Buscar

Direito Civil Completo

Prévia do material em texto

Direito Civil
Conteúdo
1. Direito Civil e lei de Introdução 
ao Código Civil..........................................................2
2. Direito Civil - 
Código Civil Brasileiro - das Pessoas Naturais......15
3. Direito Civil - 
Código Civil Brasileiro - das Pessoas Jurídicas.......27
4. Direito Civil - 
Código Civil Brasileiro - Fatos Jurídicos.
Ato Jurídico . Negócio Jurídico..................................39
5. Direito Civil - 
Código Civil Brasileiro - Ato Ilícito . 
Responsabilidade Civil no Novo Código
e seu Impacto no Direito do Trabalho.........................67
Exercícios.......................................................................75
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
1. Direito Civil e Lei de 
Introdução ao Codigo Civil.
1. Introdução ao estudo 
do Direito............................................................3
 
2. Conceito de Direito Civil................................4
 
3. Lei de Introdução ao 
Código Civil........................................................4
 3.1 Fontes do Direito....................................4
 3.2 Vigência da Norma.................................4
 3.3 Tempo de vigência
 e Revogação da Norma................................5
 3.3.1 Repristinação e a 
 lei brasileira............................................6
 
	 3.4	Conflito	de	Normas	no	Tempo..............6
	 3.5	Conflito	de	Lei	no	Espaço......................8
 
 3.6 Preenchimento de 
 Lacunas Jurídicas.........................................11
 3.6.1 Analogia.........................................12
 3.6.2 Costume.........................................12
 3.6.3 Princípios 
 Gerais do Direito....................................12
	 	 3.6.4	Eqüidade.......................................12
4. Questão Comentada.......................................14
Direito Civil2
MINISTÉRIO DA FAZENDA
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁ-
RIA
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMEN-
TO DE CARGOS DE AUDITOR-FISCAL DA 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL
EDITAL ESAF N. 85, DE 18 DE SETEMBRO 
DE 2009
Direito Civil
1. Lei de Introdução ao Código Civil: vigên-
cia e revogação da norma, conflito de nor-
mas no tempo e no espaço, preenchimento 
de lacuna jurídica.
2. Pessoa Natural: conceito, capacidade e 
incapacidade, começo e fim, direitos da 
personalidade. 
3. Pessoa Jurídica: conceito, classificação, 
começo e fim de sua existência legal, des-
consideração.
4. Fatos Jurídicos. Ato Jurídico. Negócio Ju-
rídico: conceito, classificação, elementos 
essenciais gerais e particulares, elementos 
acidentais, defeitos, nulidade absoluta e 
relativa, conversão no negócio nulo. Pres-
crição e Decadência.
5. Ato Ilícito. Abuso de Direito.
6. Responsabilidade Civil no novo Código 
Civil e seu impacto no direito do trabalho.
EDITORA APROVAÇÃO
3Direito Constitucional
1. Introdução ao estudo do 
Direito
Por	uma	concepção	filosófica	 intrínseca	do	ser	hu-
mano, o homem percebeu a necessidade de viver em 
grupo,	em	sociedade.	Por	mais	primitivo	que	fossem	
os	agrupamentos	humanos	sempre	se	fez	necessário	
a imposição de uma ordem para regulamentar as re-
lações	humanas,	como	há	muito	já	sintetizaram	os	
Romanos “Ubi societas, ibi jus” – Onde existe socie-
dade existe Direito.
Nesse aspecto o Direto nasce com a necessidade de 
regulamentar as relações humanas.
A expressão Direito decorre da palavra latina “Direc-
tum”,	qual	significa	o	que	é	reto,	o	que	é	correto,	ou	
seja,	normas	de	condutas	que	regem	uma	sociedade	
naquele	tempo.
O	Direito	pode	ser	dividido	em	Objetivo	e	Subjetivo:
-Direito Objetivo – a própria norma / lei de uma 
sociedade,	a	qual	o	indivíduo	deve	conhecer	e	cum-
prir.
-Direito Subjetivo –	é	o	conjunto	de	direitos	que	o	
indivíduo	possui	em	uma	sociedade,	conferido	pelo	
Ordenamento Jurídico.
•Hans Kelsen e Duguit negam a existência do Direito 
Subjetivo.
A origem do Direto pode ser dividida em Direito Na-
tural	e	Direito	Positivo:
- Direito Natural – Jus Naturalismo – Para os de-
fensores	da	Corrente	Naturalista	o	Direito	decorre	
da	Própria	Natureza	Humana.
Será	no	pensamento	grego	que	encontraremos	 ini-
cialmente	a	idéia	da	existência	de	um	Direito	base-
ado	no	mais	íntimo	da	natureza	humana,	como	ser	
individual ou coletivo. Acreditavam alguns pensa-
dores,	que	existe	um	“direito natural permanente e 
eternamente válido, independente de legislação, de 
convenção ou qualquer outro expediente imagina-
do pelo homem” 1.	Este	pensamento	 já	nasce	numa	
perspectiva	universal,	pois	a	idéia	de	Direito	Natural	
surge da procura de determinados princípios gerais 
que	sejam	válidos	para	os	povos	em	todos	os	tempos.
Será	a	partir	do	momento	em	que	os	pensadores	gre-
gos percebem a existência de uma grande diversida-
de	de	leis	e	costumes	nas	várias	nações	e	povos,	que	
eles	colocam	a	seguinte	questão:	“existem princípios 
superiores a estas normas específicas que sejam vá-
lidas para todos os povos, em todos os tempos, ou a 
Justiça e o Direito são uma mera questão de conve-
niência?”
Este	é	o	ponto	de	partida	para	o	pensamento	do	Di-
reito	Natural	que	se	desenvolverá	através	dos	tem-
pos,	e	a	resposta	a	esta	questão	se	 transformou	na	
conquista	 gradual,	 permanente	 e	 ainda	 distante	
para	nós,	do	que	hoje	conhecemos	por	Direitos	Hu-
manos.
O Jusnaturalismo é	a	corrente	de	pensamento	que	
reúne todo o conhecimento sobre Direito Natural 
que	surgiu	no	transcorrer	da	história.
- Direito Positivo – Jus Positivismo –	Conjunto	de	
Normas	jurídicas	vigentes	em	determinado	lugar	em	
determinado	tempo.	O	Direito	Positivado	é	a	lei	es-
crita.
Divisão didática do Direto
O Direito como ciência deve ser visto como um todo, 
pois	todas	as	normas	jurídicas	de	um	ordenamento	
devem ser inter-relacionadas e harmônicas.
Contudo,	para	fins	didáticos	é	possível	dividir	o	Di-
reito	Positivo	em	dois	ramos:	Direito	Público	e	Di-
reito	Privado:
• Direito Público –	 Ramo	do	Direito	que	visa	 re-
gulamentar os interesses gerais da coletividade2 . 
Estabelece	a	organização	do	Estado	e	as	relações	o	
Estado	com	o	indivíduo,	sendo	composto,	em	regra,	
de	 normas	 de	 ordem	 pública,	 de	 caráter	 cogente	
(imperativo).
Para este ramo, em regra, alei vai sempre determinar 
o	que	PODE,	NÃO	PODE	ou	DEVE	ser	feito	no	caso	
concreto.
São	 exemplos,	 dentre	 outros,	 do	 Direito	 Público:	
Direto Administrativo | Direito Ambiental | Direi-
to Constitucional | Direito Internacional | Direito 
Tributário	|	Direito	Previdenciário	|	Direto	do	Tra-
balho3.
• Direito Privado – Ramo	do	Direito	que	 regula-
menta as relações dos indivíduos, predominando os 
interesses particulares.
São	exemplos:	Direito	Civil	|	Direito	Comercial	|	Di-
reito do Consumidor.
 Direito Civil 3
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
2. Conceito de Direito Civil
O Direito Civil tem sua origem no Ius Civile roma-
no,	que	era	o	Direto	da	Cidade	Romana,	qual	no	seu	
tempo regulamentava toda a vida dos cidadãos ro-
manos,	sendo	para	os	romanos	o	que	para	nós	é	o	
Direito Brasileiro.
O	primeiro	Código	Civil	Brasileiro	foi	o	de	1916	e	teve	
vigência	até	2003.	Este	Código	 foi	 influenciado	es-
sencialmente	pelo	Código	Liberal	Napoleônico,	que	
teve	a	sua	influência	na	Revolução	Francesa,	e	foi	um	
código baseado no ideal individualista e voluntaris-
ta.
O	atual	Código	Civil	Brasileiro	é	a	Lei	10.406	de	10	de	
janeiro	de	2002,	que	entrou	em	vigência	em	2003,	foi	
influenciado	pelo	movimento	de	Constitucionaliza-
ção	dos	Direitos	Civis,	especialmente	nas	idéias	de	
igualdade,	justiça	e	incursão	da	dignidade	da	pessoa	
humana,	 como	 se	 exemplifica,	 especialmente	 nos	
arts. 112, 113, 114, 421, 422, 423 todos do Código Civil.
3. Lei de Introdução ao Código 
Civil
A	Lei	de	Introdução	ao	Código	Civil	é	consubstan-
ciada	pelo	Decreto	nº.	4.707,	de	04	desetembro	de	
1942,	não	é,	na	realidade	uma	lei	integrante	do	Có-
digo	Civil,	na	realidade	trata-se	de	um	conjunto	de	
normas para regulamentar as normas, não somente 
as de Direito Civil, mas todas as leis, por conter prin-
cípios	gerais	sobre	as	normas	sem	qualquer	discri-
minação,	indicando	como	aplicá-las,	determinando	
vigência,	eficácia,	interpretação	e	integração4.
 1	(03)	BODENHEIMER,	Edgar.	Teoría	del	Derecho,	ob.	cit.,	p.	
127;	Friedrich,	Carl	Joachim.	La	Filosofía	del	Derecho.	Fondo	de	
Cultura	Económica,	México,	1969,	pp.	27	e	ss;	Machado	Neto.	A.	
L.	Para	uma	Sociologia	do	Direito	Natural.	Livraria	Progresso,	
Salvador,	1.957.
 2	MONTEIRO,	Washington	de	Barros;	Curso	de	Direito	Civil	–	
Parte	I;	Saraiva.
 3	Alguns	autores	classificam	o	Direito	do	Trabalho	como	Direi-
to Privado.
		4	DINIZ,	Maria	Helena;	Curso	de	Direito	Civil	brasileiro;	SA-
RAIVA.
A	 LICC	 é	 considerada	 um	 Código	 de	 Normas	 que	
contém	 normas	 de	 sobredireito	 que	 regulamenta	
todos	os	ramos	do	Direito,	salvo	naquilo	que	for	re-
gulamentado	de	forma	diferente	na	legislação	espe-
cífica.
3.1 Fontes do Direito
As Fontes do Direito são divididas em Fontes For-
mais (Lei, Analogia, Costume e os Princípios Gerais 
do Direito) e Fontes Não Formais (Doutrina e Ju-
risprudência).
