que deve 
ser considerado para concursos. O art. 13 do Código, que prevê a quantidade 
Juízes dos TREs de até 9 Membros não foi revogado, mas para provas basta 
saber que são 7 membros. 
 
Número de Juízes nos TREs e no TSE: 
TREs 7 Juízes 
TSE Pelo menos 7 Juízes 
 
Periodicidade das Funções dos Juízes Eleitorais. 
Os Juízes que exercem a função eleitoral servirão obrigatoriamente 
por 2 anos, sendo que estão vedados de cumprirem mais de 4 anos 
consecutivos (2 biênios consecutivos), salvo exceções justificadas perante o 
TRE de que faz parte. 
Código Eleitoral 
Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo 
justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por 
mais de dois biênios consecutivos. 
CF-88 
Art. 121 
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo 
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por 
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mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos 
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em 
número igual para cada categoria. 
A CF-88 apenas faz 1 uma ressalva ao previsto no Código, ao 
prelecionar que os Juízes servirão por 2 anos, no mínimo, na função eleitoral, 
e acrescenta, determinando que a escolha de substitutos dos Juízes seja 
realizada na mesma ocasião e pelo mesmo processo. 
Esta limitação para até 2 biênios consecutivos decorre do princípio 
da periodicidade das funções eleitorais, que procura garantir a lisura no 
trato das questões eleitorais mediante a alternância de Juízes Eleitorais nas 
respectivas comarcas e funções. 
A contagem de cada biênio deverá ser ininterrupta, isto é, não 
será suspensa por qualquer motivo. Ressalva-se a hipótese do Juiz afastar-se 
em decorrência do impedimento previsto no §3º do art. 14, decorrente de 
parentesco do Juiz Eleitoral com candidato a cargo eletivo na circunscrição. A 
Lei Eleitoral também preleciona que, na recondução para novo biênio, as 
formalidades legais de escolha e investidura de Juízes deverão ser as mesmas 
utilizadas para na primeira. 
Art. 14 
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o 
desconto de qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de 
licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º. 
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar-
se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira 
investidura. 
Destaco que os Juízes de Direito que exercem a função eleitoral 
afastados por motivos de férias e licença das funções principais que exercem 
na Justiça Comum, é que também serão afastados automaticamente de suas 
funções perante a Justiça Eleitoral. O Código faz uma exceção: quando estiver 
em período de férias coletivas e coincidir com o período eleitoral 
(realização de eleição, apuraçãoou encarremento de alistamento), o 
Juiz deverá permanecer com suas funções eleitorais. 
Art. 14 
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§ 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e licença 
especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão 
automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo 
correspondente exceto quando com períodos de férias 
coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou 
encerramento de alistamento. 
Como relatado, quando houver algum parente do Juiz Eleitoral ou 
Desembargador Eleitoral candidato à eleição em cargo na circunscrição em que 
este exerce suas funções eleitorais, deverá este Juíz ou Desembargador 
afastar-se. 
O código delineia os parentes do Juiz candidatos que geram o 
impedimento (cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até o 2º grau). 
Para decorar, basta lembrar que são os mesmo parentes inelegíveis 
reflexamente (visto em inelegibilidades). 
O afastamento do Juiz Eleitoral deverá dar-se, pelo menos, desde a 
homologação da convenção partidária até a apuração final da eleição. 
Art. 14 
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a 
apuração final da eleição, não poderão servir como juizes nos 
Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge, 
parente consangüíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o 
segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na 
circunscrição. 
 
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais 
Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo 
processo, em número igual para cada categoria. 
 
 
 
 
 
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TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) 
 
 
Composição do TSE. 
Com a nova regulação pela CF-88 da composição do Tribunal 
Superior Eleitoral, foram derrogados tacitamente os art. 16 e 17 do Código 
Eleitoral. 
A composição mínima do TSE são 7 Ministros. A sua atual 
composição pode ser assim resumida, conforma CF-88, art. 119: 
QUANTIDADE DE 
MEMBROS 
ORIGEM 
FORMA DE 
COMPOSIÇÃO 
3 MINISTROS 
SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL (STF) 
ELEIÇÃO 
2 MINISTROS 
SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA (STJ) 
ELEIÇÃO 
2 MINISTROS ADVOGADOS 
NOMEAÇÃO pelo 
Presidente da Rep. 
(entre 6 Advogados). 
 
