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DCDiurno PenalEspcial MArgachoff Aula01e02 010915 MGomes

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DELEGADO CIVIL DIURNO 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
 
MATERIAL DE APOIO 
Disciplina: Penal Especial 
 Professor: Mauro Argachoff 
Aulas: 01 e 02| Data: 01|09|15 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1.HOMICÍDIO – (artigo 121 e incisos do Código Penal) 
2.SLIDES NA ÁREA DO ALUNO – material de apoio 
 
 
1.HOMICÍDIO 
Artigo 121 do Código Penal 
 
Introdução: 
Trata-se do mais grave crime previsto no Código Penal, não necessariamente na pena que lhe é cominada, mas no 
bem jurídico atacado pelo agente: a vida humana. Vem o homicídio previsto no art. 121 do Código Penal, embora 
especificamente em matéria de trânsito, o homicídio também venha previsto no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 
n.9.503|1977), desde que praticado culposamente. Isso porque a morte de alguém causada pelo agente, na 
condução de veículo automotor, querendo tal resultado, não configura delito de trânsito, aplicando-se, pois, o 
Código Penal. 
 Pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Art. 121. Matar alguém 
 Pena – reclusão, de 6(seis) a 20 (vinte) anos. 
 -Denominação homicídio simples. -Crime de ação livre. 
 -Sujeito ativo e passivo 
-Sujeito passivo especial: Presidente da Rep.; do Senado; da Câmara e do STF (Lei de Seg. Nacional, Lei 7.170/83) -
Consumação: Morte encefálica. Crime material. 
 -Demonstração da materialidade: exame necroscópico (prova testemunhal art. 167 CPP). 
 -Tentativa: possível. O dolo diferencia da lesão corporal. 
 Tentativa e consumação contra a mesma vítima (contexto fático diferente) 
-Lei 8072/90 Crime Hediondo (sempre no qualificado – circunstancialmente no simples). 
Idade da vítima 
-Se doloso a pena aumenta-se de 1/3 se a vítima é menor de 14 anos ou maior de 60 anos (§ 4º do art. 121). 
 Data do fato e não do resultado. 
 Vitima ferida antes dos 14 ou 60 anos e morre depois – aplica-se o aumento (art. 4º do CP) 
 - Se for ao dia do 14º ano não qualifica. 
• Parágrafo 1º (diminuição de pena) 
 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz poderá reduzir a pena de um sexto a um terço. 
- Valor Social (motivo nobre de interesse coletivo) 
- Valor Moral 
 - Logo em seguida: reação imediata. Momento que toma conhecimento. 
 
 
 
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- Sob domínio (sob influência – art. 65, “c”, III- atenuante) 
 - Juiz poderá (deverá – súmula 162 do STF, quesito de defesa) 
Denominação homicídio simples - ação livre, ou seja, qualquer pessoa e de qualquer maneira. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Sujeito passivo especial: Presidente da República, Presidente do Senado Federal, Presidente da Câmara dos 
Deputados, e por fim, Presidente do Supremo Tribunal Federal. Lei de Segurança Nacional n.7.170|1983. 
 Para a consumação do homicídio, é necessária a morte encefálica do sujeito passivo e será um crime material. 
Quanto à demonstração da materialidade, será necessário um exame necroscópico (IML) realizado por médico 
legista, do qual se difere em relação ao exame Peri necroscópico, feito por um perito no local do crime. A 
tentativa é possível, o dolo diferencia da lesão corporal. Tentativa e consumação contra a mesma vítima 
(contexto fático/diferente). 
 
Quanto ao dolo: 
DOLO – homicídio: “animus necandi” – matar 
Lesão corporal: “animus latendi” – ferir 
 
Lei 8.072|90 – Crimes hediondos – o homicídio sempre será hediondo, na sua forma qualificada e 
circunstancialmente na forma simples, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio. 
 
Idade da vítima: 
 Se o crime for doloso, aumenta-se a pena de 1|3, caso a vítima seja menor de 14 anos e ou maior de 60 anos de 
idade. (Artigo 121, parágrafo 4 do CP) 
Cuidado: Nesta situação, deve se observar a data do fato e não do resultado. Por exemplo, vítima ferida antes de 
completar 14 anos e com idade superior a 60 anos de idade. 
 
Caso de diminuição de pena: 
Artigo 121, parágrafo 1º do Código Penal. 
a) Relevante valor social: é o motivo relacionado com os interesses de uma coletividade (daí ser mencionado o 
“valor social”), nobre e de grandeza; 
 b) Relevante valor moral: é o motivo relacionado com os interesses individuais do agente, o ódio, misericórdia, 
compaixão; 
 c) Domínio de violenta emoção: trata-se de homicídio praticado pelo agente que se encontra com estado anímico 
bastante abalado (a emoção deve ser violenta, e não simplesmente passageira). 
 No caso de violenta emoção, o agente atua em verdadeiro “choque emocional”. 
 O CP exige que a reação seja imediata à provocação da vítima, vale dizer, sem um interstício longo. Assim não 
fosse o Direito Penal estaria privilegiando a vingança (a reação efetivada muito tempo após a provocação da 
vítima configura vingança, pensada e planejada). Sob o domínio, a Lei considera mais forte em relação à 
influência, mais branda – art. 65, “c”, III, do CP. Atenuante genérica, o Juiz poderá/deverá, se preenchidas as 
características – Súmula 162 STF – trata-se de um quesito de defesa para o Tribunal do Júri. 
 
