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Apostila de Fundações

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ENGENHARIA CIVIL 
 
APOSTILA DE FUNDAÇÕES – UNIDADE 1 
TIPOS DE FUNDAÇÕES 
PROF.ª. DANIELA TAMWING 
ENGENHEIRA CIVIL 
RIO BRANCO, ACRE 
 
Esta apostila é compilação de diversos materiais, tais como, livros, 
revistas técnicas, artigos, sites e catálogos indicados nas referências. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
1 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
SUMÁRIO 
 
1.0 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 2 
1.1 NBR 6122/2019 .................................................................................................................... 3 
2.0 TIPOS DE FUNDAÇÕES ....................................................................................................... 4 
3.0 FUNDAÇÕES RASAS ........................................................................................................... 7 
3.1 BLOCOS E ALICERCES ....................................................................................................... 7 
3.2 SAPATAS ............................................................................................................................. 11 
3.3 RADIER ................................................................................................................................ 16 
4.0 FUNDAÇÕES PROFUNDAS .............................................................................................. 18 
4.1 TUBULÕES ............................................................................................................................ 18 
4.2 ESTACAS CRAVADAS ...................................................................................................... 23 
4.2.1 Estaca de madeira ...................................................................................................... 23 
4.2.2 Estaca pré-moldadas de concreto ........................................................................ 25 
4.2.3 Estaca metálica ........................................................................................................... 28 
4.3 ESTACA FRANKI ................................................................................................................ 29 
4.4 ESTACA STRAUSS .............................................................................................................. 32 
4.5 ESTACA RAIZ ...................................................................................................................... 35 
4.6 ESTACA MEGA .................................................................................................................. 37 
4.7 BROCA ................................................................................................................................ 38 
4.8 ESTACA ESCAVADA ........................................................................................................ 40 
4.9 HÉLICE CONTÍNUA ........................................................................................................... 43 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
2 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
1.0 INTRODUÇÃO 
 
Fundações são os elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da 
estrutura ao terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações 
devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos 
esforços solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e rigidez 
apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas 
ou diferenciais. (BARROS, 2003) 
A função da fundação é suportar com segurança as cargas provenientes do 
edifício. Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de 
fundação as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação. 
Confrontando essas informações com as características do solo onde será 
edificado, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses elementos 
e compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro elabora-
se o projeto estrutural e depois o projeto de fundação. (ABCP, 2019) 
Quando o projeto estrutural é elaborado em separado do projeto de fundação, 
considera-se, durante o dimensionamento das estruturas, que a fundação terá 
um comportamento rígido, indeslocável. Na realidade, tais apoios são 
deslocáveis e esse fator tem uma grande contribuição para uma redistribuição 
de esforços nos elementos da estrutura. Essa redistribuição ou nova 
configuração de esforços nos elementos estruturais, em especial nos pilares, 
provoca uma transferência das cargas dos pilares mais carregados para os 
pilares menos carregados. (ABCP, 2019) 
Geralmente, os pilares centrais são os mais carregados que os da periferia. Ao 
considerarmos a interação solo-estrutura no dimensionamento da fundação, os 
pilares que estão mais próximos do centro terão uma carga menor do que a 
calculada, havendo uma redistribuição das tensões. (ABCP, 2019) 
Dessa forma, é possível estimar os efeitos da redistribuição dos esforços na 
estrutura do edifício, bem como a intensidade e a forma dos recalques 
diferenciais. Consequentemente, teremos um projeto otimizado, podendo-se 
obter uma economia que pode chegar até 50% no custo de uma fundação. 
Torna-se clara a importância da união entre o projeto estrutural e o projeto de 
fundação em um único grande projeto, uma vez que os dois estão totalmente 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
3 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
interligados e mudanças em um provocam reações imediatas no outro. (BRITO, 
1987) 
Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços 
atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos 
estruturais que formam as fundações. Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar 
os vários tipos de fundação, em ordem crescente de complexidade e custos 
(WOLLE, 1993). 
Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do 
edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 
10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso. O custo da 
fundação aumenta também em casos em que as características de resistência 
do solo são incompatíveis com os esforços que serão a ele transferido, pois 
nestas situações, elementos de fundação mais complexos são exigidos, 
podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e 
compactação. Tudo isto levando a custos, muitas vezes, não previstos 
inicialmente. (BRITO, 1987) 
1.1 NBR 6122/2019 
 
A NBR 6122 – Projeto e execução de fundações, é uma das Normas mais 
importantes para a construção civil, e que deve estar sempre debaixo do braço 
de todo profissional. 
A NBR 6122 teve uma atualização bastante recente, ano de 2019, visando 
estabelecer critérios de projeto e de procedimentos de execução para 
dezessete tipos diferentes de fundações, além de definir também critérios para 
uma correta avaliação de seu desempenho. Com esta revisão a Norma substitui 
sua versão de 2010, que por si só já poderia ser considerada uma versão 
recente, ou seja, só aí já se é possível ver a importância desta NBR 6122 em 
específico. 
No próprio “Objetivo” da NBR 6122 ela já define a si mesma como: 
“Esta Norma fixa as condições básicas a serem observadas no projeto e 
execução de fundações de edifícios, pontes e demais estruturas.” 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
4 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Ao todo a Norma possui 330 páginas, e é dividida em 9 tópicos, sendo eles: 
Objetivo - Já citado acima 
Documentos complementares - Todas as demais Normas necessárias para a 
realização e execução de um projeto de fundações 
Definições - Definição de todos os sistemas de fundações existentes e demais 
nomenclaturas utilizadas no escopo da Norma 
Investigações geotécnicas, geológicas e observações locais - Descrição 
detalhada das etapas do processo de análise do local da obra 
Cargas e segurançanas fundações - Coeficientes e tabelas para o auxílio 
correto dos cálculos por trás das fundações 
Fundações superficiais - Dimensionamento, informações e execução de 
fundações superficiais 
Fundações profundas - Dimensionamento, informações e execução de 
fundações profundas 
Escavações - Informações e diretrizes a serem tomadas com relação a 
escavações de terrenos 
Generalidades - Demais informações sobre a Norma 
2.0 TIPOS DE FUNDAÇÕES 
 
