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UNIVERSIDADE PAULISTA MECÂNICA DOS SOLOS E FUNDAÇÕES SÃO PAULO 2016 Luiz Felipe Wakassugui B62761-1 Nathaly K. L. Lopes Barros B6652G-0 Thaís Cardoso de A. Gorni B70610-4 AU6P20 / AU7P20 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 SONDAGEM E MECÂNICA DO SOLO 5 3 TIPOS DE FUNDAÇÕES 6 4 FUNDAÇÕES DIRETAS RASAS 10 4.1 Blocos e Alicerces 10 4.1.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 11 4.2 Sapatas 11 4.2.1 Sapatas Isoladas 12 4.2.1.1 Processo de Execução e Cuidados 12 4.2.2 Sapatas Corridas 13 4.2.2.1 Processo de Execução e Cuidados 13 4.2.3 Sapatas Associadas 14 4.2.3.1 Cuidados na Projeção 14 4.2.4 Sapatas Alavancadas 15 4.2.5 Controle de Execução 15 4.3 Radiers 15 4.3.1 Processo De Execução, Cuidados e Controle 16 5 FUNDAÇÕES DIRETAS PROFUNDAS 18 5.1 Tubulões 18 5.1.1 Céu Aberto 19 5.1.1.1 Processo de Execução e Cuidados 20 5.1.2 Ar Comprimido 20 5.1.2.1 Processo de Execução e Cuidados 21 5.1.3 Controle de Execução 22 6 FUNDAÇÕES INDIRETAS 23 6.1 Brocas 23 6.1.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 24 6.2 Estacas de Madeira 24 6.2.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 25 6.3 Estacas de Aço 26 6.3.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 27 6.4 Estacas de Concreto Pré-Moldadas 27 6.4.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 28 6.5 Estacas de Concreto Moldadas In Loco 29 6.5.1 Strauss 29 6.5.1.1 Processo de Execução e Cuidados 29 6.5.2 Franki 30 6.5.2.1 Processo de Execução e Cuidados 30 6.5.3 Raiz 31 6.5.3.1 Processo de Execução e Cuidados 31 6.5.4 Barrete/Estacão 32 6.5.4.1 Processo de Execução e Cuidados 33 7 PATOLOGIA DAS FUNDAÇÕES 35 7.1 Solo 35 7.2 Fundações 36 7.3 Recalque 37 8 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS Figura 1 - Detalhes de Execução da Sondagem SPT-T 5 Figura 2 - Detalhe da Marcação 6 Figura 3 - Execução do Teste deUmidade com o Trépano de Lavagem 6 Figura 4 - Colocação do Torquímetro 7 Figura 5 - Seções de Duas ou Mais Estacas 8 Figura 6 - Blocos de Fundação Em Execução 10 Figura 7 - Tipos de Alicerce 11 Figura 8 - Exemplo de Sapata Isolada 12 Figura 9 - Exemplo de Sapata Corrida 13 Figura 10 - Esquema de Sapata Associada 14 Figura 11 - Esquema de Sapata Alavancada 15 Figura 12 - Projeções de Radiers Segundo Sistema Estrutural 16 Figura 13 - Ilustração Sobre Operário em Execução de um Tubulão 18 Figura 14 - Diagrama de um Tubulão a Céu Aberto 19 Figura 15 - Diagrama de um Tubulão a Ar Comprimido 21 Figura 16 - Fundação Profunda Segundo a NBR 6122/96 23 Figura 17 - Fases do Processo de Execução de uma Fundação de Broca 24 Figura 18 - Tabela de Valores Assumidos na Primeira Aproximação 25 Figura 19 - Execução de Estacas de Madeira 25 Figura 20 - Estacas Metálicas Cravadas no Solo 26 Figura 21 - Cargas Nominais em Função da Seção dos Perfis 27 Figura 22 - Execução de uma Estaca Pré-Moldada de Concreto em Terreno 28 Figura 23 - Execução de Estaca Tipo Strauss 30 Figura 24 - Execução de Estaca Tipo Franki 31 Figura 25 - Execução de Estaca Tipo Raiz 32 Figura 26 - Tabelas das Capacidades Nominais das Estacas Barrete/Estacões 33 Figura 27 - Execução de Estaca Tipo Barrete 34 Figura 28 - Sondagem 35 Figura 29 - Erro de projeto em São Mateus, zona leste 36 Figura 30 - Edifício Érika após o desabamento 37 Figura 31 - Corte estrutural da Torre de Pisa afetada pelo recalque 38 4 1 INTRODUÇÃO Desde que o homem se tornou sedentário, uma das suas maiores preocupações foi a de criar um abrigo onde pudesse se proteger das ameaças de animais selvagens e das intempéries. No início, procurava abrigos naturais como as cavernas. Depois, na falta desses abrigos, começou a criar os seus, cavando o solo. Nesse instante, surge também uma natural preocupação com a estabilidade das paredes do abrigo escavado. Percebe intuitiva e empiricamente a necessidade de escolher o tipo de solo mais adequado para realizar a escavação. Mais tarde, os gregos também se preocuparão com a forma de transmitir as cargas de suas edificações ao solo. (REBELLO, 2008, p. 13) A fundação é a estrutura responsável por transmitir as solicitações das construções ao solo, ou seja, basicamente a fundação é a sustentação da obra. Existem diversos sistemas de fundação cuja utilização depende do tipo e resistência do terreno sobre o qual as cargas da construção serão distribuídas. A fundação servindo para apoiar a edificação no terreno depende primeiramente do tipo de solo do seu terreno, é preciso que haja a sondagem primeiramente, que se conheça o tipo e a capacidade de suporte do solo, definindo posteriormente o tipo de fundação a ser executada. A sondagem é feita através da broca que recolhe camadas do solo até que se atinja a camada resistente. As fundações são comumente classificadas em dois grandes grupos: diretas (ou superficiais) e indiretas (profundas). Neste trabalho será classificado um terceiro tipo de fundação denominado como direta profunda, onde se enquadra os tubulões. 5 2 SONDAGEM E MECÂNICA DO SOLO A noção das propriedades do solo e do seu desempenho assim como a adequada escolha do tipo de fundação são, na grande maioria das vezes, fatores determinantes quanto à visão arquitetônica. A opção por empregar ou não o subsolo pode ser feita em função do conhecimento sobre a posição e comportamento do lençol freático. Algumas propriedades dos solos, como granulometria, pesos específicos, umidade (relação entre o peso da água e dos sólidos), índice de vazios (relação do volume dos vazios e dos sólidos), porosidade (relação entre o volume total do solo e de vazios), saturação (relação do volume total de água e do volume total de vazios), limite de liquidez (entre o estado plástico e líquido) e limite de plasticidade (entre o estado semi-sólido e o limite plástico) são índices que determinam o tipo de fundação e a resistência do solo. Através da sondagem, é possível reconhecer o tipo de solo e escolher uma fundação adequada. O estudo de sondagem deve determinar os tipos de solo desde o subsolo, até a profundidade interessada, também analisa a consistência e a coloração do solo, se ela é mais fofa (areia) ou mais consistente (argila), além de responder a ocorrência de água no subsolo. A sondagem é realizada através de um processo repetitivo que conta o número de golpes necessários à cravação de parte de um amostrador no solo realizada pela queda livre de um martelo de 65kg e altura de queda padronizadas, onde em cada metro se faz a abertura de um furo de 55cm e 45cm no restante, havendo posteriormente o ensaio de penetração. Antes de traçar o perfil de soldagem através de planilhas e laudos, há a determinação do número de sondagens a executar. Segundo Rebello (2008, p. 17): "a escolha entre verticalizar ou horizontalizar uma parte ou a totalidade do edifício pode ser feita em função do conhecimento do tipo de fundação adequado para o local: profunda ou rasa." Figura 1 - Detalhes de execução da sondagem SPT-T 1 Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300986-1.aspx 1 Com referência no artigo Veja os Detalhes de Execuçãoda Sondagem SPT-T, disponível em