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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 07 – CITAÇÃO / INTIMAÇÃO / NOTIFICAÇÃO / 
HABEAS CORPUS / PROCESSO DOS CRIMES DE 
RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Futuros Aprovados, 
Sejam bem vindos a mais uma aula! 
Hoje veremos mais alguns tópicos fundamentais para a sua PROVA. Vamos tratar 
de temas que, apesar de serem de fácil entendimento, muitas vezes são deixados 
de lado pelos candidatos. 
Sendo assim, motive-se, pois os assuntos desta aula poderão fazer grande 
diferença. 
Bons estudos! 
******************************************************************* 
7.1 – CITAÇÃO 
 7.1.1 CONCEITO
Citação é o ato processual que tem por finalidade dar conhecimento ao réu da 
existência da ação penal, do teor da acusação, bem como cientificá-lo do prazo 
para apresentação de resposta escrita. 
Para Hélio Tornaghi, a citação "é o chamamento do réu para se defender", já para 
o professor Fernando Tourinho Filho a "citação é o ato processual pelo qual se 
leva ao conhecimento do réu a notícia de que contra ele foi intentada ação penal, 
para que possa defender-se". 
A citação tem por base os princípios constitucionais da ampla defesa e do 
contraditório, isto porque nenhuma pessoa poderá ser processada sem que lhe 
seja dada ciência da acusação e a oportunidade de se defender, salientando que 
a falta da citação será motivo de nulidade insanável no processo. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
[...] 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
[...] 
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, 
quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
Observação: No caso de comparecimento espontâneo do réu, considera-se 
sanado o vício proveniente da não citação. Observe o julgado: 
Do exposto, podemos afirmar que a citação possui dupla função: 
1 – CIENTIFICAR (sobre a ação penal); 
2 – CHAMAR (o acusado para se defender). 
Por fim, cabe ressaltar que nos termos do art. 363 do Código de Processo Penal, 
a citação é necessária para que se considere completa a formação do processo. 
Veja: 
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando 
realizada a citação do acusado. 
 7.1.2 ESPÉCIES DE CITAÇÃO
A doutrina classifica a citação em dois tipos: a real, também chamada pessoal, e 
a ficta. 
Dá-se a citação real quando o ato é feito diretamente à pessoa do acusado. 
Pode ser efetivada através de mandado, de carta precatória, de carta rogatória ou 
carta de ordem. 
STF, RHC 87.699/RJ, DJ 26.06.2009, Informativo 552 
O comparecimento espontâneo e oportuno do réu, mediante defensor 
constituído, supre a falta ou a nulidade de citação realizada por editais. 
 
 
 
 
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Já a citação ficta ocorre quando, esgotados todos os meios possíveis para a 
citação pessoal, a ciência do conteúdo do ato é feita indiretamente ao acusado, 
presumindo-se, por ficção normativa, que o mesmo tenha tido conhecimento da 
imputação. 
A citação ficta é realizada por intermédio de edital e pela citação com hora certa, 
inserida no processo penal após a lei nº. 11.719/08. 
Trata-se, esta última (a citação ficta), de uma exceção à regra geral da citação 
pessoal, devendo ser utilizada subsidiariamente. 
7.1.2.1 CITAÇÃO POR MANDADO
No direito processual brasileiro, a citação pessoal é feita por meio de 
mandado, expedido, regra geral, pelo juiz da causa. 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu 
estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver 
ordenado. 
Diz-se regra geral, pois pode a citação ser levada a termo por carta precatória 
(art. 353, CPP), rogatória (art. 368) e de ordem (prevista nas leis de 
organização judiciária e regimentos internos dos tribunais), resultando de um 
ato de cooperação jurisdicional. Veremos estas espécies um pouco mais a 
frente. 
A citação por mandato é realizada por um oficial de justiça. Este deve 
procurar o acusado nos endereços constantes nos autos e, ao encontrá-lo, ler 
o que está escrito. 
Além disso, deverá entregar ao réu a contrafé (ou a recusa do réu em recebê-
la. É essa “certidão que faz prova da citação, sendo desnecessário que o 
citando tenha colocado o “ciente” ou que tenha assinado o mandado. 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, 
na qual se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua 
aceitação ou recusa. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
CONTRAFÉ 
CÓPIA DO MANDADO, ENTREGUE AO RÉU PELO OFICIAL DE JUSTIÇA, 
POR OCASIÃO DA CITAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
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Observe abaixo, somente a título de conhecimento e fixação do aprendizado, um 
exemplo da certidão que faz prova da cotação: 
 
 
 
 
 
 
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Bom, Caro (a) Aluno (a), vamos entender de forma prática o que foi 
apresentado até agora: 
Imaginemos que foi iniciada, através de denúncia, uma ação penal contra 
Tício. Neste caso, Tício terá que ser cientificado deste fato e, a primeira 
opção do magistrado deverá ser a citação por mandado. 
Mas o que é esse tal de mandado? 
Nada mais é do que um pedaço de papel que, nos termos do art. 352 do 
Código de Processo Penal, deve conter os seguintes requisitos: 
1. O NOME DO JUIZ; 
2. O NOME DO QUERELANTE NAS AÇÕES INICIADAS POR QUEIXA; 
3. O NOME DO RÉU, OU, SE FOR DESCONHECIDO, OS SEUS SINAIS 
CARACTERÍSTICOS; 
4. A RESIDÊNCIA DO RÉU, SE FOR CONHECIDA; 
5. O FIM PARA QUE É FEITA A CITAÇÃO; 
6. O JUÍZO E O LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RÉU DEVERÁ 
COMPARECER; 
7. A SUBSCRIÇÃO DO ESCRIVÃO E A RUBRICA DO JUIZ. 
Ainda na supracitada situação, imaginemos que Mévio, oficial de justiça, foi 
designado para levar o mandado para Tício. 
Ao chegar à residência de Tício, Mévio deverá ler todo o mandado e dirá para 
Tício: 
“Prezado acusado, agora vou te entregar uma cópia do mandado, ok?” “Ah! E, 
por favor, você poderia assinar a minha cópia e atestar que está ciente?” 
Caso Tício responda que sim, ou seja, que pode assinar, o trabalho de Mévio 
estará completo e ele voltará “feliz e contente” para a repartição onde 
trabalha. 
Mas e se Tício se recusar a assinar? 
Neste caso, Mévio voltará “feliz e contente” do mesmo jeito, pois o próprio 
oficial de justiça, por possuir presunção de legitimidade e veracidade quanto 
aos seus atos, poderá assinar e atestar que o réu foi devidamente citado. 
Por fim. Cabe ressaltar que a citação poderá ocorrer em qualquer dia, 
inclusive nos sábados e domingos, e em qualquer hora, do dia ou da noite. 
 