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, 
de sete membros, escolhidos: 
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I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de 
Justiça; 
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes 
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade 
moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Os Advogados fazem parte de uma lista de 6 nomes, 
organizada pelo Supremo Tribunal Federal. O notável saber jurídico e a 
idoneidade moral são os requisitos necessários para a nomeação dos 
advogados para o TSE. 
Esta nomeação de Advogados, segundo o Código Eleitoral, não 
poderá recair: 
1. em cidadão que ocupe cargo público de que seja 
demissível ad nutum (a qualquer tempos, sob 
discricionariedade), ou 
2. que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa 
beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou 
favor em virtude de contrato com aa administração 
pública, ou que exerça qualquer mandato de caráter 
político (federal, estadual ou municipal): 
Art. 16 
§ 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá 
recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível 
ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa 
beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude 
de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato 
de caráter político, federal, estadual ou municipal. (§ 4º 
renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de 29.1.1969 e alterado 
pela Lei nº 7.191, de 4.6.1984) 
 
 
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Número de Juízes nos TREs e no TSE: 
TREs 7 Juízes 
TSE Pelo menos 7 Juízes 
Observem que o art. 119 da CF-88 prevê que a constituição do 
TSE é de, no mínimo, de 7 Juízes. Veremos mais à frente que a CF-88 não 
fala em composição mínima para os TREs. 
 
A despeito da desatualização e de eventual derrogação tácita 
operada pela CF-88 sobre os arts. 16 e 17, devemos enfrentar tais 
dispositivos, pois, a despeito de referido posicionamento, são comumente 
cobrados pela FCC. 
 
Vedação de parentesco entre Ministros. 
É vedada a existência de parentesco de até 4º grau entre os 
Ministros do TSE. Caso venha a ocorrer, será excluído o último que foi 
escolhido: 
Art. 16 
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral 
cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por 
afinidade, até o 4º (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou 
ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por 
último. (§ 3º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de 29.1.1969 
e alterado pela Lei nº 7.191, de 4.6.1984) 
 
 Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria do TSE. 
O art. 119, parágrafo único, da CF-88 prevê que o Presidente e o 
Vice-Presidente do TSE devem ser Ministros do STF, enquanto que o 
Corregedor-Geral é do STJ: 
CF-88 
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Art. 119 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu 
Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os 
Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 
Cargos no TSE: ORIGEM: 
Presidente e Vice do TSE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) 
Corregedor-Geral Eleitoral 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
(STJ) 
Na realidade, o Corregedor-Geral é apenas 1 dos 2 Juízes oriundos 
do STJ que compõem a corte. Assim, o Ministro do STJ também Corregedor-
Geral Eleitoral, acumula as funções de Corregedoria com as funções 
ordinárias de Ministro do TSE (propriamente como Magistrado da Corte). 
Nesse aspecto, não se aplica o caput do art. 17 do Código Eleitoral. 
Sobre o Corregedor-Geral Eleitoral, cabem as seguintes 
considerações: 
1. as atribuições do Corregedor serão fixadas por resolução do 
TSE; 
2. poderá se locomover aos Estados por determinação do 
TSE, a pedido dos TREs, a requerimento de partido ou 
quando necessário; 
3. os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam 
as Corregedorias Regionais. 
Art. 17 
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo Tribunal 
Superior Eleitoral. 
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se 
locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos: 
I - por determinaçãodo Tribunal Superior Eleitoral; 
II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; 
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III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior 
Eleitoral; 
IV - sempre que entender necessário. 
§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os 
Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso 
cumprimento. 
 
Procurador-Geral do TSE 
As funções de Procurador-Geral do TSE serão exercidas pelo 
Procurador-Geral da República (PGR). 
Outros membros do Ministério Público da União designados pelo 
PGR para auxiliá-lo nas funções eleitorais não poderão ter assento no 
Plenário do TSE. 
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal 
Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República, 
funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. 
Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros 
membros do Ministério Público da União, com exercício no 
Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para 
auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão 
ter assento. 
 
As deliberações do TSE. 
As deliberações do TSE serão realizadas por maioria de votos, em 
sessão pública, com presença da maioria de seus membros. 
Constitui a maioria de seus membros o 1º número inteiro acima da 
metade dos membros. No caso da Corte, que tem 7 Membros, o 1º nº inteiro 
acima da metade é 4 Membros. 
Assim, para a Corte efetivamente deliberar sobre alguma matéria 
eleitoral, deverão estar presentes pelo menos 4 dos Ministros (a metade é 
3,5, e o 1º nº inteiro acima da metade é 4). 
Observação: a maioria não é metade mais 1! Isso pode levar o 
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estudante a erro! Alguns acabam propugnando tal idéia, mas as provas de 
concursos freqüentemente apontam no sentido indicado. 
Com efeito, existem matérias que exigem quorum 
especialíssimo (a totalidade dos membros do TSE presentes). São as 
seguintes: 
1. interpretação do Código Eleitoral em face da 
Constituição; 
2. cassação de registro de partidos políticos; 
3. análise de recursos que importem anulação geral de 
eleições; 
4. análise de recursos que importem perda de diplomas. 
Nestes casos excepcionais, caso algum membro do Tribunal falte, 
será convocado o substituto, porque a deliberação deverá ser com todos os 
membros presentes na sessão. 
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em 
sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. 
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na 
interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e 
cassação de registro de partidos políticos, como sobre 
quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições 
ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença 
de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum 
juiz, será convocado o substituto ou o respectivo suplente. 
 