Dentre as Fontes Formais a lei para o Direito Brasi-
leiro	é	a	principal	fonte,	somente	podendo	ser	utili-
zada	as	demais	fontes	quando	a	lei	for	omissa	(art.	4º	
da LICC c/c 126 CPC);
3.2 Vigência da Norma
A lei, para pertencer ao Ordenamento Jurídico, pas-
sa	por	três	fases:	elaboração	(iniciativa,	discussão	e	
aprovação, sanção ou veto), promulgação e publica-
ção.
A	Fase	de	Promulgação	é	o	momento	do	“nascimen-
to”	da	 lei,	mas	 somente	 estará	vigente	quando	 for	
publicada	no	Diário	Oficial	da	União	e	respeitar	o	
prazo	legal,	se	houver.
A	publicação	é	o	instrumento	jurídico	utilizado	para	
dar conhecimento, em tese,	“para	todas	as	pessoas”, 
que	a	lei	foi	aceita	no	Ordenamento	Jurídico	Brasi-
leiro	e	a	partir	deste	momento	TODAS	AS	PESSOAS	
DEVEM	CUMPRI-LA,	como	nos	orienta	o	art.	3º	da	
LICC:
Direito Civil4
Importante:	 essa	 divisão	 é	 apenas	 para	 ajudar	 na	
compreensão do estudo do Direito, pois cada ma-
téria	do	Direito	possui	relações	e	conexões	com	as	
demais.
Art.	 3º	Ninguém	 se	 escusa	de	 cumprir	 a	 lei,	
alegando	que	não	a	conhece.
O	art.	1º	da	LICC	disciplina	que	a	lei	brasileira	
entra em vigor em todo o território nacional 
45 dias depois da sua publicação, contudo 
pode	ser	disciplinado	de	forma	contrária.
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito.
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou 
despachar alegando lacuna ou obscuridade da 
lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar 
as normas legais; não as havendo, recorrerá à 
analogia, aos costumes e aos princípios gerais 
de direito. (Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 
1º.10.1973)
EDITORA APROVAÇÃO
5Direito Constitucional
Contudo,	a	publicação	pode	determinar	que	a	lei	en-
tre	em	vigor	na	data	da	sua	publicação;	dessa	forma,	
se	a	lei	for	omissa	sobre	a	vigência	aplica-se	o	dispo-
sitivo da LICC.
O período entre a data da publicação e a entrada em 
vigor	da	lei	é	denominado	vacatio legis.
A	contagem	do	prazo	de	vacatio	legis	inclui	a	data	da	
publicação	e	do	último	dia	do	prazo,	entrando	em	
vigor	no	dia	subseqüente	à	sua	consumação	integral	
(art.	8º,	§	1º	da	LC	95/98).
Casos de alteração da lei antes da 
vigência
Caso uma lei seja novamente publicada com intuito de 
corrigir erros materiais ou falhas de ortografia durante 
o prazo de vacatio legis, incidirá novo prazo que come-
çará a fluir na data da nova publicação, para toda a lei.
Casos de alteração da lei vigente
Se	a	lei	 já	entrou	em	vigor,	considera-se	a	correção	
uma nova lei, devendo correr nova vacatio legis (art. 
1º,	§	4º	da	LICC).
3.3 Tempo de vigência e Revogação da 
Norma
Caso	a	lei	não	discipline	que	ela	será	válida	por	tem-
po determinado, todas as leis são permanentes, per-
manecendo	em	vigor	até	que	seja	revogada	por	outra	
lei,	por	força	do	princípio	da	continuidade	das	leis.
 
A	 revogação	 é	 a	 supressão	da	 força	 obrigatória	 da	
lei,	ou	seja,	é	o	ato	jurídico	capaz	de	retirar	a	lei	do	
ordenamento	 jurídico,	acabando	com	a	sua	aplica-
bilidade.
Somente	uma	 lei	pode	revogar	outra;	um	costume	
ou	a	falta	de	uso	não	são	instrumentos	jurídicos	para	
revogação da lei.
5
Dessa forma, a sua obrigatoriedade / exigibi-
lidade, NO TERRITÓRIO BRASILEIRO, não se 
inicia com a publicação, mas sim 45 dias de-
pois de ser publicada.
A	vacatio	legis	é	uma	espécie	de	elemento	aciden-
tal	de	uma	norma	jurídica,	que	uma	vez	consigna-
da,	impõe	a	eficácia	somente	após	o	decurso	de	um	
prazo	determinado	no	intuito	de	levar	a	lei	ao	co-
nhecimento de todas as pessoas, como nos orienta 
o	art.	8º	da	LC	nº.	95/98:
Atenção:
as leis brasileiras que serão aplicadas fora 
do território nacional somente entrarão 
em vigor 03 meses depois de oficialmente 
publicadas no Diário Oficial, art. 1º, §1º da 
LICC.
Leis estaduais que sejam elaboradas com auto-
rização do Governo Federal para a sua vigência 
depende de autorização do Governo Federal e 
entrarão em vigor no prazo estipulado pelos 
Estados-membros.
Atenção: 
Dispositivo Revogado pela Lei 12.036 de 1º 
de outubro de 2009.
Observações:
1)	O	prazo	de	45	dias	é	relativo	somente	às	leis,	
não sendo aplicado aos decretos e regulamen-
tos.
2)	A	Falta	de	Lei	pode	ser	suprida	por	Manda-
do	de	Injunção.
 Direito Civil
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei co-
meça a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Art. 8º. A vigência da lei será indicada de for-
ma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo co-
nhecimento, reservada a cláusula “entra em 
vigor na data de sua publicação” para as leis 
de pequena repercussão.
Art.	2º	Não	se	destinando	à	vigência	tempo-
rária,	a	lei	terá	vigor	até	que	outra	a	modifi-
que	ou	revogue.
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocor-
rer nova publicação de seu texto, destinada 
a correção, o prazo deste artigo e dos pará-
grafos anteriores começará a correr da nova 
publicação..
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
A Revogação pode ser;
- TOTAL (ab-rogação) ou 
PARCIAL (derrogação);
- EXPRESSA ou TÁCITA:
Revogação Expressa 
Ocorre	quando	uma	nova	lei	declara	a	revogação	da	
lei anterior totalmente ou parcialmente.
As leis temporárias possuem dispositivo expresso de-
terminando o tempo de vigência da lei (termo), per-
dendo eficácia independente de outra lei.
Revogação Tácita
Ocorre	 quando	 uma	 lei	 posterior	 não	 declara	 ex-
pressamente	que	revoga	a	anterior,	mas	em	análise	
das duas leis, os dispositivos da lei anterior mos-
tram-se incompatíveis com a nova lei ou a nova 
lei regulamenta inteiramente a matéria que tra-
tava a lei anterior.
3.3.1 Repristinação e a lei brasileira
Repristinar	significa	restituir	ao	valor,	caráter	ou	es-
tado	 primitivo.	 Na	 ordem	 jurídica	 repristinação	 é	
o	restabelecimento	da	eficácia	de	uma	lei	anterior-
mente	revogada	diante	da	revogação	da	lei	que	revo-
gou originariamente a primeira.
Sob	 a	 égide	 da	 Lei	 de	 Introdução	 ao	 Código	 Civil	
não existe repristinação automática.
Se	porventura	uma	 lei	que	revogou	outra	 for	revo-
gada	por	uma	terceira,	a	primeira	não	tem	a	sua	efi-
cácia	restabelecida	automaticamente,	valendo	a	ex-
pressão:	“lei que morre, morre para sempre”.
Contudo o Direito Brasileiro prevê, excepcional-
mente,	que	caso	a	terceira	lei	que	está	revogando	a	
segunda	preveja	que	a	primeira	volta	a	ter	eficácia,	
haverá	a	Repristinação	no	Direito	Brasileiro.
Outro	 fatorimportante	é	que	em	caso	excepcional	
de declaração de inconstitucionalidade de lei pelo 
Supremo	Tribunal	Federal,	poderá	ocorrer	a	repristi-
nação	automática,	como	nos	orienta	a	o	art.	11	da	Lei	
nº.	9.868/99	(Lei	de	julgamento	de	Ação	Direta	de	
Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Cons-
titucionalidade):
3.4 Conflito de Normas no Tempo
A	regra	sobre	aplicabilidade	das	 leis	é	que	elas	são	
feitas	para	valer	para	o	futuro,	ou	seja,	para	as	rela-
ções	que	nasçam	depois	da	vigência	da	lei.
No	entanto	quando	uma	lei	vem	revogar	ou	modi-
ficar	uma	anterior	pode-se	verificar	o	conflito	da	lei	
no	 tempo	para	as	 relações	que	 se	 formaram	sob	o	
escopo	da	lei	anterior.	Em	síntese,	paira	a	dúvida:	a	
lei	nova	é	aplicada	ás	situações	anteriormente	cons-
tituídas?
Direito Civil6
CUIDADO:
-	Ocorre	a	revogação	tácita	de	uma	lei	quando	está	
é	 incompatível	com	a	Constituição	da	República	
diante	da	hierarquia	das	normas.
-	A	nova	lei	que	estabeleça	uma	disposição	espe-
cial	ou	geral	a	par	da	lei	já	existe	NÃO	revoga	nem	
modifica	a	anterior.	Revogará	somente	se	houver	
incompatibilidade,	sendo	dessa	forma	possível	se	
falar	em	revogação	tácita	da	lei	nova	em	detrimen-
to da antiga, independente da nova ser geral ou 
especial.
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supre-
mo Tribunal Federal fará publicar em seção 
especial do Diário Oficial da União e do Diá-
rio da Justiça da União a parte dispositiva da 
decisão, no prazo de dez dias, devendo solici-
tar as informações à autoridade da qual tiver 
emanado o ato, observando-se, no que couber, 
o procedimento estabelecido na Seção I deste 
Capítulo.
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia con-
tra todos, será concedida com efeito ex nunc, 
salvo se o Tribunal entender que deva conce-
der-lhe eficácia retroativa.
§ 2o A concessão da medida cautelar torna 
aplicável a legislação anterior acaso exis-
tente, salvo expressa manifestação em 
sentido contrário.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando 
expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule inteiramente a 
matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revo-
gada não se restaura por ter a lei revogadora 
perdido a vigência.
EDITORA APROVAÇÃO
7Direito Constitucional
Para	solucionar	esse	conflito	possui	o	ordenamento	
jurídico	dois	critérios:	1)	Disposições	Transitórias;	2)	
Irretroatividade das Normas.
1) Disposições Transitórias
São	elaboradas	pelo	legislador	no	próprio	texto	nor-
mativo e se destinam a evitar ou solucionar eventu-
ais	conflitos	que	possam	surgir	do	confronto	entre	a	
lei	nova	e	a	antiga,	sendo	sempre	temporária.
