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Crise e Desenvolvimento do Brasil

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Desenvolvimento e Crise do Brasil
O ponto inicial desta resenha tem como objetivo explicar a economia do Brasil a partir de 1930 até os o primeiro mandato do governo Dilma, visando demonstrar principalmente a formação e resultados econômicos ao longo desse tempo, com base principal no livro e artigos de “desenvolvimento e crise no Brasil – historia economia e politica”, e entre outros documentos.
Anos 30 até os anos 2000
Até então nos anos 30, os intelectuais de economia e demais cientistas sociais buscavam as causas da crise com relação as importações, que gerava a estagnação no crescimento econômico do país, analisando as transformações na sociedade brasileira de uma sociedade marcada por um modelo agroexportador, agrária e “oligárquica” considerada como o período da Velha Republica, para uma sociedade que se denominaria mais tarde de “ideologia nacional-desenvolvimentista”.
Graças a dois fatores principais houve um grande aumento da industrialização, esses fatores eram, a oportunidade para investimentos industriais (graças a crise de 1929) e a Revolução de 1930.
Diante da baixa dos preços do café no mercado internacional que era mais 60% ao preço normal, que resultaria na politica cafeeira adotada para combater essa crise, que consequentemente se estabilizou o mercado, e ao mesmo tempo os mercados industriais foram substituindo as importações que levou a criação de 12.323 estabelecimentos industriais na década de 30.
Como resultado da Segunda Guerra Mundial, houve a expansão da indústria no Brasil que ocorrera no período entre 1956 e 1961 no governo de Juscelino Kubitschek, onde foi registrado que pela 1º vez a politica governamental ajudou o desenvolvimento industrial como prioridade máxima. Neste mesmo governo o presidente inovou criando uma burocracia econômica altamente qualificada e poderosa, se tornando fundamental no processo de desenvolvimento nacional.
Houve um grande investimento estrangeiro no país, que possibilitou introduzir uma poderosa indústria automobilística, tornado definitivo a industrialização no país.
Resumindo as principais características do modelo de desenvolvimento durante a primeira revolução industrial:
Importações substituídas por industrializações
Limitação da capacidade de importar
Surgimento de uma de empresários industriais
Estatização
Distribuição de renda regional desequilibrada
Urbanização
Crescimento populacional
Aumento de salários
Como a crise no inicio da década de 60, que levaria ao novo pacto politico burocrático-autoritário foi gerado por 3 fatores principais:
A redução das oportunidades de investimento
A limitação de exportar ( tanto como importar)
Inflação aberta.
A ditadura no Brasil e na América latina apoiada pelos EUA e o esgotamento da industrialização por substituições de importações fez surgir explicações para a evolução do capitalismo subdesenvolvido.
No Brasil, cria-se novos padrões de acumulação baseados na concentração de renda e na internacionalização do sistema produtivo, sob a regência dos tecnocratas, civis e militares. A classe tecnocrata através do pacto burocrático autoritário realiza os interesses do empresário capitalista nacional e internacional.
A ditadura teve seus auges e suas quedas, mas principalmente destacando o “milagre economia” (1963-1973), onde foi um período de crescimento econômico, onde empresas multinacionais se instalaram no Brasil, resultando no que os grandes fazendeiros passaram a produzir para a exportação, mesmo de que maneira “oculta”, onde 2/3 da população passará fome.
Mas logo veio os tempos de crise, por volta de 1974 o Brasil teve a volta da inflação e o endividamento externo.
Cada vez mais o povo recusava o regime militar e passou a apoiar o restabelecimento do estado de direito, o que seria a causa fundamental no processo de redemocratiza-lo, onde já se via o povo (trabalhadores, estudantes, comunidades, etc.) começando a lutar pelos seus direitos.
Então para chegar a democracia, houve a abertura de um processo iniciado com o governo de Gusel, juntando trabalhadores, intelectuais e esquerda moderada.
O começo da década de 80 é caracterizado pela crise da divida externa e a crise fiscal, considerados até então como a mais grave de toda história de todo desenvolvimento capitalista brasileiro. Podemos considerar três pontos básicos diante desta crise: estagnação sem precedentes de renda por habitante; a redução de quase 6 pontos percentuais na taxa de investimento; Taxas de inflação altíssimas.
