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ARTIGOS E APOSTILAS DE GINÁSTICA

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2016 
Leonardo de Arruda Delgado adaptado 
por Átila Castro Paiva. 
Curso de Licenciatura em Educação Física. 
Amazonas - 2016 
 
DIDÁTICA 
 DA GINÁSTICA 
DIDÁTICA DA GINÁSTICA – ÁTILA CASTRO PAIVA 
 
 
2016 
 
 
Página 2 
 
 
Índice 
PALAVRAS DO PROFESSOR ........................................................................................... 3 
UNIDADE I: NATUREZA, HISTÓRIA E GÊNESE DA GINÁSTICA ................................... 5 
SEÇÃO 1: Conceitos ................................................................................................................. 6 
SEÇÃO 2: Conhecendo a História da Ginástica..................................................................... 7 
Ginástica na Pré-História .................................................................................................... 7 
A Ginástica na Antiguidade .............................................................................................. 8 
A Ginástica no Oriente Próximo ........................................................................................ 10 
A Ginástica na Grécia ....................................................................................................... 12 
A Ginástica em Roma ........................................................................................................ 16 
A Ginástica na Idade Média (395-1453) ......................................................................... 18 
A Ginástica no Renascimento........................................................................................... 20 
A Ginástica na Idade Contemporânea ............................................................................... 21 
SEÇÃO 3: A Inclusão das Ginásticas na Escola e nas Escolas Brasileiras ....................... 39 
A Formação para o Trabalho com as Ginásticas No Brasil .............................................. 43 
Considerações Finais do Capitulo ...................................................................................... 44 
UNIDADE II: MÉTODOS GINÁSTICOS ............................................................................ 45 
SEÇÃO 1: Classificação da Ginástica .................................................................................. 46 
Ginástica de Condicionamento Físico ............................................................................... 46 
Ginástica Geral (Gymnaestrada)..................................................................................... 47 
Ginástica Formativa .......................................................................................................... 47 
Ginástica Natural .............................................................................................................. 48 
Ginástica Competitiva ....................................................................................................... 48 
SEÇÃO 2: Classificação Geral dos Exercícios Físicos .......................................................... 48 
SEÇÃO 1: Ginástica de Condicionamento Físico ................................................................ 51 
Ginástica Calistênica......................................................................................................... 52 
Ginástica Aeróbica ............................................................................................................. 58 
Ginástica Localizada ......................................................................................................... 70 
Hidroginástica ................................................................................................................... 79 
Musculação ......................................................................................................................... 86 
Seção 2: Ginástica Médica ou Fisioterápica .......................................................................... 95 
UNIDADE IV: GINÁSTICA DE COMPETIÇÃO OU DESPORTIVA ..................................... 96 
SEÇÃO 1: Ginástica Artística .............................................................................................. 96 
Definição: ............................................................................................................................ 97 
História ............................................................................................................................... 98 
A Ginástica Olímpica na escola: possibilidades de trabalho ............................................ 98 
Segurança na GO/GA e prevenção de acidentes ............................................................ 100 
Modalidades ...................................................................................................................... 101 
Referencial Bibliográfico ................................................................................................. 117 
 
 
DIDÁTICA DA GINÁSTICA – ÁTILA CASTRO PAIVA 
 
 
2016 
 
 
Página 3 
 
 
PALAVRAS DO PROFESSOR 
 
 “Todas as partes do corpo que possuem uma função, se usadas com moderação e 
exercitadas em algum trabalho físico, se conservam sadias, bem desenvolvidas e 
envelhecem lentamente, porém se não são trabalhadas, deixam de funcionar, se convertem 
em enfermidades, defeituosas em seu crescimento e envelhecem antes do tempo“ 
(HIPÓCRATES, 460 A.C. a 377 A.C.) 
 
 
Prezado Acadêmico: 
 
 Você deve estar pensando, o que será que vou aprender com meus estudos na 
disciplina de Didática da Ginástica? Será que vou estudar os exercícios físicos e os assuntos 
pertinentes a ele? Com um pensamento de Hipócrates (o pai da Medicina), que está 
remontando em quase 2.500 anos, iniciamos essa discussão. 
 
 Mas, para isso leia atentamente o que está escrito e reflita sobre a verdade 
em cada palavra com relação ao organismo humano e a necessidade primordial que seus 
ossos, músculos, articulações, sistemas e aparelhos possuem de constante movimento. E o 
mais importante é que esse movimento precisa ser dimensionado, constantemente avaliado 
e principalmente prescrito e aplicado de maneira correta, constituindo-se em exercícios 
físicos, que venham a desenvolver as qualidades físicas inerentes ao corpo humano. 
 
 A disciplina Didática da Ginástica visa realizar discussões sobre conteúdos que 
podem ser abordados no contexto escolar, nas aulas de educação física, no desporto, na 
orientação de atividades físicas ou nas aulas de formação técnica, sobre a modalidade de 
ginástica. 
 
 Veja que ao se falar sobre a Educação Física, faz-se necessário caracterizar o 
homem como um ser holístico e que, dessa forma, ele necessita desenvolver-se em três níveis 
de conhecimento: 
 
- Sócio-Afetivo, que visa o desenvolvimento do indivíduo como um ser humano 
social, buscando estímulo para formação de sua cidadania e de sua ética; 
- Cognitivo, relacionado com seu desenvolvimento intelectual e seus processos 
reflexivos ; 
- Motor, que enfoca o movimento humano em todas as suas áreas de 
estudo. 
 
 O Professor de Educação Física é o grande facilitador para que os três níveis de 
conhecimento anteriormente citados, se desenvolvam de forma harmoniosa e em sua 
plenitude, e dessa forma, faz-se necessário que em nosso curso de graduação tenhamos 
conhecimento do corpo humano nos aspectos biológicos em disciplinas como Anatomia, 
fisiologia e Histologia. O conhecimento do homem enquanto ser é de fundamental 
importância, portanto, as disciplinas de História, Filosofia e Antropologia. Complementando 
esta tríade, temos disciplinas que estudam e mensuram o corpo humano a partir dos 
movimentos que o mesmo executa (Cinesiologia e biomecânica) e de suasvariáveis 
antropométricas (Medidas e Avaliação). 
DIDÁTICA DA GINÁSTICA – ÁTILA CASTRO PAIVA 
 
 
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 No caso específico de nossa disciplina - Fundamentos Metodológicos da Ginástica 
- ela é um dos primeiros momentos na carreira de um Profissional de Educação Física, em que 
se conseguem subsídios técnico-científicos, visando possibilitar a esse futuro profissional a 
condição de prescrever e aplicar exercícios físicos em classes de alunos/clientes com condições 
físicas e de saúde de um modo geral, muitas vezes um tanto heterogêneas. 
 
 Nossos futuros alunos /clientes de instituições públicas e particulares estarão, 
por certo, esperando que tenhamos condições técnico-didáticas de sugerir movimentos, 
que poderão, dos mais simples aos mais complexos, melhorar as diversas funções 
orgânicas, ajudando a construir gerações mais saudáveis e mais comprometidas com a 
manutenção da saúde e também utilização da ginástica e do exercício físico como elementos 
de prevenção contra patologias diversas. 
 
 Nosso desafio foi tornar a tarefa da abordagem da Ginástica, disciplina na qual o 
eixo teoria-prática é bastante representativo nos cursos de graduação, como também em um 
processo significativo e vivo nesse módulo. Buscamos para isso integrar o texto do fascículo 
aos outros textos produzidos sobre o tema e aos vídeos que abordam o assunto. Sugerimos 
também algumas atividades que os professores poderão incluir em suas aulas ou 
simplesmente realizá-las, caso se sinta à vontade para isso. Pensamos que o estudo da 
Ginástica nas aulas de Educação Física pode ser realizado de forma lúdica e prazerosa, 
despertando nos alunos o gosto pelo belo, pelos desafios corporais e pela criatividade. 
 
 O material que ora apresentamos, delimita o conteúdo GINÁSTICA, de forma a 
facilitar sua aplicação nas aulas de Educação Física. A Estrutura Básica consiste no histórico, 
definição e classificação da ginástica, utilizando uma linguagem simples e informações 
atualizadas. A fim de subsidiar os professores de educação física nos municípios de nosso 
grandioso Estado do Amazonas. 
 
 Caro acadêmico do Curso de Licenciatura em Educação Física, tenha bom 
proveito em seus estudos. 
 
 Texto adaptado de Leonardo de Arruda Delgado 
 
 
DIDÁTICA DA GINÁSTICA – ÁTILA CASTRO PAIVA 
 
 
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UNIDADE I: NATUREZA, HISTÓRIA E GÊNESE DA 
GINÁSTICA 
 
 
 Você pode achar que o pensamento constante no tópico Palavras do Professor, 
de autoria do Pai da Medicina - Hipócrates (460 A.C - 377 A.C.), está um tanto quanto antigo 
ou ainda defasado. Porém, perceba que ele apresenta, de forma simplificada, toda a 
necessidade de que o corpo humano possui de se manter fisicamente ativo, executando 
movimentos naturais ou de maneira disciplinada e contínua da prática da ginástica. 
 
 Certamente, atinge-lhe o fato de que uma das características da vida humana 
no mundo contemporâneo e tecnológico é a falta ou a drástica redução da quantidade dos 
movimentos naturais executados pelo ser humano, caracterizando-se no que 
denominamos por Sedentarismo. 
 
 Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), são sedentários todos os 
indivíduos que tiverem um gasto calórico inferior a 500 kcal por semana com atividades 
ocupacionais. 
 