Como exemplo, pode-se citar as disposições transi-
tórias	do	Código	Civil	Brasileiro:
2) Irretroatividade da Lei
Sob	o	escudo	da	irretroatividade	as	relações	consti-
tuídas	antes	da	nova	lei	não	serão	modificadas.
Este	princípio	busca	assegurar	a	certeza,	a	segurança	
e	a	estabilidade	do	ordenamento	 jurídico-positivo,	
preservando	as	relações	consolidadas	em	que	o	inte-
resse individual prevalece.
O	Código	Civil	de	2002	também	observou	o	princí-
pio	da	irretroatividade	da	norma:
Entretanto,	 a	 irretroatividade	 não	 é	 absoluta,	 pois	
por	razões	de	política	legislativa	podem	recomendar	
que	determinada	situação	a	nova	lei	seja	retroativa,	
atingindo	os	efeitos	 jurídicos	praticados	sob	o	 im-
pério	da	norma	revogada,	exemplo	também	trazido	
pelo	Código	Civil	de	2002:
A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina:
Percebe-se	que	a	LICC	e	a	nossa	Constituição	ado-
tam o princípio da irretroatividade da norma como 
regra e a retroatividade como exceção.
A	LICC	protege	o	ato	jurídico	perfeito,	o	direito	ad-
quirido	e	a	coisa	 julgada,	aplicando-se	a	nova	nor-
ma,	em	regra,	aos	casos	pendentes	e	futuros.
• Ato Jurídico Perfeito	 -	 é	ato	 já	 consumado
	pela	lei	antiga.	No	caso	concreto	o	fato	iniciou	e
	findou	durante	a	vigência	da	lei	anterior,	tendo
	sido	findado	antes	da	vigência	da	nova	norma;
• Direito Adquirido –	 é	 o	 Direito	 que	 foi	
consubstanciado integralmente pela lei 
anterior;
7 Direito Civil
LIVRO	COMPLEMENTAR
DAS	Disposições	Finais	e	Transitórias
Art.	 2.028.	Serão	os	da	 lei	anterior	os	pra-
zos,	quando	reduzidos	por	este	Código,	e	se,	
na	data	de	sua	entrada	em	vigor,	 já	houver	
transcorrido mais da metade do tempo es-
tabelecido na lei revogada.
Art.	2.029.	Até	dois	anos	após	a	entrada	em	
vigor	deste	Código,	os	prazos	estabelecidos	
no	parágrafo	único	do	art.	 1.238	e	no	pará-
grafo	único	do	art.	1.242	serão	acrescidos	de	
dois	anos,	qualquer	que	seja	o	tempo	trans-
corrido	na	vigência	do	anterior,	Lei	no	3.071,	
de	1o	de	janeiro	de	1916.
Art.	2.030.	O	acréscimo	de	que	trata	o	arti-
go	antecedente,	será	feito	nos	casos	a	que	se	
refere	o	§	4o	do	art.	1.228.
Art. 2.034. A dissolução e a liquidação das 
pessoas jurídicas referidas no artigo ante-
cedente, quando iniciadas antes da vigência 
deste Código, obedecerão ao disposto nas 
leis anteriores.
Art. 2.031. As associações, sociedades e fun-
dações, constituídas na forma das leis ante-
riores, bem como os empresários, deverão se 
adaptar às disposições deste Código até 11 de 
janeiro de 2007. (Redação dada pela Lei nº. 
11.127, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo 
não se aplica às organizações religiosas nem 
aos partidos políticos. (Incluído pela Lei nº. 
10.825, de 22.12.2003)
Art. 2.032. As fundações, instituídas segun-
do a legislação anterior, inclusive as de fins 
diversos dos previstos no parágrafo único do 
art. 62, subordinam-se, quanto ao seu fun-
cionamento, ao disposto neste Código.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e 
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada. (Redação 
dada pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já con-
sumado segundo a lei vigente ao tempo em 
que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei 
nº. 3.238, de 1º.8.1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os di-
reitos que o seu titular, ou alguém por ele, 
possa exercer, como alquiles cujo começo 
do exercício tenha termo pré-fixo, ou con-
dição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio 
de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº. 
3.238, de 1º.8.1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado 
a decisão judicial de que já não caiba recur-
so. (Parágrafo incluído pela Lei nº. 3.238, de 
1º.8.1957)
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
• Coisa Julgada – é	 a	 decisão	 judicial	 que	
transitou	 em	 julgado	 (sem	 possibilidade	 de	
recurso)	 quando	 a	 lei	 anterior	 estava	 vigente.
3.5 Conflito de Lei no Espaço
Com	fundamento	do	Princípio	da	Soberania	do	Es-
tado,	a	lei	terá	aplicação	nos	limites	do	território	de-
limitado	do	Estado,	 isso	se	denomina	Princípio	da	
Territorialidade.
Mas	o	Princípio	da	Territorialidade	não	é	absoluto;	
algumas	vezes	surge	a	necessidade	do	Estado	regu-
lamentar as relações entre nacionais e estrangeiros, 
o	que	permitiu	o	surgimento	do	sistema	de	extrater-
ritorialidade,	sem	prejuízo	da	Soberania	Nacional.
O Brasil adota o Princípio da Territorialidade 
Moderada.	Dessa	forma,	o	Direito	alienígena	será,	
em alguns casos, aplicado no Brasil.
► Direitos de Personalidade – começo e fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direi-
tos de família – Direito do Domicílio 5.
► Casamentos no Brasil – aplica-se a lei Brasi-
leira (impedimentos e formalidades)
► Casamento no Brasil de estrangeiros de mes-
ma nacionalidade domiciliados no Brasil – Pode 
ser feito no Consulado do País
5 Domicílio – art. 70 e ss. do Código Civil: Art. 70. O domicílio da 
pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com 
ânimo definitivo.
•Se os nubentes forem de nacionalidade 
diferente deve ser realizado por autoridade 
brasileira.
•O casamentode ambos os nubentes 
brasileiros no exterior pode ser feito 
perante autoridade consular brasileira.
•Não pode ocorrer no consulado brasileiro 
casamento de brasileiro com estrangeira.
•Autoridade Consular Brasileira – 
competente para realizar casamentos, e
atos de Registro Civil e de Tabeliães.
► Casamento de nubentes com domicílio di-
verso – 1º domicilio do casal.
► Casamento – Regime de Bens – lei do país do 
domicílio do casal ou do 1º domicílio conjugal
Direito Civil8
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pes-
soa determina as regras sobre o começo e o fim 
da personalidade, o nome, a capacidade e os 
direitos de família.
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será 
aplicada a lei brasileira quanto aos impedi-
mentos dirimentes e às formalidades da cele-
bração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá ce-
lebrar-se perante autoridades diplomáticas ou 
consulares do país de ambos os nubentes. (Re-
dação dada pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são com-
petentes as autoridades consulares brasileiras 
para lhes celebrar o casamento e os mais atos 
de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o 
registro de nascimento e de óbito dos filhos 
de brasileiro ou brasileira nascido no país da 
sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº. 
3.238, de 1º.8.1957)
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos in-
dicados no artigo anterior e celebrados pelos 
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei 
nº. 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que 
satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído 
pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração 
desses atos tiver sido recusada pelas autorida-
des consulares, com fundamento no artigo 18 
do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facul-
tado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) 
dias contados da data da publicação desta lei. 
(Incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, 
regerá os casos de invalidade do matrimô-
nio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, 
obedece à lei do país em que tiverem os nuben-
tes domicílio, e, se este for diverso, a do primei-
ro domicílio conjugal.
EDITORA APROVAÇÃO
9Direito Constitucional
► Estrangeiro casado ao naturalizar brasi-
leiro pode alterar o regime de bens – comunhão 
parcial de bens – anuência do cônjuge
► Divórcio no exterior de brasileiros pode 
ser reconhecido no Brasil – observada as nor-
mas do Código Civil Brasileiro e homologada a 
sentença estrangeira pelo STJ – SUPERIOR TRI-
BUNAL DE JUSTIÇA 6 .
6	Atenção	à	EC-45/2004.
► Domicilio Familiar – cônjuge e filhos não 
emancipados / incapazes – Rege pelo Domicilio 
do Chefe de Família ou tutor ou curador 
► Pessoa sem domicílio – lugar da residência ou lu-
gar que se encontre
► Bens – qualificação e relações concernentes – 
Aplica-se a lei da situação da coisa (lex rei sitae)
► Bens móveis que trouxer ou que forem trans-
portados para outros lugares – aplica-se a lei do 
domicílio do proprietário
► Penhor 7 – Aplica-se a lei do domicílio do 
possuidor da coisa
► Obrigações – qualificar e reger – lei do país 
que se originar a obrigação, mesmo que a execu-
ção tenha que ser aplicada no Brasil e observar a 
forma alienígena
7	Penhor	é	um	direito	real	que	consiste	na	tradição	de	uma	coi-
sa	móvel	ou	mobilizável,	suscetível	de	alienação,	realizada	pelo	
devedor	ou	por	terceiro	ao	credor,	a	fim	de	garantir	o	pagamento	
do	débito;
9 Direito Civil
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturali-
zar brasileiro, pode, mediante expressa anu-
ência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no 
ato de entrega do decreto de naturalização, 
se apostile ao mesmo a adoção do regime de 
comunhão parcial de bens, respeitados os 
direitos de terceiros e dada esta adoção ao 
competente registro. (Redação dada pela Lei 
nº. 6.515, de 26.12.1977)
§ 6º - O divórcio realizado no estrangeiro, 
se um ou ambos os cônjuges forem brasi-
leiros, só será reconhecido no Brasil depois 
de três anos da data da sentença, salvo se 
houver sido antecedida de separarão judicial 
por igual prazo, caso em que a homologa-
ção produzirá efeito imediato, obedecidas as 
condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no País. O Supremo 
Tribunal Federal, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimen-
to do interessado, decisões já proferidas em 
pedidos de homologação de sentenças es-
trangeiras de divórcio de brasileiros, a fim 
de que passem a produzir todos os efeitos 
legais. (Redação dada pela Lei nº. 6.515, de 
26.12.1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, 
se um ou ambos os cônjuges forem brasi-
leiros, só será reconhecido no Brasil depois 
de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se 
houver sido antecedida de separação judicial 
por igual prazo, caso em que a homologa-
ção produzirá efeito imediato, obedecidas 
as condições estabelecidas para a eficácia 
das sentenças estrangeiras no país. O Su-
perior Tribunal de Justiça, na forma de seu 
regimento interno, poderá reexaminar, a 
requerimento do interessado, decisões já 
proferidas em pedidos de homologação de 
sentenças estrangeiras de divórcio de brasi-
leiros, a fim de que passem a produzir todos 
os efeitos legais.
(alterado pela Lei 12.036 de 1º de outubro de 
2009).