 
 
 
 
 
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7.1.2.2 CITAÇÃO POR PRECATÓRIA
Vimos na nossa aula 03 que cada juiz tem uma parcela de competência 
dentro do conceito de jurisdição e é exatamente por isso que existe a citação 
através da chamada carta precatória. Vamos compreender: 
Nos termos do Código de Processo Penal, a citação é feita por intermédio de 
carta precatória quando o réu reside em comarca diversa daquela em que 
tramita o processo. Observe: 
Art. 353. Quando o réu estiverfora do território da jurisdição do juiz 
processante, será citado mediante precatória. 
Assim, por exemplo, se o processo está ocorrendo em São Paulo e o acusado 
está no Rio de Janeiro, o juízo de SP, também chamado de deprecante, 
deverá enviar ao juízo deprecado (RJ) uma carta precatória solicitando que o 
réu seja citado. 
A precatória deverá indicar: 
1. O JUIZ DEPRECADO E O JUIZ DEPRECANTE; 
2. A SEDE DA JURISDIÇÃO DE UM E DE OUTRO; 
3. O FIM PARA QUE É FEITA A CITAÇÃO, COM TODAS AS 
ESPECIFICAÇÕES; 
4. O JUÍZO DO LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RÉU DEVERÁ 
COMPARECER. 
Ao receber a precatória, o juízo deprecado deverá expedir mandado 
determinando que um oficial de justiça proceda a citação do réu. 
Depois de cumprida a precatória será ela devolvida ao juízo de origem. 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e 
de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
É possível, contudo, que o acusado não esteja mais no território de 
competência do juiz deprecado, tendo-se mudado para outra área de 
jurisdição. Nesses casos, deverá o juiz deprecado encaminhar a precatória 
para ser cumprida pelo juiz em cujo território se encontra o acusado. 
Essa é a chamada precatória itinerante, cuja previsão legal encontra-se no 
§1° do artigo 355 do CPP: 
 
 
 
 
 
 
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Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e 
de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição 
de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para 
efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a 
citação. 
Não havendo tempo hábil para o cumprimento da precatória ou na hipótese 
de ter o acusado retornado ao território do juiz deprecante ou, ainda, 
verificando-se que o réu se oculta para não ser citado (art. 355, §2°, CPP), o 
juiz deprecado, certificado os motivos, restituirá a precatória à origem para as 
providências cabíveis. 
Art. 355 
[...] 
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não 
ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim 
previsto no art. 362. 
Autoriza ainda o CPP que, em caso de urgência, seja a precatória expedida 
por via telegráfica, na forma prescrita no artigo 356. 
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo 
os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via 
telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação 
expedidora mencionará. 
7.1.2.3 CITAÇÃO POR ROGATÓRIA
A citação por carta rogatória dá-se quando o réu está no exterior EM LUGAR 
SABIDO, qualquer que seja a infração penal praticada. 
Encontra embasamento no art. 368 do Código de Processo Penal nos 
seguintes termos: 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será 
citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo 
de prescrição até o seu cumprimento. 
 
 
 
 
 
 
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Além da supracitada hipótese, também é cabível a carta rogatória quando a 
citação tiver que ser feita em legações estrangeiras (consulado ou embaixada). 
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações 
estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. 
Na citação por rogatória, remetida ao exterior, a carta deverá ser encaminhada 
ao Ministério da Justiça, a quem caberá solicitar ao Ministério das Relações 
Exteriores o seu cumprimento, deste último seguirá a rogatória, pela via 
diplomática, à justiça rogada. 
7.1.2.4 CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM
A carta de ordem é a determinação de um órgão de grau superior mandando 
que um órgão jurisdicional inferior jurisdicionalmente àquele cumpra com a 
citação em seu âmbito de competência. 
Em casos de competência por foro especial, em razão do cargo que exerce o 
réu, se ele for processado, por exemplo, por um Tribunal Superior em Brasília, 
mas reside em Recife, o STJ ordenará que o Tribunal de Justiça de 
Pernambuco cumpra a determinação. 
Em regra, são ordens expedidas pelo STF, STJ, TSE, TRE’s, TRF’s ou 
Tribunais de Justiça estaduais, pelos processos que têm competência 
originária. 
7.1.2.5 CITAÇÃO POR HORA CERTA
Com a alteração introduzida pela lei 11.719/08, o Código de Processo Penal 
passa a contar com uma nova figura: a citação por hora certa. 
Não podemos dizer que esta espécie de citação foi uma novidade criada pela 
citada lei, pois já existia no âmbito do Processo Civil. 
OBSERVAÇÃO
CONFORME SE RETIRA DO ART. 368 DO CPP, EXPEDIDA A CARTA 
ROGATÓRIA, FICARÁ SUSPENSO O CURSO DO LAPSO PRESCRICIONAL 
ATÉ SEU CUMPRIMENTO.
 
 
 
 
 
 
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Assim, para a correta compreensão desta importantíssima espécie de citação 
FICTA, vamos analisar inicialmente os dispositivos legais para, posteriormente, 
esquematizar o tema. 
O novo artigo 362 do CPP dispõe: 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial 
de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora 
certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o 
acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. 
Desse modo, conforme os referidos dispositivos do Código de Processo Civil: 
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver 
procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, 
deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa 
da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, 
voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, 
independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou 
residência do citando, a fim de realizar a diligência. 
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará 
informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda 
que o citando se tenha ocultado em outra comarca. 
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé 
com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, 
declarando-lhe o nome. 
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu 
carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência. 
Vamos resumir o assunto: 
1 – O OFICIAL DE JUSTIÇA PROCURA O RÉU EM SEU DOMICÍLIO POR PELO 
MENOS TRÊS VEZES E NÃO O ENCONTRA. 
2 – O OFICIAL DE JUSTIÇA, DIANTE DE TAL SITUAÇÃO, SUSPEITA QUE O 
RÉU ESTÁ SE OCULTANDO. 
3 – VISANDO DAR INÍCIO AO PROCEDIMENTO DE CITAÇÃO POR HORA 
CERTA, INTIMA ALGUÉM DA FAMÍLIA DO ACUSADO, OU, EM SUA FALTA, 
 
 
 
 
 
 
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QUALQUER VIZINHO, DE QUE NO DIA IMEDIATO ELE VOLTARÁ PARA 
CONCRETIZAR A CITAÇÃO, EM UMA DETERMINADA HORA. 
4 – NO DIA SEGUINTE: 
4.1 ENCONTRA O RÉU Î NESTE CASO, REALIZA A CITAÇÃO 
PESSOAL. 
4.2 NÃO ENCONTRA O RÉU Î NESTE CASO, TENTA SE 
INFORMAR DO MOTIVO DA AUSÊNCIA DO ACUSADO E DÁ 
POR FEITA A CITAÇÃO, 
5 – POR FIM, DEIXA CONTRAFÉ DA CERTIDÃO DA OCORRÊNCIA COM 
ALGUÉM DA FAMÍLIA OU VIZINHO. 
7.1.2.6 CITAÇÃO POR EDITAL
A partir de agora vamos tratar da modalidade mais conhecida e tradicional de 
citação FICTA:A citação editalícia. 
Tal espécie de citação encontra cabimento nas seguintes hipóteses: 
1 – Quando o réu não for encontrado para a citação Î Neste caso o oficial 
de justiça deverá tentar localizar o acusado em todos os lugares possíveis, tais 
como no domicílio, no trabalho etc. 
“Mas e se o réu estiver viajando, vai ser citado por edital?” 
Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial, a resposta é negativa, 
devendo ser aguardado o término da viagem. 
OBSERVAÇÃO 
PERCEBA QUE, O PARÁGRAFO ÚNICO DO JÁ VISTO ART. 362 DEIXA CLARO 
QUE, APÓS A CITAÇÃO POR HORA CERTA, CASO NÃO HAJA O 
COMPARECIMENTO DO ACUSADO A UM ATO PROCESSUAL, SER-LHE-Á 
NOMEADO DEFENSOR DATIVO. 
ISTO SIGNIFICA QUE O PROCESSO NÃO FICARÁ SUSPENSO PELO NÃO 
COMPARECIMENTO DO RÉU, DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRIA NO REGIME 
PROCESSUAL ANTERIOR À LEI Nº 11.719/2008 
 
 
 
