Buscar

Direito Penal I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal, tema 2.
Os princípios do direito penal. 
Somos regidos por um determinado tipo de Estado: Estado Social Democrático de Direito. 
Democrático: Princípio da punibilidade
Estado Social: Principio da intervenção mínima
De direito: Princípio da legalidade
- Barreiras anti intervenção do Estado:Prevista na CF arts 1° ao 5° e seus incisos. 
Princípios.
Autor base: Francisco Muñoz Conde. 
Temos princípios para garantir uma menor violência do Estado para com o povo.
Conformação Política: Democrático, Social de direito. A origem da legitimidade do Estado é a mesma – Nós! 
Princípio da Legalidade. (absoluto, não há exeção).
É o mais importante, pois surge junto com o Estado de submissão de todos à lei, ou seja, a lei legitima o Estado.
- Origem histórica: 1° marco histórico – primeiro documento de pretensão universal – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, art 6°.
Artigo 6º- A Lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através dos seus representantes, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, quer se destine a proteger quer a punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade, e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
- Rousseau, pacto da igualdade no contrato social, em que todos se unem para atender/obedecer a coletividade, lei que os tratassem iguais.
Art 7° - É a parte do princípio que prevê sanções.
Artigo 7º- Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela Lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser castigados; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da Lei deve obedecer imediatamente, senão torna-se culpado de resistência.
-Lei escrita, cogente (obrigatória e redigida de maneira mais clara possível. 
- O princípio da legalidade é o primeiro postulado do positivismo jurídico, seu próprio marco histórico.
Civil Law (positiva jurídica) ≠ Comon Law (jusnaturalismo).
Marco Teórico: 1° Marquês de Beccaria, 1764 (motivador, não criador, do princípio da legalidade)
Feuerbach, 1813. Código Penal de Baviera.
“Nulla poena, sine lege”. A pena deve ter finalidade, não deve apenas causar dor, ou tratar o mal com o mal.
 Teoria da coação psicológica, coagir as pessoas no âmbito psicológico. Deve-se prever a pena antes do crime, caso contrário, não é crime. 
“Nullum crimem, nulla poena, sine lege”
- Cominar: não é apenas prever a pena em lei, é prever os limites mínimos e máximos da pena em lei, é prever a espécie da pena em lei, é prever a pena jutno a cada tipo penal para que a sociedade saiba a qual crime ela pertence. Cada artigo terá sua pena determinada, ainda que iguais. 
Dimensão política e técnica.
Garantias do cidadão perante o Estado. 
- Dimensão Política: reflexo da vontade geral.
- Dimensão Técnica: Forma como deve o legislador redigir as leis penais. 
A vontade como reserva legal. 
Como a lei é produto da vontade geral, tanto a lei, quanto o Estado, ambos devem atender aos interesses da sociedade. 
Reserva Legal: está reservado à lei a produção de normas incriminadoras, maior controle da sociedade – legislativo. 
O poder legislativo é bicâmenal, ou seja, precisa da aprovação das duas, câmara e senado. 
O conteúdo técnico do princípio da legalidade.
Garantias individuais frente ao poderio do Estado contra o abuso do Estado. 
1° Garantia: Nullum crimen, sine lege. Significa que nenhuma conduta pode ser vista como crime sem que uma lei tinha dito que essa conduta é um crime. Por mais grave que seja essa conduta, se não esta na lei, não é crime. 
	Ex: Envio de foto ou vídeo intimo de alguém para outras pessoas. Por mais que seja uma conduta errada, não é prevista como crime. 
2° Garantia: Nulla poena, sine lege. A criação de uma pena (criminal) só pode ser chamada assim, se for prevista em lei. O juiz não pode inventar uma pena. Pena é só aquela que a lei prevê e na quantidade em que a lei permite que seja aplicada. Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Portanto, é a essência do ato de cominar, significa que o juiz quando for punir um crime x, não pode tomar de empréstimo a pena que a lei prevê para o crime Y, pois cada pena é prevista para cada crime. 
3° Garantia: Nemo damnetur nisi per legale iudicium. Significa que as penas devem ser aplicadas consoante regras e procedimentos estabelecidos na lei penal e na lei processual. Forma como são feitas as coisas. (remete a lei).