As fundações podem ser classificadas de acordo com a sua profundidade: 
▪ Fundações superficiais (“diretas” e rasas) 
▪ Fundações profundas (diretas ou indiretas) 
As fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a forma de 
transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela se apoia. 
Fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de 
solos capazes de suportá-las, sem deformar-se exageradamente. Esta 
transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação, 
considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
5 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
desprezada qualquer outra forma de transferência das cargas. As fundações 
diretas podem ser subdivididas em rasas e profundas. 
A fundação rasa se caracteriza quando a camada de suporte está próxima a 
superfície do solo (profundidade até 2,0 m), ou quando a cota de apoio é 
inferior à largura do elemento da fundação. A fundação é considerada 
profunda se suas dimensões ultrapassam todos os limites acima mencionados. 
(BARROS, 2003) 
Fundações indiretas são aquelas que transferem as cargas por efeito de atrito 
lateral do elemento do solo e por efeito de ponta. Estas, são sempre profundas, 
tem função da forma de transmissão de carga para o solo (atrito lateral) que 
exige grandes dimensões dos elementos de fundação. (BARROS, 2003) 
Abaixo, apresenta-se o quadro 1 com os principais tipos de fundações. 
Figura 1- Tipos de fundações 
 
Fonte: BARROS, 2003. 
A fundação direta é caracterizada pelo fato de a distribuição de carga do pilar 
para o solo ocorrer pela base do elemento de fundação, sendo que, a carga 
aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é transformada em carga 
distribuída, num valor tal, que o solo seja capaz de suportá-la. Outra 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
6 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
característica da fundação direta é a necessidade da abertura da cava de 
fundação para a construção do elemento de fundação no fundo da cava. 
Figura 2 - Fundação rasa 
 
Fonte: Barros, 2011 
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a sua 
base, apresenta pouca capacidade de suporte pela base, porém grande 
capacidade de carga devido ao atrito lateral do corpo do elemento de 
fundação com o solo. A fundação profunda, normalmente, dispensa abertura 
da cava de fundação, constituindo-se, por exemplo, em um elemento cravado 
por meio de bate-estaca, conforme mostra figura abaixo. 
Figura 3 - Fundação profunda 
 
Fonte: Barros, 2011 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
7 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
A NBR 6122 – Projeto e execução de fundações, conforme atualização de 2019, 
define fundação profunda e rasa de acordo recorte apresentado abaixo. 
Figura 4 - Recorte da NBR 6122/2019 
 
3.0 FUNDAÇÕES RASAS 
 
Conforme apresentado anteriormente a fundação superficial pode ser definida 
como elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas 
tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de 
assentamento em relação ao terreno adjacente da fundação é inferior a duas 
vezes a menor dimensão da fundação. A seguir apresenta-se as principais 
características dessas fundações. 
3.1 BLOCOS E ALICERCES 
 
Este tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas 
como por exemplo, um sobrado. Os blocos são elementos estruturais de grande 
rigidez, ligados por vigas denominados “baldrames”. Os eventuais esforços de 
tração são absorvidos pelo próprio material do bloco. Podem ser de concreto 
simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns (Figura 5) ou mesmo de 
pedra de mão (argamassada ou não). Geralmente, usa-se blocos quando a 
profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de 
profundidade. Suportam predominantemente esforços de compressão simples 
provenientes das cargas dos pilares. (BRITO,1987). 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
8 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 5 - Blocos e Alicerces 
 
 
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato de a distribuição de carga 
para o terreno ser aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar existirá 
um bloco de fundação distribuindo a carga do pilar para o solo. Os blocos 
podem ser construídos de pedras, tijolos maciços, concreto simples ou de 
concreto armado. Quando um bloco é construído de concreto armado ele 
recebe o nome de sapata de fundação. (Barros, 2011) 
Figura 6 - Projeto de bloco 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
9 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são utilizados na 
construção de pequenas residências e suportam as cargas provenientes das 
paredes resistentes, podendo ser de concreto, alvenaria ou de pedra. (Barros, 
2003). 
O alicerce é um tipo fundação para o caso de terrenos firmes e cargas 
pequenas, pode-se utilizar este tipo de fundação rasa e bem econômica que, 
nada mais é do que viga, calculada como viga sobre base elástica e construída 
em uma cava com muito pouco profundidade, destinada a suportar a carga 
de todas as paredes de uma construção, transferindo-a ao solo. (Barros, 2011). 
O processo de execução de um alicerce consiste em (Barros, 2003): 
1. Escavação: executar a abertura da vala; 
Figura 7 - Valas para alicerces 
 
2. Promover a compactação da camada do solo resistente, apiloando o fundo; 
3. Colocação de um lastro de concreto magro (90 kgf/cm2 ) de 5 a 10 cm de 
espessura; 
4. Execução do embasamento, que pode ser de concreto, alvenaria ou pedra; 
5. Construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços 
não previstos, suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e 
combater esforços horizontais. A cinta de amarração pode ser de concreto 
armado, mas muitas vezes, utiliza-se a própria alvenaria como fôrma lateral; 
6. Camada impermeabilizante: sua função é evitar a subida da umidade por 
capilaridade para a alvenaria de elevação; sua execução deve evitar 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
10 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
descontinuidades que poderão comprometer seu funcionamento. São diversos 
os sistemas de impermeabilização empregados, sendo hoje muito comum o 
emprego de argamassas poliméricas ou mesmo emulsões asfálticas ou acrílicas. 
A impermeabilização deverá se estender pelo menos 10 cm para baixo do topo 
da alvenaria de embasamento. 
Figura 8 - Impermeabilização de viga baldrame 
 
Deve-se, ainda, observar com cuidado: 
- Se há ocorrência de formigueiros e raízes de árvore no momento da 
escavação da vala; 
– Compatibilização da carga da parede x largura do alicerce, observando: 
eventual distinção da largura dos alicerces para as diferentes paredes, e o uso 
adicional de brocas em pontos isolados, como reforço de fundação; 
– Se o terreno está em declive, deve-se fazer o alicerce em escada (Figura 3.3). 
Figura 9 - Execução de alicerce em declive 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
11 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
3.2 SAPATAS 
 
Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham à compressão simples, mas 
também a flexão, devendo, neste caso, serem executadas incluindo material 
resistente a tração. (Barros, 2003) 
• Sapata Isolada 
A sapata é definida na NBR 6122/2019 (item 3.38) como o “elemento de 
fundação rasa, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensõesde tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura 
especialmente disposta para esse fim.” Na NBR 6118 (item 22.6.1), sapata é 
definida como as “estruturas de volume usadas para transmitir ao terreno as 
cargas de fundação, no caso de fundação direta.” 
Na superfície correspondente à base da sapata atua a máxima tensão de 
tração, que supera a resistência do concreto à tração, de modo que se torna 
necessário dispor uma armadura resistente, geralmente na forma de malha4 
(Figura x). É recomendado e comum escolher a altura da sapata grande o 
suficiente para evitar a armadura transversal (vertical) resistente às forças 
cortantes, que também atuam na sapata, pois os estribos teriam alturas 
variáveis. 
Figura 10 - Sapata de fundação com armadura principal 
 