 A presença constante do automóvel, dos controles remotos e das escadas 
rolantes, faz com que o homem, nos dias de hoje, execute caminhadas em menor quantidade, 
dificilmente corre e os demais exercícios naturais como saltar, lançar, arremessar, saltitar e 
outros tantos são movimentos de uma raridade ímpar no cotidiano de um ser humano nos dias 
atuais. 
 
 Em contraponto, perceba que durante as últimas décadas, estamos vendo a 
constante relação feita entre o manter-se fisicamente ativo e a saúde, isto se deve a 
preocupação, por parte da sociedade, na promoção e manutenção da saúde no seu amplo 
espectro conceitual, ou seja, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é o 
completo bem-estar físico, mental e social. 
 
DIDÁTICA DA GINÁSTICA – ÁTILA CASTRO PAIVA 
 
 
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 Portanto, quando em atuação profissional, tome a precaução de não iniciar 
ou elaborar um programa de exercícios físicos e unicamente relacioná-los com a perfeição 
de linhas, mas principalmente, com a melhora ou manutenção da qualidade de vida dos mais 
variados tipos e biotipos de indivíduos, desde crianças até a terceira idade. 
 
 Procure habilitar-se para prescrever atividades físicas para os obesos que hoje já 
são parcela considerável da população principalmente nos países desenvolvidos, para os 
indivíduos que apresentam alguma deficiência ou patologia crônica, que no caso do Brasil, 
estão próximos dos 20 milhões de pessoas, e um dos grandes campos de trabalho que se 
desenvolve atualmente, é a prescrição da ginástica laboral que funcionaria como uma espécie 
de compensação às atividades normalmente estressantes relacionadas ao trabalho diário. 
 
 Para concluir, perceba que é notório e ao mesmo tempo paradoxal, os médicos 
recomendarem repouso absoluto para a maioria das enfermidades desenvolvidas pelo 
organismo humano, porém, são extremamente entusiastas na recomendação de atividades 
físicas regulares e orientadas, para a prevenção, controle e tratamento de inúmeras moléstias, 
fazendo-nos perceber claramente o quanto Hipócrates estava com a razão. 
 
SEÇÃO 1: Conceitos 
 
 A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não 
competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade 
e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. 
 
 GYMNKOS = Origem grega, adjetivo relativo ao exercício do corpo 
GYMNASTIQUE= Origem da língua francesa. 
 
 Segundo BARBANTI (2003), o termo ginástica originou-se aproximadamente em 
400 a.C. É derivado de GYMNOS , que significa "nú", levemente vestido e geralmente se refere 
a todo tipo de exercícios físicos para as quais se tem de tirar as roupas de uso diário. Durante o 
curso da História as interpretações de Ginástica variaram. Atualmente o termo esta perdendo 
o seu uso e tem sido substituído por outras nomenclaturas de exercícios e/ou modalidades 
específicas. Como por exemplo: Pilates, Body Combat, Body Jump, Aeróbica etc. 
 
 Conforme Aurélio (Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2000), o termo 
ginástica é etimologicamente: o conjunto de exercícios sistematizados; o conjunto de 
movimentos, psicomotores para um objetivo. 
 
 Desenvolveu-se, efetivamente, a partir dos exercícios físicos realizados pelos 
soldados da Grécia Antiga, incluindo habilidades para montar e desmontar um cavalo e 
habilidades semelhantes a executadas em um circo, como fazem os chamados acrobatas. 
Naquela época, os ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados 
gymnasios, patronados pelo deus Apolo. A prática só voltou a ser retomada - com ênfase 
desportiva e militar - no final do século XVIII, na Europa, através de Jean Jacques Rousseau, do 
posterior nascimento da escola alemã de Friedrich Ludwig Jahn - de movimentos lentos, 
ritmados, de flexibilidade e de força - e da escola sueca, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a 
melhoria dos aparelhos na prática do esporte. Tais avanços geraram a chamada ginástica 
moderna, agora subdividida. 
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 Anos mais tarde, a Federação Internacional de Ginástica foi fundada, para 
regulamentar, sistematizar e organizar todas as suas ramificações surgidas posteriormente. Já 
as práticas não competitivas, popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo de diferentes 
formas e com diversas finalidadese praticantes. 
 
SEÇÃO 2: Conhecendo a História da Ginástica 
 
 Nesta seção iremos estudar os papéis da Ginástica, suas denominações e seus 
objetivos no decorrer da história. Conforme Pereira (1988) a cultura física (terminologia 
utilizada para designar toda a parceria de cultura universal que envolve o exercício físico, como 
a Educação Física, a Ginástica, o Treinamento Desportivo e a Dança) caracterizou-se por ser um 
fenômeno universal, pois existem vários exemplos de exercícios físicos em várias civilizações, 
em diversas regiões do planeta. 
 
 Nesse sentido, podemos dizer que a Ginástica formou-se a partir de diferentes 
conceitos, assumindo diversas funções, através dos tempos (desde 3.000 anos a.C. até hoje), 
nas diferentes culturas, obtendo diversos significados e objetivos, de acordo com a 
comunidade em que estava inserida e sua época. 
 
Ginástica na Pré-História 
 
 É claro que a expressão 
"Ginástica" aplicada ao homem pré-
histórico é um tanto forçada, pois o 
exercício físico não estava 
sistematizado, regulamentado, 
metodizado, estudado cientificamente, 
etc.. Mas tudo isso que nós hoje 
procuramos atingir cientificamente 
(bem estar físico, saúde, força, 
velocidade, resistência, 
aperfeiçoamento das funções 
fisiológicas, etc.), o homem primitivo atingiu e ultrapassou em muito. É que, pelas condições 
de vida, um dia na pré-história, era uma contínua e completa aula de educação física. Para 
sobreviver ao perigo das feras e inimigos, para fugir as intempéries, para conseguir o alimento, 
para homenagear os deuses, para festejar vitórias, etc., o homem, em pleno contato com a 
natureza, precisava correr, saltar, marchar, arremessar, nadar, mergulhar, lutar, levantar e 
transportar ,equilibrar, trepar, quadrupedar, dançar, jogar, etc. 
 
 Para fins de estudo, podemos classificar as atividades físicas na pré-história 
dentro dos aspectos: Natural, Utilitário, Guerreiro, Recreativo, Religioso. 
 
1 - ASPECTO NATURAL: Aqui colocamos as atividades físicas feitas instintivamente, como 
meio de sobrevivência: Correr para fugir ao perigo ou para alcançar a caça; Nadar para 
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atravessar os rios; Marchar (caminhar) a procura da caça, da pesca, do abrigo; Arremessar a 
pedra, a lança, para caçar, pescar, guerrear e ai sim por diante. 
 
2 - ASPECTO UTILITÁRIO: Na caça ou na pesca, quantas vezes a lança foi atirada 
imperfeitamente, deixando o homem sem a sua desejada alimentação. Ele percebeu que 
precisava "treinar" aquele gesto para que, quando surgisse a situação real frente a sua presa, 
pudesse ter êxito no lance. Esse treino, essa atividade intencional, essa "evolução técnica" já 
não mais apenas instintiva, caracteriza o aspecto utilitário. 
 
3- ASPECTO GUERREIRO: Aos poucos, vai o homem dominando a natureza: alguns grupos 
desenvolvem o pastoreio e a agricultura e já podem abandonar a vida nômade. Mas outros 
grupos, que ainda vivem da caça e da coleta de frutos silvestres, percebem a fartura daqueles 
e adestram-se no manejo das armas para atacar e apossar-se do excelente estoque de 
alimentos. Os sobreviventes do grupo atacado, por sua vez, percebem que não basta criar o 
gado e armazenar os cereais: é preciso dedicar muita atenção ao preparo para luta e às 
medidas de segurança. É a educação física sob o aspecto guerreiro. Mais tarde, o crescimento 
dos aglomerados humanos exige a especialização do trabalho e surgem os homens dedicados 
exclusivamente à segurança: os soldados. E é na caserna que a Educação Física, através de 
todos os tempos, encontra apoio enfático e perene. 
 
4 - ASPECTO RECREATIVO: Os homens primitivos brincavam de correr, saltar em altura e 
extensão; lutavam, dançavam, atiravam ao alvo faziam encenações representando episódios 
de caça, cenas cômicas, simulações de combates e etc. 
 
5 - ASPECTO RELIGIOSO: Para aplacar a ira dos deuses, ou para homenageá-los, o homem pré-
histórico realizava atividades rítmicas e danças. Ao ritmo de bastões, tambores, palmas, gritos 
e outros ruídos, executavam movimentos simbólicos de braços mãos, dedos, cabeça, tronco, 
balanceamentos, saltitamentos, passos e corridas, batidas de pés e etc. 
 
A Ginástica na Antiguidade 
 
 Na Antigüidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas 
várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como 
exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira 
geral. 
 
 A ginástica aparece aqui como elemento sinônimo de um conjunto de atividades 
físicas, baseada na massagem e nos movimentos respiratórios, com uma freqüência diária, e 
com objetivos médicos e morais. Com algumas particularidades, praticamente todas as 
civilizações antigas a que temos acesso, a partir de quarenta séculos antes de Cristo (através 
de desenhos, escrituras, etc.), tinham esta concepção. 
 
Chineses: 
 
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 a) Os chineses constituem um dos povos mais antigos da terra. Sua história perde-
se na bruma dos tempos e no terreno lendário. 
 
 Pode-se, no entanto dizer que já há 3.000 anos A.C. possuíam uma educação 
organizada, com escolas de nível primário, médio e superior. 
 
 b) A Ginástica não se restringia ao currículo escolar, e por isso alcançou alto nível 
entre os chineses, é que ela estava englobada nos preceitos morais e religiosos. Assim, graças 
aos sacerdotes e também aos filósofos (entre estes destacamos Confúcio que foi um grande 
ginasta) a Educação Física era encarada com muita seriedade pelo povo chinês. 
 
 c) O Kong-Fu era um notável tratado de Ginástica elaborado pelos monges da 
seita Tao-Tse. 
 