 
 
 
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Por fim, cabe ressaltar um importante cuidado que deve ter o magistrado antes 
de determinar a citação por edital: A Súmula 351 do Supremo Tribunal Federal 
estabelece que: 
“É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da 
Federação em que o juiz exerce sua jurisdição”. 
Assim, antes de o juiz determinar a citação por edital, deve ele providenciar a 
expedição dos ofícios competentes para descobrir se o acusado se encontra 
em qualquer dos estabelecimentos prisionais do Estado no qual se desenrola o 
processo. Tal regra é reforçada pelo próprio CPP: 
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
Para este primeiro caso de aplicabilidade da citação editalícia, o prazo do edital 
é de 15 dias. 
 Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o 
prazo de 15 (quinze) dias. 
2 - Quando inacessível o lugar em que o réu se encontra. Ex.: epidemia, 
guerra, enchente etc. Î Apesar de ter sido revogado o art. 363, I, do Código 
de Processo Penal, que tratava desta hipótese, entende-se que ele continua 
aplicável porque permanece em vigor o art. 364 que regulamenta o prazo do 
edital em tal situação e, principalmente, por aplicação analógica ao Código de 
Processo Civil, que, em seu art. 231, II, prevê a citação por edital quando 
inacessível o local em que se encontra o réu. 
O prazo do edital será fixado pelo juiz entre 15 e 90 dias, dependendo do caso. 
Observe 
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo 
juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as 
circunstâncias [...]. 
7.1.2.6.1 REQUISITOS DO EDITAL
O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo (fórum) e será 
publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo 
oficial que a tiver feito, e a publicação, provada por exemplar do jornal ou 
 
 
 
 
 
 
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certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da 
publicação. 
Art. 365. 
[...] 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde 
funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, 
devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a 
publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, 
da qual conste a página do jornal com a data da publicação. 
Os requisitos de validade do edital são os mesmos do mandado de citação já 
estudados, devendo constar, ainda, o prazo do edital, que será contado do dia 
da publicação na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Observe o texto 
legal: 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem 
do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá 
comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na 
imprensa, se houver, ou da sua afixação. 
 7.1.3 REVELIA
Estabelece o art. 367 do Código de Processo Penal que será decretada a revelia 
do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato 
processual, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou mudar de 
residência sem comunicar o novo endereço ao juízo. 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 
 
 
 
 
 
 
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Ao contrário do que ocorre no processo civil, a revelia penal não implica 
presunção de veracidade dos fatos contidos na peça inicial acusatória 
(denúncia ou queixa). 
Assim, como decorrência do princípio da verdade real, a acusação continua a 
ter o ônus da prova em relação ao fato imputado ao réu. 
A revelia não impede que o acusado produza normalmente sua defesa, sendo 
seu único efeito fazer com que o réu não mais seja intimado dos atos 
processuais posteriores. 
Seu defensor, entretanto, será intimado da realização de todo e qualquer ato. 
Apesar da revelia, o réu sempre deverá ser intimado da sentença. 
A revelia será levantada (revogada) se o réu, posteriormente, voltar a 
acompanhar os atos processuais. 
 7.1.4 SUSPENSÃO DO PROCESSO
Se o réu, citado por edital, não comparecer (não apresentar resposta) e não 
constituir defensor, ficarão suspensos o curso do processo – qualquer que seja o 
crime apurado e o procedimento – e o decurso do lapso prescricional. 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
 
Uma vez decretada a suspensão do processo, o juiz deverá verificar se é 
conveniente a decretação da prisão preventiva (para assegurar a aplicação da 
lei penal), nos termos dos arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal. 
Durante o período de suspensão, o juiz poderá determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes, assim entendidas aquelas que, 
pelo decurso do tempo, possam desaparecer ou tornarem-se inócuas. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
REVELIA 
A REVELIA É A SITUAÇÃO EM QUE SE ENCONTRA A PARTE QUE, 
CITADA, NÃO COMPARECE EM JUÍZO PARA SE DEFENDER. 
 
 
 
 
 
 
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Apesar de o art. 366, § 1º, do Código de Processo Penal ter sido revogado pela 
Lei n. 11.719/2008, é intuitivo que essa produção antecipada de provas deve ser 
produzida na presença do Ministério Público e do defensor dativo, já que isso 
decorre do princípio constitucional do contraditório. 
Sendo decretada a suspensão do processo, ficará também suspenso o decurso 
do prazo prescricional (art. 366, caput). 
Se, posteriormente, o acusado comparecer de forma espontânea ou em razão 
de prisão, revoga-se a suspensão do processo para que este prossiga até seu 
final. 
Perceba, portanto, que tal suspensão somente será revogada se o réu 
comparecer em juízo, pessoalmente ou por meio de advogado nomeado, 
hipótese em que será considerado citado pessoalmente ou, ainda, se for preso e 
procedida a sua citação pessoal. 
Questão mais intrigante é saber quanto deve durar a suspensão do prazo 
prescricional. Contudo, apesar de terem existido várias correntes em tornodo 
tema, tem prevalecido aquela segundo a qual a suspensão deve durar 
exatamente o tempo do prazo prescricional pelo máximo da pena em abstrato 
(art. 109 do CP). 
Assim, suponha-se um delito que tenha pena máxima de 2 anos. 
Tal delito prescreve em 4 anos. 
Ora, sendo decretada a suspensão do processo e da prescrição, ficará esta 
última suspensa exatamente por 4 anos. 
Findo esse período, voltará a correr o prazo prescricional, por mais 4 anos, 
continuando suspenso o processo. 
Ao término desse prazo, será decretada extinta a punibilidade do agente pela 
prescrição da pretensão punitiva. 
“Mas professor, isso é um absurdo!!! O réu foge, fica escondido, não atende ao 
chamado por edital e, ainda tem a punibilidade extinta??? Não concordo!!!” 
Eu também não concordo e, exatamente pelo fato de muitos considerarem isso 
um absurdo é que foi inserida no Código de Processo Penal, como já vimos, a 
citação por hora certa, aplicável aos casos em que o réu se oculta. 
Resolve totalmente o problema? Claro que não, mas atenua bastante! 
 7.1.5 CITAÇÃO DO MILITAR
O artigo 358 do CPP estabelece que a citação do militar far-se-á por intermédio 
do chefe do respectivo serviço. 
 
 
 
 
 
 
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Guilherme Nucci justifica tal providência tendo em vista o resguardo das 
dependências militares, bem como da hierarquia e da disciplina inerentes à 
conduta militar. 
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do 
respectivo serviço. 
Na citação do militar, portanto, o oficial de justiça não irá ao quartel à procura do 
acusado. 
O juiz, preservando a intangibilidade da área militar, não expedirá um mandado, 
mas apenas um ofício diretamente ao superior do acusado, que o fará chegar ao 
destinatário, dando-lhe ciência de todos os termos do ato citatório. 
Para tanto, deverá o ofício encaminhado conter todos os requisitos do mandado, 
evitando-se, assim, qualquer prejuízo à defesa. 
Regra geral, o militar superior comunica ao juiz que autorizou o comparecimento 
do subordinado no dia e hora marcados. Assevera Mirabete que se for 
comprovado que não houve tal autorização, a citação não é válida, devendo ser 
expedido um outro ofício. 
Se o militar estiver em território não afeto ao exercício jurisdicional do juiz da 
causa, deverá ser expedida carta precatória, solicitando-se ao juiz deprecado 
que expeça o ofício requisitório. Caso o superior hierárquico informe que o 
militar se encontre em lugar incerto e não sabido, caberá a citação por edital. 
 7.1.6 CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO
O funcionário público será citado regularmente por mandado. 
Contudo, visando a evitar que a falta do mesmo traga graves danos ao serviço 
público e também no intuito de que seu chefe superior possa substituir o 
funcionário quando de sua ausência, preceitua o artigo 359 do CPP que: 
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como 
acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. 
Note-se que há dupla exigência: mandado para o funcionário público e ofício 
requisitório à sua chefia. De acordo com Nucci, "faltando um dos dois, não está 
o funcionário obrigado a comparecer, nem pode padecer das conseqüências de 
sua ausência, como a revelia". 
Mirabete afirma que se o funcionário estiver afastado do cargo, temporária 
(férias, licença, suspensão, etc.) ou definitivamente (aposentadoria, exoneração, 
etc.), não será necessária a comunicação ao superior hierárquico. 
lll 
 