A sapata isolada é um elemento de concreto de forma piramidal (retangular) 
nos pontos que recebem as cargas dos pilares. Na realidade, as formas que a 
sapata isolada pode ter em planta são muito variadas, mas a retangular é a 
mais comum. Como ficam isoladas, essas sapatas são interligadas pelo 
baldrame. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
12 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Trata-se de um dos tipos de fundações superficiais mais simples e comuns na 
construção civil. Mesmo assim, é indicada para a composição de fundações 
assentadas em terrenos firmes. 
Figura 11 - Sapata 
 
Para construção de uma sapata isolada, são executadas as seguintes etapas 
(Barros, 2003): 
1. fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto 
“magro”; 
2. posicionamento das fôrmas, de acordo com a marcação executada no 
gabarito de locação; 
3. preparo da superfície de apoio; 
4. colocação da armadura; 
5. posicionamento do pilar em relação à caixa com as armações; 
6. colocação das guias de arame, para acompanhamento da declividade das 
superfícies do concreto; 
7. concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente, porém para o 
concreto inclinado deverá ser feita uma vibração manual, isto é, sem o uso do 
vibrador. 
Obs.: a etapa 3 compreende a limpeza do fundo da vala de materiais soltos, 
lama, o apiloamento com soquete ou sapo mecânico e a execução do 
concreto “magro”, que é um lastro de concreto com pouco cimento, com 
função de regularizar a superfície de apoio e não permitir a saída da água do 
concreto da sapata, além de isolar a armadura do solo. A vala deve ser 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
13 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
executada com pelo menos 10 cm de folga a mais da largura da sapata para 
permitir o trabalho dos operários dentro dela. 
• Sapata Corrida 
São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes 
transmitem a carga por metro linear (BRITO,1987). Para edificações cujas cargas 
não sejam muito grandes, como residências, pode-se utilizar alvenaria de tijolos 
(neste caso, confunde-se com o alicerce, anteriormente abordado). Caso 
contrário, ou ainda para profundidades maiores do que 1,0 m, torna-se mais 
adequado e econômico o uso do concreto armado (Figura 12). 
Figura 12 - Sapata Corrida 
 
Esse tipo de sapata é comum em construções de pequeno porte. Como 
exemplo, podem ser citadas casas e edificações de baixa altura, galpões, 
muros de divisa e de arrimo, paredes de reservatórios e piscinas, entre outros. 
Figura 13 - Sapata Corrida 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
14 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Geralmente não há necessidade de usar máquinas especiais para a 
escavação. Assim como a anterior, é também indicada para a composição de 
fundações assentadas em terrenos firmes. 
Figura 14 - Execução de sapata corrida 
 
• Sapata Associada 
A sapata associada é também chamada de sapata combinada. É aquela 
comum a mais de um pilar. Ou seja, ela transmite ações de dois ou mais pilares, 
sendo utilizada como alternativa quando a distância entre duas ou mais 
sapatas é pequena. 
Um projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de sapatas 
isoladas. No caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que 
as sapatas isoladas se superponham, deve-se executar uma sapata associada. 
A viga que une os dois pilares denomina-se viga de rigidez (Figura 3.6), e tem a 
função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante (BRITO,1987). 
Figura 15 - Sapata Associada 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
15 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
• Sapata Alavancada 
No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja 
possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro 
do pilar, cria-se uma viga alavancada ligada entre duas sapatas, de modo que 
um pilar absorva o momento resultante da excentricidade da posição do outro 
pilar. 
Basicamente, é o tipo de fundação utilizado quando a base da sapata não 
coincide com o centro de gravidade do pilar por estar próximo a alguma divisa 
ou outro obstáculo. Desse modo, é criada uma viga entre duas sapatas de 
maneira a suportar o momento fletor gerado pela excentricidade. 
Figura 16 - Sapata Alavancada 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
16 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
3.3 RADIER 
 
A utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua 
área em relação à da edificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais 
vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação denominado 
radier. 
Este é executado em concreto armado, uma vez que, além de esforços de 
compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares 
diferencialmente carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol freático 
(necessidade de armadura negativa). 
Figura 17 - Etapas de execução de Radier 
 
O fato do radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o que 
muitas vezes evita grandes recalques diferenciais (BRITO,1987). Uma outra 
vantagem é que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os 
serviços posteriores; porém, em contrapartida, impõe a execução precoce de 
todos os serviços enterrados na área do radier (instalações sanitárias, etc.). 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
17 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 18 - Execução de Radier 
 
No radier com concreto armado a estrutura é composta por telas ou malhas de 
aço cobertas com concreto. Esta é a técnica é a mais utiliza e muito comum 
em construções pequenas. 
 
 
Temos também o radier com concreto protendido que é muito utilizado em 
áreas grandes, como salões de festas e estacionamentos. Esta técnica utiliza 
uma tela com cabos de aço coberta com concreto. Depois aplicado o 
concreto e antes da secagem completa (cura), os cabos de aço são esticados 
(tensionados) com um macaco hidráulico. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
18 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
– Locação dos eixos dos pilares; 
– Cota do fundo da escavação; 
– Nivelamento do fundo da escavação; 
– Colocação dos componentes das instalações e passagens, enterrados. 
4.0 FUNDAÇÕES PROFUNDAS 
 
Como descrito anteriormente, são fundações caracterizadas pelo 
comprimento preponderante em relação à seção transversal. São fundações 
cuja resistência é composta de duas parcelas. A primeira é baseada na 
superfície de sua extremidade que distribui o peso atuante, sobre ela, no solo 
(ponta). A segunda parcela é gerada pela força de atrito entre a sua superfície 
lateral da estaca e o solo. Podem ser cravadas ou escavadas no solo. 
4.1 TUBULÕES 
 
De acordo a NBR 6122/2019, tubulão é definido como elemento de fundação 
profunda em que, pelo menos na etapa final da escavação do terreno, faz-se 
necessário o trabalho manual em profundidade para executar o alargamento 
de base ou pelo menos para a limpeza do fundo da escavação, uma vez que 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL19 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
neste tipo de fundação as cargas são resistidas preponderantemente pela 
ponta. 
Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao solo 
resistente por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma 
base alargada tronco-cônica a uma profundidade igual ou maior do que três 
vezes o seu diâmetro (BRITO,1987). De acordo com o método de sua 
escavação, os tubulões se classificam em: 
• Tubulões a céu aberto 
Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos 
coesivos, de modo que não haja desmoronamento durante a escavação, e 
acima do nível d’água (Figura 3.9). Quando há tendência de 
desmoronamento, reveste-se o furo com alvenaria de tijolo, tubo de concreto 
ou tubo de aço. O fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e 
posteriormente enche-se de concreto (BRITO,1987). 
Figura 19 - Tubulão a céu aberto 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
20 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
 