http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300986-1.aspx 6 1. Amostrador padrão aberto: após atingir 1 m de profundidade de escavação, a equipe posiciona o amostrador padrão, equipamento que testa a resistência à percussão e coletará as amostras de solo. 2. Marcação: feita através de um giz um segmento de 45 cm dividido em três partes iguais de 15 cm, que vai servir como referência para a contagem das batidas do martelo em cada trecho. Figura 2 - Detalhe da marcação Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300986-1.aspx 3. Posicionamento do martelo: se inicia a cravação, posicionando o martelo a 75 cm de altura da cabeça de bater. Posteriormente, se iniciam os golpes até que sejam cravados os 45 cm. Um membro da equipe anota no boletim a quantidade de golpes necessária para cravar o amostrador a cada 15 cm. 4. Coleta de amostras: depois de cravar os 45 cm, remove-se o amostrador padrão para a coleta de amostras do solo, o processo continua até encontrar o nível d'água. 5. Teste de umidade: percebendo a umidade do solo escavado, se faz o teste para saber se foi atingido o nível d'água,realizado com um equipamento conhecido como "piu" que, ao tocar a água, emite um som. Deste ponto até o final da sondagem, a perfuração continua com o método conhecido como lavagem. O equipamento de escavação usado é o trépano de lavagem, que permite coletar o material escavado pela circulação da água. Figura 3 - Execução do teste de umidade com o trépano de lavagem Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300986-1.aspx 7 6. Colocação do torquímetro: é acoplado um torquímetro na parte superior da composição de hastes e é aplicado o torque obtendo duas medidas. Uma corresponde ao valor máximo do torque e a outra ao torque residual. Figura 4 - Colocação do torquímetro Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300986-1.aspx 8 3 TIPOS DE FUNDAÇÕES Um dos primeiros cuidados de um projetista de fundações deve ser o emprego da terminologia correta. A distinção entre os dois tipos de fundações é feita segundo o critério de que uma fundação profunda é aquela cujo mecanismo de ruptura de base não surgisse na superfície do terreno. Como os mecanismos de ruptura de base atingem, acima dela, tipicamente duas vezes sua menor dimensão, a norma NBR 6122 determinou que fundações profundas são aquelas cujas bases estão implantadas a uma profundidade superior a duas vezes sua menor dimensão e a pelo menos 3 m de profundidade. (VELLOSO, 2004, p. 11) Quanto aos tipo de fundação direta ou superficial, temos: o bloco, que é um elemento de concreto, dimensionado para que não haja a necessidade de armadura ao resistir tensões de tração. As sapatas, que são de concreto armado, e diferente dos blocos, elas são projetas de maneira a suportar tensão de tração com armadura, subdividem-se em isoladas, corridas, associadas e alavancadas. O radier recebe os pilares da obra, ou melhor, são lajes de concreto armado em contato direto com o solo que captam as cargas dos pilares e paredes que descarregam no solo. Como fundação direta profunda, enquadra-se o tubulão, elementos de concreto moldado in loco que transmitem as cargas estruturais para os solos de maior capacidade de suporte. Consistem no encamisamento da estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço. Podem ser a céu aberto, com e sem escoramento, e a ar comprimido, com revestimento metálico ou de concreto, são obtidos por meio de preenchimento com concreto de escavações no terreno, previamente executadas, de seção circular e formato cilíndrico. Como fundação indireta ou profunda, encontra-se as brocas, uma fundação executada manualmente através de um trado rotativo. As estacas são elementos executados com o auxílio de ferramentas e equipamentos sem que haja descida de operário em qualquer fase de execução, diferente do tubulão, podendo ser constituído de madeira que hoje em dia é utilizada em obras temporárias, de aço que são empregadas em situações em que o uso de concreto não é conveniente e de concreto, que uma estaca de concreto pré-moldada pode ser de material armado ou protendido e concretado em fôrmas horizontais ou verticais, cravadas no solo por bate estacas. Já a fundação de estaca de concreto moldada in loco, são produzidas no mesmo local em que serão aplicadas, executadas enchendo-se de concreto, perfurações previamente executadas no terreno, através de escavações ou cravações, se classificam em: strauss, que possui uma qualidade superior às brocas manuais e possuem maior capacidade de carga, franki que é executado mecanicamente com bate-estaca para a cravação de um topo metálico, raiz onde o furo é executado por um tubo rotativo com a sapata de perfuração de diâmetro maior que o tubo, e barrete ou estacão que é escavada, possui seção circular, executada por escavação mecânica com equipamento rotativo, pode ser executada com Clam Shell e segundo Rebello (2008, p. 82): "[...] podem ter diversos formatos, a partir da associação de duas ou mais estacas, e ser distribuídas de maneira que formem as seções abaixo:" Figura 5 -Seções de duas ou mais estacas Fonte: REBELLO, 2008, p.82 9 As cargas dos prédios têm que ser transmitidas ao terrenos, ou sejam, as cargas correspondentes à: • próprio da estrutura; • carga acidental prevista pela norma NBR 6120; • carga do vento; • eventual carga de um muro de arrimo que se apoia na estrutura do prédio etc. têm que ser levadas ao terreno e lá se dissipar, com poucos problemas. Se o solo for muito resistente (rocha, argila dura), simples sapas resolvem o problema (...), o problema de dissipação de tensões não existe, pois as cargas do prédio são insignificantes em relação à resistência das rochas. Quando o solo pouco profundo é resistente, mas não tão resistente como um solo rochoso, podemos ter que usar uma solução do tipo sapata, que diminui a tensão no solo. Se o solo resistente estiver mais fundo, podemos usar o tubulão descarregando a carga total nesse solo mais resistente. (BOTELHO, 2006, p.136) 10 4 FUNDAÇÕES DIRETAS RASAS São denominadas também como fundações superficiais, em que as cargas da edificação são transmitidas ao solo já nas primeiras camadas. A decisão pelo tipo de fundação ocorre através da sondagem, e para efeito prático, considera-se técnica economicamente adequado o uso de fundação direta quando o número de golpes do SPT for maior ou igual a 8 e a profundidade máxima não ultrapassar 2m.O primeiro limite indica a resistência mínima necessário para o uso de fundação direta e o limite de profundidade se deve ao custo da escavação e reaterro necessário para a execução da fundação, acima do qual o uso da fundação direta torna-se antieconômico. (REBELLO, 2008, p.41) Nesse tipo de fundação, as cargas da edificação são transmitidas ao solo por meio de sapatas (que como Rebello denomina: "placas de concreto armado"), distribuindo a carga atuante sobre a sapata pela área de contato com o solo. A forma da sapata é diferenciada pela forma do pilar que será apoiada sobre a mesma. 