 
 
 
 
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Vamos, agora, esquematizar o assunto CITAÇÕES para facilitar os seus 
estudos: 
ENDEREÇO 
CONHECIDO?
NÃO SIM
CITAÇÃO POR EDITAL 
PRAZOS (arts 361 e 363) 
CITAÇÃO 
PESSOAL 
NÃO 
ENCONTRADO 
E NÃO SE 
OCULTA 
EDITAL FIXADO NO FÓRUM 
E PUBLICADO 
RÉU COMPARECE OU 
CONSTITUI ADVOGADO? 
NÃO 
PROCESSO E PRAZO 
PRESCRICIONAL 
SUSPENSOS 
RÉU ENCONTRADO 
OU 
RÉU COMPARECE 
PROCESSO SEGUE 
NORMALMENTE 
OFICIAL ENCONTRA O RÉU 
E FAZ A CITAÇÃO? 
SIM
O RÉU SE OCULTA PARA 
NÃO SER CITADO 
CITAÇÃO POR HORA CERTA
(ARTS. 227 A 229 CPC) 
 
 
 
 
 
 
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7.2 – INTIMAÇÃO 
 7.2.1 CONCEITO
Uma das dúvidas mais recorrentes em sala de aula, aqui nos cursos do Ponto e 
nos e-mails é: “Professor... Qual a diferença entre citação e intimação?” 
Essa dúvida é constante, pois sua resposta não é encontrada no Código de 
Processo Penal, mas sim no Código de Processo Civil que dispõe: 
Art. 213, CPC. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o 
interessado a fim de se defender. 
Art. 234, CPC. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos 
atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma 
coisa. 
Assim, diferentemente da citação, a intimação comunica as partes ou alguém dos 
atos e termos do processo para que, querendo, se manifeste. 
 7.2.2 CARACTERÍSTICAS
Conforme disposto no art. 370 do Código de Processo Penal, as intimações 
seguem o mesmo regramento apresentado no que diz respeito a citação. 
 Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais 
pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será 
observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
“Mas, professor... Não há nenhuma característica especial?” 
As características especiais das intimações estão todas presentes nos 4 
parágrafos do art. 370. Para responder melhor a este questionamento, vamos 
resumir em um exercício, tudo que você precisa saber sobre as intimações para 
sua PROVA: 
CAIU EM 
PROVA!!!
 
 
 
 
 
 
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(TJ-BA / Oficial de Justiça / 2006) Analise as seguintes assertivas, acerca da 
intimação no processo penal: 
I – A intimação do defensor nomeado pelo Juiz de Direito pode ser feita através 
de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da 
comarca, sendo dispensável o nome do acusado. 
II – As intimações nunca podem ser feitas pelo escrivão. 
III – A intimação do advogado do querelante pode ser feita através de 
publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca. 
IV – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do 
assistente far-se-á, sempre, por publicação no órgão incumbido da publicidade 
dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do 
acusado. 
V – A intimação do Ministério Público será sempre pessoal. 
Estão corretas as assertivas: 
A) I, II e III. 
B) I, II e IV. 
C) I, IV e V. 
D) II, III e V. 
E) III e V. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Analisando: 
Assertiva I Î Incorreta Î Nos termos do art. 370, § 1o, a intimação do defensor 
constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no 
órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena 
de nulidade, o nome do acusado. 
Art. 370 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante 
e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da 
publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de 
nulidade, o nome do acusado. 
 
 
 
 
 
 
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Assertiva II Î Incorreta Î Conforme se retira do art. 370, § 2o, as intimações, em 
alguns casos,poderão ser feitas pelo escrivão: 
Art. 370 
 [...] 
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na 
comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por 
mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por 
qualquer outro meio idôneo. 
Assertiva III Î Correta Î Está de acordo com o art. 370, § 1o. 
Art. 370 [...] 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante 
e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da 
publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de 
nulidade, o nome do acusado. 
Assertiva IV Î Incorreta Î Essa questão confunde muitos candidatos, pois, 
praticamente, reproduz o parágrafo 1º do art. 370. Ocorre, todavia que a palavra 
SEMPRE torna a questão incorreta, pois, conforme dispõe o art. 370, § 3º: 
Art. 370 
[...] 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação 
a que alude o § 1o
Assertiva V Î Correta Î Está de acordo com o art. 370, § 4o. 
Art. 370 
[...] 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será 
pessoal. 
 
 
 
 
 
 
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7.3 – NOTIFICAÇÃO 
Alguns editais trazem como exigência a citação, a intimação e a notificação. 
Ao verificarmos no CPP, não encontramos o tema notificação e, este assunto 
também não é tratado na maioria dos livros. 
Doutrinariamente diferencia-se intimação de notificação, distinção não observada no 
Código de Processo Penal e, exatamente por isso, desconhecida pela maioria dos 
candidatos 
Na verdade, o que se costuma denominar-se de intimação se trata de notificação, 
pois intimação é a comunicação de ato processual já efetuado, enquanto que a 
notificação serve para comunicar ato ainda a ser realizado. 
Assim, intima-se de algo já produzido e notifica-se para ato a ser cumprido. A 
intimação volta-se ao passado, ao passo que a notificação volta-se ao futuro. 
Exemplificando, intima-se de uma decisão judicial, enquanto que se notifica uma 
testemunha ou um perito para depor. 
Frederico, por exemplo, escreveu que a “notificação projeta-se no futuro, visto que 
leva ao conhecimento do sujeito processual, ou de outra pessoa que intervenha no 
processo, pronunciamento jurisdicional que determine um facere ou um non facere. 
A intimação, ao revés, se relaciona com atos pretéritos”. 
Tourinho Filho também diferencia: 
“A intimação é, pois, a ciência que se dá a alguém de um ato já praticado, já 
consumado, seja um despacho, seja uma sentença, ou, como diz Pontes de 
Miranda, é a comunicação de ato praticado. Assim, intima-se o réu de uma sentença 
(note-se que o réu está sendo cientificado de um ato já consumado, já praticado, isto 
é, a sentença). 
“A notificação, por outro lado, é a cientificação que se faz a alguém (réu, partes, 
testemunhas, peritos etc.) de um despacho ou decisão que ordena fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa, sob certa cominação. Assim, a testemunha é notificada, 
porque se lhe dá ciência de um pronunciamento do Juiz, a fim de comparecer à sede 
do juízo em dia e hora designados, sob as cominações legais. Se não comparecer, 
estará ela sujeita àquelas sanções a que se referem os arts. 218 e 219 do CPP”. 
Como se disse, porém, esta diferenciação não foi observada pelo nosso Código de 
Processo Penal, fazendo que a parte da doutrina também assim procedesse. O CPP 
ora se refere à intimação, ora à notificação, sem levar em conta a diferenciação 
doutrinária realmente existente. 
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Caro(a) aluno(a), 
Parabéns por mais um tema vencido. Agora, respire fundo e vamos 
adquirir mais e mais conhecimento! 
Bons estudos! 
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7.4 – HABEAS CORPUS 
Habeas corpus, etimologicamente, significa em latim "tome o corpo". 
É uma garantia constitucional em favor de quem sofre violência ou ameaça de 
constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de autoridade 
legítima. 
Art. 5º 
[...] 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou 
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
Sua origem remonta à Magna Carta libertatum de 1215, imposta pelos nobres ao rei 
da Inglaterra com a exigência do controle legal da prisão de qualquer cidadão. Este 
controle era realizado sumariamente pelo juiz, que, ante os fatos apresentados, 
decidia acerca da legalidade da prisão. 
Apesar de previsto no CPP no título que trata dos recursos em geral, o habeas 
corpus não apresenta natureza recursal, podendo ser impetrado a qualquer tempo e 
de forma gratuita, conforme também dispõe a Carta Magna no seu art. 5º: 
Art. 5º 
[...] 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", 
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
 