O processo de execução da fundação deve seguir as seguintes etapas: 
1. A partir do gabarito, faz-se a marcação do eixo da peça utilizando um 
piquete de madeira. Depois, com um arame e um prego, marca-se no terreno 
a circunferência que delimita o tubulão, cujo diâmetro mínimo é de 70cm. 
2. Inicia-se a escavação do poço até a cota especificada em projeto. No caso 
de escavação manual usa-se vanga, balde e um sarrilho para a retirada de 
terra. Nas obras com perfuração mecânica o aparelho rotativo acoplado a um 
caminhão retira a terra. Na fase de escavação pode ocorrer a presença de 
água. Nestas casos, a execução da perfuração manual se fará com um 
bombeamento simultâneo da água acumulada no poço. Poderá ocorrer, 
ainda, que alguma camada do solo não resista à perfuração e desmorone (no 
caso de solos arenosos). Então, será necessário o encamisamento da peça ao 
longo dessas camadas. Isto poderá ser feito através de tubos de concreto com 
o diâmetro interno igual ao diâmetro do fuste do tubulão. 
3. Faz-se o alargamento da base de acordo com as dimensões do projeto. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE – ENGENHARIA CIVIL 
 
 
21 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
4. Verificação das dimensões do poço, como: profundidade, alargamento da 
base, e ainda o tipo de solo na base. Certifica-se, também, se os poços estão 
limpos. 
5. Colocação da armadura. 
6. A concretagem é feita lançando-se o concreto da superfície (diretamente 
do caminhão betoneira, em caso de utilização do concreto usinado) através 
de um funil (tremonha), com o comprimento da ordem de 5 vezes seu diâmetro, 
de modo a evitar que o concreto bata nas paredes do tubulão e se misture com 
a terra, prejudicando a concretagem (ALONSO,1979). O concreto se espalhará 
pela base pelo próprio impacto de sua descarga, porém, durante a 
concretagem, é conveniente sua interrupção de vez em quando e descer para 
espalhá-lo, de modo a evitar que fiquem vazios na massa de concreto. 
• Tubulões com ar comprimido 
Este tipo de fundação é utilizado quando existe água, exige-se grandes 
profundidades e existe o perigo de desmoronamento das paredes. Neste caso, 
a injeção de ar comprimido nos tubulões impede a entrada de água, pois a 
pressão interna é maior que a pressão da água, sendo a pressão empregada 
no máximo de 3 atm, limitando a profundidade em 30m abaixo do nível d’água 
(Figura 3.10). Isso permite que seja executados normalmente os trabalhos de 
escavação, alargamento do fuste e concretagem. 
O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um 
compressor. Durante a compressão, o sangue dos homens absorve mais gases 
do que na pressão normal. Se a descompressão for feita muito rapidamente, o 
gás absorvido em excesso no sangue pode formar bolhas, que por sua vez 
podem provocar dores e até morte por embolia. Para evitar esse problema, 
antes de passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo 
de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de 
emergência (BRITO,1987). 
Estes tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso 
de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem da 
base é feita sob ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa 
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22 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
é de aço, a cravação é feita a céu aberto com auxílio de um bate estacas e a 
abertura e concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido. 
Figura 20 - Tubulão de ar comprimido 
 
 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
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23 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
– locação do centro do tubulão; 
– cota do fundo da base do tubulão; 
– verticalidade da escavação; – alargamento da base; 
– posicionamento da armadura, quando houver, e da armadura de ligação; – 
dimensões (diâmetro) do tubulão; 
– concretagem (não misturar o solo com o concreto e evitar que se formem 
vazios na base alargada; 
 – tubulão a ar comprimido: pressão do ar no interior do tubulão, risco de 
acidentes. 
4.2 ESTACAS CRAVADAS 
 
São constituídas de peças estruturais do tipo barra que, através de um sistema 
de percussão, são cravados no solo até que haja a “nega” da peça, ou seja: 
que esta não apresente mais penetração no solo ou que apresente penetração 
irrelevante. 
Esses elementos podem ser constituídos de madeira, aço ou mesmo concreto. 
A seguir apresenta-se algumas vantagens e desvantagens: 
 
4.2.1 Estaca de madeira 
 
São troncos de árvores cravados com bate-estacas de pequenas dimensões e 
martelos leves. Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram 
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24 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
empregadas quando a camada de apoio às fundações se encontrava em 
profundidades grandes. 
Figura 21 - Estaca de madeira 
 
 
Para sua utilização, é necessário que fiquem totalmente abaixo d’água. 
Utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, 
principalmente em pontes e obras marítimas. Os tipos mais usados são 
eucalipto, aroeira, ipê e guarantã. (Barros, 2003) 
Em locais onde é fácil ter acesso à madeira de lei o custo deste tipo de estaca 
torna-se inferior às demais. Em muitas regiões do Brasil este tipo de fundação 
ainda é uma opção barata. Além do preço, as estacas de madeira são leves e 
fáceis de transportar. Isso é uma grande vantagem para facilitar a execução 
da fundação. (DALDEGAN, 2017) 
Outra vantagem é a facilidade em fazer emendas neste tipo de estaca, 
proporcionando o alcance de uma boa profundidade sem comprometer o 
funcionamento estrutural da mesma. (DALDEGAN, 2017) 
Este tipo de estaca também possui um grande período de vida útil quando 
trabalham submersas. Em fundações antigas, na condição especificada, as 
estacas se apresentam quase que intactas após muitos anos de utilização. 
(DALDEGAN, 2017) 
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25 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
No entanto, este tipo de fundação também possui desvantagens, que podem 
até inviabilizar seu uso. A primeira desvantagem é que as estacas de madeira 
não devem ser utilizadas em ambientes com variação do nível do lençol 
freático. Ou seja, elas só devem ser utilizadas em ambientes submersos. Esta 
variação do nível de água favorece o apodrecimento da madeira com o 
surgimento de fungos aeróbicos. (DALDEGAN, 2017) 
É possível criar uma proteção na superfície da madeira contra o ataque de 
fungos, o que possibilita seu uso em ambientes onde ela não está submersa, mas 
isso pode inviabilizar seu uso. (DALDEGAN, 2017) 
Outra desvantagem é que este tipo de estaca é mais frágil durante o processo 
de cravação. Caso o executor não tenha a experiência e o cuidado necessário 
é possível estragar a cabeça da estaca durante a cravação. (DALDEGAN, 2017) 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
–locação do centro das estacas; 
– profundidade de cravação; 
– proteção da cabeça das estacas (colocação do capacete metálico); 
4.2.2 Estaca pré-moldadas de concreto 
 