4.1 Blocos e Alicerces O bloco é um tipo de fundação utilizado quando há pequenas cargas. São elementos rígidos conectados por vigas baldrames que suportam predominantemente esforços de compressão originários das cargas de pilares e os de tração são suportados pelo material do bloco. Podendo ser de concretosimples, de alvenarias de tijolos comuns ou até de pedra de mão. Geralmente, usa-se blocos quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de profundidade. Figura 6 - Blocos de fundação em execução Fonte:www.tecnisa.com.br/imoveis/am/manaus/apartamentos/flex-parque-10/estagio-da-obra/202/2013/1 11 Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são utilizados na construção de pequenas residências e suportam as cargas provenientes das paredes resistentes, podendo ser de concreto (cimento e cascalho), alvenaria ou de pedra. O alicerce de alvenaria possui espessuras de 1 tijolo ou 1½ tijolo para paredes de ½ e 1 tijolo. O alicerce de pedra é utilizado em terrenos úmido suportando grandes cargas. Figura 7 - Tipos de alicerce Fonte: https://construir.arq.br/tipos-fundacao-blocos-alicerces/ 4.1.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 2 O processo de execução de um alicerce consiste em: 1 -realizar a abertura da vala; 2 -compactar a camada do solo resistente, socando o fundo; 3 -instalar o lastro de concreto magro (90 kgf/cm2) de 5 a 10 cm de espessura; 4 - executar o embasamento de concreto, alvenaria ou pedra; 5 - construir uma cinta de amarração para absorver esforços não previstos, suportar pequenos recalques, propagar o carregamento e combater esforços horizontais; 6 - fazer a impermeabilização evitando assim a percolação (fluxo da água através do solo) capilar, utilizando uma argamassa impermeável com aditivo ou uma chapa de cobre, de alumínio ou ardósia. Sempre tomando cuidado quanto: a presença de formigueiros e raízes de árvore na primeira etapa de execução, observar se o terreno está em declive e ainda a peculiaridade da largura dos alicerces para as diferentes paredes, para posteriormente estudar a possibilidade de uso de brocas em certos pontos que sirvam como reforço de fundação. Faz-se o controle de execução: locação do centro dos blocos e das linhas das paredes, cota do fundo da vala, e limpeza da vala. 4.2 Sapatas São elementos de fundação superficial de concreto armado que ao contrário dos blocos, não trabalham apenas à compressão simples, mas também são dimensionados de modo a resistir à flexão, 2 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 12 devem ser executadas incluindo material resistente à tração junto com o emprego de armadura. Podem haver espessuras constantes ou variáveis. Em planta podem tomar diversas formas além da quadrada e retangular, como trapezoidal, circular e até polígonos irregulares. As sapatas de fundação podem ter altura constante ou variável [...] A adoção de altura variável proporciona uma economia considerável de concreto nas sapatas maiores. [...] As sapatas, em geral, têm uma rigidez elevada. Na prática de projeto de edifícios, geralmente adota-se uma altura para as sapatas de: h ≥d/2 + 5 cm. O que lhes confere uma rigidez elevada. (VELLOSO, 2004, p. 132) 4.2.1 Sapatas Isoladas É uma espécie de placa de concreto com as dimensões em planta de mesma ordem de grandeza. É usada quando as cargas transmitidas pela edificação são pontuais ou concentradas (pilares e reações de vigas baldrame). Figura 8 - Exemplo de sapata isolada Fonte: www.ebah.com.br/content/ABAAAA0QAAE/sapata-isolada 4.2.1.1 Processo de Execução e Cuidados 3 Etapas do processo de execução de uma sapata isolada: 1 - fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”; 2 - posicionar as fôrmas, de acordo com a marcação executada no gabarito de locação; 3 - preparar a superfície de apoio (limpeza do fundo da vala de materiais soltos); 4 - colocar a armadura; 5 - posicionar o pilar em relação à caixa com as armações; 3 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 13 6 - colocar as guias de arame, para acompanhamento da declividade das superfícies do concreto; 7 -processo concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente, porém para o concreto inclinado deverá ser feita uma vibração manual, isto é, sem o uso do vibrador. Cuidados como com a execução do concreto magro, tem como função a de regularizar a superfície de apoio e não deve permitir a saída da água do concreto da sapata, além disso tem a função de isolar a armadura do solo. A vala deve ser realizada com pelo menos 10 cm de folga a mais da largura da sapata permitindo o trabalho dos operários no interior da mesma. 4.2.2 Sapatas Corridas Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente (seja de parede ou de pilares muito próximos), é uma placa de concreto armado em que o comprimento prevalece à largura, segundo Guerrin (2002, p.148): "sua largura é a do pilar, ou mesmo a da parede, levando-se em conta os revestimentos externos e internos, ou as placas externas." Não se deve confundir sapata corrida com viga baldrame. A sapata corrida é uma fundação direta, portanto as cargas sobre ela são transmitidas ao longo do seu comprimento. A viga baldrame é uma viga como outra qualquer; apesar de envolvida pelo solo, [...] apóia-se em sapatas isoladas ou em fundações profundas. (REBELLO, 2008, p. 52) Figura 9 - Exemplo de sapata corrida Fonte: www.clubedoconcreto.com.br/2013/11/radier-sapata-corrida-e-embasamento.html 4.2.2.1 Processo de Execução e Cuidados 4 Para construção de uma sapata corrida, com embasamento em alvenaria, são executadas as seguintes etapas: 4 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 14 1 - escavação; 2 - colocar um lastro de concreto "magro" de 5 a 10 cm de espessura; 3 - posicionar as fôrmas; 4 - colocar as armaduras; 5 - concretar; 6 - colocar cinta de concreto armado,distribui as cargas, evitando deslocamentos, pelo travamento que confere à fundação; 7 -colocar uma camada impermeabilizante: tem a função de evitar a subida da umidade por capilaridade para a alvenaria de elevação; A execução da colocação da camada impermeabilizante deve evitar descontinuidades que poderão comprometer seu funcionamento e nunca devem ser feitas nos cantos ou nas junções das paredes, a camada deverá ser executada com argamassa com adição de impermeabilizante e deverá se estender pelo menos 10 cm para revestimento da alvenaria de embasamento. Para evitar retrações prejudiciais, deverá receber uma cura apropriada (água, sacos de cimento molhados, etc.), sendo depois pintada com emulsão asfáltica em duas demãos, uma após a secagem completa da outra. 4.2.3 Sapatas Associadas Ou segundo a NBR 6122, radier parcial, e também é chamada sapata combinada ou conjunta, a sapata associada é uma sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento. É empregada quando dois ou mais pilares estão muito próximos, fazendo com que as sapatas se sobreponham, colocando então os pilares sobre uma única sapata, onde a distribuição de tensões no solo seja uniforme e sua área seja calculada com a carga dos dois pilares. Figura 10 - Esquema de sapata associada Fonte: Apostila tecnologiada construção de edifícios I. 4.2.3.1 Cuidados na Projeção Neste tipo de sapata, o centro de gravidade das cargas dos pilares deve concordar com o centro de gravidade da sapata, assim, as tensões no solo se distribuirão uniformemente. 