 
 
 
 
 
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 7.4.1 ESPÉCIES
O habeas corpus pode ser liberatório ou preventivo, conforme seja concedido 
após a efetiva coação à liberdade de locomoção ou antes dela. Vamos 
compreender: 
• HABEAS CORPUS REPRESSIVO OU LIBERATÓRIO Î É 
destinado a afastar constrangimento ilegal à liberdade de 
locomoção já existente. 
O habeas corpus repressivo consubstancia-se numa ordem 
expedida pelo juiz ou tribunal competente, determinando a imediata 
cessação do constrangimento. Neste caso, concedida a ordem, 
será expedido o alvará de soltura. 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o 
paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 
(vinte e quatro) horas. 
 § 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo 
posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser 
mantido na prisão. 
• HABEAS CORPUS PREVENTIVO Î Quando o habeas corpus é 
concedido apenas diante de uma ameaça à liberdade de 
locomoção, diz-se ser ele preventivo. Nestas hipóteses, o juiz 
expede um salvo- conduto. É a expressa disposição do § 4º do art. 
660 do CPP, transcrito: 
Art. 660 
[...] 
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para 
evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao 
paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
 7.4.2 LEGITIMIDADE
Neste tópico, trataremos de quem pode impetrar um habeas corpus 
(IMPETRANTE - LEGITIMAÇÃO ATIVA) e contra quem este pode ser impetrado 
(COATOR - LEGITIMAÇÃO PASSIVA). 
 
 
 
 
 
 
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• LEGITIMAÇÃO ATIVA Î O art. 654 do CPP nos diz: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por 
qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como 
pelo Ministério Público. 
Do exposto retiramos que qualquer pessoa do povo pode, 
diretamente, impetrar o habeas corpus, inclusive o menor de idade, 
o deficiente mental, o analfabeto, o estrangeiro etc. 
O Ministério Público também é parte capaz, pois não pode 
comungar com atos que constituem claramente constrangimento 
ilegal. 
O habeas corpus independe de representação por advogado. 
E quanto às pessoas jurídicas? Podem elas impetrar habeas 
corpus? 
Pessoas jurídicas também podem impetrar habeas corpus em favor 
de terceiros. O que não se admite, uma vez que o remédio tutela a 
liberdade de locomoção, é a impetração de habeas corpus em favor 
de pessoa jurídica. 
Com relação ao Juiz,apesar de existir divergências doutrinárias, as 
bancas de PROVA adotam a literalidade do art. 654, § 2º do CPP 
que dispõe: 
Art. 654 
[...] 
STJ, RHC 16.762/MT, DJ 01.02.2005 
Pessoas jurídicas também podem impetrar habeas corpus em 
favor de terceiros. O que não se admite, uma vez que o remédio 
tutela a liberdade de locomoção, é a impetração de habeas 
corpus em favor de pessoa jurídica. 
ATENÇÃO!!! AS 
PESSOAS JURÍDI-
CAS PODEM IMPE-
TRAR HABEAS 
CORPUS. 
 
 
 
 
 
 
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"§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir 
de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de 
processo verificarem que alguém sofre ou está na 
iminência de sofrer coação ilegal." 
• LEGITIMAÇÃO PASSIVA Î O coator pode tanto ser uma 
autoridade pública quanto um particular. Isto porque a 
constituição não fala somente de abuso de poder, mas também 
do cabimento contra ilegalidade. 
Assim, imaginemos que Tício interna seu pai Caio em uma 
clínica psiquiátrica visando assumir a presidência da empresa. 
Mévia, mãe de Tício, inconformada com a internação, poderá 
impetrar habeas corpus exigindo a liberação de Caio. 
Para finalizar, observe o julgado: 
 7.4.3 ADMISSIBILIDADE
Bastante cobradas em concursos são as hipóteses constitucionais, 
infraconstitucionais ou jurisprudenciais em que se admitem a impetração do 
habeas corpus. 
(CESPE/TSE/2007) O habeas corpus pode ser concedido de ofício por 
juiz ou tribunal, sem que isso implique ofensa ao princípio da inércia da 
jurisdição. 
GABARITO: CERTA 
CAIU EM PROVA! 
STJ, HC 35.301/RJ, DJ 13.09.2004 
É incabível a internação forçada de pessoa maior e capaz 
sem que haja justificativa proporcional e razoável para a 
constrição da paciente. Ainda que se reconheça o legítimo 
dever de cuidado e proteção dos pais em relação aos filhos, a 
internação compulsória de filha maior e capaz, em clínica 
para tratamento psiquiátrico, sem que haja efetivamente 
diagnóstico nesse sentido, configura constrangimento ilegal. 
 
 
 
 
 