 Continha exercícios ativos, passivos e mistos; determinava a manutenção de 
posturas, as mudanças de posturas, os modos de respirar; explicava os vários tipos de 
massagens; indicava os benefícios fisiológicos e curativos de cada exercício. São famosas as "7 
Regras de Saúde de Kong-Fu": levantar cedo, purificar a boca, exercitar-se, massagear-se, 
banhar-se, repousar, alimentar-se. 
 
 d) Além das práticas morais e higiênicas aconselhadas pelos filósofos e pelo Kong-
Fu, os chineses praticavam muitas outras atividades físicas: o arco e a flexa, a luta, os jogos 
imitativos, a esgrima de sabre, o Tsu-Chu (semelhante ao futebol), o voador (peteca) , a caça, 
danças religiosas e pantominas. 
 
 e) A introdução do Budismo e a influência de alguns filósofos que pregavam a 
"inanição e a meditação para alcançar a sabedoria e a felicidade, prejudicaram o progresso da 
educação física e da própria China a partir de uns 2 séculos antes de Cristo. 
 
 Na atualidade, o povo chinês reage aos séculos de obscurantismo e já comparece 
nas competições mundiais de basquete, atletismo, natação, ping-pong, tênis, futebol. 
 
Hindus: 
 
 a) A Índia se originou há uns 
2.000 anos A.C com a invasão dos ários que 
dominaram a vasta península triangular que 
vai do Himalaia ao Oceano Indico. Os hindus 
estavam organizados em 4 castas 
hierarquizadas: os brâmanes (sacerdotes, 
poetas, juízes, médicos); os guerreiros; os 
negociantes, pastores e agricultores; e os 
servos. Havia ainda os sem classe ou parias, 
desprezados e sem quaisquer direitos. 
 
 b) As principais fontes históricas 
para estudo deste povo são os livros Vedas 
(livros sagrados do Bramanismo); Mahabárata 
(poema que relata uma guerra civil); 
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Ramayana (poema épico que descreve as lutas de Rama para reaver sua esposa Sita) e as Leis 
da Manu, o celebre legislador da índia. 
 
 c) Os livros mencionados nos dão conta de que os hindus praticavam ginástica, 
exercícios respiratórios, Massagens, hidroterapia,a equitação, o box, lutas, corrida, natação, 
dança, pólo, esgrima, lançamentos. Eram guerreiros temíveis. Possuíam cidades fortificadas; 
usavam os elefantes nas batalhas colocando no dorso desses animais dezenas de arqueiros 
que espalhavam a morte e a destruição entre seus inimigos. 
 
 A Ginástica tinha grande destaque no sistema escolar e ainda recebia especial 
atenção no culto familiar e nos templos. Os preceitos higiênicos faziam parte da essência 
moral e religiosa do povo. 
 
 Manu preconizava: “Para a sociedade a hierarquia das castas e para o indivíduo a 
pureza física e moral”. A purificação era feita pelo fogo, (fumigações) pela respiração e pela 
água. 
 
 A Ioga é uma interessante prática que nos legaram os hindus. Ela consiste em 
técnicas respiratórias, manutenção de posições do corpo, exercícios feitos suavemente e 
atitude mental em busca da tranqüilidade interior e das "forças cósmicas”. 
 
 d) Na atualidade, após longo domínio e por influencia inglesa, os hindus praticam 
futebol, tênis, pólo, hockey, cricket, golf, atletismo. 
 
A Ginástica no Oriente Próximo 
 
 Egípcios, caldeus, assírios, hebreus, medos, persas, fenícios e insulares, são os 
grupos mais conhecidos entre os povos da antigüidade, no Oriente Próximo. Vamos dizer 
apenas que os fenícios eram hábeis navegadores; que os assírios e caldeus eram guerreiros 
cruéis; que os hebreus legaram preciosos princípios higiênicos; que os medos e os persas eram 
inteligentes, dinâmicos, honrados e guerreiros. 
 
 Detenhamo-nos um pouco mais nos Egípcios e nos Cretenses. 
 
Egípcios: 
 
 Através de escavações realizadas 
pelos pesquisadores franceses Champollion e Botta 
e o inglês Rawilson no Egito, encontraram nas 
paredes das tumbas e hipogeus, pinturas e 
desenhos que revelaram as práticas físicas que 
faziam parte do ume egípcio, dentre os quais, os 
exercícios gímnicos. MALTA (1994), declara a 
existência de uma ginástica egípcia, devido a 
grande variedade de atividades físicas praticadas 
no Egito, destacando a constatação do trabalho de 
algumas qualidades físicas (equilíbrio, força, 
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resistência muscular e flexibilidade) como também a utilização de alguns materiais de apoio 
(árvore, lança e pesos). 
 
 a) No vale do rio Nilo, nordeste da África, floreceu, há mais de 4.000 A.C., a 
civilização egípcia. Os egípcios eram altos, de ombros largos, de quadris estreitos, pernas e 
braços longos, peles amorenada pelo sol, alegres, trabalhadores, cultos e religiosos. 
 
 b) Vivendo em país de clima quente e recebendo as cheias periódicas do Nilo, era 
natural que os egípcios desenvolvessem adequadamente seus preceitos higiênicos, exercícios, 
hábitos alimentares e vestuário. 
 
 c) Assim, a natação era bastante praticada por homens e mulheres (lembram-se 
do episódio bíblico que narra o achado de Moisés pela filha do Faraó durante um banho no rio 
Nilo?). O remo, a navegação e a caça de aves e animais selvagens nos rios e pântanos eram 
muito apreciados (hipopótamos, gazelas, bois selvagens, raposas, lebres, leões, leopardos, 
crocodilos). Os jovens perseguiam a nado os crocodilos levavam na mão um bastão ponte 
agudo nos dois extremos e ofereciam o ante-braço ao animal; quando este tentava abocanhá-
lo nada conseguia além de ficar espetado. 
 
 A ginástica rítmica e as danças tiveram alta expressão no Egito, seja sob o aspecto 
religioso, como sob o profano e militar. 
 
 Desenvolveram a arte da luta. Nos túmulos de Beni-Hasan foram encontradas 
figuras de lutadores, pintadas em verme lho e preto, para melhor compreensão da técnica dos 
golpes,em que aparecem mais de uma centena de fases de luta. 
 
 Sob o aspecto militar, além do manejo do arco e da flexa, praticavam a corrida de 
carros de guerra, o arremesso de lança, a esgrima com um bastão numa das mãos e com 
escudo na outra, corridas de velocidade e resistência. 
 
 d) Em tão alto conceito tinham os egípcios a educação física que o próprio 
herdeiro do trono se exercitava junto com os demais membros da nobreza. E todo o 
juramento feito em nome do Faraó, terminava com a expressão “Vida, Saúde, Força”. 
 
 Nos Locais dos exercícios físicos, assim como fazemos hoje nos estádios e 
vestiários, havia frases de incentivos aos praticantes: "Teu braço é mais forte que o dele; não 
cedas"; "Nosso grupo é mais forte que o deles; força, companheiros”. 
 
Cretenses: 
 
 a) Entre os insulares, ou povos do mar, brilhou, há 
mais de 2.000 anos A.C., a civilização cretense. Embora ainda não 
tenha sido possível decifrar os signos da escrita cretense, pelas 
ruínas, quadros, pinturas e esculturas, pode-se conhecer algo deste 
povo extraordinário, precursor e inspirador da civilização grega no 
campo da Educação Física. 
 
 b) Os cretenses eram baixos, morenos, queimados 
pelo sol, esbeltos, ágeis, enérgicos, usavam roupas leves (uma 
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simples tanga e saiote ricamente bordado, com uma cinta que ressaltava o talhe atlético); as 
mulheres usavam saias soltas, camisas rendadas, elegantes chapéus, colares, jóias e 
braceletes. 
 
 c) Seus templos e palácios possuíam inteligente distribuição de ar, luz, água, 
drenagens, instalações sanitárias e salas de banho. 
 
 d) Hábeis marinheiros e possuindo um tipo de barco guarda-costas muito veloz, 
não precisavam de muros e fortificações para guarnecer seu litoral. 
 
 Eram apaixonados pelos exercícios de força e destreza. Para seus espetáculos, 
construíram os primeiros teatros e estádios do mundo. Apreciavam as lutas de gladiadores e 
os combates de homens e mulheres contra as feras. A coragem e a habilidade acrobática dos 
cretenses se desenvolveram a tal ponto que casais de toureiros, desarmados, brincavam com o 
touro furioso, dando cambalhotas e saltos sobre o dorso do animal. 
 
 Conheciam o pugilismo e já dividiam os lutadores nas três clássicas categorias: 
leves, médios e pesados. Os lutadores cobriam o corpo com óleo. Como outros povos, os 
cretenses também praticaram as danças religiosas e recreativas, as corridas, natação e 
massagem. 
A Ginástica na Grécia 
 
 
 Na Grécia, definiu-se o primeiro conceito de Ginástica. Os exercícios ginásticos 
tinham de ser praticados com o corpo nú, banhados com óleo, nos ginásios, sob uma 
orientação determinada por preparadores físicos e filósofos, objetivando a formação do ser 
humano, no seu aspecto físico, intelectual, filosófico, artístico (vinculado à estética e à música), 
e moral, desenvolvidos a partir do seu método, “a orquestrica e a palestrica”: 
 
 “Pouco antes de Platão a ginástica foi erigida em instituição nacional. Foi 
metodizada e codificada, juntamente com a instituição dos atletas, e com a dos pedotribas 
(professores) que se consagravam exclusivamente nos exercícios corporais, com o fim de 
concorrerem aos jogos públicos.... 
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 A Ginástica foi dividida em dois grupos: 
 
- A orquestrica (formação cultural e moral dos jovens, atitudes por meio de 
gestos, música, caráter, dignidade do cidadão, danças rítmicas) 
- A palestrica (preparo de atletas para os jogos públicos, diversas modalidades 
de exercícios físicos e eram realizados nos ginásios)” (BONORINO, op.cit., p.19 
e 20) 
 
 A Grécia antiga compreendia a extremidade da península balcânica, uma serie de 
ilhas nos mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo e alguns pontos nas costas da Ásia Menor. 
 
