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ATIVIDADE ESTRUTURA OFICINA LITERÁRIA

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ATIVIDADE ESTRUTURADA – OFICINA LITERÁRIA
Aluno: Delmer Robson Montey Amaral
VIDAS SECAS
Autor: Graciliano Ramos
No livro “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, o narrador utiliza três tipos de discurso: o direto (introduz a personagem e essa se exprime de sua forma); indireto (o narrador incorpora à sua fala o discurso da personagem) e indireto livre (é um tipo misto).
A história é contada em terceira pessoa e o vocabulário é escasso e curto, o que mostra as adversidades sociais do lugar e das pessoas que ali se moviam para maiores condições de vida, como nômades. 
A história se passa no sertão nordestino e relata a vida de uma família de retirantes sertanejos que estão em busca de um lugar com melhores condições de vida e, para isso, são obrigados a mudar para áreas diferentes, de tempos em tempos. É um romance publicado em 1938 e pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista.
Graciliano Ramos utiliza um estilo seco em que se expressa com poucos adjetivos para transmitir ao leitor as características daquele ambiente: seco e miserável; a narrativa é não linear e os personagens possuem nomes para representar a vida desigual daquele lugar.
	Esse ambiente, o sertão nordestino, é marcado pela seca, ausência de chuva por vários meses do ano, miséria e falta de investimentos por parte dos políticos para a sociedade que ali vive. 
	Quando chega a época da chuva, em que Graciliano Ramos nomeou o capítulo como “Inverno”, tudo florescia, as plantas cresciam e os alimentos existiam. Após esse período, a seca retornava e com ela, a falta de esperança e a sensação de escassez.
	Em relação ao tempo, o narrador oculta o tempo cronológico e enfatiza o psicológico. Esse tempo mostra a tristeza dos personagens, o que aproxima o leitor da obra. A ausência de tempo cronológico evidencia a exclusão dos personagens.
	Esta família é composta por Fabiano, Sinhá Vitória, Menino Velho e Menino Novo, a cadela Baleia e o papagaio. Fabiano é o protagonista. É o marido de Sinhá Vitória e pai de dois meninos. Ele vive no ambiente rural, era explorado pelo patrão e não possuía muita capacidade de se comunicar, por isso muitas vezes dizia “Ah”, o que comprovava sua falta de habilidade em criar frases mais elaboradas; é vaqueiro e possui grande habilidade para tal. Além disso, era representado como um personagem incapaz de se expressar de forma eficiente com os seres humanos, aproximando-se, assim, mais dos animais.
 Sinhá Vitória é uma personagem secundária. Mulher de Fabiano, é mãe de dois filhos, sofrida, esperta, mulata e triste sem conformidade com a vida miserável que levava. Controlava as contas da família. 
O Filho mais novo e Filho mais velho são os filhos de Fabiano e Sinhá Vitória. Não possuem nome na história. Têm uma vida sofrida, pobre, e não entendem essa realidade. O filho mais novo vê o pai como um ídolo, já o mais velho é questionador, indaga o significado da palavra inferno e deseja ter amigos.
A cadela Baleia, membro importante da família, é diferente de Fabiano e de Sinhá Vitória, pois se apresenta como um humano. Há varias descrições sobre ela, que não são dadas a animais, mas aos seres humanos. Sofria com a seca e possuía sensações e percepções, como aprovação, afeição e aborrecimento em certos trechos da historia, características dos seres humanos. 
O soldado Amarelo é o antagonista. É fraco, representa a corrupção e o autoritarismo, por envergonhar-se diante de Fabiano.
O papagaio é um personagem que não falava nenhuma palavra, apenas latia, pois era o som que ouvia e imitava da cadela Baleia.
Esta família vagava pela caatinga tentando chegar a algum lugar, mas as condições não eram favoráveis. No final, seguiriam para o sul e sonham em ter um futuro melhor. 
Conclui-se que Graciliano Ramos pretendeu mostrar as relações de poder entre os seres humanos, isto é, a relação entre o opressor e o oprimido e como é possível a espécie humana se transformar.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACHADO, Duda. De volta a Vidas secas (ao encontro de Fabiano). Revista USP. São Paulo, nº 58, junho/agosto 2003.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 92ª ed.  São Paulo: Record, 2003.
Vidas secas: a animalização do ser humano e a humanização do animal humanização. Disponível em: < http://homoliteratus.com/vidas-secas-a-animalizacao-do-ser-humano-e-a-humanizacao-do-animal/> Acesso em 10 de maio de 2016.

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