 
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Sobre o tema preceitua o CPP: 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer 
ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na 
sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. 
 Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
 II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que 
determina a lei; 
 III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para 
fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
EXEMPLO: PRISÃO PREVENTIVA OU TEMPORÁRIA DECRETADA SEM OS 
REQUISITOS MÍNIMOS ELENCADOS PELA LEI (AQUI NÃO ESTAMOS 
VERIFICANDO A JUSTIÇA OU INJUSTIÇA E SIM A ADEQUAÇÃO OU NÃO AO 
TEXTO LEGAL). 
EXEMPLO: O INDIVÍDUO ESTÁ PRESO PREVENTIVAMENTE HÁ MAIS DE 10 
DIAS E O INQUÉRITO POLICIAL AINDA NÃO ACABOU.
EXEMPLO: PRISÃO DE UM PROMOTOR DE JUSTIÇA DETERMINADA POR UM 
JUIZ DE DIREITO, SEM OBSERVÂNCIA DO PRIVILÉGIO DE FORO. 
EXEMPLO: O INDIVIDUO TEM QUE CUMPRIR 15 ANOS DE PRISÃO. QUANDO 
COMPLETAR 15 ANOS E UM DIA PODERÁ SER IMPETRADO HABEAS CORPUS, 
POIS CESSOU O MOTIVO QUE AUTORIZAVA A COAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
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 V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos 
em que a lei a autoriza; 
 VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
 7.4.4 INADMISSIBILIDADE
A única restrição claramente prevista em lei está no art. 142, § 2º da 
Constituição Federal, que dispõe: 
Art. 142 
[...] 
§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições 
disciplinares militares. 
Faz-se importante ressaltar que segundo o entendimento majoritário o não 
cabimento do habeas corpus limita-se às hipóteses em que se pretenda discutir o 
MÉRITO da medida. 
EXEMPLO: O INDIVÍDUO FOI PRESO EM FLAGRANTE POR CRIME AFIANÇAVEL E 
A FIANÇA NÃO FOI ARBITRADA. NESTE CASO, O HABEAS CORPUS NÃO 
OCASIONARÁ A DIRETA LIBERAÇÃO, MAS O ARBITRAMENTO DA FIANÇA QUE 
SE PAGA GERARÁ A SOLTURA. 
EXEMPLO: A CITAÇÃO NÃO OCORREU DA FORMA DEVIDA. 
EXEMPLO: TÍCIO ESTÁ CUMPRINDO PENA POR UM DELITO QUE VEM A SER 
RETIRADO DO CÓDIGO PENAL (ABOLITIO CRIMINIS). DESTA FORMA, PODERÁ 
IMPETRAR HABEAS CORPUS PARA SER SOLTO. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, no caso de punição por autoridade incompetente, nada impede o uso do 
remédio constitucional. Observe o interessante julgado: 
Além do citado caso, segundo a jurisprudência, também não encontra cabimento 
o habeas corpus: 
• Contra decisão condenatória à pena de multa ou relativo a 
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja 
a única cominada (STF, Súmula 693). 
• Contra ato normativo em tese (STF, HC 90.364/MG, DJ 
30.11.2007). 
• Quando já extinta a pena privativa de liberdade (STF, Súmula 
695). 
STF, RE 338.840/RS, DJ 19.08.2003 
Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares 
(CF/1988, art. 142, § 2º). Cabe ressaltar que o não cabimento do habeas 
corpus limita-se às hipóteses em que se pretenda discutir o mérito da medida. 
Assim, no caso de a punição haver sido aplicada por autoridade incompetente, 
por exemplo, nada impede o uso do remédio constitucional. 
OBSERVAÇÃO
PODEMOS CONCEITUAR HABEAS CORPUS CONTRA ATO 
NORMATIVO EM TESE COMO AQUELE QUE CONTESTA UMA 
DETERMINADA LEI EM ABSTRATO E NÃO UM CASO CONCRETO. 
OBSERVAÇÃO
COMO VIMOS, O HABEAS CORPUS VISA ATINGIR ASPECTOS 
RELACIONADOS COM A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. ASSIM, 
COMO, REGRA GERAL, NÃO É CABÍVEL A PRISÃO POR DÍVIDA 
EM NOSSO PAÍS, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM HC PARA ATINGIR 
PENA DE MULTA 
 
 
 
 
 
 
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 7.4.5 FORMALIDADES DO HABEAS CORPUS
O habeas corpus tem por intuito exigir o menor número de formalidades 
possíveis podendo ser, por exemplo, solicitado até mesmo em um pedaço de 
papel de pão. 
Hoje já é aceita a impetração por telegrama, radiograma, telex e até 
esporadicamente, por telefone. 
Não obstante, visando obter informações mínimas necessárias, o CPP traz em 
seu texto: 
Art. 654 [...] 
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer 
violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou 
ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de 
simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu 
temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando 
não souber ou não puder escrever, e a designação das 
OBSERVAÇÃO: 
O CPP TRAZ EM SEU TEXTO UMA POSSIBILIDADE DE NÃO CABIMENTO 
DE HABEAS CORPUS: 
Art. 650 
[...] 
§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos 
responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou 
omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for 
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a prisão 
exceder o prazo legal. 
Entretanto, como você já sabe, a prisão administrativa não foi 
recepcionada pela nossa Constituição Federal e, consequentemente, 
caso ocorra, será cabível habeas corpus com base na ausência de justa 
causa. ATENÇAO PARA NÃOCAIR EM “PEGADINHA” DA BANCA!!! 
 
 
 
 
 
 
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respectivas residências. (OU ELEMENTO CAPAZ DE 
IDENTIFICAR O IMPETRANTE NO CASO DE TELEFONE, 
TELEGRAMA ETC.) 
Do exposto, podemos resumir que o pedido de habeas corpus terá: 
1 1––NNOOM ME E DDE E QQU UEEM M SSO OFFR RE E A A CCO OAAÇ ÇÃÃO O.. 
2 2––NNOOM ME E DDE E QQU UEEM M EEX XEER RCCE E A A CCO OAAÇ ÇÃÃO O.. 
3 3––DDEEMMOONNSSTTRRAAÇÇÃÃO O D DAA IILLEEGGAALLIIDDAADDE E ((CCOONNSSTTRRAANNGGIIMMEENNTTO O OOU U AAMMEEAAÇÇAA)).. 
4 4––AASSSSIINNAATTUURRA A Î Î NNÃÃO O SSE E AADDMMIITTE E QQUUE E A A PPEETTIIÇÇÃÃO O DDO O HHAABBEEAAS S CCOORRPPUUS S SSEEJJAA 
AAPPÓÓCCRRIIFFA A [[AANNÔÔNNIIMMAA]].. 
 
 7.4.6 COMPETÊNCIA
Para a definição da competência para julgar o habeas corpus, devemos observar o 
disposto no Código de Processo Penal: 
Art. 650 [...] 
§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a violência ou 
coação provier de autoridade judiciária de igual ou superior 
jurisdição. 
Do exposto, podemos resumir que a regra básica é: sempre a autoridade 
hierarquicamente superior àquela que determinou o ato (autoridade coatora), 
contra o qual se impetra o HC, é que julga a ação. 
Outro ponto importante a se observar é que por “ato” se entende mandar e não 
executar. Assim, se, por exemplo, o juiz mandar prender e o delegado executar a 
prisão, a autoridade coatora é o juiz e não o delegado, pois aquele é que 
DETERMINOU a execução do ato. 
Se o Tribunal julgar o HC e denegar a ordem (julgar improcedente o pedido), o 
Tribunal vira a autoridade coatora e o juiz deixa de sê-la. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
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 7.4.7 PROCEDIMENTO
Tribunal 
competente 
Hipóteses previstas na Constituição Federal 
STF 
Quando forem pacientes o Presidente, o Vice-Presidente, os 
Membros do Congresso Nacional, os Ministros de Estado, o 
Procurador-Geral da República, os Comandantes da Marinha, 
do Exército e da Aeronáutica, os membros dos Tribunais 
superiores, os membros do TCU e os chefes de missão 
diplomática permanente (CF/1988, art. 102, I, “d”). 
Quando forem coatores ou pacientes autoridades ou 
funcionários cujos atos estejam sujeitos diretamente à sua 
jurisdição (CF/1988, art. 102, I, “i”). 
Quando forem coatores Tribunais Superiores (CF/1988, art. 
102, I, “i”). 
Quando se tratar de crime sujeito à sua jurisdição, em uma 
única instância (CF/1988, art. 102, I, “i”). 
STJ 
Quando forem coatores ou pacientes os Governadores dos 
Estados e do DF, os Desembargadores dos TJs, os membros 
dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, os TRFs, TREs 
e TRTs, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas 
dos Municípios e os do MPU que oficiarem perante Tribunais 
(CF/1988, art. 105, I, “c”). 
Quando o coator for Tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro 
de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da 
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral 
(CF/1988, art. 105, I, “c”). 
TRF Quando a autoridade coatora for juiz federal (CF/1988, art. 108, I, “d”). 
Juízes Federais 
Quando se tratar de matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não 
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição federal 
(CF/1988, art. 109, VII). 
Justiça do 
Trabalho 
Quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição (CF/1988, art. 114, IV). 
 