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicí-
lio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o 
do tutor ou curador aos incapazes sob sua 
guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, 
considerar-se-á domiciliada no lugar de 
sua residência ou naquele em que se en-
contre.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as 
relações a eles concernentes, aplicar-se-á a 
lei do país em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for do-
miciliado o proprietário, quanto aos bens 
moveis que ele trouxer ou se destinarem a 
transporte para outros lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio 
que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre 
a coisa apenhada.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
► Obrigação decorrente de contrato – residên-
cia do proponente.
► Sucessão causa mortis ou ausência – Rege-se 
pela lei do último domicílio do de cujos ou do 
ausente.
► Sucessão de bens no Brasil – Aplica-se a lei 
mais favorável, brasileira ou estrangeira
► Sucessão – Capacidade para suceder – aplica-
se a lei do domicilio do herdeiro
► Sociedades e Fundações – aplica-se a lei da 
sua constituição, mas para ter filiais no Brasil 
devem ter aprovação do Governo Federal e apli-
ca-se então a lei brasileira
► Governo estrangeiro e organizações perten-
centes à Estados soberanos não podem adquirir 
imóveis no Brasil, salvo prédios para atividades 
diplomáticas
► Réu domiciliado no Brasil ou cumprindo 
obrigações no Brasil – aplica-se a lei brasileira 
no tocante à competência jurisdicional
► Imóveis situados no Brasil – competência ex-
clusiva do Poder Judiciário Brasileiro para jul-
gar. Também compete à autoridade judiciária 
 
► Ordem estrangeira – compete à autoridade 
judiciária brasileira dar exequatur nos termos 
da legislação brasileira quanto á forma e da lei 
estrangeira quanto ao objeto
► Produção de Provas – Lei do país que foram 
produzidas – no entanto a lei brasileira não co-
nhecerá as formas de provas não previstas no 
Brasil
Direito Civil10
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, 
aplicar-se-á a lei do país em que se constitu-
írem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executa-
da no Brasil e dependendo de forma essencial, 
será esta observada, admitidas as peculiari-
dades da lei estrangeira quanto aos requisitos 
extrínsecos do ato.
§ 2º A obrigação resultante do contrato repu-
ta-se constituída nolugar em que residir o pro-
ponente. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausên-
cia obedece à lei do país em que domiciliado o 
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a 
natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situa-
dos no País, será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
ou de quem os represente, sempre que não lhes 
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
(Redação dada pela Lei nº. 9.047, de 18.5.1995)
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário 
regula a capacidade para suceder.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de 
interesse coletivo, como as sociedades e as 
fundações, obedecem à lei do Estado em que 
se constituírem. 
§ 1º Não poderão, entretanto. ter no Brasil fi-
liais, agências ou estabelecimentos antes de 
serem os atos constitutivos aprovados pelo 
Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei bra-
sileira.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as 
organizações de qualquer natureza, que eles 
tenham constituído, dirijam ou hajam investi-
do de funções públicas, não poderão adquirir 
no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de de-
sapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir 
a propriedade dos prédios necessários à sede 
dos representantes diplomáticos ou dos agen-
tes consulares.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país 
estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, 
quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, 
não admitindo os tribunais brasileiros provas 
que a lei brasileira desconheça.
§ 1º Só à .autoridade judiciária brasileira com-
pete conhecer das ações, relativas a imóveis 
situados no Brasil.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária 
brasileira, quando for o réu domiciliado no 
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obriga-
ção.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumpri-
rá, concedido o exequatur e segundo a forma 
estabelecida pela lei brasileira, as diligências 
deprecadas por autoridade estrangeira compe-
tente, observando a lei desta, quanto ao objeto 
das diligências.
EDITORA APROVAÇÃO
11Direito Constitucional
Se o Juiz não conhecer a lei estrangeira, a parte 
que alegar cabe fazer prova do estipulado
► Sentença estrangeira – validade no Brasil 
desde que preenchido os requisitos:
→ Proferida	 por	 Juiz	 competente	 no	 exterior;
→	 Haver	 citação	 válida	 ou	 revelia;
→	Estar	a	decisão	sem	possibilidade	de	recurso
(transitada	 em	 julgada)	 e	 estar	 passível	 de	
execução para o direito estrangeiro;
→	 Estar	 traduzida	 por	 intérprete	 autorizado;
→ Ter sido homologada pelo Superior 
Tribunal de Justiça 8
 
 8	Vide	art.	105,	“i”	da	CR/88,	acrescentado	pela	EC-45/2004.
 9	Na	lição	do	Exmo	Ministro	do	STJ,	Professor	Teori	Albino	Za-
vascki:	A ação puramente declaratória, e, portanto, a sentença 
que nela vier a ser proferida, tem por objeto, segundo o artigo 
4º do CPC, a declaração “da existência ou inexistência de rela-
ção jurídica” ou “da autenticidade ou falsidade de documento”. 
Segundo os padrões tradicionais, não compõe seu objeto o juízo 
a respeito da violação da norma individualizada ou da sanção 
correspondente. A declaração de certeza, nestas ações, refere-se, 
como ensinava Calamandrei, ao preceito primário (“no transgre-
dido todavia, pero incierto”) e não ao mandado sancionatório.
A análise do juízo é apenas sobre a forma do ato 
e como se faz com qualquer análise de sentença 
ou ato estrangeiro para aplicabilidade no Bra-
sil, o Juiz analisa apenas se o ato ou a decisão 
ofende a ordem pública, a soberania nacional 
ou o bom costume, e caso não ofendam o Juiz 
não faz análise de mérito, caso ofendam não são 
aplicáveis.
Também não é necessária a homologação de 
cartas rogatórias (pois sem caráter executivo) 
e execução de título executivo extrajudicial 
oriundo de estado estrangeiro (art. 585, § 2º do 
PC).
3.6 Preenchimento de Lacunas Jurídi-
cas
O legislador ao elaborar as leis deve atentar pela cla-
reza	e	aplicabilidade	prática	da	norma	criada,	contu-
do	a	lei	elaborada	será	sempre	geral	(genérica)	com	
o	objetivo	de	abranger	o	maior	número	de	situações	
possíveis.
Por	 essa	 generalidade	 o	 legislador	 não	 conseguirá	
abranger todas as situações no presente, tampouco, 
as	 futuras.	Como	o	 Juiz	não	pode	se	eximir	de	 jul-
gar	sobre	o	pretexto	de	que	inexiste	lei	ou	que	a	lei	
é	omissa,	a	LICC	orienta	como	as	lacunas	jurídicas	
devem ser preenchidas.
11
Atenção:
Não dependem de homologação a sentença me-
ramente declaratórias9 - Revogado pela Lei 
12.036/2009.
 Direito Civil
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, 
poderá o juiz exigir de quem a invoca prova 
do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença 
proferida no estrangeiro, que reúna os se-
guintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se 
legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida 
das formalidades necessárias para a execu-
ção no lugar em que ,foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
Parágrafo único. Não dependem de homo-
logação as sentenças meramente declarató-
rias do estado das pessoas.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro 
país, bem como quaisquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quan-
do ofenderem a soberania nacional, a ordem 
pública e os bons costumes.
§ 2º Não dependem de homologação pelo 
Supremo Tribunal Federal, para serem exe-
cutados, os títulos executivos extrajudiciais, 
oriundos de país estrangeiro. O título, para 
ter eficácia executiva, há de satisfazer aos 
requisitos de formação exigidos pela lei do 
lugar de sua celebração e indicar o Brasil 
como o lugar de cumprimento da obriga-
ção. (Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 
1º.10.1973)
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz de-
cidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
Dessa	forma,	o	Juiz,	no	caso	concreto,	por	intermé-
dio	 da	 integração	 do	 ordenamento	 jurídico	 e	 das	
normas	não	deixará	nenhum	caso	sem	decisão.
Mas	o	 Juiz	deve	observar	 uma	 hierarquia	 na	utili-
zação	dos	mecanismos	de	solução	de	lacunas.	Deve	
utilizar	 a	 analogia	primeiramente,	 pois	 como	a	 lei	
para	o	sistema	jurídico	brasileiro	é	a	principal	fonte	
formal,	o	 juiz	deve	buscar	em	primeiro	plano	uma	
solução	e	uma	outra	norma,	para	depois	utilizar	ou-
tros mecanismos.
3.6.1 Analogia
A	analogia	consiste	na	aplicação	de	uma	norma	ju-
rídica constituída para um caso a uma outra deter-
minada	situação	de	 fato	semelhante,	entendida	na	
expressão	romana:	Ubi eadem ratio, ibi idem jus.
Alguns autores distinguem analogia legis (aplicar 
um norma existente ao caso concreto sem norma 
específica)	da	analogia jus	(aplicar	um	conjunto	de	
normas,	para	obter	elementos	que	permitam	a	apli-
cabilidade para solucionar um caso concreto sem lei 
específica).
Exemplo:
 Lei 2.681/1921 – que regulamenta a 
 responsabilidade das companhias de 
 estrada de ferro no transporte de passageiros
 e bagagens pode ser utilizada por analogia à
 odas as espécies de transporte coletivo 
 terrestre de pessoa ou bagagem ante à falta
 de legislação específica.
3.6.2 Costume
O	costume	resulta	da	prática	geral,	uniforme,	cons-
tante, pública de atos pelas pessoas, com a convicção 
de	sua	necessidade	jurídica.	A	repetição	generaliza-
da	e	reiterada	de	certos	atos	praticados	é	o	elemento	
material do costume.
A	LICC	estabelece	o	costume	como	forma	supletiva	
de	lacunas	jurídicas,	mas	o	Juiz	somente	pode	apli-
cá-lo	se	esgotado	os	meios	de	aplicação	da	analogia.
O costume é composto de dois elementos: o uso (ele-
mento externo)e a convicção da necessidade de jurídica 
(elemento interno).
Existem três espécies de costume:
•seundum legem –	quando	a	pratica	do	costume
leva ao reconhecimento da lei;
•praeter legem –	quando	a	pratica	do	costume	
visa	complementar	uma	lei	omissa	(ex.:	cheque	
pré-datado);
•contra legem	 –	 quando	 a	 prática	 usual	 é	
contraria ao dispositivo legal. Contudo, 
juridicamente	 o	 costume	 não	 revoga	 ou	
modifica	a	lei.
3.6.3 Princípios Gerais do Direito
O	juiz	não	encontrando	uma	resposta	ideal	na	ana-
logia	ou	no	costume,	poderá	utilizar-se	dos	Princí-
pios Gerais do Direito para alcançar uma resposta 
justa	à	lacuna	legal.
Os Princípios Gerais do Direito são constituídos pe-
las	 regras	 gerais	 que	 se	 encontram	 na	 consciência	
coletiva e são universalmente reconhecidas.
Algumas estão positivadas e outras tantas encon-
tram-se apenas o inconsciente coletivo, como por 
exemplo:
•“daí a César o que é de César”, ou	seja	ninguém
pode lesar o próximo, regra consubstanciada no
art.	186	do	CC	10 ;
•Ninguém	pode	se	enriquecer	ilicitamente	(art.	