 Vários povos cruzaram a Grécia, mas é com os Helenos, que a invadiram no século 
XVI A.C., que o povo grego surge ante a face da História. Os helenos se dividiam em quatro 
tribos: aqueus, eólios, dórios e jônios. Os dórios se estabeleceram em Esparta e os jônios em 
Atenas eessas duas cidades-estado lideraram por largos períodos a vida dos povos gregos. 
Embora da mesma raça, os gregos não possuíam unidade política. Apenas em casos de guerras 
com outros povos havia uma união temporária entre algumas cidades. 
 
 Somente o desporto e a religião, através dos jogos Pan-helênicos, conseguiam 
uma efetiva unidade nacional. 
 
 Os gregos, pela harmonia de suas linhas, proporção de seus segmentos e 
delicadeza de semblante, inteligência, coragem e cultura, foram considerados o protótipo da 
beleza humana. 
 
 Separados política e geograficamente, era natural que diferentes fossem os tipos 
de educação dos Gregos. 
 
 Os espartanos eram rudes, fortes, enérgicos, belicosos, colocando o amor a Pátria 
acima de tudo. 
 
 Por isso a educação espartana visava a formar soldados eficientes e prontos a 
morrer pela Pátria. 
 
 Até os 7 anos a criança ficava com a mãe; era então entregue ao Estado passando 
a viver em comum com outras crianças, tendo uma alimentação sóbria, realizando exercícios 
violentos e habituando-se aos rigores da natureza. Aos 13 anos ingressava em regime ainda 
mais violento, praticando exercícios militares como equitação, funda, arco e flexa, manejo da 
lança. Formavam bandos de adolescentes e eram mandados a assaltar sítios e viajantes para 
prover sua própria alimentação. Se não conseguissem atingir seu intuito eram severamente 
castigados. 
 
 Dos 18 aos 20 anos o jovem espartano passava a guardar a cidade e a treinar os 
grupos mais jovens nos exercícios físicos e militares. 
 
 Dos 20 aos 30 anos entrava nos plenos poderes militares, podendo comandar 
tropas. Depois dos 30 gozava de privilégios políticos; após os 60 podia aspirar os mais altos 
postos da vida política. 
 
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 Por tudo isso, é fácil concluir-se que a Educação consistia quase que 
exclusivamente na Educação Física. Afora, e a educação cívica, os jovens recebiam apenas 
alguns rudimentos de aritmética, leitura, e poesia. As meninas também recebiam uma 
educação física intensa e, para escândalo dos de mais gregos, participavam dos jogos públicos; 
corriam, manejavam o arco e a flecha, dirigiam um carro de guerra e lutavam como qualquer 
homem; tinham obrigação de manter-se belas, fortes e saudáveis a fim de que aos 20 anos 
fossem desposadas e pudessem gerar filhos saudáveis. Eram educadas a colocar o amor a 
Pátria acima do amor maternal. 
 
 Já a educação em Atenas era diferente. Até aos 7 anos os meninos ficavam ao 
inteiro cuidado materno, brincando livremente. 
 
 Aos 7 anos ingressavam na escola onde aprendiam as primeiras letras, canto, 
musica, jogos, como comportar-se em sociedade. Vemos, então que os atenienses buscavam a 
formação integral do indivíduo: alma; corpo, mente. Dos 12 anos aos 15 estudos se 
aprofundavam (Desenho, Astronomia, Matemática, Legislação, Literatura e etc.) e a ginástica 
ia se tornando cada vez mais dura. 
 
 Dos 15 anos aos 18, recebiam a ginástica mais difícil e dedicavam-se ao atletismo. 
Dos 18 aos 20 ingressavam na efebia, espécie de aspiração militar. Além do treinamento cívico 
e militar, recebiam ensinamentos sobre política, administração e oratória. As meninas eram 
educadas pela mãe. Sua educação era voltada para o lar; aprendiam a fiar, coser, bordar, ler, 
escrever, tocar citara, dançar e praticar alguns jogos. 
 
 Por esse tipo de educação compreende-se porque o ateniense era forte, bravo, 
amante da sua Pátria, do seu lar, da sua liberdade, e tenha atingido altos níveis em todos os 
ramos das ciências e das artes, causando admiração e servindo de exemplo para todos nós. 
 
 Os gregos possuíam excelentes locais para as práticas gimnicas e desportivas: 
 
 a) Estádio - local onde se realizavam as corridas de velocidade e resistência. 
Ficava na planície junto ou entre morros nos quais construiam-se arquibancadas. "Estádio" é 
uma medida grega que corresponde mais ou menos a 192 metros. 
 
 No estádio realizavam-se as corridas, lutas saltos e arremessos. 
 
 b) Palestra - (palé = luta) - recinto destinado às lutas. Além do local das lutas havia 
vestiários, salas de ginástica, banheiros frios e quentes, salas de reuniões e salas de 
massagens. 
 
 c) Hipódromo - local destinado às corridas à cavalo e de carro. 
 
 d) Ginásio – Local destinado à prática da ginástica e dos jogos, englobando às 
vezes também à educação intelectual. Com o tempo, o ginásio passou a constituir um conjunto 
desportivo completo (hoje, nós usamos a palavra “estádio” para designar o conjunto 
desportivo). 
 
 Assim como em nossos dias, também na velha Grécia o desporto exerceu 
extraordinária missão de paz. 
 
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 Nem sábios, nem políticos conseguiram unir os gregos; isso só o desporto o fez. 
Por ocasião dos jogos Pan-helêmcos, toda a Grécia se reunia e confraternizava, ressaltando o 
valor do povo grego e homenageando a seus deuses. 
 
 Os mais célebres jogos foram os Olímpicos, Nemeus, Píticos e Istmicos. 
 
 Os Istmicos eram realizados em Corinto; os Píticos em Delfos; os Nemeus em 
Neméia; e os Olímpicos em Olímpia, (em Élis). Além desses Jogos de caráter geral, cada cidade-
estado tinha seus próprios "jogos municipais". 
 
 Pelo seu esplendor e importância, detenhamo-nos um pouco mais nos Jogos 
Olímpicos. 
 
 Eram celebrados de 4 em 4 anos, em honra de Zeus, o rei dos deuses. Tiveram 
início em 776 A.C. e foram extintos em 394 D.C. pelo imperador romano Teodósio, tendo sido 
celebradas 291 Olimpíadas ao longo de um período de quase 1.200 anos! Os jogos eram 
organizados e dirigidos pelos 10 helanoicas, homens da mais destacada envergadura moral e 
social de Elis. Em junho saiam os arautos por toda a Grécia pregando a Trégua Sagrada e 
convidando para os Jogos. Cessavam então todas as guerras entre os Gregos! As cidades se 
reconciliavam; todos tinham livre trânsito para Olímpia e ninguém podia ser molestado; as 
armas não entravam na cidade no período dos Jogos. Na noite de 27 de julho realizavam-se 
banquetes, procissões e ritos sagrados e ao alvorecer o dia 28, com um majestoso desfile, 
preces e apresentação dos atletas, iniciavam-se os Jogos. Uma entusiástica multidão de 40.000 
pessoas, (só homens) vibrava com os feitos dos atletas, considerados como semi-deuses. 
 
 Para participar dos jogos o atleta passava por severos testes e provas: ter sido 
vencedor em sua cidade, submeter-se a estágio em Olímpia, ser grego de nascimento, ser do 
sexo masculino, não ter sido concebido na velhice dos pais, não ter cometido crimes contra o 
Estado ou a Religião, não chegar atrasado, jurar obedecer às regras e às autoridades. 
 
 A primeira Olimpíada constou apenas da corrida de um estádio; depois foram 
incluídas outras provas e a programação passou a durar uma semana: corridas de resistência, 
arremessos de disco e dardo, lutas, saltos em distância, corridas à cavaIo e de carro, pentatlo. 
O pentatlo consistia em corrida, salto, arremesso de dardo, arremesso de disco e luta. Os 
pentatletas iam sendo em parte eliminados, a medida que se realizavam as provas, até que na 
última prova, a luta,ficassem somente dois concorrentes. 
 
 Terminadas as disputas, os atletas eram coroados com uma coroa de louros 
diante do templo de Zeus e recebiam um ramo de Oliveira. 
 
 Seguiam-se outras solenidades religiosas, banquetes e comemorações. 
 
 Que a contemplação dessa magnífica época e o exemplo que ela nos dá nos ajude 
a levar nossa Pátria pelos caminhos do desenvolvimento sem perda dos padrões morais e 
espirituais. 
 
 Com o tempo, especialmente após a invasão romana, a Olimpíada foi perdendo 
seu caráter espiritual e de pureza moral. Surgiram o profissionalismo disfarçado, a corrupção, 
as apostas; os atletas recebiam grandes vantagens materiaisem suas cidades; os romanos 
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viam nos jogos apenas um divertimento. Esse afrouxamento, como é fácil de se concluir, 
trouxe consigo a decadência para a própria Grécia. 
 