4° Garantia: Garantia de execução (legalidade da execução). Corresponde a uma atividade não só do poder judiciário, mas também do executivo. Compete a ambos, é uma competência concorrente, a execução das penas criminais do nosso país. A execução das penas deve observar um procedimento legal.
Requisitos: devem ser atendidos pelas normas penais.
	- Os requisitos são importantes mais para as leis penais, poder legislativo, os requisitos dirigem-se mais a eles do que aos outros dois poderes. 
1° Requisito: Lex Scripta (lei escrita): vem em cumprimento a garantia do nulum crimen sine lege, lei em forma de texto, lei redigida, formalizada em um documento. No Brasil a única fonte direta de lei penal incriminadora é a própria lei. Uma conseqüência conhecida, é a vedação do direito consetudinário como fonte de lei(costumes). O juiz não pode punir alguém com base nos costumes, a lei estrita é a única fonte de lei penal incriminadora; 
2° Requisito: Lex praevia (lei prévia/anterior): Essas leis que criam crimes que cominam penas, que descrevem as formas de cumprimento dessas normas, devem ser, necessariamente, anterioes ao crime, a conduta que se pretende punir. O principio geral é que toda lei penal deve ser prévia a pratica do crime para que ela possa ser aplicada a essa pessoa. Daí decorre a proibição da retroatividade da lei penal, a regra geral (existem exceções) : a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu, art 5°, LX CF.
3° Requisito: Lex certa e Lex Stricta: São tratadas de forma conjunta excepcionalmente. Silva Sanches os chama de comandas de determinação. Exige que a lei seja redigida de forma clara e precisa, isso é dizer lei certa. Aqui proibimos a analogia a crimes penais, não podemos aplicar para casos penais, leis que não são penais. Vedação da analogia e vedação de leis escritas de forma incompreensível, ou obscura. 
Garantias.
1° Garantia: Nullum crimen sine lege/ Garantia Criminal/ Estrita garantia em matéria penal.
- Essa garantia criminal proíbe que impute/atribua a alguém a prática de um crime ou contravenção que não era na época, prevista em lei. 
Lei anti corrupção: Prevê atos graves, atos não só de corrupção por pessoa jurídica, mas atos relacionados a corrupção, prevê conseqüências gravíssimas, como o cancelamento de empresas, que corresponde a morte de uma pessoa física. Essa não é uma lei criminal, não prevê crimes, não tem nela nenhum tipo pena. 
Art 32 CP. As penas são:
Privativas de liberdade.
Restritivas de direitos.
Multa
- Tudo que não for isso, não é criminal.
Cf art 5°, XXXIX. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.
Cp art 1°. Não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem previa cominação legal.
-A dimensão política do princípio da legalidade nos ensina que o nosso Estado Civil é formado de uma determinada maneira, que tudo o que acontece na sociedade é a partir da transição do Estado Absolutista para o Estado moderno, deve ser produto das nossas vontades, a vontade geral da sociedade, e se expressa através de um dos princípios, através do poder legislativo, ele é a nossa voz. 
2° Garantia: Nulla poena sine lege / Garantia penal. 
- Qualquer sanção para ser aplicada deve ser previamenteprevista em lei. Sanções penais, art 32 CP. Essas penas somente podem ser aplicadas na forma prevista em lei. No Direito Penal o juiz tem discricionariedade (certa autonomia) vinculada para aplicar penas. 
Ex: Pena cominada ao tipo de homicídio simples – reclusão de 6 a 20 anos. O juiz determina o tempo entre 6 e 20 anos. 
3° Garantia: Nemo damnetur nisi per legale iudicium / Garantia Jurisdicional.
-O judiciário interpreta a lei. Essa garantia estabelece que ninguém poderá ser condenado senão em virtude de uma sentença proferida por um juiz competente, de acordo com os procedimentos previstos em lei. Quem vai decidir o caso concreto e por qual razão e como fará. As leis devem ser interpretadas conforme as leis, interpretar a lei não pode ser um pretesto para não aplica - lá. O juiz deve navegar dentro do conteúdos semânticos – cultural das palavras. A interpretação é algo polêmico, você pode dar um sentido a uma palavra que possa ser contrário, essa é uma das artes da magistratura. Os limites devem ser respeitados, o poder mais importante é o legislativo, as leis não podem ser interpretadas para dar um sentido contrário a lei. A interpretação não pode ser mais importante que a própria lei. 