1.226,	1.220	etc.	do	CC);
•Ninguém	 pode	 alegar	 o	 desconhecimento	 da
norma para não cumpri-la (art. 3º da LICC);
•“Ninguém pode se prevalecer da própria 
torpeza”;
•“A boa-fé é presumida”;
•“Ninguém pode transferir direitos que não tem”;
•“Deve-se prevalecer mais aquele que tenta 
evitar um dano do que aquele que busca um
ganho”; entre outros.
3.6.4 Eqüidade
A	 Eqüidade	 consiste	 na	 aplicação	do	 “bom	 senso”	
para	solucionar	um	problema	jurídico,	é	a	aplicação	
do	Princípio	da	Razoabilidade	na	aplicação	da	lei	ao	
caso	concreto,	ou	em	latim	ars	boni	et	aequi	–	arte	
do	bom	e	do	justo,	princípio	formador	do	Direito	da	
Antiguidade	Clássica.	
Direito Civil12
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou 
despachar alegando lacuna ou obscuridade da 
lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar 
as normas legais; não as havendo, recorrerá à 
analogia, aos costumes e aos princípios gerais 
de direito. (Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 
1º.10.1973)
EDITORA APROVAÇÃO
13Direito Constitucional
Dessa	forma,	somente	pode	ser	utilizada	quando	a	
lei	assim	previr,	como	é	o	caso	do	art.	 127	do	CPC	
ou	nas	hipóteses	em	que	o	legislador	formula	várias	
alternativas	e	determina	que	o	Juiz	escolha	a	melhor	
no	 caso	 concreto,	 como	 ocorre	 nos	 arts.	 1.586	 ou	
1.740,	II	ambos	do	CC.
10	Art.	186.	Aquele	que,	por	ação	ou	omissão	voluntária,	negli-
gência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda	que	exclusivamente	moral,	comete	ato	ilícito.
Anotações :
13
Importante salientar que a eqüidade NÃO está 
presente na LICC como meio de solução de la-
cunas legais, mas é um recurso para auxiliar o 
preenchimento.
 Direito Civil
Código de Processo Civil
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos 
casos previstos em lei.
Código Civil
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá 
o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, 
regular de maneira diferente da estabeleci-
da nos artigos antecedentes a situação deles 
para com os pais.
Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pes-
soa do menor:
II - reclamar do juiz que providencie, como 
houver por bem, quando o menor haja mis-
ter correção;
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
4. Questão Comentada
Comentários:
I. Os brasileiros no exterior podem se casar pe-
rante as autoridades consulares.
Verdadeiro. 
Nos	termos	do	art.	18	da	LICC,	“Tratando-se	de	bra-
sileiros, são competentes as autoridades consulares 
brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais 
atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o 
registro	de	nascimento	e	de	óbito	dos	filhos	de	bra-
sileiro ou brasileira nascido no país da sede do Con-
sulado.”
II. O divórcio de estrangeiros proferido no exte-
rior deve passar pelo Supremo Tribunal Federal.
Falso. 
A	Lei	Brasileira	não	é	competente	para	julgar	divór-
cio	de	estrangeiros	proferidos	no	exterior,	seria	um	
absurdo	se	fosse	diferente.
III. O casamento de estrangeiros celebrado no 
Brasil segue, em qualquer caso, o princípio da 
lei de sua nacionalidade.
Falso. 
Em	regra,	quanto	aos	Direitos	de	Personalidade	–	co-
meço	e	fim	da	personalidade,	o	nome,	a	capacidade	
e	os	direitos	de	família	–	é	aplicada	a	lei	do	domicílio	
da pessoa (art. 7º, caput da LICC).
O	casamento	realizado	no	Brasil	segue	a	lei	brasilei-
ra,	quanto	aos	impedimentos	e	formalidades	(art.	7º,	
§	1º	da	LICC).
Quando	ambos	os	nubentes	estrangeiros	 forem	de	
mesma	nacionalidade,	poderá	ser	realizado	o	casa-
mento perante autoridade consular, aplicando-se 
então	a	lei	da	nacionalidade	(art.	7º,	§	2º	da	LICC).
Casamento de nubentes com domicílio diverso apli-
ca-se,	no	tocante	à	invalidade	do	matrimonio	e	re-
gime de bens, a lei do primeiro domicilio do casal, 
e sobre regime de bens, caso mesmo domicílio, a do 
domicílio	do	casal	(art.	7º,	§§	3º	e	4º	da	LICC).
IV. O domicilio da mãe estender-se-á aos filhos 
menores e ao cônjuge.
Falso.
Domicilio	Familiar	–	cônjuge	e	filhos	não	emancipa-
dos	/	incapazes	–	Rege	pelo	Domicilio	do	Chefe	de	
Família	(art.	7º,	§	7º	da	LICC).
V. A aquisição da nacionalidade brasileira por 
naturalização permite a mudança do regime de 
bens.
Verdadeiro.
Estrangeiro	casado	ao	naturalizar	brasileiro	pode	al-
terar o regime de bens – comunhão parcial de bens 
–	anuência	do	cônjuge	(art.	7º,	§	5º	da	LICC).
Resposta Correta Letra “B”, as alternativas I e V 
estão corretas.
Direito Civil14
TRF5	-	Juiz	Substituto	–	2001
Instruções: A questão abaixo apresenta cinco 
proposições das quais SOMENTE duas estão 
corretas. 
Para respondê-las use a chave abaixo.
Estão corretas SOMENTE as proposições
(A) I e II
(B) I e V 
(C) II e III
(D) III e IV
(E)	IV	e	V	
Família.
I. Os brasileiros no exterior podem se casar peran-
te as autoridades consulares.
II.	O	divórcio	de	estrangeiros	proferido	no	exterior	
deve	passar	pelo	Supremo	Tribunal	Federal.
III. O casamento de estrangeiros celebrado no Bra-
sil	segue,	em	qualquer	caso,	o	princípio	da	lei	de	
sua nacionalidade.
IV.	 O	 domicilio	 da	mãe	 estender-se-á	 aos	 filhos	
menores	e	ao	cônjuge.
V.	A	aquisição	da	nacionalidade	brasileira	por	na-
turalização	permite	a	mudança	do	regime	de	bens.
EDITORA APROVAÇÃO
15Direito Constitucional
2. Direito Civil - 
Código Civil Brasileiro - 
das Pessoas Naturais
1. Introdução.......................................................16
 
2. Das Pessoas Naturais.....................................16
 2.1 Conceito e Capacidade..........................16
 2.2 Das Incapacidades.................................17
 2.2.1 Absolutamente 
	 	 Incapazes...............................................17
	 	 	 2.2.1.1	Menores	de	
	 	 	 dezesseis	anos...........................19
 2.2.1.2 As Pessoas sem 
	 	 	 discernimento...........................19
	 	 	 2.2.1.3	Os	que	não	puderem	
	 	 	 exprimir	sua	vontade................18
	 	 2.2.2	Relativamente	Incapazes.............18
 2.2.2.1 Os maiores de 
	 	 	 dezesseis	e	menores	de	
	 	 	 dezoito	anos..............................18
	 	 	 2.2.2.2	Os	ébrios	habituais,	
 os toxicômanos e os de 
	 	 	 deficiência	mental	reduzida.....19
	 	 	 2.2.2.3	Os	Excepcionais	
 sem desenvolvimento 
	 	 	 mental	completo......................19
	 	 	 2.2.2.4	Os	Pródigos...................19
 2.2.2.5 Os Índios, os 
 Falidos e Os Condenados 
	 	 	 Criminalmente.........................20
	 2.3	Do	Início	da	Capacidade.......................20
 2.4 Início da Personalidade Jurídica...........21
 2.5 Fim da Personalidade Jurídica 
 da Pessoa Natural........................................21
	 	 2.5.1	Morte	Presumida
 com declaração de ausência.................21
	 	 2.5.2	Morte	Presumida	
 sem declaração de ausência..................22
 2.5.3 Comoriência.................................222.6	Individualização	da	
 Pessoa Natural.............................................22
 2.6.1 Nome.............................................22
	 	 2.6.2	Estado...........................................23
 2.6.3 Domicilio ......................................23
 2.7 Direitos da Personalidade.....................23
 
 2.7.1 Características do 
 Direito da Personalidade......................23
 2.7.2 Disposição do 
 Próprio Corpo........................................24
	 	 2.7.3	Tratamento	Médico	
 de Risco..................................................24
 2.7.4 Direito de Nome...........................24
	 	 2.7.5	Proteção	à	palavra	
	 	 e	à	imagem.............................................24
 2.7.6 Proteção da Intimidade...............24
3. Questão Comentada......................................25
15 Direito Civil
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
1. Introdução
O conceito de pessoa remete-se ao latim persona 
que	era	uma	máscara	utilizada	pelo	atores	em	Roma	
para	ressoar	melhor	a	voz,	significando	soar	com	in-
tensidade 1 .
Na	Idade	Média	esse	conceito	foi	adotado	para	de-
signar o papel desenvolvido pelo ser humano en-
quanto	ator	de	sua	própria	vida.
Do	ponto	de	vista	jurídico	a	pessoa	é	o	sujeito	capaz	
de	adquirir	direitos	e	contrair	obrigações,	podendo	
ser dividido em Pessoa Natural (nova designação de 
Pessoa	Física)	e	Pessoa	Jurídica	(ente	fictício	criado	
pela	Norma	para	satisfazer	necessidades	sociais).
•	Pessoa Natural – ser humano
• Pessoa Jurídica – ente ficto
□Direito Público
 ■ Externo – Estado Soberano Estrangeiro e
 todas as pessoas que forem regidas pelo 
 Direito Internacional Público
 ■ Interno –	a	União;	os	Estados,	o	Distri	
	 to	Federal	e	os	Territórios;	os	Municípios;	as
	 autarquias,	 inclusive	 as	 associações
	 públicas;	 as	 demais	 entidades	 de	 caráter
 público criadas por lei.
□Direito Privado – as sociedades 
simples	 (civis);	 sociedades	 empresárias	
(comerciais);	 as	 associações;	 as	 fundações;	
as	organizações	religiosas;	os	partidos	políticos.
2. Das Pessoas Naturais
2.1 Conceito e Capacidade
O	 artigo	 primeiro	 do	 Código	 Civil	 disciplina	 que	
“toda pessoa é capaz de direitos e deveres”.
Dessa	 forma,	pelo	simples	 fato	de	uma	pessoa	hu-
mana	existir,	em	tese,	ela	já	é	dotada	da	capacidade	
de	adquirir	direitos	e	contrair	obrigações.
1	GOMES,	Orlando;	Introdução	ao	Direito	Civil;	2007;	Forense.
A	Capacidade	é	uma	medida	da	Personalidade,	sen-
do	que	esta	somente	terá	seu	início,	no	Brasil,	com	o	
nascimento com vida.