Estas estacas podem ser de concreto armado ou protendido e, como 
decorrência do problema de transporte e equipamento, têm limitações de 
equipamentos, sendo fabricadas em segmentos, o que leva em geral à 
necessidade de grandes estoques e requerem armaduras especiais para 
içamento e transporte. Costumam ser fabricadas em firmas especializadas, com 
suas responsabilidades bem definidas, ou no próprio canteiro, sempre num 
processo sob controle rigoroso. (Barros, 2003) 
Na sua confecção, o concreto pode ser vibrado, centrifugado, ou ainda pode-
se usar o processo de extrusão. Em relação à armadura pode ser de concreto 
armado ou de concreto protendido. Já a cravação da estaca pré-
moldada pode ser feita por vibração, percussão e prensagem, dependendo do 
tipo e tamanho da estaca, tipo e resistência do solo, edificações vizinhas à 
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26 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
construção, projeto de fundação, características próprias de cada obra e seu 
custo, de acordo com a NBR 6122:2019. 
Figura 22 - Estaca pré-moldada de concreto 
 
Apesar de ser uma estaca de fácil execução, nem sempre é possível utilizá-la, 
em função das edificações presentes nas redondezas, isso porque a vibração 
que ocorre no solo quando é feita a cravação com o bate-estaca pode 
alcançar as construções próximas e ocasionar danos, como trincas e fissuras. 
Além do controle de qualidade, as estacas pré-moldadas de concreto são 
excelentes opções para execução de fundação em solos com lençol freático 
próximo ao nível do solo e colaboram com uma obra mais limpa, uma vez que 
não há escavação, eliminando custos de bota fora e limpeza da obra. 
O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem, 
levando a duas situações: a necessidade de emendas ou de corte. No caso de 
emendas, geralmente constitui-se num ponto crítico, dependendo do tipo de 
emenda: luvas de simples encaixe, luvas soldadas, ou emenda com cola epóxi 
através de cinta metálica e pinos para encaixe, este último tipo mais eficiente 
(Figura 3.11). 
Quando o comprimento torna-se muito grande, há um limite para o qual não 
há comprometimento da linearidade da estaca, o que exige certo controle. Por 
outro lado, quando há sobra, o corte ou arrasamento deve ser feito de maneira 
adequada no sentido de evitar danos à estaca. 
Apresenta-se em várias seções (versatilidade): quadradas, circulares, circulares 
centrifugadas (SCAC), duplo “T”, etc. As vazadas podem permitir inspeção após 
a cravação. O processo de cravação mais utilizado é o de cravação dinâmica, 
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27 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
onde o bate-estacas utilizado é o de gravidade. Este tipo de cravação promove 
um elevado nível de vibração, que pode causar problemas a edificações 
próximas do local. O processo prossegue até que a estaca que esteja sendo 
cravada penetre no terreno, sob a ação de um certo número de golpes, um 
comprimento pré-fixado em projeto:a “nega”, uma medida dinâmica e indireta 
da capacidade de carga da estaca. Em campo,“tira-se” a “nega” da estaca 
através da média de comprimentos cravados nos últimos 10 golpes do martelo. 
O objetivo de verificação da nega para as diferentes estacas é a unifomidade 
de comportamento das mesmas (LICHTENSTEIN,N.B.;GLAZER,N., s.d.). 
Figura 23 - Nega 
 
Deve-se ter cuidado com a altura de queda do martelo: a altura ideal está entre 
1,5 a 2,0 m, para não causar danos à cabeça da estaca e fissuração da mesma, 
não esquecendo de usar também o coxim de madeira e o capacete metálico 
para proteger a cabeça da estaca contra o impacto do martelo, mesmo assim, 
estas estacas apresentam índice de quebra às vezes alto. Se a altura for inferior 
à ideal, poderá dar uma “falsa nega”. 
Estas estacas não resistem a esforços de tração e de flexão e não atravessam 
camadas resistentes. Outra vantagem destas estacas é que podem ser 
cravadas abaixo do nível d’água. Sua aplicação de rotina é em obras de 
pequeno a médio porte. 
O processo executivo de cravação emprega como equipamentos um dos três 
tipos de bate-estacas: 
– bate-estacas por gravidade: consta, basicamente, de um peso que é 
levantado através de um guincho e que cai orientado por guias laterais. A 
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28 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
freqüência das pancadas é da ordem de 10 por minuto e o peso do martelo 
varia entre 1,0 a 3,5 ton. 
 – bate-estacas a vapor: o levantamento do peso é feito através da pressão de 
vapor obtido por uma caldeira e a queda é por gravidade. São muito mais 
rápidos que os de gravidade, com cerca de 40 pancadas por minuto e o peso 
do martelo de 4,0 ton. Como variante deste tipo, temos o chamado bate-
estacas de duplo efeito, onde a pressão do vapor acelera a descida do 
macaco, aumentando assim o número de pancadas para cerca de 250 por 
minuto . 
– bate-estacas a explosão: o levantamento do peso é feito através da explosão 
de gases (tipo diesel). Este tipo de bate-estacas está hoje sofrendo grande 
evolução (BRITO,1987). 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
 – locação das estacas; 
– profundidade de cravação; 
– ocorrência de fissuras; 
– verticalidade; 
– nega 
– altura de queda do pilão; 
– execução da emenda; 
– cota de arrasamento da cabeça da estaca; 
– proteção da cabeça da estaca. 
4.2.3 Estaca metálica 
 
As estacas metálicas podem ser perfis laminados, perfis soldados, trilhos 
soldados ou estacas tubulares. Podem ser cravadas em quase todos os tipos de 
terreno: possuem facilidade de corte e emenda; podem atingir grande 
capacidade de carga; trabalham bem à flexão e se utilizadas em serviços 
provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. (Barros, 2003) 
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29 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 24 - Estaca Metálica 
 
Seu emprego necessita com cuidados sobre a corrosão do material metálico. 
Sua maior desvantagem é o custo maior em relação as estacas pré-moldas de 
concreto, Strauss e Franki 
Produzidas industrialmente, são constituídas por peças de aço laminado ou 
soldado tais como perfis de seção I e H, chapas dobradas de seção circular 
(tubos), quadrada e retangular, bem como os trilhos, estes geralmente 
reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando perdem sua 
utilização por desgaste. Tanto os perfis quanto os trilhos podem ser empregados 
como estacas em sua forma simples ou como composição paralela de vários 
elementos. 
Embora seja relativamente elevado o custo das estacas metálicas comparado 
com de outros tipos de estaca, em várias situações a utilização das mesmas se 
torna economicamente viável, pois podem atender a várias fases de 
construção da obra além de permitir uma cravação fácil, provida de baixa 
vibração, trabalhando bem à flexão e não tendo maiores problemas quanto à 
manipulação, transporte, emendas ou cortes. 
A cravação das estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. 
A escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo, dimensão da 
estaca, características do solo, condições de vizinhança, características do 
projeto e peculiaridades do local. A cravação por percussão é o processo mais 
utilizado, utilizando-se para tanto pilões de queda-livre ou automáticos. 
4.3 ESTACA FRANKI 
 