 
 Sócrates (468-399 a.C), Aristócles, mas conhecido pelo cognome Platão ( 429-347 
a.C), Hipócrates (430-377 a.C.) e Aristóteles (348-322 a.C.) deixaram grandes contribuições no 
que se refere às atividades físicas. Por exemplo as idéias pedagógicas sobre ginástica para o 
corpos música para a alma, que influenciaram as bases educacionais defendidas por Platão. 
 
 Segundo Oliveira (1987), as artes da Ginástica (todos os exercícios físicos, inclusive 
o esporte) e da Música (cultura espiritual) formaram o que os gregos chamavam de Paidéia, o 
que hoje é entendido como tradição, cultura, educação, enfim, a própria formação do Homem 
PEREIRA (1988), relata que na cultura grega, foi a primeira prática de atividades físicas 
realizadas em grupos, de forma consciente, metodizada e intencional. A cultura física era 
marcante no universo grego, sendo usual a exercitação física conjunta, entre amigos, em suas 
próprias residências, de cunho físico e social; Na vida atlética dos cidadãos gregos estendia-se 
até a velhice; os ginásios viviam tomados de pessoas exercitando se... . 
 
A Ginástica em Roma 
 
 Com a derrota militarista da Grécia (145 a.C), Roma passa a combater a ginástica 
grega, pois achavam imoral e repulsiva a nudez dos atletas e ginastas gregos (MARINHO 
1981). TUBINO (1992) descreve que as atividades físicas romanas possuíam características 
militaristas bem marcantes, porém com a decadência do império Romano foi aos poucos 
tornando-se em cruéis espetáculos circenses de gladiadores, pugilatos, luta livre e 
naumaquias. Deste período romano surgiu a frase "Mens sana in corpore sano'', que até hoje 
está relacionada aos estudos dos problemas da Educação Física. 
 
 Guerreiros, e de espírito prático, 
os romanos viam na educação física apenas o 
instrumento para adestrar suas aguerridas 
legiões. A educação física tinha, portanto, um 
caráter eminentemente militar. Como em 
Esparta e Atenas, o pai tinha plenos poderes 
sobre a família, podendo aceitar ou recusar o 
filho recém-nascido. Se aceita, a criança 
ficava aos cuidados da mãe até 7 anos. Dos 7 
anos aos 12, o menino era entregue ao "Ludus 
Magister", ou a um preceptor particular se a 
família tivesse maiores posses. Nessa fase a 
educação limitava-se a rudimentos de ler, 
escrever, contar e jogar, e pequenas 
tarefas agrícolas ou militares. Dos 12 aos 
16 anos ia para a escola do "grammaticus" onde avançava mais na literatura, na gramática e 
estudava um pouco de ciências. Dos 16 aos 18 anos ia para a escola de "Retórica", onde 
aprendia direito, filosofia, retórica e uma esmerada educação militar; Aos 18 anos tornava-se 
cidadão, trocando a Toga Pretexta pela Toga Viril em bela cerimônia pública. 
 
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 Os romanos de todas as idades praticavam diariamente a educação física no 
campo de Marte, situado às margens do Tibre. Era uma bela planície, rodeada de bosques e 
monumentos nacionais. Eles corriam, nadavam, saltavam, transportava pesos, arremessavam 
a lança, lutavam, esgrimiam, jogavam harpastum (espécie de antepassado do futebol), 
praticavam a equitação. 
 
 Nos primeiros tempos não praticavam a ginástica por considerar imoral o nú dos 
ginastas gregos e não ver nela uma direta preparação para a guerra; também não apreciavam 
a dança que julgavam um divertimento muito baixo. 
 
 Os romanos apreciavam grandes espetáculos públicos onde houvesse perigo de 
vida e corresse sangue. Construíram notáveis anfiteatros (Coliseu) e circos (Máximus). Aí 
realizavam as lutas de gladiadores, veação, condenação às feras, naumaquias, corridas de 
carros. 
 
 Os gladiadores eram em geral escravos que lutavam por dinheiro ou pela 
liberdade. Havia vários tipos: Mirmilões (pesadamente protegidos e levando lanças e escude), 
Reciários (rede, tridente e punhal), Laceários (laço com nó corrediço), Andábatos (à cavalo). 
 
 Veaçao era o combate de feras contra homens, ou de feras contra feras. Milhares 
de animais africanos eram trazidos pelos imperadores e jogados nas arenas romanas. 
 Condenação às feras era o castigo imposto aos primitivos cristãos que morriam 
despedaçados pelas feras famintas, sob o gargalhar e o deboche das multidões. 
 
 A Naumaquia consistia na luta entre barcos cheios de escravos armados. Cada 
barco era embandeirado com cores diferentes do outro. 
 
 Transformava-se a arena em lago artificial e aí travava-se a naumaquia. Depois de 
certo tempo, os promotores da luta davam o sinal de suspensão das hostilidades. O barco que 
tivesse maior número de homens vivos era considerado vencedor e eles ganhavam a 
liberdade. 
 
 As corridas de carros eram espetáculos empolgantes. Nos frágeis carros, puxados 
por dois (bigas) ou quatro (quádrigas) cavalos os áurigas realizavam prodígios de equilíbrio, 
coragem, destreza, força e resistência. O Circo Máximo era o mais importante, com capacidade 
para 400.000 espectadores. O Coliseu, o mais famoso anfiteatro, tinha capacidade para.... 
100.000 pessoas. 
 
 Os romanos também realizavam jogos de estádio, como as competições atléticas 
e eqüestres, mas sem o entusiasmo pelos jogos de circo e anfiteatro. 
 
 Também realizavam jogos e festas em homenagem aos deuses e em 
comemoração às datas significativas na vida da cidade. Os imperadores, na ânsia de agradar o 
povo para se manter no poder, aumentavam cada vez mais o número de jogos e dias feriados, 
e distribuíam alimento para a população. Houve um tempo em que o ano tinha mais dias 
feriados que dias úteis. Juvenal, o célebre poeta satírico, sentindo a decadência de sua Pátria, 
publica, no século II, as suas "Sátiras”, onde crítica a educação e a vida romana. Nessa obra é 
que encontramos a frase tão divulgada por nós da Educação Física: Mente sã em corpo forte. 
Eis o verso de Juvenal: “Orandem est ut sit mens sana in corpore sano, Fortem posce animum, 
mortis terrore ca-rentem" (Ora por uma mente sã em corpo sadio, Alma forte que, friamente, 
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a morte enfrenta). E o poeta diz com amargura: "onde está aquele povo que lutava por um 
lugar de perigo na frente de combate e conquistava impérios? Agora se contenta com pão e 
circo”. 
 
 Esse afrouxamento físico e moral, aliado a outras causas, foi o germe da 
decadência de Roma. 
 
 Mas antes de concluir este ponto, permitam que eu lhes diga algo sobre uma 
belíssima contribuição romana ã Educação Física: as Termas eram as casas de banho dos 
romanos. 
 
 Eles espalharam o hábito salutar do banho por todo o seu vasto império. As 
Termas eram edifícios imponentes, muito ricamente decorados e construídos em mármore. As 
principais de pendências eram: vestiários, salas de ar quente ou morno (seco ou úmido), 
piscinas quentes e frias, salas de refeição, de leitura, de jogos sociais e desportivos, salas de 
massagem. As principais Termas foram as de Agripa, de Nero, de Caracala, de Trajano. Havia 
Termas com mais de 8.000 banheiros separados. 
 
 Roma chegou a ter mais de 800 Termas além de mil piscinas para o banho público. 
Até os escravos, mediante uma módica taxa, podiam participar dos banhos. 
A Ginástica na Idade Média (395-1453) 
 
 Com a morte do imperador Teodósio e a divisão do império Romano (395) 
começa, segundo alguns historiadores, a Idade Média. 
 
 Esse período caracteriza-se pela quebra do 
poder real de Roma, surgindo pequenos reinos e senhores 
em toda a Europa. Assim surgiu o feudalismo, regime em 
que um senhor mais fortereunia em torno de si senhores 
mais fracos e dava-lhes domínio hereditário sobre certas 
terras em troca de obediência e ajuda em caso de guerra 
(os primeiros eram os "suzeranos" e os segundos os 
"vassalos"). 
 
 Aqueles vassalos, por sua vez, dominavam 
sobre pessoas mais humildes, chamadas "servos da gleba". 
Os servos da gleba utilizavam as terras dando uma parte do 
produto para o seu senhor; também combatiam a serviço 
do senhor. 
 
 Um castelo forte, com terras cultivadas, algumas habitações e campos de criação 
ao redor é a paisagem característica da Idade Média. 
 
 Isso constituía um feudo. 
 
 Como os jogos na velha Grécia eram uma oferenda a deuses pagãos e como em 
Roma eram espetáculos sanguinários nos quais os cristãos foram muitas vezes sacrificados, o 
cristianismo, dominando o mundo, exterminou com eles e acabou com todas as suas 
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manifestações. E ainda mais, pregando que o corpo era vil e fonte de muitos pecados, a Igreja 
combatia toda a atenção que se pudesse a ele dedicar, para que as atenções se voltassem 
exclusivamente para a parte espiritual. 
 
 Essa atitude negativa da Igreja em relação à E.F. prejudicou a evolução da E.F. por 
muito tempo, somente se modificando com o surgimento da Cavalaria e das Cruzadas. 
 
 Nos feudos, as atividades físicas consistiam na caça, pesca, jogos infantis (as 
crianças daquela época tinham mais jogos e brincadeiras que as nossas), danças a jogos 
populares, lutas e arremessos. 
 
