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Defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais. Ideal: Mais do que denunciar os manicômios como instituições de violências, propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias. Reforma Psiquiátrica: Novos olhares ao longo da História! Loucura A loucura é historicamente construída. De acordo com cada época, com cada contexto sociopolítico, a loucura é definida e compreendida. loucura Antiguidade: manifestação divina. Idade média: era parte da vida cotidiana, circulava livremente nas ruas – após a epidemia da lepra, os leprosários passaram a conter pobres, vagabundos e todos os errantes. Alguns loucos andavam de cidade em cidade, outros protegidos por suas famílias, e ainda, alguns queimados (considerados bruxos). Renascimento: “Nau dos loucos” – tentativa de mandar a loucura para longe. Loucura XVII – a loucura se fixa no hospital, não como lugar de “cura” ou tratamento, mas, como depósito de pessoas indesejadas. XVIII - (influência do Iluminismo) A loucura torna- se objeto da psiquiatria. Médicos como Philippe Pinel foram responsáveis por desacorrentar os loucos, entendendo que o louco é um doente, sendo, portanto, objeto de estudo da medicina. O hospital passa a ser um espaço de observação, diagnóstico e terapêutica. Loucura XVIII – “era preciso isolar para conhecer, conhecer para intervir” – o paradigma era o do isolamento. A loucura passa ser compreendida como distúrbio da razão – conseqüência da desordem, ociosidade, promíscuidade e vícios. - Tratamento proposto: MORAL: 1. isolamento do mundo (afastar do mundo que o subvertia). 2. disciplina (forma de potencializar a cura pela vigilância , visando a autodisciplina). 3. submissão à autoridade (a soberania propiciaria o resgate da razão) . Franco Basaglia era médico e psiquiatra, e foi o precursor do movimento de reforma psiquiátrica italiano conhecido como Psiquiatria Democrática. Nasceu no ano de 1924 em Veneza, Itália, e faleceu em 1980. QUEM FOI FRANCO BASAGLIA? Sua primeira atitude foi melhorar as condições de hospedaria e o cuidado técnico aos internos em Gorizia. Porém, à medida que se defrontava com a miséria humana criada pelas condições do hospital, percebia que uma simples humanização deste não seria suficiente. Ele notou que eram necessárias transformações profundas tanto no modelo de assistência psiquiátrica quanto nas relações entre a sociedade e a loucura. Basaglia criticava a postura tradicional da cultura médica, que transformava o indivíduo e seu corpo em meros objetos de intervenção clínica. No campo das relações entre a sociedade e a loucura, ele assumia uma posição crítica para com a psiquiatria clássica e hospitalar, por esta se centrar no princípio do isolamento do louco (a internação como modelo de tratamento), sendo portanto excludente e repressora. O sujeito acometido da loucura, para ele, possui outras necessidades que a prática psiquiátrica não daria conta. Basaglia denunciou também o que seria o "duplo da doença mental", ou seja, tudo o que se sobrepunha à doença propriamente dita, como resultado do processo de institucionalização a que eram submetidos os loucos no hospital, ou manicômio. Paralelo ao movimento sanitarista, na década de 70. Reforma psiquiátrica brasileira: Crítica ao modelo hospitalocêntrico! O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM). O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro). O surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1987, e o início de um processo de intervenção, em 1989. Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG). 1988, é criado o SUS. Histórico - 1978-1991: Aprovação em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. Declaração de Caracas. II Conferência Nacional de Saúde Mental, que passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. 1992 – 2000: Promulgação da lei 10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. III Conferência Nacional de Saúde Mental. Criado em 2003, o programa De Volta para Casa assegura ao portador de transtornos mentais sua reinserção na sociedade. 2004, o primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção Psicossocial, em São Paulo, reunindo dois mil trabalhadores e usuários de CAPS. 2004, no Congresso dos CAPS, institui as Escolas de supervisores. 2001 – 2010: As Conferências de Saúde são fundamentais para a construção democrática das políticas públicas do Sistema Único de Saúde. III Conferência: A III Conferência consolida a Reforma Psiquiátrica como política de governo, confere aos CAPS o valor estratégico para a mudança do modelo de assistência, defende a construção de uma política de saúde mental para os usuários de álcool e outras drogas, e estabelece o controle social como a garantia do avanço da Reforma Psiquiátrica no Brasil 2010 – IV Conferência Nacional de Saúde Mental: Neste cenário, a intersetorialidade é um dos principais desafios colocados à atenção em saúde mental. Com a consolidação da reorientação do modelo assistencial, a necessidade de ampliação da garantia de direitos das pessoas com transtornos mentais e a intensa discussão da cidadania como princípio ético das políticas voltadas para este campo, é fundamental a articulação de diversas políticas sociais.
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