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30 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
As estacas tipo Franki apresentam grande capacidade de carga e podem ser 
executadas a grandes profundidades, não sendo limitadas pelo nível do lençol 
freático. Seus maiores inconvenientes dizem respeito à vibração do solo durante 
a execução, área necessária ao bate-estacas e possibilidadede alterações do 
concreto do fuste, por deficiência do controle. Sua execução é sempre feita 
por firma especializada (BRITO, 1987). 
Figura 25 - Estaca Franki 
 
Em situações especiais, sobretudo em zonas urbanas, pode-se atravessar 
camadas resistentes em que as vibrações poderiam causar problemas com 
construções vizinhas, por meio de perfuração prévia ou cravando-se numa 
primeira etapa o tubo com a ponta aberta e desagregando-se o material com 
a utilização de uma ferramenta apropriada e água (ALONSO, 1979). 
A execução deste tipo de estaca segue o seguinte procedimento (Barros, 2003): 
1. Crava-se no solo um tubo de aço, cuja ponta é obturada por uma bucha de 
concreto seco, areia e brita, estanque e fortemente comprimida sobre as 
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31 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
paredes do tubo. Ao se bater com o pilão na bucha, o mesmo arrasta o tubo, 
impedindo a entrada de solo ou água; 
2. Atingida a camada desejada, o tubo é preso e a bucha expulsa por golpes 
de pilão e fortemente socada contra o terreno, de maneira a formar uma base 
alargada; 3. Uma vez executada a base e colocada a armadura, inicia-se a 
concretagem do fuste, em camadas fortemente socadas, extraindo-se o tubo 
à medida da concretagem, tendo-se o cuidado de deixar no mesmo uma 
quantidade suficiente de concreto para impedir a entrada de água e de solo. 
Figura 26 - Execução estaca Franki 
 
No caso de existir uma camada espessa de argila orgânica mole saturada, a 
concretagem do fuste pode ser feita de duas maneiras: 
– crava-se o tubo até terreno firme, enche-se o mesmo com areia, arranca-se o 
tubo e torna-se a cravá-lo no mesmo lugar. Deste modo, forma-se uma camada 
de areia que aumentará a resistência da argila mole e protegerá o concreto 
fresco contra o efeito de estrangulamento; 
– após a cravação do tubo, execução da base e colocação da armação, 
enche-se inteiramente o mesmo com concreto plástico (slump de 8 a 12 cm) e 
em seguida o mesmo é retirado de uma só vez com auxílio de um equipamento 
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32 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
vibrador acoplado ao tubo. A este processo executivo dá-se o nome de estaca 
Franki com fuste vibrado (ALONSO, 1979). 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
– locação do centro das estacas; 
 – profundidade de cravação/escavação; 
– verticalidade do tubo e de sua retirada da camisa, para não haver 
estrangulamento do fuste; 
– velocidade de execução; 
– armação das estacas; 
– nega; 
– cota de arrasamento da cabeça da estaca; 
– altura de queda do pilão; 
– volume de concreto empregado na execução do bulbo. 
4.4 ESTACA STRAUSS 
 
É uma fundação em concreto (simples ou armado), moldada in loco, 
executada com revestimento metálico recuperável. Para sua execução, são 
empregados os seguintes equipamentos: tripé de madeira ou aço, guincho 
acoplado a motor, sonda de percussão, soquete, tubos de aço, guincho 
manual, roldanas, cabos e ferramentas. (Barros, 2003) 
O processo executivo se inicia com a abertura de um furo no terreno, utilizando 
o soquete, até 1,0 a 2,0 m de profundidade, para colocação do primeiro tubo, 
dentado na extremidade inferior, chamado “coroa”. Em seguida, aprofunda-se 
o furo com golpes sucessivos da sonda de percussão, retirando-se o solo abaixo 
da coroa. De acordo com a descida do tubo metálico, quando necessário é 
rosqueado o tubo seguinte, e prossegue-se na escavação até a profundidade 
determinada (APEMOL, s.d.). 
 
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33 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 27 - Estaca Strauss 
 
Para concretagem, lança-se concreto no tubo até se obter uma coluna de 1,0 
m e apiloa-se o material com o soquete, formando uma base alargada na 
ponta da estaca. Para formar o fuste, o concreto é lançado na tubulação e 
apiloado, enquanto que as camisas metálicas são retiradas com o guincho 
manual. A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento 
da estaca. Após esta etapa, coloca-se barras de aço de espera para ligação 
com blocos e baldrames na extremidade superior da estaca. 
Figura 28 - Execução estaca Strauss 
 
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34 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Finalmente, remove-se o concreto excedente acima da cota de arrasamento, 
quebrando-se a cabeça da estaca com ponteiros metálicos. A estaca Strauss 
pode ser empregada em locais confinados ou terrenos acidentados devido à 
simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução não causa vibrações, 
evitando problemas com edificações vizinhas. Porém, em geral possui 
capacidade de carga menor que estacas Franki e pré-moldadas de concreto 
e possui limitação devido ao nível do lençol freático. 
A estaca Strauss veio com o intuito de substituir as pré-moldadas, tudo isso pelo 
fato delas não fornecerem vibrações ao solo ou apresentarem ruídos. E, devido 
ao fato de possuir um preço de mercado competitivo, isso faz desta fundação 
uma boa pedida, entretanto, ela é mais indicada para estruturas de pequeno 
e médio porte. Isso se dá ao fato de que a carga admissível por esta estaca é 
pequena. 
Uma de suas principais vantagens reside na sua facilidade de mobilização e na 
simplicidade de seus equipamentos, isso faz com que este tipo de estaca possua 
um ótimo custo-benefício. Além disso, quando bem executada, ela preenche 
todos os espaços vazios que hajam entre o solo e a estaca, e 
consequentemente isso faz com que o atrito lateral aumente. 
Para este tipo de estaca em específico, há alguns tipos de solos que são (e não 
são) ideias para seu uso. O processo se aplica em solos secos ou, submersos, de 
média a baixa permeabilidade e que apresentam alguma coesão, que 
necessitem, entretanto, de um revestimento para impedir o desmoronamento 
das paredes sob a ação do fluxo de água. 
Deve-se ter o controle durante a execução desse tipo fundação: 
– locação das estacas; 
– profundidade de escavação; 
– verticalidade da camisa metálica; 
– velocidade de retirada da camisa; 
– tipo de solo encontrado (retirada de amostras); 
– cota de arrasamento da cabeça das estacas; 
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35 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
– armadura, quando for o caso. 
– apiloamento do concreto para garantir continuidade do fuste, mantendo 
dentro da tubulação uma coluna de concreto suficiente para ocupar o espaço 
perfurado e eventuais vazios do subsolo. 
4.5 ESTACA RAIZ 
 