 
 
 
 
 
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1 – Após receber a petição, o Magistrado, julgando necessário, designará hora, dia 
e lugar para a apresentação do preso: 
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se 
julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este 
Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que 
designar. 
2 – O paciente só não será apresentado em situações excepcionais definidas no 
CPP: 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará 
a sua apresentação, salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a 
detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou 
pelo tribunal. 
3 – Na hipótese de não comparecimento por motivo de doença, o Magistrado 
poderá ir ao local do preso: 
Art. 657 [...] 
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se 
encontrar, se este não puder ser apresentado por motivo de 
doença. 
4 – Em seguida, o Juiz determinará as diligências que ainda achar necessárias, 
realizará o interrogatório do paciente e terá um prazo de 24 horas para decidir 
sobre o habeas corpus: 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o 
juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) 
horas. 
5 – Se a decisão for favorável, estamos tratando do habeas corpus liberatório, que 
implica na soltura do paciente, SALVO se por outro motivo deve ser mantido preso. 
 
 
 
 
 
 
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Caro aluno, cuidado com este SALVO do Art. 660. Se a banca perguntar: “A 
decisão favorável do habeas corpus necessariamente implicará na libertação do 
acusado“ (CERTO/ERRADO) Î Obviamente a alternativa está ERRADA, pois 
pode haver algum outro motivo que enseje a permanência da prisão. 
Art. 660 [...] 
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em 
liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na 
prisão. 
6 – Se o habeas corpus visa à anulação de um processo (conforme já tratamos), 
este será renovado a partir do momento em que se verificou o vício: 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de 
nulidade do processo, este será renovado. 
 7.4.7 REITERAÇÃO DO PEDIDO DE HABEAS CORPUS
Entende a jurisprudência ser cabível a reiteração do pedido de habeas corpus, 
desde que os fundamentos apresentados não sejam os mesmos. Observe o 
exemplo extraído de um julgado do STJ: 
 
7.4.7 HABEAS CORPUS E DECURSO DO PRAZO
Sabemos que no direito penal e no processual penal, regra geral, temos prazos 
prescricionais/decadenciais previstos para as mais diversas situações. 
Todavia, conforme se depreende do julgado abaixo, o habeas corpus excepciona 
esta regra. Veja: 
STJ, HC 92.934/RS, DJ 08.09.2008 
Já tendo sido objeto de debate a alegação de ausência de fundamentos e de 
justa causa para a decretação e manutenção da prisão preventiva, não merece 
o conhecimento writ nesse mesmo ponto, visto que evidente a reiteração . 
 
 
 
 
 
 
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7.5 – PROCESSOS DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS 
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 
O Código de Processo Penal definiu nos artigos 513 a 518 um rito especial para a 
apuração dos crimes praticados por funcionários públicos contra a administração 
pública. Desde já é importante ressaltar que este procedimento diferenciado não 
abrange: 
1 – Crimes cometidos por funcionários públicos contra particular; 
Exemplo: 
Art.150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou 
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa 
alheia ou em suas dependências: [...] 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por 
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância 
das formalidadesestabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
2 – Delitos cometidos por particulares contra a Administração Pública;
Exemplo: 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em 
razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
3 – Crimes contra a Administração da Justiça;
STF, HC 88.672/SP, DJ 18.05.2007 
O habeas corpus não sofre qualquer peia, sendo-lhe estranhos os institutos da 
prescrição, da decadência e da preclusão ante o fator tempo. 
 
 
 
 
 
 
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Exemplo: 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de 
processo judicial, instauração de investigação administrativa, 
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
4 – Crimes de Abuso de Autoridade Î Possuem procedimento especial definido 
na própria lei instituidora (Lei 4.898/65). 
Visto isto, chegamos a um importante questionamento: Mas qual a abrangência da 
palavra funcionário público dentro do nosso país? Para responder a esta pergunta 
devemos recorrer ao Código Penal, que dispõe: 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, 
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, 
emprego ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, 
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para 
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração Pública. 
 
 7.5.1 PROCEDIMENTO ESPECIAL
Para tratarmos deste tema, temos que diferenciar o procedimento dos crimes 
afiançáveis do rito para os delitos inafiançáveis. Na verdade, para você não 
confundir em PROVA, o Código Penal, atualmente, traz apenas dois delitos 
inafiançáveis praticados por funcionários públicos contra a administração, são 
eles: 
• Cargos: são criados por lei, com denominação própria, em 
número certo e pagos pelos cofres públicos. 
: para serviço temporário, com contrato em regime • Emprego 
especial ou pela CLT. 
• Função pública: abrange qualquer conjunto de atribuições 
públicas que não correspondam a cargo ou emprego público. 
 
 
 
 
 
 
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1 1 – – E EXXC CEESSSSO O DDE E EEXXAAÇÇÃÃO O; ; E E 
2 2 – – F FAAC CIILLIITTAAÇÇÃÃO O DDE E CCOONNTTRRAABBAANNDDO O OOU U DDEESSCCAAM MIINNHHO O.. 
Acredito ser importante ter isso em mente na hora da prova, pois sabemos que 
as bancas adoram contar uma historinha sobre determinado fato e fazer 
perguntas depois. 
7.5.1.1 CRIMES AFIANÇAVEIS
Nos crimes funcionais afiançáveis, a seguinte ordem dos atos deverá ser 
observada: 
1. Oferecimento da denúncia ou queixa: a queixa ou a denúncia 
será instruída com documentos ou justificação que façam presumir 
a existência do delito ou com declaração fundamentada da 
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas (art. 
513). 
EXCESSO DE EXAÇÃO:
Art. 316 [...] 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que 
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega 
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza: 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática 
de contrabando ou descaminho (art. 334). 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no 
todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. [...] 
 
 
 
 
 
 
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Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários 
públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes 
de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a 
existência do delito ou com declaração fundamentada 
da impossibilidade de apresentação de qualquer 
dessas provas. (grifo nosso) 
2. Autuação e notificação para a resposta preliminar: estando a 
denúncia ou queixa em devida forma e, portanto, não sendo o caso 
de rejeição liminar (art. 395), o juiz mandará autuá-la e ordenará a 
notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo 
de quinze dias. 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou 
queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a notificação do acusado, para responder por 
escrito, dentro do prazo de quinze dias. 
3. Recebimento ou rejeição da inicial. Após a apresentação da 
resposta e análise do juiz, este terá duas opções: 
o Rejeitar a denúncia ou queixa: se convencido, pela 
resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do 
crime ou da improcedência da ação (art. 516). 
Art. 517. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em 
despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do 
acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou 
da improcedência da ação. 
o Receber a denúncia ou queixa: ocasião em que deverá 
citar o acusado para, no prazo de dez dias, responder à 
acusação (arts. 396 e 396-A). 
Art. 516. Recebida a denúncia ou a queixa, será o 
acusado citado [...]. 
4. Com o recebimento da denúncia, prossegue conforme o rito 
ordinário (art. 518). 
 