4° Garantia: Garantia de execução.
- Determina que a lei seja executada exclusivamente da forma como prevista em lei, como as penas são cumpridas. 
- Lei da Execução Penal 7.210/1984
- O princípio da legalidade é também fonte de requisitos, que devem ser seguidos pelas leis penais.
Requisitos.
1° Requisito. Lex Scripta / Reserva absoluta da lei.
- Somente a norma penal incriminadora deve ter fonte exclusiva na lei. 
- Existem leis penais que não incriminam que favorecer o acusado. 
- As leis penais incriminadoras são aquelas que prevêem crimes, cominam penas, agravam a situação do acusado ou lhe reduzem de alguma maneira os seus direitos (aquela que prejudica o cidadão em relação ao Estado). O requisito de reserva absoluta da lei, lei como fonte única direta, só é aplicável para lei penal incriminadora. O juiz, portanto, não pode aplicar alguma conseqüência jurídica que prejudique o cidadão com base em outra coisa que não seja a lei, não pode jurisprudência, não pode princípios gerais de direito, ou seja, para prejudicar só pode a lei.
- Só se admite lei em sentido scripto, aquela que deve obedecer ao processo legislativo constitucional (art 61 CF), não pode emanar do poder executivo porque é dimensão política do princípio da legalidade, não se admite como válida, como se exige lei, que ela não emane do poder legislativo, porque só o poder legislativo tem sua legitimidade no povo, titulares do poder.
* Para leis penais incriminadoras.
- Exclui-se os costumes, princípios, precedentes jurisprudenciais, que não podem sem fonte de incriminação. Os costumes, os princípios e a jurisprudência podem ser fontes indiretas(motivar a criação de uma lei) do Direito.
* Para leis penais que favorecem o réu, leis permissivas, tanto a lei quanto os costumes, princípios e a jurisprudência podem ser fonte direta do direito penal.
- A partir do conceito da Lex scripta, podemos afirmar que existem normas jurídicas infra-legais e jamais podem receber a mesma classificação que as leis, aqui estamos falando de atos normativos, por exemplo, os decretos do poder executivo, medidas provisórias, portarias, resoluções, ofícios circulares, cartas circulares, instrumentações normativas e toda uma gama de documentos formais que emanam de autoridades que produzem efeitos vinculantes a funcionários públicos e a cidadãos, mas que não são leis, portanto não podem incriminar ninguém, nenhum crime, pena podem ser previstos, nenhum direito criminal pode ser reduzido com base em atos infra legais. (* também é conseqüência da reserva de lei decorrente da Lex scripta).
- 2° Requisito: Lex praevia.
- Chamada claudula de irretroatividade da lei penal( é uma das grandes conquistas do iluminismo, defendida por beccaria).
O iluminismo sustentou em primeiro lugar, a necessidade de se escrever em textos, tudo aquilo que deve ser proibido. 
- A irretroatividade da lei penal é ao mesmo tempo a exigência de anterioridade da lei. A lei que existe hoje não pode retroagir para punir o crime que ocorreu ontem. 
* Retroatividade e anterioridade ( para eu punir o crime que ocorreu ontem, a lei deve ser de anteontem) são iguais.
- As duas funções são o principio da legalidade. 
Art 5°, XL: A lei penal não retroagirá ( regra geral ), salvo em benefício do réu (exceção)
AD HOC – Criado para uma determinada hipótese. Não existe no direito penal, é impensável que se crie uma lei para uma determinada pessoa, para punir, prejudicar as pessoas. 
- Atos ad hoc no direito em geral são exceções, no direito penal não existe.
Feuerbach desenvolveu o principio da legalidade. Quando desenvolveu a teoria da pena, teoria da coação psicológica, chamada hoje de prevenção geral. Para que as pessoas se sentissem ameaçadas pelas leis e penas, elas deveriam conhecer as leis antes de praticar o crime “anterioridade da lei”
*Coerência sistêmica: O direito penal deve ser sempre coerente com seus princípios com suas missões, portanto as características do direito penal também têm que ser compatível com seus princípios. 