 Um dos jogos mais populares era a "soule" antepassado do futebol. Até os padres, 
após a missa dominical, se misturavam com o povo e jogavam a "soule". 
 
 Consistia em atingir com a bola, jogada de qualquer maneira, um alvo defendido 
pela equipe contrária. Havia “soles” entre povoados vizinho. A vitória consistia em levar a bola 
até à praça do povoado adversária. 
 
 A nobreza 
participava das Justas e 
dos Torneios e do jogo da 
"paume”, jogo da 
"palma", antepassado, do 
tênis, ou "pela" além das 
danças. A Justa consistia 
numa disputa “amistosa” 
entre dois cavaleiros que, 
à cavalo, protegidos por 
armaduras, munidos de 
lança e espada, investiam 
um contra o outro, 
tentando derrubar e 
dominar o adversário. No 
inicio, não havia muitas regras, e a Justa era quase igual a uma batalha real, havendo, 
seguidamente, mortes. 
 
 Mais tarde criaram-se as "armas de cortesia", isto é, a lança de ferro foi 
substituída pela de madeira com um florão na ponta. 
 
 Também surgiram regras mais amenas: bastava derrubar o adversário da sela, ou 
quebrar a própria lança no impacto contra o adversário para ser considerado vencedor. 
 
 As justas eram realizadas em campo aberto, ou com um muro, (liça) à altura do 
peito do cavalo. Consta que a última Justa realizou-se em 1559 para festejar o casamento de 
Margarida, lrmã do rei Henrique II da França. 
 
 O Rei participou da festa "justando" com o conde de Montqomery. Na primeira 
lança, o rei venceu facilmente, derrubando o conde; na segunda, ambos atingem o alvo e as 
lanças voaram em estilhaços, mas o conde de Montgomery, com o impulso da arremetida e 
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com o pedaço de lança que sobrara atravessou a viseira do rei ferindo-lhe o olho esquerdo. 
Dez dias de pois, com grande sofrimento, falece o rei e as Justas se apagam. 
 
 Os Torneios obedeciam aos mesmos princípios das Justas, porém eram disputados 
por duas equipes. A codificação dos torneios foi feita pelo cavaleiro francês Geoffroy de 
Preuilly, no século XI. Um senhor feudal promovia a festa, convidando tantos cavaleiros 
quantos pudesse, ou convidando um outro senhor feudal e sua equipe. 
 
 Formavam-se dois partidos: armavam-se as tribunas e arquibancadas; escolhiam-
se os juizes; embandeiravam-se os Iocais da disputa, os animais, as armas e os cavaleiros; 
realizavam-se treinamentos; os disputantes faziam os juramentos de lealdade às regras e aos 
adversários; havia homenagens, danças e banquetes; e quando o entusiasmo popular estava 
no auge, realizava-se o Torneio. Às vezes o combate ia de sol a sol. Ao final, todos 
confraternizavam e os esfalfados combatentes, com toda a dignidade e cortesia, participavam 
das festas e danças que eram realizadas em sua homenagem. Os torneios evoluíram 
desportivamente até ao ponto de originar o "carrossel" e as "cavalhadas" onde havia apenas 
combates simulados e demonstração de habilidade eqüestre. 
 
 A Cavalaria, nobreza dentro da nobreza é o facho luminoso da Educação Física na 
Idade Média. O cavaleiro cultivava o ideal de defender à Igreja, à Pátria, as mulheres, os fracos 
e os oprimidos. 
 
 A Igreja apóia a cavalaria e assim começa a modificar sua atitude em relação à 
Educação Física. O jovem nobre desde pequeno vai se preparando física, moral e 
espiritualmente para se tornar cavaleiro. E então, em plena mocidade, em bela cerimônia 
cívica e espiritual, recebe as armas de cavaleiro. Até chegar a esse momento, ele passou 
muitos anos adestrando-se na Luta, natação, arremessos, Levantamento de pesos, boas 
maneiras, conhecimento de Leis, exercício das práticas religiosas e etc. 
 
A Ginástica no Renascimento 
 
 Com o Renascimento (1400 a 1727), surge um período de transformações e 
despertamento cultural e ideológico, que além de libertar as ciências e as artes também serviu 
para o ressurgimento da cultura física. 
 
 Como o homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da 
Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. 
A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como 
Leonardo da Vinci (1452-1519), responsável pela criação utilizada até hoje das regras 
proporcionais do corpo humano. 
 
 Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas 
como por exemplo a de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475 - 1564). 
Considerada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de 
cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra clássica "De Humani Corporis 
Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564). 
 
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 A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de 
Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo 
programático incluía os exercícios físicos. 
 
 O Renascimento foi um período marcante e positivista para a cultura física, 
fazendo renascer o interesse e o prazer pela prática de atividades físicas o verdadeiro 
renascimento da cultura em geral e da Educação Física. 
 
 O movimento contra o abuso do poder no campo social chamado de iluminismo 
surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os 
alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). 
Rousseau propôs a Educação Física como necessária à educação infantil. Segundo ele, pensar 
dependia extrair energia do corpo em movimento. 
 
 Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na 
execução correta dos exercícios. 
 
Atividade 
 
1. Dividir os alunos em 4 Grupos, disponibilizar os nomes dos grupos e seus componentes e 
representante. 
 
2. Sorteio de 4 temas ( 1 Pré-história, 2 Antiguidade, 3 Idade Média e 4 Renascimento) 
 
Edificar um trabalho de pesquisa sobre a relação e aspectos evolutivos da Ginástica e o tema 
sorteado. 
 
 Apresentação oral/escrita por ordem dos temas dia (-------), tempo máximo por grupo 15 
minutos. 
 
Obs.: O trabalho escrito deverá apresentar a bibliografia utilizada. 
 
A Ginástica na Idade Contemporânea 
 
 É na Idade Contemporâneaque ocorre o aparecimento do esporte moderno, a 
sistematização da ginástica e o amadurecimento da educação física escolar. Por esse motivo, é 
à luz do estudo dos princípios doutrinários que marcaram essa época que poderemos 
compreender e analisar as atuais tendências da educação física mundial. 
 
A Situação Política e Social da Europa 
 
 O século XVIII caracterizou-se pelo regime político batizado de "Despotismo 
Esclarecido", o qual foi influenciado pelas idéias do Iluminismo. As últimas décadas do século 
desenrolaram-se sob a marca da Revolução Francesa (1789), que derrubou o absolutismo, 
implantou a República, levou o povo ao poder político na França e semeou uma onda de 
revoluções liberais na Europa. Entre 1803 e 1815 a Europa toda envolveu-se nas Guerras 
Napoleônicas. 
 
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 O século XIX é o século da formação dos Estados Nacionais. A Europa nele 
adentrou sob a influência política do liberalismo e do nacionalismo, e economicamente, da 
Revolução Industrial, iniciada por volta de 1760 na Inglaterra, e que se espalhou por toda a 
Europa a partir de 1850, promovendo grande desenvolvimento econômico e transformações 
sociais. 
 
 O movimento nacionalista, aliado ao desenvolvimento econômico, cresceu muito 
na segunda metade do século XIX. Entre 1830 e 1870 transformou-se num movimento 
agressivo em favor da grandeza nacional e do direito de cada povo cultural e racialmente 
unido governar a si próprio (Burns, 1948). A partir de 1871 a Europa viveu em permanente 
estado de tensão por questões territoriais. A crise política levou à deflagração da I Grande 
Guerra, em 1914. 
 
 Foi neste tempo de guerras e revoluções que a Educação Física de nossos dias 
assentou suas bases. 
 
Situação das Instituições Educacionais 
 
 Entende Luzuriaga (1979) que o século XVIII é o século pedagógico por excelência. 
A educação tornou-se uma das mais importantes preocupações de reis, pensadores e políticos. 
Surgiram duas das maiores figuras da Pedagogia: Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e 
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Foi neste século que se desenvolveu a educação 
pública estatal e iniciou-se a educação nacional. Ainda segundo Luzuriaga, na educação do 
século XVIII observam-se os seguintes movimentos: 
 
1. Desenvolvimento da educação estatal, da educação do Estado, com maior 
participação das autoridades oficiais no ensino. 
2. Começo da educação nacional, da educação do povo pelo povo ou por seus 
representantes políticos. 
3. Princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau da escola 
primária, que fica estabelecida em linhas gerais. 
4. Iniciação do laicismo no ensino, com a substituição do ensino da religião pela 
instrução moral e cívica. 
5. Organização da instrução pública em unidade orgânica, da escola primária à 
universidade. 
6. Acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une pensadores e 
educadores de todos os países. 
7. Sobretudo, a primazia da razão, a crença no poder racional na vida dos 
indivíduos e dos povos. 
8. Ao mesmo tempo, reconhecimento da natureza e da intuição na educação, (p. 
151) 
 
 Ao final do século XVIII a educação européia modificou-se radicalmente com a 
Revolução Francesa, que fez com que a educação estatal, do súdito, própria da monarquia 
absolutista e do despotismo esclarecido, se convertesse na educação nacional, na educação do 
cidadão participante do governo do país (Luzuriaga, 1979). A Revolução Francesa deixou 
assentada as bases da nova educação nacional, que da França estendeu-se depois por toda a 
Europa e América. 
 
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 A educação no século XIX liga-se estreitamente aos acontecimentos políticos e 
econômicos. A Revolução Política, principiada em 1789 com a Revolução Francesa, completou-
se com a vitória da soberania popular e das idéias liberais, constitucionalistas e 
parlamentaristas, impondo-se a necessidade de educar o "povo soberano" (Luzuriaga, 1979, p. 
180). A Revolução Industrial, que alcançou grande intensidade naquele século, levou a um 
aumento populacional nas cidades e à necessidade de cuidar da educação desta grande massa. 
 