Suspeição e impedimento de Membros do TSE. 
A previsão legal de argüição de suspeição ou impedimento de 
algum Ministro da Corte visa impedir eventuais decisões parciais em favor ou 
em desfavor de algum candidato ou partido. 
O impedimento legal gera a presunção absoluta de 
parcialidade do Juíz (ex: um Juíz que seria parte no processo que ele mesmo 
julgará). Já a simples suspeição gera presunção relativa de parcialidade, 
dependente de prova (ex: amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das 
partes do processo). 
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As hipóteses de suspeição e impedimento estão previstas na Lei 
Civil e na Lei Penal (especialmente no Código de Processo Civil e no Código de 
Processo Penal), salvo quanto ao motivo de parcialidade partidária, que é 
prevista no art. 20 do Código Eleitoral. 
Então, pelo menos a parcialidade partidária é um dos motivos 
previstos diretamente na lei eleitoral para arguição de impedimento e 
suspeição. 
Importa saber sobre o assunto o seguinte. Referido dispositivo 
prevê, ademais, que qualquer interessado poderá arguir a suspeição e o 
impedimento, mas não somente dos Juízes Eleitorais! Também poderá ser 
impugnada a imparcialidade também do Procurador Geral e de funcionários 
da Secretaria do Juízo Eleitoral. 
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá 
argüir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do 
Procurador Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos 
casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de 
parcialidade partidária, mediante o processo previsto em 
regimento. 
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a 
provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que 
importe aceitação do argüido. 
 
Decisões do TSE e Recursos. 
Todas as decisões do TSE são irrecorríveis, não cabe qualquer 
recurso ordinário das decisões do Tribunal, ressalvado somente quando 
contrariarem a Constituição ou quando forem denegatórias (negarem) 
de habeas corpus ou mandado de segurança. 
Então, somente CABERÁ RECURSOS das decisões do TSE caso: 
1. contrariarem a Constituição; 
2. forem denegatórias de habeas corpus ou mandado de 
segurança. 
Esta é uma regra prevista diretamente na Constituição: 
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CF-88 
Art. 121 
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior 
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as 
denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de 
segurança. 
 
As decisões e todos os atos normativos e regulamentares do TSE 
devem ter cumprimento imediato por parte dos TREs e Juízes eleitorais: 
Art. 21 Os Tribunais e juizes inferiores devem dar imediato 
cumprimento às decisões, mandados, instruções e outros atos 
emanados do Tribunal Superior Eleitoral. 
 
 
TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs) 
 
Composição dos TREs. 
Em cada capital de cada Estado da Federação e do Distrito Federal 
haverá um Tribunal Regional Eleitoral. Não há Estado que não tenha TRE, logo 
são muitos concursos disponíveis para os concurseiros, não acham? Rsrs. 
Os TREs são compostos com 7 Membros, escolhidos mediante 
eleição ou nomeação do Presidente da República, resumida da seguinte forma. 
Antes, porém, friso que os TREs têm composição fixa pela CF-88, pois o art. 
120 da Carta não prevê composição mínima para as Cortes Regionais (como o 
faz para o TSE), apenas elenca a quantidade de juízes que as comporão. Desse 
modo, os TREs não podem mais aumentar o número de Juízes. 
QUANTIDADE DE 
MEMBROS 
ORIGEM 
FORMA DE 
COMPOSIÇÃO 
2 JUÍZES 
DESEMBARGADORES 
DO TJ do Estado 
ELEIÇÃO 
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2 JUÍZES 
JUÍZES DE DIREITO 
escolhidos pelo TJ 
ELEIÇÃO 
(escolha do TJ) 
1 JUIZ 
JUIZ DO TRF com sede 
na Capital ou 
escolhido pelo TRF 
ELEIÇÃO 
(escolha do TRF) 
 