1° Característica da prevenção : na medida em que o direito penal pretende evitar/prevenir crimes, esta voltado para o futuro, razão de ser da irretroatividade. Desconsidera crimes anteriores a lei. 
*Exceção: A única exceção é representada plea lei penal mais benigna ( = lei penal mais benéfica).
Podemos concluir na Lex proevia, existe uma estra atividade da lei penal, porque a lei penal pode ser tanto retroativa, quanto ultra ativa/benéfica. 
3° Requisito: Lex certa e Lex stricta. Comando de determinação.
- Lex certa dialoga com o poder legislativo e assim produz os seus efeitos em uma etapa do processo de criminalização, chamada, criminalização primária ( previsão dos crimes em lei )
-Lex stricta é dirigida ao judiciário, juiz, dialogando então com o poder judiciário, atuando na etapa seguinte, criminalização secundária ( aplicação das penas, imputação dos crimes)
 Lex Certa: aprofunda a qualidade das leis, leis bem escritas, objetivas, e claras, não pode retroagir, há necessidade que o povo entenda as leis, por isso devem ser taxativas, e com o vocabulário correto, para não ocorrer problemas com interpretação, o que gera uma insegurança jurídica.
Os valores da sociedade mudam com o decorrer do tempo, e por isso aos poucos, vão sendo acrescentadas leis novas, referentes a crimes novos, que talvez antigamente não era considerados crimes pelo fato de uma sociedade mais antiga não achar tais condutas um risco para a sociedade em geral. Ou seja, nossa sociedade é imprevisível, segundo Beck, e essa imprevisibilidade faz com que novas normas sejam criadas de forma mais obscura, vaga e aberta, contrariando a Lex certa. E essas normas vagas, dão mais poder ao judiciário, o que não deveria ocorrer, por gerar uma insegurança jurídica, o que não acontecia a alguns anos atrás. 
Exemplos: Lei 7.492/86, art 1° - Gestão fraudulenta. Existe uma intenção implícita de fazer com que algumas questões não estejam na lei para que o juiz decida o caso. 
Mas, por outro lado, existem leis muito determinadas, o que a torna muito extença, que acontece por medo de não punir. 
Exemplos: Lei 11.343, art 33. Tráfico de drogas. Muito detalhado o que é tráfico, sendo fácil achar uma brecha para burlar a lei.
Tanto uma, quanto a outra, padecem da dificuldade de interpretação. 
- Existe uma grande tensão entre: Busca de segurança jurídica ( reserva legal, fonte única de lei ) e a busca pela eficácia da lei penal no caso concreto ( nos faz pensar ate que ponto almejamos a segurança jurídica ).
* Existem casos em que a segurança jurídica pode ceder frente a eficácia da lei penal, podemos permitir que uma outra fonte que não a lei produza conteúdo de incriminação necessário para punis, excepcionando a reserva legal. 
Existem dois tipos penais, abertos e fechados.Osfechados apresentam descrição completa do modelo de conduta proibida, bastando ao intérprete, na adequação do dispositivo legal ao comportamento humano, verificar a simples correspondência entre ambos. Já os abertos, em razão da ausência de descrição ou de descrição incompleta, transferem ao intérprete a tarefa de tipificar cada conduta, valendo-se, para tanto, de elementos não integrantes do tipo 
Assim, por exemplo, enquanto a ação dolosa é integralmente descrita no homicídio e na lesão corporal, as modalidades culposas estão apenas previstas como homicídio culposo e lesão corporal culposa (v. Código Penal, arts. 121 e 129, caput; e 121, § 3º e 129, § 6º).
Norma Penal em branco: É um preceito incompleto, genérico ou indeterminado, que precisa da complementação de outras normas. A doutrina distingue as normas penais em branco em sentido lato e em sentido estrito. As normas penais em branco em sentido lato são aquelas cujo complemento é originário da mesma fonte formal da norma incriminadora. Nesse caso, a fonte encarregada de elaborar o complemento é a mesma fonte da norma penal em branco, há, portanto, uma homogeneidade de fontes legislativas. As normas penais em branco em sentido estrito, por sua vez, são aquelas cuja complementação é originária de outra instância legislativa, diversa da norma a ser complementada, e aqui há heterogeneidade de fontes, ante a diversidade de origem legislativa.