 
 
 
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Homicídio qualificado: 
Artigo 121, parágrafo 2º do Código Penal. 
Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe - crime necessário. Crime de concurso 
necessário exige-se pelo menos duas pessoas para praticar, ou seja, aquele que paga e aquele que recebe para 
cometer o crime. Motivo torpe, qualificadora considerada de caráter subjetivo, por exemplo, morte de policiais 
por facção, matar por prazer, morte de presos por facções diversas, motivo repugnante. A doutrina também 
entende que à ausência de motivo, trata-se de motivo torpe. 
 Recompensa: à doutrina se divide uma corrente entende que a recompensa pode ser qualquer coisa, para outra 
corrente (majoritária), entende que a recompensa deve ser pecuniária. 
 Comunicabilidade do mandante existe duas posições: 
 1ª) posição, sim, pois se não fosse a recompensa, o crime não seria praticado. 
 2ª) posição, não, mesmo porque o mandante pode estar até dentro de uma hipótese de privilégio, corrente 
majoritária. A pena é aplicada ao executor, ou seja, quem recebeu o dinheiro. Crime sequer iniciado artigo 31 do 
Código Penal, mesmo que o mandante tenha pagado. 
 Motivo fútil: trata-se, também, de qualificadora de caráter subjetivo, já que vinculada à motivação do delito. 
Absolutamente desproporcional, ao que causou o resultado morte. Ausência de motivo, observar o “caput”. O 
motivo fútil e torpe, não pode ser concomitante, na dúvida, deve prevalecer o motivo fútil. 
 
Meios de execução: 
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum. 
 Trata-se de qualificadora considerada de caráter objetivo. 
 Veneno: deve ser ministrado à vítima de forma dissimulada. 
 Fogo: Explosivo: pode ser de fabricação caseira. 
Asfixia: 
 Tortura: a pessoa se utiliza da tortura como meio de execução, para matar outra pessoa, seu objetivo é o de tirar 
à vida da vítima. Diferentemente da Lei de Tortura 9455|97. Neste caso, o agente se utiliza da tortura com outro 
objetivo, uma informação, por exemplo, e a morte poderá sobrevir como preterdolo. 
 Outro meio insidioso (fraudulento) ou cruel: mais rápido com relação à tortura. 
 Que possa resultar perigo comum: possibilidade de afetar outras pessoas. 
 Atenção: substâncias que não causam morte, como exemplo, o açúcar em uma pessoa com alto índice glicêmico, 
a doutrina majoritária, entendem que não pode se falar em envenenamento, e sim, meio cruel. 
Reiteração de golpes: a quantidade de golpes pode ser vista comoum meio cruel ou não, deve ser analisado o 
caso isoladamente, pode ser que o primeiro golpe causou a morte fatal da vítima. 
 
Modos de execução: 
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido. 
Trata-se de qualificadora de caráter objetivo, já que, igualmente ao inciso anterior, não está ligada aos motivos do 
crime, mas à forma como será praticado. 
Traição: para haver à traição, deve existir uma relação de confiança entre o agente e a vítima. 
 
 
 
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 Emboscada: o agente age sem que a vítima o perceba, eis que se encontra escondido (tocaia). 
 Dissimulação: consiste em ser utilizado algum recurso pelo agente que engane a vítima, ocultação da intenção 
homicida. Outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa, qualquer recurso, como: amarrar e prender. 
 
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. 
Trata-se de qualificadora de caráter subjetivo, uma vez que também está relacionada com a motivação do crime. 
“In casu”, o agente pratica o homicídio como forma de assegurar a execução de outro crime (conexão teleológica, 
por exemplo, para estuprar uma mulher famosa, o agente mata, antes de ingressar em seu quarto, o segurança 
da residência), ou ainda para a garantia da ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. Nesses três casos 
(ocultação, impunidade e vantagem), existe a denominada conexão conseqüencial, já que o agente 
primeiramente pratica outro crime para, somente então, cometer o homicídio. Todas as qualificadoras são 
compatíveis com a tentativa. Ocorrendo mais de uma qualificadora, o Juiz reconhecerá uma e as demais, entram 
como agravantes genéricas do artigo 61 do Código Penal. 
 
O homicídio qualificado|privilegiado (ao mesmo tempo), é possível? 
R - Sim, será o crime de homicídio híbrido. 
 
Atenção: 
Privilégio, caráter subjetivo – motivação do agente. 
 Qualificado, caráter objetivo – incisos III e IV. 
 
VI- Contra mulher por razões da condição de sexo feminino. 
 - Feminicídio. 
 § 2º-A Considera-se que há razões da condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
 I – Violência doméstica ou familiar; 
 II – Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 - Não se aplica ao simples fato da vítima ser mulher, tem que ser motivado por razão de gênero. 
 - Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Observar sempre quanto á razão de gênero. 
 E pode ser praticado por outra mulher (sujeito ativo). 
§ 2º-A – norma penal explicativa. 
 
(Novidade) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
CRIME FOR PRATICADO CONTRA TAIS PESSOAS NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES OU EM RAZÃO DELA. 
 • CONSANGUINEO ATÉ TERCEIRO GRAU EM LINHA RETA: PAI, AVÔ, BISAVÔ - FILHO, NETO BISNETO. 
 • CONSANGUINEO ATÉ TERCEIRO GRAU EM LINHA COLATERAL: IRMÃO, TIO E SOBRINHO.

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