2 JUÍZES ADVOGADOS 
NOMEAÇÃO pelo 
Presidente da Rep. 
(entre 6 Advogados) 
 
CF-88 
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de 
cada Estado e no Distrito Federal. 
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de 
Justiça; 
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo 
Tribunal de Justiça; 
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na 
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz 
federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional 
Federal respectivo; 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois 
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
Da mesma forma que os Ministros do TSE escolhidos dentre a lista 
de 6 Advogados, os Desembargadores dos TREs originariamente Advogados 
deverão ostentar notável saber jurídico e idoneidade moral. Serão 
indicados pelo TJ local. 
A nomeação desses 2 Advogados para compor o pleno do TRE é 
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feita pelo Presidente da República (Chefe do Poder Executivo Federal), 
indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado. O TJ organiza os nomes dos 
Juízes em lista tríplice e encaminha ao TSE, que a divulgará através de 
Edital.2 
Nesta lista de Advogados, não poderão constar nomes de 
Magistrados ou membros do Ministério Público aposentados (agora 
Advogados). 
Código Eleitoral 
Art. 25 
§ 1º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será 
enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. 
§ 2º A lista não poderá conter nome de magistrado aposentado 
ou de membro do Ministério Público. 
§ 3º Recebidas as indicações o Tribunal Superior divulgará a lista 
através de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco dias, 
impugná-la com fundamento em incompatibilidade. 
§ 4º Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer 
dos indicados, a lista será devolvida ao Tribunal de origem para 
complementação. 
§ 5º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal 
Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para a 
nomeação. 
Seguindo à regra prevista para o TSE sobre a nomeação de 
Advogados para a Corte Superior, segundo o Código Eleitoral, a nomeação de 
Advogados para exercerem a função de Desembargadores nos TREs também 
não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja 
demissível ad nutum (demitido a qualquer tempo, sob discricionariedade), que 
seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, 
privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com aa administração 
pública, ou que exerça qualquer mandato de caráter político (federal, estadual 
ou municipal). 
 
2 A Resolução TSE nº 21.461/2003 dispõe sobre o encaminhamento de lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça 
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Esta regra é prevista no art. 25, §7º, que remonta à aplicação do 
disposto no art. 16, §2º (antigo parágrafo 4º): 
Código Eleitoral 
Art. 25 
§ 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo (atual inciso III 
do art. 120, §3º, I, da CF-88 – nomeação de Advogados) não 
poderá recair em cidadão que tenha qualquer das 
incompatibilidades mencionadas no art. 16, § 4º (atual §2º do art. 
16 do Código Eleitoral). 
Art. 16 
§ 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá 
recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível 
ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa 
beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude 
de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato 
de caráter político, federal, estadual ou municipal. (§ 4º 
renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de 29.1.1969 e alterado 
pela Lei nº 7.191, de 4.6.1984) 
Art. 120. 
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois 
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 
Vedação de parentesco entre Desembargadores dos TREs. 
Igualmente como previsto para o TSE, é também vedada a 
existência de parentesco de até 4º grau entre os Desembargadores dos 
TREs. Caso venha a ocorrer, será excluído o último que foi escolhido: 
Art. 25 
§ 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que 
 
ao Tribunal Superior Eleitoral. 
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tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º 
grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso 
a que tiver sido escolhida por último. 
 
Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria dos TREs. 
O Presidente e o Vice do TRE serão eleitos pelo próprio TRE entre 
os Desembargadores do TJ Estadual. A previsão legal quanto à nomeação do 
Corregedor Regional é que está desatualizada. O Código Eleitoral, no art. 26, 
prevê que seria o Corregedor o 3º Desembargador do TJ. Ocorre que, hoje, 
com o regramento constitucional, são apenas 2 Desembargadores do TJ 
que compõem o TRE. 
Desse modo, entende-se que o Corregedor Regional deverá ser um 
dos Juízes que compõem o TRE, ou mesmo o seu Vice-Presidente. 
CF-88 
Art. 120 
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o 
Vice-Presidente- dentre os desembargadores (Leia-se: 
Desembargadores do TJ). 
 
Código Eleitoral 
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional 
serão eleitos por este dentre os três desembargadores do Tribunal 
de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor Regional 
da Justiça Eleitoral. (NÃO APLICÁVEL!) 
 
No mesmo sentido da Corregedoria-Geral Eleitoral (do TSE), para o 
Corregedor Regional, cabem as seguintes considerações: 
1. as atribuições do Corregedor serão fixadas pelo TSE 
(Resolução) ou pelo TRE, em caráter supletivo; 
2. poderá se locomover aos Estados por determinação do 
TSE ou do TRE, a pedido de juízes eleitorais, a 
requerimento de partido ou quando necessário; 
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3. os provimentos emanados da Corregedoria-Geral 
vinculam as Corregedorias Regionais. 
Art. 26 
§ 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo 
Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou 
complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual 
servir. 
§ 2º No desempenho de

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