• Capacidade	 é	 a	 aptidão	 para	 ser	 sujeito	 de	
direitos e obrigações e exercer os atos da vida 
civil por si e por outrem;
• Personalidade	é	o	conjunto	de	capacidades
	(aptidões)	referentes	a	uma	pessoa.
A	Capacidade	poderá	ser	dividida	em	Capacidade	de	
Direito	e	de	Fato:
• Capacidade de Direito	 –	 TODAS	 AS	
PESSOAS	 POSSUEM	 –	 é	 a	 capacidade	 de	
adquirir	ou	gozar	os	direitos;
• Capacidade de Fato	 –	 SOMENTE	 OS	
CAPAZES	POSSUEM	–	é	a	aptidão	para	exercer,	
por	si	só,	os	atos	da	vida	civil,	também	chamada	
de	“capacidade	de	ação”.
A	Capacidade	não	pode	ser	confundida	com	legiti-
mação, pois em alguns casos a pessoa pode ser ca-
paz	para	o	exercício	de	um	ato	da	vida	civil,	mas	para	
poder	executá-lo	necessita	de	 legitimação	(aptidão	
para	 a	 pratica	 de	 determinado	 ato).	 Por	 exemplo:	
venda	de	ascendente	para	descendente	(art.	496	do	
CC 2 )
A	Capacidade	Plena	é	o	poder	de	exercer	a	Capacida-
de de Direito e a Capacidade de Fato.
A	Capacidade	Limitada	é	o	poder	de	exercer	apenas	
Capacidade	de	Direito,	necessitando	da	ajuda	de	ou-
tra	pessoa	para	poder	exercer	a	sua	vontade.	Essas	
pessoas	são	denominadas	Incapazes.
2	Art.	496.	É	anulável	a	venda	de	ascendente	a	descendente,	sal-
vo	se	os	outros	descendentes	e	o	cônjuge	do	alienante	expressa-
mente houverem consentido.
Direito Civil16
EDITORA APROVAÇÃO
17Direito Constitucional
2.2 Das Incapacidades
A	incapacidade	para	a	lei	brasileira	é	apenas	de	Fato	
e	nunca	de	Direito,	sendo	dividida	da	seguinte	for-
ma:
• Incapacidade Absoluta – proibição total do
exercício de direitos por si só, sob pena de 
nulidade (art. 3º do CC).
• Incapacidade Relativa – possibilidade da 
pratica	de	alguns	atos	da	vida	civil,	desde	que
assistido, sob pena de anulabilidade 
(art. 4º do CC).
O atual Código Civil adota um sistema de proteção 
ao	incapaz,	diferente	do	anterior	que	tinha	uma	vi-
são	de	excluir	o	incapaz	das	relações	civis.
2.2.1 Absolutamente Incapazes
São as pessoas que possuem a proibição total da prati-
ca da Capacidade de Fato, devendo o ato ser praticado 
por alguém que o represente legalmente. Sendo o ato 
praticado sem a representação legal, quer por alguém 
não habilitado ou somente pelo absolutamente incapaz, 
o ato é nulo.
O	Código	Civil	disciplina:
2.2.1.1 Menores de dezesseis anos
Critério	 estritamente	 biológico.	 São	 conhecidos	
como	menores	impúberes,	classificados	como	a	pes-
soa	que	não	atingiu	ainda	a	maturidade	suficiente	
para	a	pratica	de	atividade	jurídica.
Esse	 critério	 atinge	 ambos	 os	 sexos;	 não	 leva	 em	
consideração	 qualquer	 distinção	 psíquica,	 amadu-
recimento precoce ou desenvolvimento social adap-
tativo.
Devem ser sempre representados por seu represen-
tante	legais,	que	em	regra	são	os	pais	e	na	falta	destes	
os tutores.
2.2.1.2 As Pessoas sem discernimento
O	Código	utiliza	expressão	genérica	para	referir-se	
às	pessoas	que	não	possuem	discernimento	para	os	
atos	da	vida	civil,	seja	em	decorrência	de	enfermida-
de	ou	deficiência	mental.
São	considerados	os	 indivíduos	que	por	motivo	de	
ordem	patológica	ou	acidental,	congênita	ou	adqui-
rida, não estão em condições para reger sua pessoa 
ou administrar seus bens, por exemplo, a demência, 
paranóia, psicopatia etc.
Nossa	legislação	não	contempla	o	que	a	ciência	mé-
dica	denomina	intervalo	lúcido,	dessa	forma,	decla-
rado	absolutamente	incapaz,	seus	atos	serão	sempre	
nulos.
Problema	 Jurídico:	 o	 ato	 praticado	 pelo	 deficiente	
mental	antes	da	sentença	é	nulo?
1)	 Alguns	 autores	 afirmam	 que	 como	 a	
deficiência	é	um	estado	da	pessoa	e	a	sentença	é
apenas	 declaratória,	 dessa	 forma,	 os	 atos	
praticados	antes	da	sentença	também	são	nulos.
2)	 O	Superior	Tribunal	de	 Justiça,	adotando	a	
corrente inspirada no Direito Francês, tem 
entendido	que	deve	ser	respeitado	o	direito	do
terceiro	de	boa-fé,	dessa	 forma,	 somente	seria
nulo o ato praticado pelo amental, antes da
sentença de interdição, se era notório o estado 
de	 loucura,	 isto	 é	 de	 conhecimento	 público
 geral 4.
3	Esse	processo	segue	o	rito	do	art.	 1.177	e	ss.	do	CPC	e	da	Lei	
6.015/73,	sendo	a	sentença	de	natureza	meramente	declaratória	
de uma situação ou estado anterior, devendo ser registrada no 
Cartório	do	 1º	Ofício	de	Registro	Civil	da	comarca	em	que	 foi	
proferida	para	ter	efeito	erga	omnes	(art.	92	da	LRP).
4	Nesse	sentido:	STJ	-	REsp	296895	PR	2000/0142646-0
Relator(a):	Ministro	CARLOS	A.	MENEZES	DIREITO
Publicação:	DJ	21.06.2004	p.	214
Ementa:
Nulidade	de	ato	jurídico	praticado	por	incapaz	antes	da	senten-
ça de interdição. Reconhecimento da incapacidade e da ausên-
cia	de	notoriedade.	Proteção	do	adquirente	de	boa-fé.	Prece
17 Direito Civil
Importante: 
Para que seja declarada a incapacidade 
absoluta nesse caso é necessário um pro-
cesso de interdição 3 .
Atenção:
A velhice ou senilidade, por si só, não é 
causa de limitação da capacidade, salvo se 
motivar um estado patológico que afete o 
estado mental.
Art. 3º São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tiverem o necessário discerni-
mento para a prática desses atos;III - os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
2.2.1.3 Os que não puderem exprimir sua 
vontade
A	 expressão	 também	muito	 abrangente	 do	 código	
abrange	todas	as	pessoas,	temporária	ou	permanen-
temente,	que	não	puderem	exprimir	a	sua	vontade,	
por	 qualquer	 razão,	 inclusive:	 arteriosclerose,	 ex-
cessiva pressão arterial, coma, paralisia, embriagues 
não habitual, uso eventual e excessivo de entorpe-
centes ou substancia alucinógena, hipnose, etc.
Em	causas	transitória	não	há	que	se	falar	em	inter-
dição 5 .
Dessa	forma,	“é nulo o ato jurídico exercido por pes-
soa de condição psíquica normal, mas que se encon-
trava completamente embriagada no momento em 
que praticou e que, em virtude dessa situação tran-
sitória, não se encontrava em perfeitas condições de 
exprimir a sua vontade” 6.
dentes da Corte.
1.	A	decretação	da	nulidade	do	ato	jurídico	praticado	pelo	inca-
paz	não	depende	da	sentença	de	interdição.	Reconhecida	pelas	
instâncias	ordinárias	a	existência	da	incapacidade,	 impõe-se	a	
decretação	da	nulidade,	protegendo-se	o	adquirente	de	boa-fé	
com	a	retenção	do	imóvel	até	a	devolução	do	preço	pago,	devi-
damente	corrigido,	e	a	 indenização	das	benfeitorias,	na	forma	
de precedente da Corte.
2.	Recurso	especial	conhecido	e	provido
5 Art. 1.767, II do CC.
6	GONÇALVES,	Carlos	Roberto;	Direito	Civil:	Parte	Geral;	Sa-
raiva;	2008. 
2.2.2 Relativamente Incapazes
A	Capacidade	Relativa	diz	respeito	àqueles	que	pode	
praticar,	por	si	só,	certos	atos	da	vida	civil,	desde	que	
assistidos.
Caso	os	atos	sejam	praticados	sem	a	assistência	po-
derão ser passiveis de anulabilidade por iniciativa do 
prejudicado.
Contudo	há	hipóteses	em	que	o	ato,	mesmo	sendo	
praticado	sem	a	assistência,	pode	ser	 ratificado	ou	
convalidado pelo representante legal.
	São	relativamente	incapazes	para	os	atos	da	vida	ci-
vil:
2.2.2.1 Os maiores de dezesseis e 
menores de dezoito anos
Critério	meramente	biológico.	São	conhecidos	como	
menores púberes. Podem praticar atos, por si só, 
mas precisam da assistência do representante legal.
Contudo	a	legislação	permite	que	pratiquem	alguns	
atos sem a assistência, tais como aceitar mandato, 
ser	testemunha,	fazer	testamento	etc.
Caso	pratiquem	atos	sem	a	assistência,	esses	podem	
ser anulados, caso o lesado tome providências ou se 
o	vício	não	for	sanado	posteriormente	ao	ato.
Caso dolosamente omitam a idade ou declare-se 
maior	perderão	a	proteção	legal	de	incapaz	e	serão	
compelidos	a	cumprir	a	obrigação	assumida	(art.	180	
CC).
Direito Civil18
Atenção: 
- O Surdo-mudo somente é considerado 
absolutamente incapaz se não puder ma-
nifestar sua vontade. Se puder, poderá ser 
considerado relativamente incapaz ou 
mesmo plenamente capaz, dependendo 
do grau de sua expressão, sendo impedi-
dos, em regra, apenas a praticar atos que 
dependam de audição (testemunho).
- O Deficiente Visual não está no rol dos 
incapazes, sendo impedido apenas de prá-
ticas que dependam da visão e somente 
podendo fazer testamentos públicos.
- O analfabeto não é considerado incapaz.
- O ausente também não é considerado in-
capaz.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos 
atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoi-
to anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, 
e os que, por deficiência mental, tenham o dis-
cernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento 
mental completo;
IV - os pródigos.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito 
anos, não pode, para eximir-se de uma obri-
gação, invocar a sua idade se dolosamente a 
ocultou quando inquirido pela outra parte, ou 
se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
EDITORA APROVAÇÃO
19Direito Constitucional
Somente	se	opera	o	presente	dispositivo	se	o	erro	foi	
escusável.