É uma estaca de pequeno diâmetro concretada “in loco”, cuja perfuração é 
realizada por rotação ou rotopercussão, em direção vertical ou inclinada. Essa 
perfuração se processa com um tubo de revestimento e o material escavado é 
eliminado continuamente, por uma corrente fluida (água, lama bentonítica ou 
ar) que introduzida através do tubo refluí pelo espaço entre o tubo e o terreno. 
Completada a perfuração, coloca-se a armadura ao longo da estaca, 
concretando-se à medida em que o tubo de perfuração é retirado. A 
argamassa é constituída de areia peneirada e cimento, acrescida de aditivos 
fluidificantes adequados para cada caso (BRITO,1987). 
Figura 29 - Estaca Raiz 
 
 
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36 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 30 - Equipamento estaca Raiz 
 
A concretagem é feita através de um tubo introduzido até o fundo da estaca, 
por onde é injetada a argamassa, dosada com 500 a 600 kg de cimento por 
metro cúbico de areia peneirada, com relação água/cimento de 0,4 a 0,6. 
Durante o processo de concretagem o furo permanece revestido. Quando o 
tubo de perfuração está preenchido é montado um tampão em sua 
extremidade superior e se extrai a coluna de perfuração aplicando-se ao 
mesmo tempo ar comprimido (BRITO,1987). 
Assim, a composição e a consistência do aglomerado que é utilizado na 
fabricação da argamassa, a armação longitudinal, o processode perfuração 
e o emprego de ar comprimido na concretagem, em conjunto, concorrem 
para conferir à estaca uma adequada resistência estrutural e ótima aderência 
ao terreno, o que garante uma elevada capacidade de carga (NACIONAL, 
s.d.). 
A estaca raiz pode ser utilizada nos seguintes casos: 
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37 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
– em áreas de dimensões reduzidas; 
– em locais de difícil acesso; 
– em solos com presença de matacões, rocha ou concreto; 
– em solos onde existem “cavernas” ou “vazios”; 
– em reforços de fundações; 
– para contenção lateral de escavações; 
– em locais onde haja necessidade de ausência de ruídos ou de vibrações; 
– quando são expressivos os esforços horizontais transmitidos pela estrutura às 
estacas de fundação (muros de arrimo, pontes, carga de vento, etc.); 
– quando existe esforço de tração a solicitar o topo das estacas (ancoragem 
de lajes de subpressão, pontes rolantes, torres de linha de transmissão, etc.). 
4.6 ESTACA MEGA 
 
É constituída de elementos justapostos (de concreto armado, protendido ou de 
aço) ligados uns aos outros por emenda especial e cravados sucessivamente 
por meio de macacos hidráulicos. Estes buscarão reação ou sobre a estrutura 
existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou em cargueiras 
especialmente construídas para tanto (cravação estática). 
A solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão: executa-se um 
bloco sobre a extremidade da estaca; com o macaco hidráulico comprime-se 
a estaca calçando a estaca sob a estrutura; retira-se o macaco e concreta-se 
o conjunto (ALONSO, 1979). 
Costumam ser utilizadas para reforço de fundações, mas às vezes também são 
empregadas como solução direta, permitindo em alguns casos até a execução 
da estrutura antes da fundação. 
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38 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 31 - Reforço estrutural com Estaca Mega 
 
Características da estaca mega: 
- Possibilidade de substituição das fundações existentes simultâneas ao uso da 
edificação. 
- Acréscimo da capacidade suporte das fundações existentes. Modificação 
parcial de fundações existentes em virtude de uma eventual deficiência 
localizada (recalques diferenciais). 
- Execução em locais pequenos e de difícil acesso a pessoas e equipamentos. 
- Isenção de vibrações durante a cravação, reduzindo os riscos de uma 
eventual instabilidade que por ventura venha a ocorrer, devido à precariedade 
de fundações existentes. 
- Aumento imediato da segurança da obra após a cravação sucessiva de cada 
estaca Mega. Limpeza da obra durante a execução, sem adição de água ou 
formação de lama. 
4.7 BROCA 
 
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39 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com o 
auxílio de um trado (∅15 a 30 cm), sendo o furo posteriormente preenchido com 
o concreto apiloado (FABIANI, s.d.). 
O trado utilizado é composto de 04 facas, formando um recipiente acoplado a 
tubos de aço galvanizado. Os tubos são divididos em partes de 1,20 m de 
comprimento e à medida que se prossegue a escavação eles vão sendo 
sucessivamente emendados. A perfuração é feita por rotação/compressão do 
tubo, seguindo-se da retirada da terra que se armazena dentro deste. (Barros, 
2003) 
Figura 32 - Broca 
 
Além da resistência de ponta que não é muito significativa, a superfície 
concretada da broca provoca um atrito lateral contra o solo dificultando sua 
penetração. 
Sendo uma peça estrutural de uso prático, usamos a experiência para 
dimensioná-la e quando desconfiamos do terreno adotamos duas ou três 
peças, dependendo da carga nelas depositadas. 
 Normalmente os critérios adotados se resumem numa peça por pilar, quando 
for edificação térrea e duas peças se assobradada. 
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40 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
 
Porém, várias restrições podem ser feitas a este tipo de estaca (Barros, 2003): 
– baixa capacidade de carga, geralmente entre 4 e 5 tf; 
– há perigo de introdução de solo no concreto, quando do enchimento; 
– há perigo, também, de estrangulamento do fuste; 
– não existe garantia da verticalidade; 
– só pode ser executada acima do lençol freático; 
 – comprimento máximo de aproximadamente 6,0 m (normalmente entre 3,0 e 
4,0 m); 
– trabalha apenas à compressão, sendo que às vezes é utilizada uma armadura 
apenas para fazer a ligação com os outros elementos da construção. 
4.8 ESTACA ESCAVADA 
 
Estacas escavadas são elementos estruturais moldados in loco, executados por 
perfuratrizes de grande porte, geralmente com o emprego de lama bentonitica 
e com concretagem submersa. Embora relativamente recente (seu 
desenvolvimento ocorreu no final da década de 60), o processo impactou a 
técnica de escavações e fundações. 
A sua utilização tem vantagens como a multiplicidade de suas aplicações; o 
desenvolvimento de equipamentos de escavações e de centrais de 
processamento de lama; a disponibilidade de bentonita para emprego na 
Construção Civil. 
As estacas escavadas, por poderem ser perfuradas em grandes diâmetros e 
profundidades, possuem grande capacidade de suporte e pequena 
deformabilidade, o que as coloca como a solução mais indicada para suporte 
de escavações. 
Para estaca escavada, o equipamento de escavação consta essencialmente 
de uma mesa rotativa que aciona uma haste telescópica ("kelly-bar") que tem 
acoplada em sua extremidade inferior a ferramenta de perfuração, cujo tipo 
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41 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
varia em função da natureza do terreno a perfurar: trado, caçamba ou coroa 
(Figura 33). À medida que penetra no solo por rotação, a ferramenta se enche 
gradualmente e, quando cheia, a haste é levantada e a ferramenta 
automaticamente esvaziada por força centrífuga (trado) ou por abertura do 
fundo (caçamba). 
Figura 33 - Dispositivos de escavação 
 
