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TGPp13_Da extinção do processo

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 Tema 13 - 	Da extinção do processo sem resolução do mérito e quando há resolução do mérito. Do julgamento conforme o estado do processo. Sentenças terminativa e definitiva. Efeitos da decisão. Noções.
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO
E QUANDO HÁ RESOLUÇÃO DO MÉRITO
O processo pode ser extinto, pela sentença do juiz, que produz o efeito da coisa julgada, com ou sem resolução do mérito. O processo extingue-se sem resolução do mérito, por sentença terminativa, nas hipóteses previstas no art. 267 do CPC. Isto quer dizer que a resolução sem mérito põe fim ao processo, extinguindo-o, mas deixa intacto o direito pretendido pelo autor, vale dizer o objeto da relação jurídica que encerra o litígio .
Por outro lado, o processo poderá ser extinto, por força de uma sentença definitiva, em que o juiz resolve o mérito da causa. Neste caso, quando se questiona direito material, este é normalmente apurado e a decisão, uma vez transitada em julgado, faz coisa julgada formal e material, tanto que decide sobre o mérito e extingue o processo (art. 269, I).
As hipóteses de extinção do processo com resolução do mérito, independentemente de investigação acerca do direito material, e sem exame de mérito pelo Juiz, são as previstas no art. 269, II a V, do CPC. Em alguns casos, o juiz apenas homologa por sentença, fazendo coisa julgada formal e material: quando o réu reconhecer a procedência do pedido; quando as partes transigirem; quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
Esses assuntos serão vistos com maiores detalhes, adiante.
Entendemos oportuno examinar, ainda que superficialmente, para melhor clareza do assunto objeto do tema, o julgamento conforme o estado do processo, na forma posta pelo CPC:
“ CAPITULO V
 DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Seção I
 Da Extinção do Processo
‘	Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo’.
Seção II
Do Julgamento Antecipado da Lide
‘Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença :
I – 	quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência;
II – quando ocorrer a revelia (art. 319)’.
Seção III
Da Audiência Preliminar 
 ‘	Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir.
§ 1º - Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 2º - Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. 
§ 3º - Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2º.’
O atual Código afastou a absolvição da instância e mesclou a fase saneadora, configurando apenas as sentenças terminativas e definitivas, sendo que as primeiras extinguem tão somente o processo (art. 267 - sem resolução do mérito) e as segundas extinguem o processo e a ação exaurindo a obrigação jurisdicional do Estado (art. 269, I a V, - com resolução do mérito).
As primeiras, conforme dito, extinguem o processo, mantendo íntegro o mérito da causa, com efeito meramente dilatório. A teoria dos pressupostos processuais que se desenvolve paralelamente com a teoria da relação processual (Bülow) vem procurando agrupar muitas das nulidades do processo que se argüiam por via de exceção, para serem levantadas pelo réu, na contestação, como preliminares, (ou mesmo conhecidas “ex-offício”), e pronunciadas pelo juiz, por sentença.
E, ainda mais, busca nulidades que, atingindo a relação processual, pelos seus pressupostos, “lato sensu” devem ser pronunciadas pelo juiz “ex-offício”. Substitui, assim, o conceito de exceção dilatória pelo do pressuposto processual, de forma que, como observa Sata, “o juiz, a par de sua tradicional posição de juiz da ação, assumiu também a de juiz do processo.”
Vale, assim, salientar que nos casos de carência de ação e ausência de pressupostos processuais, como também nos de perempção, litispendência ou coisa julgada, o juiz poderá pronunciar o vício, sem que a parte o requeira, como bem dispõe o art. 267 e o seu §3º :
“Extingue-se o processo, sem resolução do mérito :
I. quando o juiz indeferir a petição inicial ;
II. 	quando ficar parado durante mais de 1(um) ano por negligência das partes;
III. 	quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias ;
IV.	quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo ;
V . 	quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
VI.	quando não concorrer quaisquer das condições da ação, como possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
VII.	pela convenção de arbitragem;
VIII .	 quando o autor desistir da ação ;
IX .	quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal ;
X . 	quando ocorrer confusão entre o autor e réu ;
XI. 	nos demais casos prescritos neste Código.”
...........................................................................................................................................