Caso	causem	prejuízo,	a	obrigação	de	indenizar	é	do	
responsável,	mas	caso	este	não	possam	pagar	ou	não	
possam	fazer,	o	incapaz	responde	pelo	dano	causado	
(ar.	928	do	CC).
Mas	a	obrigação	de	indenizar,	em	regra,	é	sempre	do	
responsável	(art.	932	do	CC).
2.2.2.2 Os ébrios habituais, os toxicômanos e os 
de deficiência mental reduzida
Somente	os	dependentes	de	substância	alcoólica	ou	
entorpecentes são considerados relativamente in-
capazes,	 sendo	que	os	usuários	eventuais	somente	
serão protegidos pela legislação se no momento do 
ato da vida civil comprovar não puderam exprimir a 
sua vontade, sendo protegidos como absolutamente 
incapazes.
Os	 deficientes	 mentais	 aqui	 protegidos	 possuem	
discernimento	reduzido.
Para	haver	a	proteção	legal,	também	é	necessário	o	
processo	de	interdição,	sendo	que	preceituam	os	ar-
tigos	1.772	e	1.782,	que	compete	ao	Juiz,	nos	casos	de	
interdição	dos	deficientes	mentais,	ébrios	habituais	
e drogaditos, determinar, segundo o desenvolvimen-
to	mental	do	 interdito,	os	 limites	da	curatela,	que	
poderão ser a privação do direito de sem assistência 
do	curador,	praticar	os	atos	que	possam	onerar	ou	
desfalcar	o	patrimônio.
2.2.2.3 Os Excepcionais sem 
desenvolvimento mental completo
Qualquer	pessoa	portadora	de	deficiência	que	tenha	
desenvolvimento mental incompleto pode ser bene-
ficiada	com	a	proteção	legal	da	incapacidade	relati-
va, inclusive os surdos-mudos, os cegos, os portado-
res	de	certas	deficiências	mentais	(os	mentalmente	
fracos),	os	portadores	de	anomalias	psíquicas	etc.
Aplicam-se	neste	caso	também	os	art.	1.772	e	1.782.
2.2.2.4 Os Pródigos
Os	Pródigos	são	as	pessoas	que	dilapidam,	dissipam	
o	próprio	patrimônio	e	seus	bens,	fazendo	gastos	ex-
cessivos e anormais.
Trata-se de um desvio de personalidade e não de 
uma alienação mental.
19 Direito Civil
Importante: 
São considerados relativamente incapa-
zes apenas os surdos-mudos que não rece-
beram educação adequada e permanecem 
isolados da sociedade. Se puderem expri-
mir a sua vontade, são considerados capa-
zes.
O mesmo vale para todos os outros excep-
cionais,
Art. 932. São também responsáveis pela re-
paração civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estive-
rem sob sua autoridade e em sua compa-
nhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e cura-
telados, que se acharem nas mesmas condi-
ções;
Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pes-
soas a que se referem os incisos III e IV do 
art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado 
ou o desenvolvimento mental do interdito, 
os limites da curatela, que poderão circuns-
crever-se às restrições constantes do art. 
1.782.
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o pri-
vará de, sem curador, emprestar, transigir, 
dar quitação, alienar, hipotecar, demandar 
ou ser demandado, e praticar, em geral, os 
atos que não sejam de mera administração.
Art. 928. O incapaz responde pelos preju-
ízos que causar, se as pessoas por ele res-
ponsáveis não tiverem obrigação de fazê-
lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista 
neste artigo, que deverá ser eqüitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o 
incapaz ou as pessoas que dele dependem.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
2.2.2.5 Os Índios, os Falidos e Os Condenados 
Criminalmente.
O	Código	Civil	de	2002	não	regulamentou	a	capaci-
dade	dos	índios,	remetendo	à	legislação	específica	e	
à	Fundação	Nacional	do	Índio	–	FUNAI.
A	legislação	que	regulamenta	os	silvícolas	é	a	Lei	nº.	
6.001/73,	junto	com	a	lei	que	criou	a	FUNAI,	Lei	nº.	
5.371/67,	entre	outras	leis	que	citam	esparsamente	a	
responsabilidades como a Lei de Registros Públicos, 
Lei	nº.	6.015/73.
O	Falido	para	a	lei	brasileira	não	é	considerado	em	
incapaz,	 tendo	 apenas	 restrições	 em	 âmbito	 mer-
cantil.
Os	condenados	criminalmente	também	continuam	
com capacidade, mas perdem alguns direitos como 
investiduraem	funções	públicas,	poder	familiar	etc.
2.3 Do Início da Capacidade
Começa	a	Capacidade	Plena	quando	cessam	as	con-
dições	que	levam	à	incapacidade.
Dessa	 forma,	 a	 regra	 é	que	 no	primeiro	momento	
do	dia	em	que	a	pessoa	natural	completa	biologica-
mente	18	anos,	tem-se	o	início	da	Capacidade	Plena,	
devendo por óbvio serem respeitados os demais dis-
positivos sobre incapacidade.
Contudo	existem	outras	formas,	que	não	a	biológica	
de	início	da	capacidade,	que	podem	ser	sintetizadas:
• Voluntária	–	Por	concessão	dos	pais,	ou	na		falta	
de um deles, do outro; – emancipação parental – 
requisitos:
□	Deve	ser	Menor	Púbere
□ Concedida por instrumento público;
□ Registro em Cartório de Pessoas Naturais,
	para	produzir	efeitos;
□	Não	necessita	de	homologação	judicial
• Judicial – Por sentença judicial
□ Quando um dos pais não concorda com a
emancipação parental, contrariando a vontade
do	cônjuge;
□	Quando	o	menor	está	sob	tutela;	requisitos:
 ■Menor	Púbere
 ■Oitiva do Tutor
 ■Verificação	 do	 Juiz	 da	 Conveniência	
 para o bem do menor
□	 Obs.:	 Para	 produzir	 efeitos	 devem	 ser	
registradas	em	Cartório	(art.	9º	do	CC	c/c	arts.
107,	 §1º	 e	 91,	 parágrafo	 único	 da	 LRP).
• Legal	–	Por	determinação	da	Lei:
□ Pelo Casamento; requisitos:
 ■Idade mínima nupcial do homem e da
 mulher – 16 anos – menor púbere;
 ■	Autorização	de	ambos	os	pais	
	 (enquanto	menores);
 ■	Conseqüências:
Direito Civil20
O atual Código Civil não interdita o Pródi-
go em benefício do cônjuge, descendentes 
ou ascendentes, mas sim para protegê-lo, 
por isso, é que a interdição ficará restri-
ta apenas aos atos de administração que 
acarretem comprometimento do patri-
mônio, tais como emprestar, transigir, dar 
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou 
ser demandado.
Pode praticar por si só, sem a presença do 
curador, os demais atos da vida civil, como 
casar, fixar domicílio do casal, dar autori-
zação para casamento de filhos etc.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será 
regulada por legislação especial.
 Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos 
completos, quando a pessoa fica habilitada à 
prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. A capacidade dos índios Pa-
rágrafo único. Cessará, para os menores, a in-
capacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na 
falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, 
ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino 
superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou 
pela existência de relação de emprego, desde 
que, em função deles, o menor com dezesseis 
anos completos tenha economia própria.
EDITORA APROVAÇÃO
21Direito Constitucional
•	Uma	vez	emancipado	pelo	casamento	não	
retorna	 a	 incapacidade,	 mesmo	 que	 o	
casamento	seja	anulável	ou	que	haja	posterior
divórcio.
•	No	caso	de	nulidade,	 como	o	casamento	era
nulo,	a	emancipação	também	o	é.
□Por exercício de emprego público
 ■ Deve	ser	efetivo;	não	pode	ser	os	diaristas,
 os contratados e os nomeados para cargos
 em comissão.
 ■ Contudo	 algumas	 decisões	 judiciais	 já
	 abrandaram	o	 rigor	da	 lei	 e	 entendem	que	
	 deve	prevalecer	o	status	de	Servidor	Público,
	 pois	 ao	 ser	 admitido	 assim	 já	 demonstra	 a
	 maturidade.	Mais	ainda,	o	simples	emprego,	
 com estabelecimento de economia própria,
	 já	é	suficiente	para	a	emancipação.
□ Por colação de Grau em curso de ensino supe-
rior
□ Por estabelecimento civil ou comercial ou 
pela existência de relação de emprego com eco-
nomias próprias
 ■ Mínimo	ser	menor	púbere
2.4 Início da Personalidade Jurídica
Como	verificado	anteriormente	a	Personalidade	Ju-
rídica	é	o	conjunto	das	Capacidades	(aptidões)	que	
uma Pessoa Natural possui.
A	Pessoa	Natural,	para	a	lei	brasileira,	somente	será	
considerada como tal, se houver o nascimento com 
vida, passando então a ter Personalidade Jurídica.
O	nascimento	com	vida	é	a	primeira	respiração.	
Caso	o	ser	nasça,	mas	não	respire,	não	adquire	Per-
sonalidade	Jurídica	e	consequentemente	não	existiu	
para o Direito Brasileiro.
Caso	esse	ser	nasça	e	respire,	ainda	que	uma	única	
vez,	 ele	 adquire	 a	 Personalidade	 Jurídica	 e	 conse-
quentemente	passou	a	ter	a	Capacidade	de	Direito.
2.5 Fim da Personalidade Jurídica da 
Pessoa Natural 
Em	regra,	o	fim	da	Personalidade	Jurídica	se	dá	com	
a	 morte	 real	 da	 pessoa	 natural.	 Mas	 excepcional-
mente a Personalidade Jurídica pode terminar com 
a	declaração	de	ausência,	quando	há	presunção	da	
morte,	quando	a	lei	autorizar.
Doutrinariamente	existem	três	tipos	de	Morte:
• Morte Real –	 quando	 a	 Pessoa	 Natural	 é	
cientificamente	 declarada	morta,	 provando-se	
pelo	atestado	de	óbito,	que	deve	ser	declarada	
por	um	profissional	da	Medicina	ou	em	casos	
excepcionais por duas pessoas;
• Morte Civil -	 Existente	 no	Direito	Romano,
nos	casos	de	Falência.	No	Direito	Brasileiro	há
apenas	 resquícios,	 ex.:	 herdeiro	 afastado	 por	
indignidade.
• Morte Presumida – Quando a lei 
estabelece	 situações	 que	 levam	 a	 crer	 estar	 a
pessoa natural morta, com ou sem declaração
 de ausência.
2.5.1 Morte Presumida com declaração de 
ausência
Ausente	é	a	pessoa	natural	que	desaparece	sem	que	
noticie	ou	saibam	o	seu	paradeiro.	Dessa	forma,	não	
basta	que	a	pessoa	não	esteja	presente,	deve-se	não	
se	ter	notícia	da	pessoa	e	de	seu	paradeiro	para	que	
seja	declarada	ausência.