 
 
 
 
 
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Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do 
processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, 
Título I, deste Livro. 
7.5.1.2 CRIMES INAFIANÇAVEIS
Com relação aos crimes inafiançáveis, eles seguirão praticamente todos os 
procedimentos do chamado rito ordinário, sendo o art. 513, que traz a 
possibilidade de apresentação da denúncia com a declaração fundamentada 
da impossibilidade de apresentação de prova pré-constituída da materialidade 
do crime, a única diferença a ser aplicada. 
 7.5.2 QUESTÕES CONTROVERTIDAS
CASO 01 Î Imaginemos que Tício pratica um crime contra a Administração 
Pública. Dias após, pede exoneração do cargo público. Nesta situação, estará 
ele sujeito ao rito especial? 
Segundo entendimento majoritário, Tício NÃO estará sujeito ao procedimento 
especial. Com base neste entendimento, o STF revogou a súmula 394 que dizia: 
"cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a 
competência especial por prerrogativa de função, ainda que o 
inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação 
daquele exercício". 
Durante o julgamento do STF pela revogação da supracitada súmula, o Ministro 
Sidney Sanches advertiu que "a prerrogativa de foro visa a garantir o exercício do 
cargo ou do mandato, e não a proteger quem o exerce. Menos ainda quem deixa 
de exercê-lo". Continuou o insigne magistrado esclarecendo que "as 
prerrogativas de foro, pelo privilégio, que, de certa forma, conferem, não devem 
ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar 
igualmente os cidadãos comuns, como são, também, os ex-exercentes de tais 
cargos ou mandatos". 
Restou sedimentado, então, no STF, que deixando o cargo definitivamente, seja 
qual for o motivo, seu ex-titular não terá direito a processo e julgamento em 
órgão jurisdicional distinto daquele que teria qualquer um do povo. 
 
 
 
 
 
 
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Finalizando, observe o elucidantejulgado do STJ: 
CASO 02 Î Mévio praticou um crime funcional afiançável e não foi notificado 
para apresentar a resposta preliminar prevista no art. 514. Qual a 
consequência? 
Segundo entendimento majoritário, se não houve inquérito policial a falta de 
notificação dará causa à nulidade do processo. Diferentemente, se houve um 
inquérito junto ao qual tenha existido a possibilidade do acusado esclarecer o 
fato, a ausência de notificação constitui mera irregularidade. Este 
entendimento está firmado na súmula 330 do STJ: 
“É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 
do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por 
inquérito policial.” 
OBSERVAÇÃO Î O STF, em alguns julgados, apresenta sinal de mudança 
de entendimento, entretanto ainda permanece válida a súmula e o 
supracitado entendimento para efeito de PROVA. 
CASO 03 Î Caio é um funcionário público com foro privilegiado. Neste caso 
seguirá o rito especial? 
O procedimento especial NÂO SE APLICA aos funcionários que detêm foro 
privilegiado, ou seja, serão submetidos a outro procedimento que não o 
disposto nos artigos 513 a 518 do Código de Processo Penal. 
A súmula 394 do STF, que dispunha acerca da prevalência da 
competência especial por prerrogativa de função, foi cancelada, 
firmando-se, em decorrência, a incompetência do STJ para o processo e 
julgamento do paciente, juiz aposentado do Tribunal Regional do 
Trabalho de São Paulo, sendo indevida ou até mesmo extravagante a 
tese de sua possível ultra-atividade por ter sido o crime cometido 
durante o exercício funcional. ( HC 14.270 – STJ ) 
 
 
 
 
 
 
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Caro(a) Aluno(a), 
Mais um passo dado rumo a tão sonhada aprovação. 
Agora é hora de consolidar os conceitos com os exercícios e seguir em frente com 
força total. 
Lembre-se sempre que o seu sucesso só depende de você!!! 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, 
chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a 
peça termine sem aplausos. 
Charles Chaplin 
 
 
 
 
 
 
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P PRRIINNCCIIPPAAIIS S AARRT TIIGGOOS S TTRRAATTAADDOOS S NNA A AAUULLAA
DAS CITAÇÕES 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à 
jurisdição do juiz que a houver ordenado. 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; 
IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será 
citado mediante precatória. 
Art. 354. A precatória indicará: 
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; 
II - a sede da jurisdição de um e de outro; 
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; 
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, 
depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este 
remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo 
para fazer-se a citação. 
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória 
será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. 
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos 
enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a 
firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão 
dia e hora da citação; 
 
 
 
 
 
 
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II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. 
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. 
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, 
será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. 
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) 
dias. 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a 
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-
lhe-á nomeado defensor dativo. 
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do 
acusado. 
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. 
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará 
o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua 
residência e profissão, se constarem do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da 
sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será 
publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a 
tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual 
conste a página do jornal com a data da publicação. 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão 
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a 
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão 
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado 
pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso 
de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta 
rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. 
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas 
mediante carta rogatória. 
DAS INTIMAÇÕES 
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam 
tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no 
Capítulo anterior. 
§ 1o A intimação dodefensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-
á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. § 2o Caso não haja órgão de 
publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, 
por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio 
idôneo. 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1o. 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. 
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, 
observado o disposto no art. 357. 
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na 
presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará 
termo nos autos. 
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de 
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição 
disciplinar. 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
 
 
 
 
 
 
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V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar 
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a 
autoridade coatora. 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de 
outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de 
quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, 
as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder 
escrever, e a designação das respectivas residências. 
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas 
corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de 
sofrer coação ilegal. 
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso 
o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que 
designar. 
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de prisão contra o 
detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz providenciará para que o paciente 
seja tirado da prisão e apresentado em juízo. 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este não 
puder ser apresentado por motivo de doença. 
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso. 
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará 
prejudicado o pedido. 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
 
 
 
 
 
 
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§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por 
outro motivo dever ser mantido na prisão. 
§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o 
juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. 
§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o 
juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, à 
autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do 
processo judicial. 
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou 
coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou 
tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo. 
§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou do 
tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver, 
observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via 
postal. 
 
 
 
 
 
 
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E EXXEERRC CÍÍCCIIOOSS
1. (CESPE / Analista Processual - MPU / 2010) A citação de acusado que esteja 
no exterior, em local conhecido, deve ser efetuada, conforme a sistemática 
processual penal brasileira, por intermédio de carta rogatória, ordenando-se 
expressamente a suspensão do processo e o prazo prescricional, até o efetivo 
cumprimento da ordem judicial. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: Conforme o art. 368 do CPP, ocorre a suspenção do prazo 
prescricional e não do processo. 
2. (TJ-SC / Juiz - TJ-SC / 2010) Sendo o acusado citado por edital na forma do 
Código de Processo Penal, não comparecendo e nem constituindo advogado: 
a) Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, com a produção 
de todas as provas, de forma antecipada, com a presença do Ministério Público e do 
defensor dativo imediatamente nomeado. 
b) Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção das provas consideradas urgentes, assim reconhecidas, e, se 
for o caso, decretar a sua prisão preventiva, na forma do Código de Processo Penal. 
c) Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, com o decreto de 
prisão preventiva do réu, na forma do Código de Processo Penal. 
d) O juiz decreta a revelia do acusado e nomeia-lhe prontamente defensor dativo 
para apresentar resposta, por escrito, em dez dias, com a designação de audiência 
de instrução e julgamento, determinando a intimação das testemunhas arroladas 
pelas partes para regular ouvida. 
e) A suspensão é automática e não necessita de pronunciamento judicial. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: A questão exige do candidato o conhecimento do art. 366 do CPP. 
Segundo o citado dispositivo legal, se o acusado, citado por edital, não comparecer, 
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do 
disposto no art. 312. 
3. (FCC / Juiz - TJ-MS / 2010) Devem ser intimados pessoalmente o 
a) Ministério Público e o advogado do assistente. 
b) defensor nomeado e o advogado do querelante. 
 
 
 
 
 
 
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