15 4.2.4 Sapatas Alavancadas As sapatas alavancadas ou de pilares de divisa ou próximos a obstáculos, onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar, implanta-se uma viga alavanca ligando as sapatas, fazendo com que um pilar absorva o momento resultante da "excentricidade" da posição do outro pilar. Figura 11 - Esquema de sapata alavancada Fonte: http://blog.construir.arq.br/fundacao_sapata/ 4.2.4.1 Controle de Execução 5 Deve-se locar o centro da sapata e o eixo do pilar, ficar atento quanto acota do fundo da vala, além de sua limpeza e nivelamento, objetivando o dimensionamento correto da forma da sapata e observar a colocação correta da armadura da sapato e do arranque do pilar. 4.3 Radiers São lajes de concreto armado em contato direto com o solo que captam as cargas dos pilares e paredes e descarregam sobre uma grande área do solo, possui aproximadamente 10 cm de espessura e é utilizada em obras de pequeno porte, se limitando a casas térreas, é um elemento que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos como uma grande sapata. O processo construtivo do radier é debaixo custo e a rápida execução. Uma fundação em radier é empregada quando as áreas das sapatas de aproximam umas das outras e quando se almeja padronizar os recalques. 5 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 16 Os radiers são projetados de quatro formas: lisos (a), com pedestais (b), nervurados (c) e em caixão (d). Figura 12 - Projeções de radiers segundo sistema estrutural Fonte: VELLOSO, 2004, p. 163 4.3.1 Processo de Execução, Cuidados e Controle 6 Etapas do processo de execução de fundação do tipo radier: 1 - o solo deve estar rigorosamente nivelado 2 - montar as instalações hidráulicas, de esgoto e as caixas e passagens das instalações elétricas 3 - preparo da base: o radier tem uma camada de brita de aproximadamente 7 cm, que permite fazer o nivelamento fino do terreno e evitar o contato da armação com o solo, dobre ela, coloca-se uma lona plástica, ajudando na impermeabilização 4 - montagem: fôrmas metálicas são vantajosas em projetos maiores, com repetição de concretagens. 5 - colocação de armadura: o caso do radier de concreto armado, pode ser empregada tela metálica . Na amarração, deve-se atentar para o cobrimento mínimo das telas e o posicionamento das armaduras de arranque e dos ferros de para-raios. 6 - em radiers protendidos, são usadas cordoalhas plastificadas e engraxadas em feixes 7 - concretagem do radier armado: feito por bomba ou jerica com nivelamento garantido por mestras metálicas e acabamento por sarrafeamento, desempenamento e acabadora mecânica de superfície. / Concretagem do radier protendido: deve-se evitar pisar nas cordoalhas de protensão ou encostar nelas a ponta do vibrador 8 - nos radiers protendidos, a cura é feita com aplicação contínua de água durante o intervalo de mais ou menos sete dias entre a concretagem e a protensão. / Nos radiers de concreto armado pode durar mais de 72 horas, por meio de lâmina d'água ou manta geotêxtil umedecida 9 - realizar a protensão 6 Com referência do artigo Radiers disponível no http://equipedeobra.pini.com.br/construcao- reforma/42/fundacoes-radiers-241672-1.aspx e na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 17 Alguns cuidados devem ser tomados quanto ao processo de execução da fundação tipo raier, como verificações, antes da concretagem, deve-se verificar o nivelamento com nível laser, nos quatro cantos da fôrma, além de estudar os pontos de elétrica e hidráulica que devem estar locados corretamente. Quanto ao controle de execução, atentar-se sobre: a locação dos eixos dos pilares, a cota do fundo da escavação, o nivelamento do fundo da escavação, a colocação dos componentes das instalações e passagens, enterrados. 18 5 FUNDAÇÕES DIRETAS PROFUNDAS A maioria dos autores e pesquisadores, fazem a classificação de fundações em 2 grupos: diretas superficiais ou indiretas profundas. Neste trabalho abordaremos os tubulões como uma fundação direta profunda. 5.1 Tubulões São elementos em que há descida de operário.Moldados de concreto in loco, transmitem as cargas estruturais para os solos de maior capacidade de suporte. Consistem no encamisamento da estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço. Podem ser a céu aberto, com e sem escoramento, e a ar comprimido, com revestimento metálico ou de concreto. Permitem a inspeção do solo ou da rocha na fundação, na cota de abertura de base. O cilindro vertical, denominado fuste é 70 cm, para permitir o trabalho de um operário, o poceiro, quando for executado manualmente. Quando executado mecanicamente, o diâmetro do fuste acomoda-se tanto às cargas a serem suportadas como também às dimensões do equipamento. (REBELLO, 2002, p. 101) Figura 13 - Ilustração sobre operário em execução de um tubulão Fonte: REBELLO, 2008, p. 101 Apresenta algumas vantagens como os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os de bate-estacas e outro equipamentos, ainda permite observar e classificar o solo retirado durante a escavação e compará-lo às condições do subsolo previstas no projeto; Pode ter suas dimensões alteradas durante o processo de escavação. E ainda é possível apoiar os pilares em um único fuste, sendo desnecessário blocos de coroamento e emprego de estacas. E algumas desvantagens como queda, afogamento ou soterramento de pessoas pela abertura dos tubulões, além de riscos de infecções e asfixia ou intoxicação com gases. 19 5.1.1 Céu Aberto Recebe esse nome quando a escavação é feita acima do nível da água, onde o fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente preenchida com concreto Figura 14 - Diagrama de um tubulão a céu aberto Fonte: http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/artigo271662-3.aspx 20 5.1.1.1 Processo de Execução e Cuidados 7 O processo de execução da fundação deve seguir as seguintes etapas: 1 - marcar o eixo da peça e posteriormente no terreno, marcar a circunferência que delimita o tubulão 2 - escavação do poço até a cota especificada em projeto,com vanga, balde e um sarrilho para a retirada de terra ou com perfuração mecânica, com o aparelho rotativo acoplado a um caminhão retirando a terra. 3 - alargamento da base de acordo com as dimensões projetuais 4 -colocação da armadura 6 - concretagem feita pelo lançamento de concreto na superfície por um caminhão através de um funil procurando evitar que o concreto bata nas paredes do tubulão e se misture com a terra. Posteriormente o concreto se espalhará pela base pelo próprio impacto de sua descarga. É necessário que se tome alguns cuidados quanto ao procedimento na etapa de alargamento da base, de no mínimo 70 cm e além disso, deve-se prever o tratamento adequado na base do tubulão, evitarchoque entre o concreto e a armadura além da execução de outro tubulão próximo simultaneamente, além de limpeza da borda de escavação e inspeção anterior à concretagem. Na fase de escavação pode ocorrer a presença de água. Nestas casos, a execução da perfuração manual se fará com um bombeamento simultâneo da água acumulada no poço. Poderá ocorrer, ainda, que alguma camada do solo não resista à perfuração e desmorone (no caso de solos arenosos). Então, será necessário o encamisamento da peça ao longo dessas camadas. Isto poderá ser feito através de tubos de concreto com o diâmetro interno igual ao diâmetro do fuste do tubulão. Além do mais, é necessária ainda, uma verificação no processo de execução com as dimensões do poço (profundidade, alargamentos e tipo de solo na base e sua limpeza). Durante a concretagem é conveniente sua interrupção em certos momentos para que um funcionário desça e o espalhe, evitando assim vazios na massa de concreto. 