“§ 3º - O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos números IV, V e VI ; todavia ...”
Saliente-se que nos casos apontados admitiu-se a intervenção “ex-offício” em face do interesse relevante da própria justiça, impondo a extinção do processo. Assim, por motivo igual, deveria o dispositivo incluir também os incisos IX e X. No inciso IX, de ação intransmissível, óbvia e necessariamente se extingue o direito de ação com a morte de quaisquer das partes, por exemplo, e, no item X, quando ocorrer confusão entre o autor e réu, a relação processual se exaure, por confundir-se em uma mesma pessoa as figura do autor e do réu.
Em tudo isso acolheria aos fins da justiça - talvez ao mais importante - de tutelar e garantir os interesses e direitos privados - e ainda atingiria, embora, indiretamente, o princípio da verdade substancial, que o atual Código adota.
Em regra, a chamada absolvição de instância, ou modernamente julgamento do processo no estado em que se encontra, deve ser requerida no momento em que a hipótese for reconhecida, seja na contestação, como preliminar, seja na audiência de instrução ou em qualquer outra fase do processo. O juiz porém, não a acolherá de plano, quando se tratar de vício sanável, devendo antes de decidir, mandar que o autor supra as omissões indicadas, ou se pronuncie sobre o pedido do réu.
Salvo os casos em que a hipótese diga respeito à perempção, litispendência ou coisa julgada, por exemplo, insanável pela sua natureza, a extinção sem julgamento do mérito, não impede a propositura de outra ação sobre o mesmo objeto. Isto é, não atinge o direito material que se pretende tutelar, mas exige o CPC que, para exercitar novamente o direito de ação, deve o autor pagar as custas do processo anterior,inclusive honorários de advogado ( vide art. nº 268 e Parágrafo Único).
Há, ainda, a possibilidade de tornar perempto o direito - quando o autor der causa por 3 vezes à extinção do processo pelo motivo exposto no inciso III do art. 267. Neste caso, o direito de que seja titular só poderá valer como defesa, em ação contra ele proposta (art. 268, Parágrafo Único, combinados com o art. 267, III).
De outra sorte, haverá resolução de mérito, na disposição do artigo 269, I a V :
“quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; quando o réu reconhecer a procedência do pedido ; quando as partes transigirem ; quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição ; e quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.” 
Tecnicamente, porém, o processo se extingue pela sentença. Esta, por seu turno, pode ser definitiva ou terminativa. Também, pode o processo extinguir-se por um ato de vontade das partes, cabendo ao juiz, apenas, homologar por sentença essa manifestação volitiva. Nesses casos, ocorre a cessação da instância, por um ato bilateral ou unilateral das partes, como o reconhecimento da procedência do pedido, pelo réu; pela renúncia ao direito; e quando as partes transigirem (conciliação).
SENTENÇAS TERMINATIVA E DEFINITIVA
EFEITOS DA DECISÃO
A sentença terminativa é aquela que provoca o fim do processo, pelos motivos e condições já explicitadas, sem que a jurisdição conheça e decida sobre o mérito da questão posta à mesa da justiça. Isto quer dizer que a terminativa encerra o processo, mas deixa intacto o direito positivo material pretendido pelo autor, porquanto, até ai, aquele só foi examinado do ponto de vista formal. Termina-se o processo mas o direito de ação, quanto à relação de direito material, objeto de demanda, permanece vivo.
Quanto aos efeitos, para caso de julgamento sem mérito, vejamos como se manifesta Humberto Theodoro Júnior, obr. cit. pag. 315 : 
“Efeito da extinção do processo sem julgamento do mérito
	A sentença terminativa que encerra o processo sem julgamento do mérito não faz coisa julgada material, visto que não chegou a apreciar a substância da controvérsia estabelecida entre as partes em torno da situação jurídica material (lide) (art. 468).
	O seu efeito é apenas de coisa julgada formal, isto é, o de impedir que dentro do mesmo processo volte a parte a postular novo julgamento, depois de exaurida a possibilidade de impugnação recursal.
