Completude do Ordenamento

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Completude do ordenamento jurídico
Lacunas do Direito
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Completude
“Por completude entende-se a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem uma norma para regular cada caso”. (BOBBIO, 2008, p. 159);
Um ordenamento é completo quando o juiz pode encontrar nele uma norma para regular cada caso que se lhe apresente, ou melhor, não há caso que não possa ser regulado com uma norma extraída do sistema.
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Dogma da completude
A partir do momento em que o ordenamento jurídico passou a ser conduzido por ideias positivistas, passou a prevalecer a concepção de que a única fonte de Direito era a estatal, ou seja, o Direito era apenas o legislado.
A partir dessa concepção, não há como se conceber vazios no ordenamento jurídico, lacunas, já que o juiz tem que decidir.
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Os autores mais tradicionais não aceitam a existência de lacunas no ordenamento jurídico, pois, onde falta o ordenamento jurídico, falta o próprio Direito, devendo-se falar em limites do ordenamento jurídico e não em lacunas.
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Corrente do Direito livre, que defende que o Direito legislado é lacunoso e que as lacunas podem ser preenchidas não mediante o próprio direito estabelecido, mas apenas através da redescoberta e da formulação do direito livre.
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Direito livre refere-se à possibilidade da livre pesquisa do direito, no sentido de não estar ligado ao direito estatal, possibilitando a aplicação de um direito criado circunstancialmente pelo juiz.
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Prevalece o dogma da completude do ordenamento jurídico, aceitando-se que as lacunas não se referem à inexistência de normas a serem aplicadas, mas à inexistência de critérios válidos para decidir qual norma aplicar e como aplicar.
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Métodos de integração
Heterointegração: a integração pode se dar através do recurso a ordenamentos jurídicos diversos e do recurso a fontes diferentes da dominante, no nosso caso, a lei (costume, jurisprudência, doutrina).
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Autointegração: é a integração realizada através do próprio ordenamento, no âmbito da própria fonte dominante (lei), sem recorrer a outros ordenamentos.
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Normas de integração
Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro:
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
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Código de Processo Civil
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
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Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Art. 335. Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.
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CLT
Art. 8º. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
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O método da autointegração se vale, sobretudo, de dois procedimentos:
 a) analogia; 
b) princípios gerais do direito.
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Analogia
“É o procedimento pelo qual se atribui a um caso não regulado a mesma disciplina de um caso regulado de maneira semelhante”. (BOBBIO, 2008, p. 291)
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EXEMPLOS
A Lei Civil não prevê, especificamente, a ineficácia de um legado quando o beneficiário deixa de cumprir encargo estabelecido em testamento. Os tribunais, todavia, assim vêm decidindo, aplicando, por analogia, o disposto, hoje, no art. 562 do Código Civil de 2002, que permite a revogação da doação onerosa por inexecução de encargo.
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O art. 230 do CPC admite que o oficial de justiça promova a citação em comarca contígua, disposição esta estendida, por analogia, à hipótese de intimação.
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Princípios Gerais do Direito
“São normas fundamentais ou normas generalíssimas do sistema”. (BOBBIO, 2008, p. 297). Podem ser escritos ou não escritos.
Ex: princípio da boa-fé, princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da razoabilidade, princípio da isonomia etc.