5.1.2 Ar Comprimido É o tubulão pneumático, executado abaixo do nível da água. Esse tipo de fundação tem a função de transmitir as cargas estruturais para solos de maior capacidade de suporte situados em locais que apresentam maiores profundidades, sendo caracterizados por seção transversal. Onde a escavação é feita a céu aberto enquanto o lençol freático não for atingido. 7 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 21 Figura 15 - Diagrama de um tubulão a ar comprimido Fonte: http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/artigo271662-3.aspx 5.1.2.1 Processo de Execução e Cuidados O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um compressor. Durante a compressão, o sangue dos homens absorve mais gases do que na pressão normal. Se a descompressão for feita muito rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode formar bolhas, que por sua vez podem provocar dores e até morte por embolia. Para evitar esse problema, antes de passar à 22 pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência (BRITO,1987). Estes tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem da base é feita sob ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, a cravação é feita 14 a céu aberto com auxílio de um bate estacas e a abertura e concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido No caso da utilização desse tipo de tubulão, deve-se tomar medidas cuidadosas como observar que o equipamento deve permitir que se atenda rigorosamente os tempos de compressão e descompressão Norma Regulamentadora 15 - Guia Trabalhista sobre atividades e operações insalubres, segundo Rebello (2008, p. 103), "o limite da pressão a que o ser humano pode ficar exposto é de 3,4 atmosferas ou 3,5 kgf/cm²." Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas em tubulões cuja distância, de centro a centro, seja inferior a duas vezes o diâmetro da maior base. Esta indicação é válida seja quanto à escavação seja quanto à concretagem, sendo especialmente importante quando se tratar de fundações executadas sob ar comprimido. Esta exigência visa impedir o desmoronamento de bases abertas ou danos a concreto recém-lançado. (NBR 6122, 1996, 7.8.17.6) 5.1.3 Controle de Execução 8 Atentar-se quanto: locação do centro do tubulão, cota do fundo da base do tubulão, verticalidade da escavação, alargamento da base, posições das armaduras, dimensões do tubulão, concretagem (não misturar o solo com o concreto e evitar que se formem vazios na base alargada. 8 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 23 6 FUNDAÇÕES INDIRETAS Tipo de fundação que transmite a carga proveniente da superestrutura ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou pela combinação das duas. Além disto, nas fundações profundas, a profundidade de assentamento deve ser maior que o dobro da menor dimensão em planta do elemento de fundação, conforme imagem mostrada abaixo: Figura 16 - Fundação profunda segundo a NBR 6122/96 Fonte: CAPÍTULO 4 – FUNDAÇÕES PROFUNDAS [Arquivo PDF]. Disponível em http:// www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/04.pdf Obviamente, a fundação profunda é adotada quando a fundação direta não for aconselhada, ou seja, quando o número de golpes da sondagem (SPT) for maior ou igual a 8 estiver a profundidades superiores a 2 m. A fundação profunda transmite a carga da superestrutura através do seu corpo, usando o atrito entre ela e o solo e a resistência de sua ponta. (REBELLO, 2008, p. 69) 6.1 Brocas Fundação executada manualmente por meio de uma ferramenta denominada trado rotativo (ou broca), que quando o operário o gira, as lâminas rasgam o solo, o fazendo penetrar pelas aperturas que preenchem o cilindro e a broca se aprofunda cada vez mais, ocasionando em um furo que quando preenchido, se retira o equipamento para ser esvaziado. Posteriormente, ela é recolocada no solo e se repete o procedimento até que se atinja um solo resistente para que se preencha com concreto. É um tipo de fundação com capacidade de carga geralmente entre 4 e 5 tf, considerada baixa e só pode ser executada acima do lençol freático com comprimento até 6 metros. 24 6.1.1 Processo de Execução e Cuidados 9 Figura 17 - Fases do processo de execução de uma fundação de broca Fonte: REBELLO, 2008, p.71 Etapas do processo de execução da fundação tipo broca: 1 - inserir a broca no solo demarcado 2 - girar a broca para que a mesma seja preenchida com o solo e retirado 3 - obter um furo que atinja o solo resistente 4 - concretagem, o fundo com um uma camada de 20 cm de argamassa de cimento e areia 5 - colocar armação adicional, não estrutural que liga a superestrutura com a broca Vários cuidados devem ser tomados quanto esse tipo de fundação, como pois o há perigo de introdução de solo no concreto no processo de concretagem do furo, além do estrangulamento do fuste. Além disso não existe garantia da verticalidade e trabalha apenas à compressão. Quanto ao controle de execução, encontramos a locação do centro das estacas, profundidade de escavação e o tipo de solo retirado como amostra. 6.2 Estacas de Madeira Muito usada até meados do século passado, as estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvores, os mais retos possíveis, cravados no maciço dos solos. No Brasil, a madeira mais empregada é o eucalipto com diâmetro maior que 15 centímetros. Atualmente, é mais utilizada em obras temporárias como cimbramento de pontes, mas para obras definitivas tem se usado, por exemplo, a peroba, a aroeira, a maçaranduba, o ipê, entre outras. 9 Com referência no livro "Fundações" - Topanan Rebello, 2008, p. 70 eApostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 25 As estacas de madeira enquadram-se na categoria das estacas de deslocamento, caracterizadas por sua introdução no terreno através deprocesso que não promova a retirada de solo. A cravação das estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração, e a escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo, dimensão da estaca, características do solo, condições de vizinhança, características do projeto e peculiaridades do local. O posicionamento do tronco influencia na capacidade de carga da estaca, a resistência lateral possui estaca cravada com a parte mais grossa para cima e a resistência de ponta possui estaca cravada com a parte mais grossa para baixo, a tabela (figura x)a seguir mostra as estacadas de madeira com valores que podem ser assumidos em uma primeira aproximação de carga admissível desse tipo de fundação que varia de acordo da espécie de madeira utilizada. Figura 18 - Tabela de valores assumidos na primeira aproximação Fonte: REBELLO, 2008, p.90 A estaca de madeira possui boa durabilidade (influenciada pelo nível freático e umidade) e resistência ao choque. 