 Para Luzuriaga (1979) "todo século XIX foi um contínuo esforço por efetivar a 
educação do ponto de vista nacional" (p. 180), o que é bastante coerente com o momento 
político de afirmação dos Estados Nacionais que vivia a Europa. Os países europeus 
estruturaram, naquele século, seus sistemas nacionais de educação. A escola primária foi 
universalizada, em caráter obrigatório e gratuito, estabeleceram-se escolas normais para a 
preparação do magistério. A escola secundária também se afirmou, mas limitada ao 
atendimento da burguesia, e considerada apenas como preparação para a Universidade. 
 
Os Sistemas Ginásticos e o Nacionalismo 
 
 A história da elaboração e institucionalização dos, chamados "sis-temas 
ginásticos" confunde-se com a própria história do nacionalismo europeu e do militarismo 
sempre presente nos séculos XVIII e XIX. Originários da Alemanha, Dinamarca, Suécia e França, 
vinculam-se aos processos da afirmação da nacionalidade nestes países e à constante 
preocupação de preparação para guerra. Alguns autores (Marinho, s.d.a; Ramos, 1982) 
rotularam de “doutrinários” os movimentos de Educação Física surgidos naqueles países. 
 
Ginástica Alemã 
 
 O seu desenvolvimento foi dirigido por intelectuais e médicos, mas o 
impulso decisivo para a implantação dos alicerces da Escola Alemã veio da pedagogia. 
Inicialmente, podemos citar os alemães Basedow e Salzmann, que, com suas instituições 
escolares denominadas "Philantropinum", abriram as portas para a implantação da educação 
física escolar. Foi também decisiva a influência sobre os autores citados do suíço Jean Jacques 
Rousseau que, ao escrever o Emílio, em 1762, muito acentuou a tendência humanista do 
"Philantropinum" do pedagogo Johann Bernhard Basedow (1723-1790) e, posteriormente, do 
de Salzmann. 
 
 Basedow dava grande importância à saúde e à educação física, e sua escola iniciou 
o primeiro programa moderno de Educação Física (Van Dalen & Bennet, 1971). Este programa 
compreendia corridas, saltos, arremessos e lutas semelhantes às que se praticavam na Antiga 
Grécia: jogos de peteca, de bola, de pinos e pelota; natação; arco e flecha; marchas; excursões 
no campo, caminhada e suspensão em escadas oblíquas e transporte de sacolas cheias de 
areia (Marinho, s.d.a; Van Dalen & Bennet, 1971). 
 
 Não podemos esquecer também a influência de outro suíço: Johann Heinrich 
Pestalozzi, “o maior gênio, a figura mais nobre da educação e da pedagogia, o educador por 
excelência e o fundador da escola primária popular". Assinale-se que Pestalozzi foi seguidor 
das idéias de Rousseau. 
 
 Em 1784 foi fundado um instituto educacional semelhante ao Philanthropinum 
também colocando em prática idéias educacionais naturalistas, onde Cristoph Friedrich 
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GutsMuths (1759-1839), assumindo as aulas de ginástica, experimentou novas atividades e 
aparatos e elaborou um sistema de trabalho que ficou conhecido como "ginástica natural" ou 
"método natural". Ele dividiu as atividades em três classes: exercícios ginásticos, trabalhos 
manuais e jogos sociais (Van Dalen & Bennet, 1971). Admirador de Rousseau, sua ginástica 
compreendia todas as variações de exercícios corporais, sem nunca ir contra a natureza. 
Incluía a ginástica entre os deveres da vida humana e, sob este aspecto, muito lembrava os 
princípios da educação grega. 
 
 Segundo Van Dalen e Bennet (1971), o programa de GutsMuths harmonizava com 
os ideais de Rousseau. Ele acreditava firmemente na influência do corpo sobre a mente e o 
caráter;e que a saúde, mais do que o conhecimento, deveria ser o objetivo básico da 
educação. Moolenijizer (1973) entende que GutsMuths ganhou grande importância como o 
autor da primeira abordagem metódica para planejar intencionalmente a educação física e 
também por introduzir o jogo como meio justificado de educação. 
 
 O período de gestação do sistema de ginástica de GutsMuths não coincidiu com a 
exacerbação do espírito nacional alemão, o que ocorreu apenas a partir de 1806 com a invasão 
francesa. Contudo, ele não ficou isento de influência do nacionalismo e da política de 
intervenção estatal na educação. Considerava a ginástica de alta significação social e 
patriótica, e meio educativo fundamental para a nação, e pediu que o Estado assumisse a 
organização e divulgação da ginástica (Marinho, s.d.a). 
 
 
 A derrota que Napoleão infligiu aos alemães em Jena, em 1805, a Prússia em 
bloco desejou a desforra. Impõem-se, então, um sistema de educação tendente a 
potencializar, ao máximo, o espírito e o corpo provocou o despertar de um profundo 
sentimento nacionalista popular. 
 
 A nova ginástica alemã - Jahn havia substituído a palavra ginástica por Turnkunst, 
em 1811 - ia ao encontro das necessidades do povo, pois Jahn não teve, "durante toda sua 
existência, outra aspiração senão despertar o sentimento nacional e a realização da unidade 
alemã" (30, pág. 56). Jahn somente queria formar o forte. "Viver quem pode viver", era o seu 
lema. Para ele, os exercícios físicos não eram meios de educação escolar, mas sim da educação 
do povo. Inventou aparelhos como a barra fixa, barras paralelas e o cavalo, sendo, portanto o 
precursor do esporte que hoje se chama ginástica olímpica. Registramos que, até a I Guerra 
Mundial, o sistema nacional de ginástica adotado na Alemanha foi o de Jahn. 
 
 Diz Pepe: "Antes da invasão napoleônica o sentimento nacional era muito mais 
um patriotismo intelectual, representado por grandes estudiosos como Lessing, Herder, 
Gorthe, Kant, Fichte, etc. que intencionava impor a cultura e não a potência militar". Foram 
as humilhações sofridas nas várias batalhas durante a dominação napoleônica que 
despertaram os sentimentos patrióticos dos alemães. Foi então que Fichte afirmou que o 
espírito alemão "é uma águia que com força levanta o seu corpo poderoso para aproximar-se 
do sol". Korner incitou a Alemanha a construir um único Estado da Europa, e a fundação da 
Universidade de Berlim teve um objetivo, sobretudo, patriótico. Fichte, como primeiro reitor, 
fez o "Apelo à nação alemã", no qual afirmava a bem conhecida teoria que "Deus tinha 
confiado ao povo alemão a missão de civilizar o mundo". Conseqüentemente os mestres da 
ginástica, como Jahn, Eiselen, Frieser, Massmann e muitos outros começaram a reunir em 
ginásios esportivos e em associações, a juventude para educá-la e prepará-la física e 
moralmente a fim de fazer renascer a nação alemã. Foram estes os mestres que adestraram a 
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juventude sob o gímnico-militar, que enrubusteceram seus membros e endureceram os seus 
caracteres, preparando-os para darem tudo à Pátria, até a vida. Foram eles também, que 
deixados os ginásios esportivos, guiaram - como Jahn - os batalhões dos seus alunos 
voluntários rumo às estradas da vitória, levando-os da planície de Hasenheide ao triunfo de 
Paris. 
 
 Mas com a França já derrotada e expulsa, o governo alemão passou a temer os 
movimentos de massas liderados por Jahn, de forte conteúdo político. As autoridades temiam 
que o Turnen servisse difusão das doutrinas liberais então em voga, e proscreveram as 
sociedades ginásticas. O próprio Jahn foi preso em 1819, acusado de traição. Segundo Roberts 
(1973), o governo prussiano até mesmo incorporou o sistema ginástico na escola formal, num 
esforço para frustrar as sociedades ginásticas. Mas a repressão oficial não conseguiu impedir o 
crescimento do Turnen que recuperou o seu vigor no reinado de Frederico Guilherme IV. Em 
1868 organizou-se o Deutsche Turnerschaft, uma federação de todas as sociedades ginásticas 
alemãs. Durante a guerra franco-prussiana de 1870-71, quinze mil de seus membros 
apresentaram-se ao serviço militar. A guerra propiciou a unificação da Alemanha - o grande 
ideal de Jahn e seus seguidores - e isto levou valorização da ginástica, que passou a receber o 
apoio estatal. 
 
 Nas escolas alemãs, a Educação Física foi introduzida na forma do sistema 
ginástico de Adolph Spiess (1810-1858). Em 1842, o governo prussiano reconheceu 
oficialmente a Educação Física como uma função do Estado, e após o fracasso em introduzir a 
ginástica de Jahn, Spiess foi convidado a implantar o seu sistema. 
 
 Spiess estudou e trabalhou em escola suíças que sofreram a influência de 
Pestalozzi. L , criou um sistema de ginástica adaptado a objetivos pedagógicos e integrado no 
currículo escolar. Segundo Van Dalen e Bennet (1971 ) Spiess foi bem sucedido em introduzir a 
Educação Física nas escolas da Alemanha porque seus objetivos harmonizavam com a política 
autocrática e a filosofia educacional da época. Ele dava bastante ênfase disciplina, e embora 
seu sistema buscasse um desenvolvimento eficiente e completo de todas as partes do corpo, 
tais objetivos eram alcançados através de submissão, treino da memória e respostas rápidas e 
precisas ao comando. 
 
 Roberts (1973), após estudar o processo histórico do surgimento e 
desenvolvimento da Educação Física na Alemanha, concluiu que ela desenvolveu-se de duas 
diferentes formas: como um sistema escolar regular de educação física e como um sistema 
extra-curricular politicamente orientado que acabou por tornar-se uma força auxiliar de Adolf 
Hitler, chamada de "Movimento Jovem Hitleriano". 
 