E mesmo com todo esse péssimo cenário econômico, o Brasil apresentou uma das maiores taxas de crescimento do PIB, em comparação com os países desenvolvidos como os EUA, Japão e União Soviética.
Com o termino da ditadura militar, assumindo a presidência Jose Sarney, introduziu o plano cruzado, que como visto fracassou, deixando problemas que enfrentamos até hoje. E marcado também pela inflação que com o plano, diminuiu, mas voltou a aumentar e muito. Resumindo, seu governo encerrou sem conseguir equilibrar as contas do país e a inflação, mesmo tendo as menores taxas da divida externa e o desemprego da historia.
Em 1990 Fernando Collor de Mello assumiu o governo onde introduziu o neoliberalismo e criou o plano Collor I e II. O plano Collor I que previa a volta do cruzeiro como moeda, congelamento de preços, demissão de funcionários e diminuição de órgãos públicos. Já o Collor II, tinha como objetivo conter a inflação. Mas ambos planos falharam, e seu governo foi lembrado pelo confisco de poupanças para executar seus planos. E principalmente lembrado como o primeiro presidente a sofrer com o impeachment, pois seu governo foi acusado de esquemas de corrupção. Não aguentado a pressão, renunciou as seu cargo em 1992, terminado seu mandato.
Itamar Franco assumiu em 1992, logo após Collor, e já começou a enfrentar um dos maiores problemas, a considerada crise hiperinflacionaria, chegando a 1100% em 1992 e alcançando a 2701,55% no ano seguinte. Itamar teve vários ministros da economia trocando varias vezes ate que Fernando Henrique Cardoso assumiu como o ministro da fazenda.
Em 1993 realizou um plebiscito para escolher a forma e o tipo de sistema de governo do Brasil, no qual a votação foi a favor da Republica.
A seguir criou o Plano Real com o objetivo de combater a inflação, que simplesmente foi feita sem medidas de choque como confiscos e congelamentos. Finalmente conseguiu estabilizar a economia e acabar com a crise da hiperinflação.
Em 1995 Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência sucedendo ao Presidente Itamar Franco. Cardoso tinha como principal meta, controlar a inflação, e para isto elevou as taxas de juros da economia. Também privatizou empresas como a companhia do Vale do Rio Doce e Telebrás. Ainda em seu primeiro mandato conseguiu aprovar a emenda da reeleição, que o beneficiou, pois conseguiu se reeleger novamente iniciando seu segundo mandato.
Em 1998 consegui se reeleger, graças à imagem de estabilidade e controle da inflação
Mas começou em meio a crises, pois o país estava enfrentando uma recessão econômica, e para controlar a inflação, tomou medidas que desestimularam o consumo interno e, consequentemente, aumentou o desemprego. Em 1999, houve uma crise internacional onde o Real foi desvalorizado. E o país teve que recorrer ao FMI, onde aumentou sua divida externa e assim, tomou medidas rigorosas com os gastos públicos, diminuiu investimentos públicos e aumentou ainda mais as taxas de juros.
Governo Lula
Nos anos de 2003 e 2008 do governo Lula, foi considerado um período de crescimento econômico, onde o PIB obteve uma taxa de crescimento de 4,2% a.a. Em 2009, com a crise financeira global do ano posterior, o PIB teve uma queda onde houve uma variação negativa de 0,6%. Com esse simples dado podemos observar de uma geral a economia brasileira. Mas mesmo com a crise, podemos observar que o PIB teve aumente no período de 2007 e 2010(exceto2009), com dados de mais de 5% a.a.
O mercado de trabalho teve um bom desenvolvimento, pois em janeiro 2003 a taxa de desempregoera de 11,3%, agora em outubro 2010 era de 6,1%, ou seja, havia menos desempregados.
A pobreza no Brasil diminuiu, pois as taxas de extrema pobreza eram de 11,4% em 2005, e caiu para 4,2% em 2009. Além disso, a pobreza também diminuiu, em 2005 a taxa era de 30,8%, enquanto em 2009 a taxa era de 21,4%. Consequentemente houve crescimento das classes C e D, que foi muito importante para “aguentarmos” a crise global de 2008.
Ou seja, a gestão do presidente Lula a economia brasileira foi representada como um estado de bom crescimento estável.