6.2.1 Processo de Execução e Cuidados 10 Figura 19 - Execução de estacas de madeira Fonte: www.meiacolher.com/2015/08/tipos-de-estacas-para-fundacao-aprenda.html As estacas de madeira são cravadas por percussão: 10 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil e na Apostila Estaca Pré-Fabricada de Madeira da UFSC. 26 1 - a partir da superfície do terreno, os elementos de madeira são cravados através de um impulso de força de um peso atuando na cabeça da estaca, que pode ser estático ou mecânico 2 -as estacas recebem, na sua extremidade inferior, uma ponteira de aço para proteção da ponta da estaca e facilitar a penetração no solo e, na parte superior, aplica-se uma proteção provisória de aço (anel), para evitar que sob as pancadas na fase de cravação esta parte se rompa. Deve-se controlar a locação do centro das estacas, a profundidade de cravação e proteção da cabeça das estacas (colocação do capacete metálico); Alguns cuidados devem ser cuidados quanto a essa fundação. As estacas de madeira devem possui tratamentos com produtos oleosos, sais à base de zinco, mercúrio ou cobre. Segundo a NBR 6122, 7.8.1.1.4,as estacas de madeira devem ter seus topos (cota de arrasamento) permanentemente abaixo do nível d’água, em obras provisórias ou quando as estacas recebem tratamento de eficácia comprovada, esta exigência pode ser dispensada. 6.3 Estacas de Aço São peças esbeltas e resistentes, empregadas em situações em que o uso de concreto não é indicado. As estacas metálicas podem ser perfis laminados, perfis soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares, geralmente elas possuem 12 metros de comprimento e são emendadas com a utilização de solda. Podendo ser cravadas em quase todos os tipos de terreno, elas possuem facilidade de corte e emenda podendo atingir grande capacidade de carga, trabalham bem à flexão, e, se utilizadas em serviços provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. Seu emprego necessita com cuidados sobre a corrosão do material metálico. Figura 20 - Estacas metálicas cravadas no solo Fonte: www.meiacolher.com/2015/08/tipos-de-estacas-para-fundacao-aprenda.html Várias são suas vantagens ao serem empregadas, como a alta eficiência de cravação em solos de difícil penetração, a permissão no controle abrangente durante sua execução, facilidade no transporte e 27 menor peso em relação à outras estacas com mesma carga de serviço. Além disso, não possuem limitação de profundidade. Porém podem possuir curvaturas, causar vibrações, além de elevado custo, ser suscetível a corrosão e reduzida resistência de ponta. A tabela (figura x) a seguir mostra as cargas nominais dessas estacas em função da seção dos perfis. Figura 21 - Cargas nominais em função da seção dos perfis Fonte: REBELLO, 2008, p.92 6.3.1 Processo de Execução e Cuidados 11 As estacas metálicas podem ser cravadas com a utilização de martelos de queda livre, martelos hidráulicos, martelos a diesel, martelos pneumáticos e martelos vibratórios. A escolha de um ou outro martelo depende, principalmente, das características do solo, do comprimento da estaca e do nível de barulho e vibração. Da boa escolha do martelo resultará um melhor desempenho do processo de cravação, em particular quanto às vibrações e ao barulho que, hoje em dia em centros urbanos, acabam sendo a condicionante para a escolha do tipo de estaca e, quando cravada, do tipo de martelo. Qualquer que seja o martelo empregado, o controle da cravação é feito, tradicionalmente pela nega1, pelo repique e, em obras mais importantes, pelo ensaio de carregamento dinâmico. Cuidados: as estacas de aço devem ser retilíneas e devem resistir à corrosão pela própria natureza do aço ou por tratamento adequado.Atenção deve ser dada aos esforços de tração resultantes da cravação por percussão. Deve existir o controle completo da cravação de cada estaca, nos registros devem constar o número e a localização da estaca com suas dimensões, o nível d'água, as características do equipamento utilizado na cravação e seu diagrama, o comprimento do pedaço cortado da estaca, após o arrasamento na cota de projeto além do comprimento real da estaca, abaixo do arrasamento e nega, penetração, em centímetros, nos dez últimos golpes. 6.4 Estacas de Concreto Pré-Moldadas Podem ser de concreto armado ou protendido e concretadas em fôrmas horizontais ou verticais. São cravadas no solo através de bate estacas, além de anteriormente serem submetidas à cura 11 Com referência no artigo sobre Estacas Metálicas no site Portal Metálica, disponível em wwwo.metalica.com.br/estacas-metalicas-fundacoes 28 necessária para que possuam resistência compatível com os esforços decorrentes do transporte, manuseio, instalação e a eventuais solos agressivos. A seção transversal das estacas protendidas pode variar, sendo quadrada, redonda, estrela ou sextavada; Já as armadas, seção cheia ou vazada Possuem boa capacidade de carga e boa resistência aos esforços de flexão e cisalhamento, têm uma boa qualidade do concreto, porém por serem de concreto armado ou protendido, têm alto peso próprio limitando as seções e comprimentos em função do transporte e cortes e emendas são de difíceis execuções. 6.4.1 Processo de Execução e Cuidados 12 O processo executivo de cravação emprega como equipamentos um dos três tipos de bate-estacas: • bate-estacas por gravidade: consta, basicamente, de um peso que é levantado através de um guincho e que cai orientado por guias laterais. A freqüência das pancadas é da ordem de 10 por minuto e o peso do martelo varia entre 1,0 a 3,5 ton. • bate-estacas a vapor: o levantamento do peso é feito através da pressão de vapor obtido por uma caldeira e a queda é por gravidade. São muito mais rápidos que os de gravidade, com cerca de 40 pancadas por minuto e o peso do martelo de 4,0 ton. Como variante deste tipo, temos o chamado bate- estacas de duplo efeito, onde a pressão do vapor acelera a descida do macaco, aumentando assim o número de pancadas para cerca de 250 por minuto . • bate-estacas a explosão: o levantamento do peso é feito através da explosão de gases (tipo diesel). Observar o controle da estaca quanto: locação das estacas, profundidade de cravação, ocorrência de fissuras, verticalidade, nega, altura de queda do pilão, execução da emenda, cota de arrasamentoda cabeça da estaca e proteção da cabeça da estaca. Figura 22 - Execução de uma estaca pré-moldada de concreto em terreno Fonte: www.tecgeo.com.br/servicos/estacas-pre-moldadas-de-concreto-3 12 Com referência na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 29 6.5 Estacas de Concreto Moldadas In Loco São estacas que são produzidas no mesmo local em que serão aplicadas, executadas enchendo-se de concreto, perfurações previamente executadas no terreno, através de escavações ou cravações. 