 É evidente, que assim, na Alemanha, a ginástica não pode ter, neste período, 
outro endereço senão aquele militar, com fundo nacionalista, mesmo se não faltaram 
interessantes e valiosas alternativas. Outras nações européias condividiram com a Alemanha 
as mesmas paixões nacionalísticas, o ódio pela opressão estrangeira e o mesmo desejo de 
renascer, assim que a difusão do pensamento e das idéias da escola alemã encontrou um 
terreno favorável nas condições históricas do século XIX. 
 
 A ginástica alemã de 1800 teve, como dizíamos acima, também características 
educativas comuns aos demais métodos de educação física que se estavam, 
contemporaneamente, afirmando na Europa: em efeitos, não se pode, certamente, afirmar 
que a atividade física da Alemanha tenha ficado alheia e avulsa ao valor pedagógico e daquele 
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médico-científico: somente que, por razões históricas e políticas, a ginástica alemã reforçou 
aquele seu endereço militarista que influenciará posteriormente, uma boa parte do ensino 
tradicional da educação física, também nos demais países europeus. 
 
 A difusão do exercício físico nas escolas e nas sociedades de ginástica levará a 
uma inevitável diversidade de endereços assumindo novas formas, ficando em inércia a veia 
patriótica suscitada pelo pai da ginástica alemã (Jahn). 
 
 O endereço gímnico da escola alemã teve, portanto, origens patriótico-militar 
com Jahn, assumiu com Spiess um caráter escolástico-educativo, com Rothstein racional-
higiênico influenciado pela escola sueca, inclinando-se então ao ecletismo com Jager, por sua 
vez inspirado pelas origens clássicas do exercício físico, mas sempre com escasso sucesso. 
 
 Próximo ao fim de 1800 desenvolveu-se o momento dos jogos ao ar livre e o 
advento dos esportes sem, porém que esta grande atividade se afirme; no inicio de 1900 
existiu um aceno estético-rítmico com Jacques Dalcroze, Bode e outros; entre as duas guerras, 
no clima do estado hitleriano, o exercício físico retornou o fim nacional e patriótico, permeadode princípios biológicos com endereço natural e bélico. No período nazista, a atividade física 
foi integrada ao sistema político; mais que de educação física tratou-se de uma atividade que, 
partindo do corpo e servindo-se desse, mirou infundir, na criança, os dotes da obediência 
absoluta e o hábito à ordem. A educação do corpo foi, sobretudo, duro treinamento para 
reforçar a vontade ê o caráter do futuro soldado. 
 
 No segundo após guerra, com Diem, a educação física tornar-se-á um meio 
essencial e indispensável do inteiro complexo educativo. De qualquer maneira, a difusão do 
método ginástico alemão favoreceu o desenvolvimento, não somente da educação física na 
Alemanha, mas também no resto da Europa, até na América, tanto no século XIX que na 
primeira metade do século XX. 
 
 A única diferença entre a ginástica da escola alemã e aquela das demais escolas 
(suecas, inglesas, francesas), é que a primeira tinha limitadas capacidades de difusão pelas 
próprias condições históricas ambientais da Alemanha antes de 1870, enquanto que as outras 
não conheceram tais limitações ou obstáculos para os fins universais que se tinham prefixadas. 
 
Método Natural Austríaco 
 
 O desenvolvimento do Método Natural Austríaco deve-se basicamente aos 
educadores Gaullhofer e Streicher, ambos convidados pelo governo austríaco para 
participar da reforma de ensino naquele país. Tais educadores partiam das premissas que 
era necessário “fornecer bases científicas para a Educação física” e “criar um método natural 
de Educação física”. 
 Apesar do grande trabalho desenvolvido por ambos na criação do método, o 
período compreendido pelas duas guerras mundiais, fez com que este método fosse 
esquecido, visto o domínio da Alemanha sobre a Áustria. No pós-guerra, outros dois 
educadores - Burguer e Groll - resgataram o método, introduzindo sua finalidade maior 
que era o desenvolvimento pleno da força corporal, espiritual e moral de um povo. 
 
 O Método Natural Austríaco, pela própria nomenclatura, propõe uma pedagogia 
de desenvolvimento natural e ativa, valorizando atividades próximas da natureza. Dessa 
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forma, as atividades devem ser executadas ao ar livre e englobar atividades como marchar, 
correr, saltar, lançar, arremessar, quadrupedar e outros. 
 
 Também para buscar o interesse na execução do método por parte das classes ou 
turmas, os idealizadores do método propuseram a utilização de pequenos e grandes jogos e de 
aparelhos como: cordas, bastões, colchões, medicine-ball, bancos suecos, elevações naturais, 
plintons, espaldares e outros. 
 
 Busca-se na execução dos exercícios físicos e atividades desse método, 
atingir as grandes funções orgânicas, quer sejam: o sistema respiratório, o sistema 
circulatório e o sistema cardíaco. Para tais situações, pode-se empregar exercícios físicos de 
força pura, força dinâmica, força explosiva e de resistência geral. 
 
 É muito comum no desenvolvimento de uma sessão desse método, de que as 
atividades sejam desenvolvidas em duplas, trios e quartetos, onde se preconiza o 
sentido de auxílio e cooperação na execução dos exercícios e das atividades. 
 
 Na execução dos exercícios do Método Natural Austríaco, busca-se a execução de 
movimentos globais e naturais, buscando com os mesmos atingir a grande maioria dos grupos 
musculares do corpo humano, tendo por principais objetivos: 
 
- Desenvolver de forma harmônica as qualidades físicas do organismo 
humano, buscando de forma paralela também a otimização das 
características sócio-psíquicas e morais do indivíduo; 
- Buscar através da execução de pequenos e grandes jogos o 
desenvolvimento emocional do indivíduo, visando o trabalho em grupos e o 
comportamento equilibrado diante de vitórias e derrotas; 
- Aperfeiçoar o indivíduo na dosagem da força e da resistência, treinando-o 
no sentido de utilizar as suas energias na execução das atividades. 
 
 Para finalizar, percebe-se uma grande utilidade na execução desse método para 
treinamento de militares, onde muitas características são utilizadas nos treinamentos 
atuais das academias e quartéis. Para sua efetiva aplicação nas escolas, existe a natural 
necessidade de adaptações no volume e na intensidade dos exercícios propostos. 
 
Sobre a Áustria Wikipédia 
 
 As origens da Áustria remetem-se ao tempo do Império Romano, quando um 
reino celta foi conquistado pelos romanos em 15 a.C., aproximadamente, e mais tarde tornou-
se Noricum, uma província romana, em meados do século I d.C.,[6] em uma área que abrangia 
a maior parte da Áustria atual. Em 788 d.C., o rei franco Carlos Magno conquistou a área e 
introduziu o cristianismo. Sob a dinastia nativa dos Habsburgo, a Áustria tornou-se uma das 
grandes potências da Europa. Em 1867, o Império Austríaco foi incorporado pela Áustria-
Hungria. O Império Austro-Húngaro desmoronou em 1918 com o fim da Primeira Guerra 
Mundial. Depois de estabelecer a Primeira República Austríaca, em 1919, a Áustria foi, de fato, 
anexada à Grande Alemanha pelo regime nazista no chamado Anschluss, em 1938.[7] Isto 
durou até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, depois que a Áustria foi ocupada pelos 
Aliados. Em 1955, o Tratado do Estado Austríaco restabeleceu a Áustria como um Estado 
soberano e o fim da ocupação. No mesmo ano, o Parlamento austríaco criou a Declaração de 
Neutralidade, que estabeleceu que o país se tornaria neutro. 
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Método Natural de Georges Hébert 
 
 O idealizador deste método - Georges Hébert - possuía patente militar de 
oficial da marinha e desenvolveu um método que, por muito tempo, foi aplicado como 
treinamento para militares. 
 
 Esse método consistia na realização de exercícios naturais como a corrida, a 
marcha, os saltos e saltitos, a natação, as lutas, os lançamentos e os arremessos e o transporte 
de objetos e/ou companheiros. Todos esses exercícios eram realizados ao ar livre e de forma 
contínua por cerca de cinquenta minutos e muitos estudiosos atestam que desse método 
surgiu o tempo médio de duração de uma aula ou sessão de Educação Física. 
 
 A fundamentação do Método Natural de Hébert se encontra no fato de que 
todo grupo muscular utilizado desenvolve-se e pode vir a suprir necessidades do ser 
humano, ou seja, através da execução de exercícios naturais poderei vir a desenvolver 
todas as qualidades físicas do organismo. 
 
 Para Hébert, as aulas de Educação física possuíam função médica, social e 
principalmente pedagógica, fazendo com que o professor fosse antes de mais nada um modelo 
a ser seguido. Em contrapartida, Hébert era contra a utilização dos esportes e de 
quaisquer tipos de jogos, pois entendia que os mesmos eram atividades antipedagógicas, 
sem vínculo ou apelo psicológico e ainda possuíam caráter viciante. 
 
 Outra característica proposta por hébert refere-se a necessidade de que todo 
exercício físico fosse desenvolvido de forma alegre e ininterrupta, passando-se de um exercício 
para outro de forma contínua, buscando-se através dos mesmos atingir a maior parte dos 
grupos musculares do corpo humano. 
 
 A constante correção dos movimentos executados, também faz parte das 
características desse método. Para operacionalizar tal situação, nas aulas ou sessões de 
utilização desse método é bastante comum a utilização de monitores que observam a 
execução dos movimentos do grupo, buscando sempre a proposição da correção através da 
execução do exercício ou atividade por parte do monitor. 
 
 Dada a sua grande

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