Comparação: “matar alguém”: o intérprete analisa se houve morte ou não, não é necessário nenhuma outra lei para entender se houve ou não morte, esse é um tipo fechado. Ou seja, a maioria é assim, o intérprete não precisa recorrer a outra lei para concluir.
Tipo aberto: Podem ser normas em branco ou pode ser como os crimes imprudentes de homicídio, a maioria dos crimes de homicídios não exige a análise de outra lei, no entanto, ainda assim são tipos abertos. O raciocínio do juiz por trás de um crime imprudente, é o de que o autor faltou com um dever, quem praticou o crime desrespeitou uma regra de conduta social, do mesmo modo, os crimes omissivos, quem os praticou deixou de cumprir o dever de agir. Tanto nos crimes imprudentes quanto nos crimes omissivos o dever que foi desrespeitado depende do caso concreto, depende do bem jurídico em questão, depende do autor e da vitima envolvidos, portanto, quando se lê um tipo de homicídio imprudente, pensamos em tudo que não esta escrito, não esta sendo dito qual o dever deveria ter sido observado do tipo imprudente, não diz qual a regra que foi quebrada, por isso é aberto, o fundamento de ambos os crimes é a quebra de um dever, porque ambos são abertos pela mesma questão. 
- A maneira mais comum de excepcionar a garantia da reserva legal é por meio das normas penas em branco. É correto abrimos mão da segurança jurídica em benefício da eficácia, e isso deve ser exceção, deve ser sempre excepcional a possibilidade de incriminação por meio de um ato normativo que não seja a lei. Todavia, o que se deve é sempre é buscar, tanto quanto possível, um equilíbrio entre a reserva legal e a eficácia jurídica, de modo a tentar prevalecer a segurança jurídica. 
Se virar regra a incriminação, por meio de um ato normativo que não a lei, por meio do poder executivo, colocamos em risco primeiramente a separação dos poderes, porque o executivo estaria usurpando uma função do legislativo, em segundo lugar a soberania do povo. 
Dimensão política do principio da legalidade: o poder legislativo é o mais importante, porque é por meio dele que o povo exerce sua soberania. 
Lex Stricta: Ocupa a posição de vertente judicial que se relaciona preponderantemente com o poder judiciário, Aqui incluímos a proibição da analogia.
Tanto a proibição das leis vagas ( Lex certa ) quanto a proibição da analogia (Lex stricta ) não ofendem a separação dos poderes, mas possibilidade de conhecimento e compreensão do conteúdo da lei penal pela sociedade. 
ANALOGIA ≠ INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA.
Analogia: realiza-se aplicação de uma lei penal a um fato que não esta contemplado nela, mas que talvez seja similar ao nela previsto. Via de regra, viola a legalidade, pois equivale a criação de algo novo pela aplicação indevida de lei penal. 
Interpretação: é a aplicação da lei penal a um fato que esta além da literalidade da lei, sem estar porém, fora da sua abrangência. Via de regra, a interpretação na lei penal também é proibida em direito penal. 
A diferença de analogia e interpretação é que a interpretação pode estar na própria lei, art 121, ao passo que, a analogia nunca esta. Na interpretação a própria lei pode exigir a similitude entre fatos previstos na lei e os não previstos. 
- Exceção: Tanto a analogia quanto a interpretação extensiva são:
	In malem parten 
	In bonam parten
	Proibidas na analogia e interpretação extensiva. – Salvo na interpretação extensiva quando ela tem previsão legal expressa.
	Analogia e interpretação extensiva in bonam parten são excepcionalmente permitidas a favor do réu.
- Em ambos os casos analisa-se:
	Contra legem
	Intra Legem.
	Se a analogia e a interpretação extensiva forem contra legem, não respeitarem o sentido da lei, serão sempre proibidas.
	Se a analogia e a interpretação extensiva forem intra legem, in bonan partem serão sempre permitidas.
- O limite último de ambas é o respeito ao sentido da lei. 