6.5.1 Strauss De acordo com a NBR 6122, a fundação tipo strauss é um "tipo de fundação profunda executada por perfuração através de balde sonda (piteira), com uso parcial ou total de revestimento recuperável e posterior concretagem.". É um tipo de fundação onde o concreto utilizado deve apresentar fck superior a 15 MPa, consumo de cimento superior a 300 kg/m3 e uma consistência plástica. 6.5.1.1 Processo de Execução e Cuidados 13 Para sua execução, são utilizados um tripé de madeira ou de aço, guincho acoplado a motor a explosão ou elétrico, uma sonda de percussão, com válvula para retirada de terra na sua extremidade inferior, soquete de aproximadamente 300 kg, tubos de aço com 2,0 a 3,0 m de comprimento, rosqueáveis entre si, guincho manual para retirada da tubulação, além de roldanas, cabos e ferramentas. O processo de execução inicia com a abertura de um furo no terreno, utilizando o soquete, até 1,0 a 2,0 m de profundidade, para colocação do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior. Em seguida, deve-se seguir os seguintes passos: 1 - aprofundar o furo com golpes sucessivos da sonda de percussão, retirando-se o solo abaixo da coroa 2 - rosquear o tubo seguinte, se necessário 3 - escavar até a profundidade determinada 4 - concretagem: lançar o concreto no tubo até se obter uma coluna de 1,0 m 5 - esmagar o material com o soquete, formando uma base alargada na ponta da estaca Para formar o fuste, o concreto é lançado na tubulação e apiloado, enquanto que as camisas metálicas são retiradas com o guincho manual. A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca. 6 - colocar as barras de aço de espera para ligação com blocos e baldrames na extremidade superior da estaca 7 - remover o concreto excedente acima da cota de arrasamento Caso ao final da perfuração exista água no fundo do furo que não possa ser retirada pela sonda, deve-se lançar um volume de concreto seco para obturar o furo, desprezando a contribuição da ponta da estaca na sua capacidade de carga. Deve existir o controle quanto à locação das estacas e profundidade de escavação, observar a verticalidade da camisa metálica e a velocidade que a mesma é retirada, cota de arrasamento da cabeça das estacas, colocação da armadura, apiloamento do concreto para garantir continuidade do fuste, 13 Com referência na NBR 6722 e Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 30 mantendo dentro da tubulação uma coluna de concreto suficiente para ocupar o espaço perfurado e eventuais vazios do subsolo. Figura 23 - execução de estaca tipo strauss Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-1.aspx 6.5.2 Franki São estacas assim nomeadas devido modo de cravação do tubo.São executadas em qualquer tipo de solo, a grandes profundidades, porque não se limitam pelo nível do lençol freático eproporcionam grande capacidade de carga, a sua capacidade mínima economicamente viável é de 45tf. 6.5.2.1 Processo de Execução e Cuidados 14 As estacas tipo Franki são executadas de maneira que se enchaas perfurações executadas no terreno com concreto, através da cravação de tubo de ponta fechada, com base alargada na perfuração. O fechamento pode ser feito no início da cravação do tubo ou no meio de sua execução. A execução deste tipo de estaca segue o seguinte procedimento: 1 -cravar no terreno um tubo de aço, cuja ponta é obturada por uma bucha de concreto seco, areia e brita, estanque e fortemente comprimida sobre as paredes do tubo. Ao apiloar na bucha, o mesmo arrasta o tubo, impedindo a entrada de solo ou água 2 -após atingir a camada desejada, o tubo é preso e a bucha expulsa por golpes de pilão e fortemente socada contra o terreno, de maneira a formar uma base alargada 3 - colocar a armadura 4 - concretagem do fuste:deve ser efetuada em camadas fortemente socadas, extraindo o tubo à medida da concretagem Deve-se observar alguns itens e acompanhar o processo executivo, a quantidade de armadura longitudinal ou transversal, deve levar em conta as condições de concretagem inerentes a este tipo de 14 Com referência na NBR 6722 e Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil. 31 estaca, pois é importante lembrar que mesmo que as solicitações a que a estaca venha a ser submetida não necessitem de armadura, usa-se uma armadura mínima por motivos de ordem construtiva Quanto ao controle de execução, levar em conta: locação do centro e armação das estacas, profundidade de cravação/escavação, verticalidade do tubo e de sua retirada da camisa, velocidade de execução, nega, cota de arrasamento da cabeça da estaca, altura de queda do pilão e o volume de concreto empregado na execução do bulbo. Figura 24 - execução de estaca tipo franki Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-1.aspx 6.5.3 Raiz Estaca escavada eperfurada. Utiliza a injeção que serve para moldar o fuste. Usa tubocom pressões baixas, inferiores a 0,5 MPa que garantem a integridade da estaca.O material escavado é eliminado porcorrente fluida que introduzida pelo tubo refluí pelo espaço entre o tubo e o terreno. É uma estaca utilizada em área com dimensão reduzida, ou de em locais de difícil acesso e até em locais onde é necessária a ausência de ruídos ou de vibrações. 6.5.3.1 Processo de Execução e Cuidados 15 Para executar a estaca raiz, é importante seguir o procedimento a seguir: 1 - posicionar a perfuratriz, conferindo a verticalidade e o ângulo de inclinação do tubo metálico em relação à estaca locada 15 Com referência na NBR 6722, na Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil e na matéria "Como Executar Estaca Raiz" disponível em http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao- construcao/163/como-executar-estaca-raiz-338063-1.aspx 32 2 -perfurar, comum equipamento injetando água com golpes de baixa pressão ao mesmo tempo em que insere o tubo metálico de modo rotativo, o tubo perfura até atingir a profundidade desejada 3 -assim que a perfuração atingir a cota de projeto, deve-se injetar golpes de água dentro da estaca, promovendo a limpeza interna do tubo 4 -colocar a armadura, geralmente em aço CA-50, utilizando espaçadores plásticos ou em argamassa espaçados conforme projeto para manter a estrutura centralizada e o cobrimento determinado em projeto 5 - concretagem:o macaco hidráulico deve ser programado para que a retirada dos tubos metálicos não aconteça de maneira muito rápida não comprometendo a distribuição uniforme da massa. Lembrando que a resistência da argamassa para esse tipo de estaca é de cerca de 20 MPa e o consumo mínimo de cimento estipulado pela NBR 6122 é de 600 kg/m³, o traço da argamassa é de 1:2, com relação água/cimento de 0,5 a 0,6. Figura 25 - execução de estaca tipo raiz Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-1.aspx 6.5.4 Barrete/Estacão São estacas escavadas com uso de lama, têm sua carga admissível, em grande parte, dependente do atrito ao longo do fuste, enquanto a resistência de ponta é mobilizada apenas depois de recalques elevados. Estacas barrete podem ter diversos formatos e podem atingir até 70 metros de profundidade, substitutas dos tubulões a ar comprimido. As tabelas mostram as capacidade nominais das estacas barrete e