Para	 a	 que	 seja	 declarado	 presumidamente	morto	
a	 pessoa	 natural	 por	 ausência	 é	 necessária	 que	 se	
cumpram	três	fases:
1) Declaração da Ausência e nomeação de cura-
doria dos bens – hipóteses de desaparecimen-
to real ou desaparecimento com nomeação de 
procurador que não queira ou não possa exercer 
o mandato.
21 Direito Civil
Cuidado:
Embora não tenha Personalidade Jurídi-
ca, o Direito Brasileiro protege os direitos 
do nascituro desde a sua concepção.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa come-
ça do nascimento com vida; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nas-
cituro.
Art. 6o A existência da pessoa natural ter-
mina com a morte; presume-se esta, quanto 
aos ausentes, nos casos em que a lei autori-
za a abertura de sucessão definitiva.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
2) Sucessão Provisória – 01 ano depois da deci-
são que nomeou curador ou 03 anos se deixou 
procurador solicita-se a declaração da ausência 
e abertura da sucessão provisória
3) Sucessão Definitiva – Passados 10 anos da 
sentença transitada em julgado da sucessão 
provisória ou provando que o ausente conta 
com oitenta anos e faz cinco anos que não se 
tem notícia, solicita-se a sucessão definitiva.
2.5.2 Morte Presumida sem declaração de au-
sência
A	Lei	Brasileira	permite	que	haja	presunção	de	mor-
te, sem declaração de ausência, nas hipóteses em 
que	é	provável	pelo	caso	concreto	que	a	pessoa	en-
contre-se morta.
2.5.3 Comoriência
Se	duas	ou	mais	 pessoas	morrem	ao	mesmo	 tem-
po,	sem	poder	precisar	qual	delas	morreu	primeiro,	
tem-se a comoriência.
2.6 Individualização da Pessoa Natural
2.6 Individualização da Pessoa 
Natural
A	 pessoa	 natural	 identifica-se	 na	 sociedade	 pelo	
nome, estado e pelo domicílio.
2.6.1 Nome
É	o	primeiro	elemento	de	individualização	da	Pessoa	
Natural,	 designação	 da	 qual	 a	 Pessoa	 é	 conhecida	
em	seu	meio	social	e	familiar,	sendo	que	a	expressão	
“nome”	compreende	o	nome	completo,	que	é	com-
posto	pelo	prenome	e	sobrenome:
O	Direito	também	protege,	igualmente	o	faz	como	
o	nome,	o	pseudônimo	utilizado	para	atividades	lí-
citas:
.
Alguns	autores	classificam	o	nome	como	um	Direito	
de Propriedade, outros como um Direitode Proprie-
dade sui generis.
Mas	a	classificação	mais	moderna,	defendida	por	Li-
mongi	França	e	que	foi	adotada	pelo	Código	Civil,	é	
que	o	nome	é	um	Direito	da	Personalidade.
Direito Civil22
Importante:
Não há transferência de bens entre 
comorientes.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu 
domicílio sem dela haver notícia, se não 
houver deixado representante ou procura-
dor a quem caiba administrar-lhe os bens, o 
juiz, a requerimento de qualquer interessado 
ou do Ministério Público, declarará a ausên-
cia, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e 
se nomeará curador, quando o ausente dei-
xar mandatário que não queira ou não pos-
sa exercer ou continuar o mandato, ou se os 
seus poderes forem insuficientes.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação 
dos bens do ausente, ou, se ele deixou repre-
sentante ou procurador, em se passando três 
anos, poderão os interessados requerer que 
se declare a ausência e se abra provisoria-
mente a sucessão.
Art. 37. Dez anos depois de passada em jul-
gado a sentença que concede a abertura da 
sucessão provisória, poderão os interessa-
dos requerer a sucessão definitiva e o levan-
tamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão defini-
tiva, também, provando-se que o ausente 
conta oitenta anos de idade, e que de cinco 
datam as últimas notícias dele.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumi-
da, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de 
quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha 
ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte 
presumida, nesses casos, somente poderá 
ser requerida depois de esgotadas as buscas 
e averiguações, devendo a sentença fixar a 
data provável do falecimento.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem 
na mesma ocasião, não se podendo averi-
guar se algum dos comorientes precedeu 
aos outros, presumir-se-ão simultaneamen-
te mortos.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, 
nele compreendidos o prenome e o sobreno-
me.
Art. 19. O pseudônimo adotado para ativi-
dades lícitas goza da proteção que se dá ao 
nome
EDITORA APROVAÇÃO
23Direito Constitucional
O Nome possui um aspecto público (no sentido de 
identificar	a	Pessoa	Natural)	e	um	aspecto	individual	
(abrangendo	o	direito	de	uso	e	o	direito	de	defendê-
lo	contra	usurpação):
Trata-se	de	um	direito	 inalienável	e	 imprescritível,	
essencial para o exercício regular dos direitos e do 
cumprimento das obrigações.
2.6.2 Estado
O	Estado	é	a	soma	das	qualificações	da	pessoa,	no	
intuito	de	enquadrá-la	socialmente.
O	Estado	se	divide	em:
• Individual – modo de ser a pessoa 
características	pessoais	físicas	/	psicológicas		–	
idade,	 sexo,	 cor,	 altura,	 capaz,	 incapaz	 etc.
• Familiar – como a pessoa se apresenta no seio 
social – solteiro, casado, viúvo, divorciado, pai,
filho,	irmão,	sogro,	cunhado	etc.
• Político – como ele se apresenta perante o 
Estado	 –	 nacional,	 estrangeiro,	 nato,	
naturalizado.
As	características	do	Estado	são:
• Indivisibilidade – o	Estado	é	uno,	ninguém
 pode ter duas características opostas ao 
mesmo	tempo	em	relação	à	mesma	pessoa	ou	
coisa, por exemplo, casado e solteiro. Dupla 
Nacionalidade	é	exceção.
• Indisponibilidade –	 São	 condições	
inalienáveis,	mas	pode	ser	mudada.
• Imprescritibilidade –	 Elemento	 integrante
	da	personalidade,	não	se	perde	nem	se	adquire
 pela prescrição.
2.6.3 Domicilio
O	Domicílio	é,	em	regra,	o	 lugar	em	que	a	pessoa	
natural estabelece a sua residência com vontade de 
lá	permanecer.
2.7 Direitos da Personalidade
Os Direitos da Personalidade são direitos inerentes 
à	Pessoa	Natural,	estando	ligados	à	ela	de	forma	per-
manente, sem conteúdo econômico imediato, por 
isso se distinguem-se totalmente dos Direitos Patri-
moniais
Destacam-se	o	direito	à	vida,	à	 liberdade,	à	 indivi-
dualidade,	ao	nome,	ao	próprio	corpo,	à	 imagem	e	
à	honra.
O	Coordenador	do	Código	Civil	Brasileiro,	Professor	
Miguel	 Reale	 explicita:	 “tratando-se de matéria de 
per si complexa e de significação ética essencial, foi 
preferido o enunciado de poucas normas dotadas de 
rigor e clareza, cujos objetivos permitirão os naturais 
desenvolvimentos da doutrina e da jurisprudência”.
2.7.1 Características do Direito da Persona-
lidade
O	Código	Civil	estabelece	que	os	Direitos	da	Perso-
nalidade	são	intransmissíveis	e	irrenunciáveis,	mas	
são	também	inalienáveis	e	imprescritíveis.
23 Direito Civil
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser em-
pregado por outrem em publicações ou re-
presentações que a exponham ao desprezo 
público, ainda quando não haja intenção 
difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o 
nome alheio em propaganda comercial.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lu-
gar onde ela estabelece a sua residência com 
ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver di-
versas residências, onde, alternadamente, 
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer 
delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natu-
ral, quanto às relações concernentes à pro-
fissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar pro-
fissão em lugares diversos, cada um deles 
constituirá domicílio para as relações que 
lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa na-
tural, que não tenha residência habitual, o 
lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo 
a residência, com a intenção manifesta de o 
mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resul-
tará do que declarar a pessoa às municipa-
lidades dos lugares, que deixa, e para onde 
vai, ou, se tais declarações não fizer, da pró-
pria mudança, com as circunstâncias que a 
acompanharem.
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em 
lei, os direitos da personalidade são intrans-
missíveis e irrenunciáveis, não podendo o 
seu exercício sofrer limitação voluntária.
 Direito Constitucional
EDITORA APROVAÇÃO
Disso,	pode	a	pessoa	natural	exigir	que	cesse	qual-
quer	lesão	ou	ameaça	aos	seus	Direitos	da	Persona-
lidade,	podendo	exigir	indenizações	e	ainda	outras	
sanções cabíveis.
2.7.2 Disposição do Próprio Corpo
Não	pode	(é	proibido),	salvo	por	exigência	médica,	a	
pessoa	natural	dispor	do	próprio	corpo	quando	im-
portar	diminuição	permanente	da	 integridade	 físi-
ca, ou contrariar os bons costumes.
Também	 se	 excepciona	 esta	 proibição	 os	 casos	 de	
transplantes de órgãos, nos termos da legislação es-
pecifica,	e	para	depois	da	morte	a	disposição	do	cor-
po	para	fins	altruísticos	(busca	do	bem	do	próximo)	
ou	científico.
2.7.3 Tratamento Médico de Risco
Nos	casos	de	tratamentos	médicos	ou	intervenções	
cirúrgicas	que	corram	risco	de	perder	a	vida	a	Pessoa	
Natural pode se reusar ao Procedimento.
Importante	 salientar	 que	 nesses	 casos	 essa	 regra	
obriga	que	os	Médicos	não	atuem	sem	a	anuência	do	
paciente, sob pena de responsabilidade civil.
2.7.4 Direito de Nome
Como	já	foi	esboçado	anteriormente	apresentamos	
nesta parte apenas a legislação pertinente.
2.7.5 Proteção à palavra e à imagem
Ninguém	poderá	utilizar-se,	sem	autorização	do	au-
tor, de escritos, transmissão de palavras, publicação 
e	imagem	da	Pessoa	Natural,	se	isso	ferir-lhe	a	hon-
ra,	a	boa	fama	ou	a	respeitabilidade	ou	se	destina-
rem	para	fim	comercial.
Excepciona-se	 essa	 regra,	 se	 forem	 utilizadas	 com	
autorização,	ou	para	administração	da	 justiça	ou	à	
manutenção da ordem pública.
Sobre	proteção	da	palavra	e	a	divulgação	de	escritos	
é	mais	bem	regulamentada	pela	Lei	nº.	9.610/98.
2.7.6 Proteção da Intimidade
Em	conformidade	com	o	art.	5º,	X	da	Constituição	
da República, o Código Civil protege a intimidade da 
Pessoa	Natural,	sendo	inviolável

Continue navegando