Principio da intervenção mínima. 
- Ultima ratio: ultima razão, ultima alternativa/opção.
* A criminalização só é possível se for necessária.
- 3 etapas de dinamismo penal:
-1°. Criminalização primária: dirigida ao poder legislativo, tarefa de cominar penas, prescrever crimes em lei. A criminalização primária conversa com o poder legislativo em primeiro lugar.
-2°. Criminalização secundária: existe quando o poder judiciário se movimenta para a aplicação da lei, aplicação das penas, o juiz não condenará por crime, ainda que previsto em lei, se não for necessário. 
No principio da intervenção mínima falamos da:
Característica do estado social: significa uma primazia das políticas públicas de promover o maior bem estar possível de todos ao menos custo social possível( o quanto de bem é gerado, e o quanto de mal é gerado). Ex: penas privativas de liberdade geram muito malefício. Por isso deve ser a ultima opção.
Fragmentariedade, subsidiariedade, lesividade, humanidade, proporcionalidade, ultima ratio, ofensividade. 
Segundo a orientação de Nilo batista: intervenção mínima tem três características.
 Fragmentariedade: “ muito direito penal, é igual a pouco direito penal”. O fato de ser reservado para acontecimentos únicos, é o que o torna grave. Só fragmentos do ordenamento jurídicos é direito penal, os casos excepcionais. A teoria do bem jurídico nos ajuda a identificar quais são as condutas que o direito penal deve criminalizar, não são todas, somente parte delas, não é todo tipo de lesão ao bem jurídico penal que interessa ao direito penal, precisamos analisar que tipo de lesão foi essa, a lesão deve ter sido grave o suficiente. “bem jurídico penal” é aquele que consideramos essencial ao desenvolvimento humano em sociedade. A própria sociedade diz o que é ou não essencial. Assim é normal um crime que não aparecia no direito penal aparecer depois de um tempo, como o envio de fotos intimas, que logo será crime, ou deixar de aparecer, como o adultério, ou as casas de prostituição que ainda é crime, mas logo deixará de ser pela prostituição ter se tornado profissão. 
-3 funções 
1° defesa exclusiva de bens jurídicos contra ataques de especial gravidade. 
2° tutelar somente parcialmente as condutas vistas como ilícitas pelos demais ramos do ordenamento jurídico. 
3° não punir as ações que, embora imorais, não tenham dignidade penal, sejam irrelevantes de um ponto de vista social.
Fragmentário : Bens jurídicos e espécies de lesões.
- Não basta estabelecer o reconhecimento de uma agressão a um bem jurídico para o reconhecimento da presença de um delito e a conseqüente intervenção do direito penal. É necessário que essa agressãoseja a um bem jurídico fundamental para o desenvolvimento individual do ser humano em sociedade e que esse ataque seja grave o suficiente para justificar a intervenção penal.
 Subsidiariedade: Jamais será a primeira opção em qualquer situação e deve ser comprovada a insuficiência de outras áreas. Deve ser usado em casso extremos, ou seja, deve se tentar outras alternativas antes. Porque o direito penal não resolve, só adia. Ultima ratio. 
 Lesividade ou ofensividade: no direito penal só pode ser castigados comportamentos que lesione bens jurídicos efetivamente tutelados pela lei penal, e não sejam meramente imorais e pecaminosos. Reforça a tarefa de promover o controle do intolerável, preocupando-se somente com ataques graves aos bens jurídicos essenciais. 
A insignificância. 
- O principio da insignificância em direito penal é aquele que impede que determinadas condutas, por serem irrelevantes ao dto penal, não sejam punidas, embora constituam crime. 
Ex: o livro emprestado que não te devolvem, o furto da caneta, roubo de 2 reais. 
São os crimes de bagatela, não tem relevância penal, pois o processo pode ser mais oneroso que o próprio fato em discussão.
- Esse principio não é conceituado, por ser complexo e maleável. Cada caso é um caso. 
Existe uma regra de ouro para esse princípio. Deve-se analisar todas as suas peculiariedades do caso, leva-se em conta a importância do bem para a vitima, o contexto, os antecedentes de quem furtou, se apresenta ou não risco a sociedade.

Outros materiais