estacão: 33 Figura 26 - tabelas das capacidades nominais das estacas barrete/estacões Fonte: REBELLO, 2008, p.83 6.5.4.1 Processo de Execução e Cuidados 16 Seguir as seguintes etapas para o processo de execução desse tipo de estaca: 1 - colocar a guia, completando com lama o volume escavado 2 - colocar a armadura e a bomba de submersão para a troca de lama usada por nova 3 - concretagem submersa com concreto plástico 4 - aterrar a parte superior e arrancar a guia. A lama bentonítica utilizada no processo é um fluido resultado da mistura de água e bentonita que cumpre o papel de estabilização de paredes das escavações. A bentonita é uma argila que, em presença de água, forma uma película impermeável (cake) sobre uma superfície porosa, como é o caso do solo, sem se misturar ao concreto. Prestar atenção quanto ao controle de: profundidade de escavação, locação do centro da estaca, colocação da armadura, velocidade de concretagem e elevação da tremonha. Tomar cuidados, pois os métodos de escavação podem afofar solos arenosos ou pedregulhos, ou transformar rochas moles em lama, como o calcário mole ou marga, pode haver dificuldade na concretagem submersa, pois há impossibilidade de verificar e inspecionar posteriormente o concreto e depois de pronta a estaca, nunca se sabe como os materiais nela se encontram. 16 Com referência Apostila Tecnologia da Construção de Edifícios I da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Construção Civil e Fundações profundas moldadas in loco - profundidade técnica disponível em http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao- construcao/146/artigo299192-3.aspx 34 Figura 27 - execução de estaca tipo barrete Fonte: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-1.aspx 35 7 PATOLOGIA DAS FUNDAÇÕES O ato de investir em análise de patologias deve ser conduzido com a mesma seriedade com que um executivo decide ampliar sua linha de produção ou automatizar sua força de venda, ou seja, pensando no resultado (OLIVEIRA, Levantamento de causas de patologias,2013). As patologias em uma construção são coisas muito comuns, rachaduras, fungos, etc., porém existem aquelas que podem gerar a destruição do seu projeto, problema que pode ser gerado pela mão de obra não qualificada ou pela falta de atenção durante a execução da construção. Para evitá-las em partes importantes como as fundações existem etapas importantes à serem seguidas : estudo de sondagem, escolha da fundação ideal ao terreno e à edificação, especificar a impermeabilização à ser utilizada. 7.1 Solo O solo no qual será submetido o esforço, deve ser estudado de forma cuidadosa, observar a presença de matações, a influência da vegetação local, projeto estar bem informativo para execução, utilizar a sondagem várias vezes se for preciso. Sondagem é um tipo de investigação feita para saber que tipo de solo existe em um terreno, a sua resistência, a espessura das camadas, a fundura do nível de água e até mesmo a fundura onde está a rocha...Para que possam atender aos objetivos dos construtores e projetistas.(SILVA,COSTA, Manual do soldador, 2013) Figura 28 - Sondagem Fonte: www.solitecfundacoes.com.br/wp-content/uploads/2013/12/equip_300.jpg Quando mal estudado ou analisado de forma fraudulenta, o solo pode fazer com que seu edifício sofra com diversos problemas como o aterro ser assimétrico, falta de travamento em duas direções, e dependendo da fundação utilizada pode atrapalhar o processo de passagem de carga. 36 7.2 Fundações Após um estudo de sondagem bem aplicada, você deve analisar o tipo de fundação no qual será utilizado em seu projeto, e sua escolha deve ser bem criteriosa, pois a fundação irá suportar todo o projeto e terá influencia em seu entorno, não somente em seu terreno. Quando a fundação é mal escolhida ou mal executada, pode gerar problemas como recalque, armaduras densas, erros de locação, vibração. Figura 29 - Erro de projeto em São Mateus, zona leste. Fonte: http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000625967/predio-em-construcao-desaba-e-deixa- vitimas-em-sp.html A imagem acima mostra a importância do estudo prévio à execução, nesse caso no estado de São Paulo, a prefeitura informou que a obra estava irregular. Os arquitetos devem conhecer os conceitos básicos de Mecânica dos Solos e o comportamento das fundações para discutir seus projetos e zelar pelo bom desempenho das edificações por eles projetadas.(GONÇALVES, Mecânica dos solos e fundações PEF522, 2014). Os blocos de concreto e o alicerce, não só o bloco de fundação, mas tudo aquilo que envolve o concreto em si, sofre com o ataque de sulfato, que pode ser causado pela umidade do local, pela presença da porosidade do concreto e pelo nível de uso ou presença da água no solo e no concreto, que gera a perda de massa e sua resistência. Como no caso do edifício Érika, situado em Olinda, não houve um estudo em relação ao solo local, que havia a presença do sulfato na água do subsolo, resultando na próxima imagem:: 37 Figura 30 – Edifício Érika após o desabamento. Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/06/em-olinda-edificios-interditados-sao-habitados-apesar- dos-riscos.html 7.3 Recalque Todos os tipos de solo, quando submetido a uma carga, sofrem recalques, inevitavelmente, em maior ou menor grau, dependendo das propriedades de cada solo e da intensidade do carregamento. Os recalques geralmente tendem a cessar ou estabilizar após um certo período de tempo, mais ou menos prolongado e que depende das peculiaridades geotécnicas dos solos. Por exemplo, recalques em solos arenosos, podem se estabilizar em poucas horas ou dias, já o recalque em solos argilosos moles tendem a cessar ou estabilizar somente após algumas décadas. (VINCENTINI,YOSHIDA,LUCIANO,EMMANUEL, Recalque e exemplos de cálculos,2012) O recalque é uma das maiores causadoras das patologias, que ocorre quando há alguma interação deficiente entre o solo e a estrutura durante a transmissão de esforços, que ira gerar trincas e rachaduras, e,ou, há alguma deformação no solo (recalque diferencial), que pode levar a edificação à sua destruição. Um exemplo muito famoso de recalque é a Torre de Pisa, que desde 1999 são feitos obras para restauração. 38 Figura 31 – Corte estrutural da Torre de Pisa afetada pelo recalqueFonte: http://images.arq.com.mx/eyecatcher/590590/12291-5.gif 39 8 BIBLIOGRAFIA NBR 6118 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento. NBR 6120 - Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações. NBR 6122 - Projeto e Execução de Fundações. NBR 6489 - Prova de Carga Direta Sobre Terreno de Fundação. NBR 7190 - Projeto de Estruturas de Madeira. NBR 8036 - Programação de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundações de Edifícios. NBR 8800 - Projeto de Estruturas de Aço e Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios. NBR 9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado. REBELLO, Yopanan C. P.. Fundações: Guia Prático de projeto, execução e dimensionamento. 4 ed. São Paulo: Zigurate, 2008. 240 p. VELLOSO, Dirceu A.; LOPES, Francisco R.. 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