Não tolhe à parte, porém, o direito de renovar a propositura da ação (art. 268).
A petição inicial do novo processo, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e honorários advocatícios devidos pela extinção do feito anterior (art. 268, segunda parte).
	Há, não obstante, três casos previstos no Código em que a sentença terminativa, tal como a definitiva (ou de mérito), impede a renovação do processo : isto se dá quando a extinção tiver sido decretada por reconhecimento de litispendência, coisa julgada ou perempção (art. 268, caput).” 
De outra sorte, a sentença definitiva é aquela que define a questão versada sobre o conflito do interesse das partes, amparada por norma de direito material, pondo fim a ação, por isso mesmo, e ao processo. A sentença definitiva, assim, julga o mérito da ação, observadas as hipóteses já enumeradas, concluindo, portanto, o processo, do ponto de vista material.
Igualmente, recorre-se aos ensinamentos do insígne Mestre, citado, pags. 317/318 : 
“Extinção do processo com julgamento do mérito
	Lide e mérito da causa são sinônimos para o Código. O pedido do autor, manifestado na propositura da ação, revela processualmente qual a lide que se pretende compor através da tutela jurisdicional.
 ‘ O julgamento desse conflito de pretensões (lide ou litígio) mediante o qual o juiz, acolhendo ou rejeitando o pedido, dá razão a uma das partes e nega-a a outra, constitui uma sentença definitiva de mérito.’
	Outras vezes, as próprias partes se antecipam e, no curso do processo, encontram, por si mesmas, uma solução para a lide. Ao juiz, nesses casos, compete apenas homologar o negócio jurídico praticado pelos litigantes, para integrá-lo ao processo e dar-lhe eficácia equivalente ao de julgamento de mérito. É o que ocorre quando o autor renuncia ao direito material sobre que se funda a ação (art. 269, V), ou quando as partes fazem transação sobre o objeto do processo (art. 269, III).
	
	Nesses casos, como em todos os demais em que, por um julgamento do juiz ou por um outro ato ou fato reconhecido nos autos, a lide deixou de existir, haverá sempre, para o Código, extinção do processo com julgamento do mérito, ainda que a sentença judicial seja meramente homologatória.
	..................................................................................................................................................
	Em todos os casos de encerramento do processo é imprescindível a sentença do juiz, ainda que de caráter homologatório do ato das partes. E, a rigor, não é a sentença que faz extinguir, prontamente, a relação processual, pois, mesmo depois dela, há possibilidade de o feito prosseguir na esfera recursal. Na verdade, é a coisa julgada formal (exaustão dos recursos ou perda do prazo de manifestá-lo) que põe termo ao processo, após a sentença ou o acórdão.
	A sentença é, porém, o último ato jurisdicional antes do encerramento da relação processual.”
É importante salientar que a sentença definitiva transitada em julgado faz também coisa julgada material, ou seja, equivale a lei entre as partes, não sendo passível de modificação do direito proclamado, salvo rara e difícil resolução através de uma ação rescisória, admitida em raríssimos casos, e que não tem efeito suspensivo, além do que o interessado/prejudicado tem 2 (dois) anos de prazo para movê-la, a contar do trânsito em julgado da decisão definitiva.
Pode ocorre também a desconstituição da coisa julgada inconstitucional, matéria a ser examinada nos próximos semestres.
Uma outra informação importante, diz respeito à impossibilidade, “ipso facto”, de a ação ser repetida, obviamente.
Observação : 
O assunto versado neste ponto o é superficialmente, eis que ele será estudado com maior profundidade quando do curso de DPC. 
_________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFº LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques	Manual de Direito Processual Civil
	1º Vol. - 13ª Edição - 1990 
Humberto Theodoro Júnior	Curso de Direito Processual Civil 
	1º Vol. - 18ª Edição - 1996
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil 
	1º Vol. - 15ª Edição - 1992
Antonio Carlos Araújo Cintra	Teoria Geral do Processo
Ada Pellegrini Grinover	Volume Único - 9ª Edição
Cândido R. Dinamarco
Atenção:A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica. 
Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno. 
Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
			
Atualizada em abril/2009
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TGPp13_Da extinção do processo

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