O Brasil obteve vários elementos favoráveis ao crescimento econômico, que contribuiu para o êxito das políticas econômicas do governo Lula. Podendo destacar quatro elementos principais:
I) termos de troca,
II) taxas de juros internacionais,
III) taxa de câmbio, e
IV) disponibilidade	 de mão- de-obra.
Mas não significa que tudo fosse “um mar de rosas”, o mesmo governo teve problemas e muito graves que poderão ser destacados em seu governo ou no governo seguinte.
Mesmo que a economia tenha crescido muito, a inflação também cresceu. Podemos considerar que o Brasil tem uma das mais altas taxas de juros rela do mundo.
Também há problemas políticos relacionados à economia, como a falta de coordenação entre politica monetária e politica fiscal que é responsável pela alteração das elevadas taxas de juros reais no governo Lula. Levando a economia brasileira a presenciar uma verdadeira explosão de credito, especialmente ao consumidor, pois em janeiro de 2003 a relação de crédito/PIB era de 23,9%, e em outubro de 2010 esta relação chegou a 47,2%.
Agora no plano fiscal, a falta de uma reforma tributaria que diminua a carga tributaria sobre as atividades produtivas, é mais um ponto negativo, pois a atual estrutura tributaria brasileira, impede um rápido crescimento nas atividades produtivas e também impede a redução dos impactos políticos da distribuição de renda.
Dito isto, vimos que o governo lula pode contar com o cenário econômico internacional para se desenvolver melhor, ate 2008. Mesmo contado as dificuldades desta crise, o Brasil conseguiu supera-la com a ampliação do mercado consumidor, fruto da melhoria na distribuição de renda.
Governo Dilma(2010-2014)
O primeiro mandato do governo Dilma é marcado por fato histórico, pois representa a primeira vez que uma mulher assumiu o poder no Brasil no posto mais importante do país. Em seu governo econômico, foi caracterizado pelas previsões otimistas que acabaram sempre atropeladas pela realidade.
O programa de aceleração do crescimento (PAC) foi criado em 2007 no governo lula, trina como objetivo promover a retomada do planejamento e execução de grandes obras nas áreas de infraestrutura social, urbana, logística e energética. Em 2011 entrou em sua etapa o PAC 2, E seu objetivo ou medidas institucionais foram: o estimulo ao credito e ao financiamento; gestão; melhoria do ambiente de negócios; e desoneração tributária.
Em outubro de 2014 de acordo com o 11º Balanço do PAC 2, o montante executado pelo programa foi de R$ 1,009 trilhão, o equivalente a 91,3% do total a ser investido pelo programa no primeiro mandato e teve um importante papel no desempenho recente da economia brasileira: atuou como agente anticíclico, preservando emprego e renda. Às ações do PAC 2 (obras e empreendimentos), até dezembro de 2014, o programa investiu R$ 796,4 bilhões, o que equivale a 99,7% das ações previstas. Desse total, considerando apenas o montante aplicado nas áreas de Transportes, Energia, Luz para Todos e Recursos Hídricos, o 11º balanço do PAC 2 apontou, ao final de 2014, que 57% das ações estavam concluídas, enquanto 41% ainda estavam em execução.
O PAC 2 tinha uma característica cíclica(contra o ciclo econômico), que mostrado no governo anterior mostra que funcionou na época de crise a reduzir o impacto, principalmente na geração de empregos , que se manteve um pouco estável.
Mas o governo Dilma não foi tão bom assim, pois o PIB apresentou um crescimento de 2,1% ao ano entre 2011 e 2014, o mais baixo dos últimos quatro mandatos presidenciais, e ao final de 2014 apresentou a retração de 0,1%.. Em outras áreas econômicas também houve retrocesso, como as áreas indústrias: “veículos automotores, reboques e carrocerias” (-5,2%) e “máquinas e equipamentos” (-1,8%); a produção da indústria, ao final de 2014, teve queda de 3,2% em relação a 2013, e assim com outras áreas.
Em 2013, a inflação obteve resultados acima do esperado, o IPCA(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) superou as estimativas do mercado financeiro, pois sua meta era de 5,74%, mas chegou a 5,91%. No final de 2014 a inflação chegou a 6,41%, abaixo do teto da meta do Banco Central que era de 6,5%. Finalizando, no primeiro mandato da presidente Dilma, a inflação brasileira somou 27,03%, com alta anual média de 6,17% ao ano.

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