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Liberdade Ciência Política

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Centro Sócio-Econômico – CSE
Acadêmica: Gabriela Dos Santos
Disciplina: Ciência Política
Professor: Tiago Losso
Liberdade
Thomas Hobbes define o conceito de liberdade, em síntese, como sendo a ausência de oposição (entendendo por oposição os impedimentos externos do movimento); e não se aplica menos às criaturas irracionais e inanimadas do que às racionais. Porque de tudo o que estiver amarrado ou envolvido de modo a não poder mover-se senão dentro de certo espaço, sendo esse espaço determinado pela oposição de algum corpo externo, dizemos que não tem liberdade de ir mais além. E o mesmo se passa com todas as criaturas vivas, quando se encontram presas ou limitadas por paredes ou cadeias. 
Podemos citar como exemplo as águas, quando são contidas por diques ou canais, e se assim não fosse se espalhariam por um espaço maior, costumamos dizer que não têm a liberdade de se mover da maneira que fariam se não fossem esses impedimentos externos. Mas quando o que impede o movimento faz parte da constituição da própria coisa não costumamos dizer que ela não tem liberdade, mas que lhe falta o poder de se mover, por exemplo: quando uma pedra está parada.
Para o autor o medo e a liberdade são compatíveis, por exemplo: quando alguém atira seus bens ao mar com medo de fazer afundar seu barco, e apesar disso faz por vontade própria, podendo recusar fazê-lo se quiser, tratando-se, portanto da ação de alguém que é livre. Assim também às vezes só se pagam as dívidas com medo de ser preso, o que, como ninguém impede a abstenção do ato, constitui o ato de uma pessoa em liberdade. E de maneira geral todos os atos praticados pelos homens no Estado, por medo da lei, são ações que seus autores têm a liberdade de não praticar.
Quentin Skinner relembrou uma tradição esquecida, mas que teve vida intensa até o século XVII. O autor a chama de tradição neo-romana. Segundo esta tradição, uma república só pode ser considerada livre se os seus cidadãos tiverem a prerrogativa de agir e discursar, interferir no destino comum, sem que paire sobre eles qualquer tipo de ameaça ou sanção. Ou seja, uma “liberdade” que pudesse ser suspensa pela república simplesmente não mereceria esse título. Ainda segundo Skinner, apesar de praticamente esquecida (no sentido de não ter parte ativa na vida política) essa tradição deixou ecos, por exemplo, na independência americana e na interpretação que Marx fez do capitalismo como alienação.
Ricardo Silva afirma que para os teóricos contemporâneos mais próximos do modelo neo-ateniense, a liberdade republicana é aquela que surge no instante em que o cidadão transcende os interesses que o aprisionam na esfera privada e dispõe-se a agir em conjunto com seus concidadãos em benefício de toda a comunidade. Um indivíduo livre é, acima de tudo, um cidadão ativo.
Já os teóricos neo-romanos, segundo Ricardo, defendem a idéia de que a forma constitucional do republicanismo deve ser complementada pela “democracia contestatória”, um conjunto de práticas e mecanismos institucionais que aponta para a reconciliação da liberdade negativa das pessoas particulares com a participação efetiva do povo nos assuntos públicos.
REFERÊNCIAS
HOBBES, Thomas. Leviatã. (Tradução:João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva). São Paulo: Nova Cultura, 1999.
SILVA, Ricardo. Replubicanismo neo-romano e democracia comentada. Revista de Sociologia Política. Vol. 19, n. 39, p. 35-51. Junho-2011.
SKINNER, Quentin. Liberdade antes do Liberalismo (Tradução: Rsul Fiker). São Paulo: Unesp, 1999.

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