A mesa rotativa ou perfuratriz, normalmente instalada em um guindaste de 
esteiras, é acionada por um motor diesel e transmite, por meio de um redutor, o 
movimento rotatório à haste telescópica. A mesa também é dotada de uma 
central hidráulica que comanda o "pull down" da haste telescópica para dar 
maior penetração à ferramenta de perfuração. As manobras da mesa são 
controladas pelo operador do guindaste que aciona um cabo de aço para 
descida e subida da haste telescópica. 
Como geralmente existe possibilidade de desmoronamento das paredes da 
vala e a escavação atinge horizontes abaixo do lençol freático, a perfuração é 
executada em presença de lama bentonítica. Terminada a perfuração inicia-
se a colocação da armadura, com guindaste auxiliar ou com o próprio 
guindaste utilizado na abertura da escavação. 
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42 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
A armadura deve ser dotada de roletes distanciadores para garantir o 
necessário cobrimento (aproximadamente 5 cm). O sistema de concretagem é 
o submerso, aquele executado de baixo para cima de modo uniforme. Tal 
processo consiste na aplicação de concreto por gravidade através de um tubo 
("tremie"), central ao furo, munido de uma tremonha de alimentação (funil) cuja 
extremidade, durante a concretagem, deve estar convenientemente imersa no 
concreto. 
A fim de evitar que a lama se misture com o concreto lançado, coloca-se um 
obturador no interior do tubo, que funcionando como êmbolo, expulsa a lama 
pelo peso próprio da coluna de concreto. Prossegue-se a concretagem em um 
fluxo constante e regular de baixo para cima (não é possível interromper a 
concretagem uma vez iniciada). 
Abaixo as principais fases bem definidas que devemos saber: 
• Locação e posicionamento 
• Preparo da lama bentonítica 
• Escavação 
• Colocação da armadura 
• Desarenação ou troca da lamabentonitica 
• Concretagem 
• Locação e posicionamento 
 
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43 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 34 - Estaca Escavada 
 
 
4.9 HÉLICE CONTÍNUA 
 
Estaca hélice continua é uma estaca de concreto moldada "in loco", 
executada por meio de uma hélice espiral desenvolvida em torno de uma haste 
tubular, que é introduzida no terreno por rotação e extraída simultaneamente a 
injeção de concreto pela haste tubular. A armadura em forma de gaiola é 
sempre colocada após a concretagem 
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44 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
Figura 35 - Hélice contínua 
 
Por ser uma estaca escavada, não causa vibrações nos terrenos adjacentes 
evitando problemas que possam incomodar a vizinhança. Este tipo de 
estaca apresenta ainda grande velocidade de execução e uma menor 
geração de ruídos e sujeiras no canteiro de obras. 
Abaixo as principais fases bem definidas que devemos saber: 
Perfuração: A escavação da estaca hélice contínua é feita por meio da 
rotação da hélice pela aplicação de torque até a profundidade estabelecida 
em projeto. A hélice não deve ser retirada do solo em momento algum até que 
se atinja a profundidade desejada. Isso garante a estabilidade do furo até a 
concretagem tanto em solos coesivos como arenosos, na presença ou não de 
lençol freático. 
Concretagem: A concretagem ocorre antes da colocação da armadura e 
deve ser iniciada após ser atingida a profundidade de projeto. O concreto deve 
ser bombeado pela haste central do trado ao mesmo tempo em que se é 
retirado o solo escavado. Neste momento, não deve haver rotação do trado. 
https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-de-estacas-para-fundacao/
https://www.escolaengenharia.com.br/tipos-de-estacas-para-fundacao/
https://www.escolaengenharia.com.br/canteiro-de-obras/
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45 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
De acordo com a NBR 6122/2019, o concreto deve apresentar resistência 
característica (fck) de 20 MPa. 
Colocação da armadura: Na execução da estaca hélice contínua, a 
armadura só pode ser colocada após a realização da concretagem. Deve ser 
introduzida por gravidade ou com o auxílio de um pilão de pequena carga. 
As principais vantagens da Estaca Hélice Contínua são: 
• Alta produtividade comparada a outros tipos de estacas de fundação. 
• Alta capacidade de carga das estacas. 
• Não gera vibrações no terreno. Mesmo assim, recomenda-se a 
realização de um laudo técnico nas edificações vizinhas para evitar 
futuros problemas. 
• Conta com monitoramento eletrônico em toda a sua execução, 
controlando a profundidade, a inclinação e verticalização do trado 
helicoidal, velocidade de rotação e e avanço do trado, dentro outros. 
• Podem ser executadas estacas de grande profundidade, até 38 metros 
aproximadamente. 
• Podem ser executadas acima ou abaixo do lençol freático. 
• Penetra camadas resistentes do solo. 
As principais desvantagens da Estaca Hélice Contínua são: 
• É um equipamento grande e por isso necessita-se de uma área ampla na 
obra e de terreno plano ou pouco inclinado para a sua instalação. 
• Não podem ser executadas em terrenos com presença de rochas e 
matacões. 
• Custo relativamente alto se comparado a outros métodos de execução 
de fundações devido a mobilização dos equipamentos 
 
 
 
 
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=79281
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46 UNIDADE 1 - FUNDAÇÕES 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Yazigi, Walid. A técnica de edificar/ Walid Yazigi-10 ed. Ver e atual – São Paulo: 
Pini: SindusCon, 2009. 
Vários autores. Fundações: teoria e prática. 2. Ed. São Paulo: Pini, 1998. 
ABCP, Associação Brasileira de Cimento Portland. Manual de Estruturas. 2019 
Barros, Mercia. Apostila de Fundações. Escola Politécnica da Universidade de 
São Paulo. 2003 
Barros, Carolina. Apostila de Fundações. Instituto Federal de Educação, Ciência 
e Tecnologia. 2011 
BRITO, J. L. W. De. (1987). Fundações do Edifício. São Paulo, EPUSP. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de 
concreto – Procedimento. NBR 6118, ABNT, 2014 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de 
fundações. NBR 6122, ABNT, 2019 
DALDEGAN, Eduardo. Artigo: Estacas de madeira: Vantagens, desvantagens e 
principais cuidados, 13 de outubro de 2017. 
 
https://engenhariaconcreta.com/estacas-de-madeira/

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