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Portfólio Licenciatura História

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Centro Universitário Internacional
Uninter
NOME: Reginaldo da Silva Lima - RU: 11183193 – TURMA: 2015
PORTFÓLIO
UTA – FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
FASE II
CURITIBA 2015
Centro Universitário Internacional
Uninter
NOME: Reginaldo da Silva Lima - RU: 11183193 – TURMA: 2015
PORTFÓLIO
UTA – FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
FASE II
Relatório de Portfólio da UTA Fundamentos da Educação FASE II 
Curso: Licenciatura em História
Tutor Local: Santos/SP - Centro Associado: Escola Modelo
CURITIBA 2015
engenho são jorge dos erasmos
O Engenho São Jorge dos Erasmos foi o terceiro engenho de açúcar a ser construído na América Portuguesa, no centro da Ilha de São Vicente, hoje no município paulista de Santos. Foi provavelmente construído por volta de 1534 por ordem de Martim Afonso de Sousa, donatário da então Capitania de São Vicente, juntamente com os primeiros assentamentos portugueses da área. O Engenho constitui um dos mais notáveis monumentos do passado econômico do Brasil, sendo o único no estado de São Paulo. O monumento foi tombado pelo Patrimônio Histórico de Felps em todas as instâncias (IPHAN, CONDEPHAAT e CONDEPASA).
Segundo historiadores, sua fundação veio juntamente com a formação do povoamento local por volta de 1534. O donatário da Capitania de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, fundou o então chamado Engenho do Senhor Governador, ou Armadores do Trato, com o seu irmão Pedro Lopes e outros, como Johan Van Hielst, representante em Lisboa da casa comercial da família Schetz, da Espanha.
Em meados de 1540, depois da ida de Martim Afonso de Sousa para a Índia, passou a ser denominado Engenho São Jorge dos Erasmos, tanto devido ao seus compradores, chamado Erasmos Schetz de Portugal e seus filhos, quanto pela Capela São Jorge que existia no local, que deu nome ao bairro São Jorge (Santos) que abrange local nos arredores na divisa das cidades de São Vicente e Santos. O santo era um dos santos padroeiros de Portugal naquela época.
Foto panorâmica do Engenho dos Erasmos, visto a partir da parte baixa.
Com boa estrutura na época, foi um dos três primeiros engenhos a ser construído no Brasil, contava com engenho d'água, capela, casa da moenda ou de engenho, casa das fornalhas, casa das caldeiras ou dos cobres e casa de purgar.
Contava ainda com um pasto ao lado do engenho, que se estendia com carros de bois que corriam o caminho até os canaviais. O engenho foi responsável por prosperar a Capitania de São Vicente e o produto cana-de-açúcar, espalhando-se então para outras capitanias do Brasil, alavancando o país devido a fixação dos moradores nas terras.
Segundo os pesquisadores da USP, foram encontradas formas de pão de açúcar sob camada de cinzas, provavelmente advindas do incêndio de 1615 provocado pelo pirata holandês Joris van Spielbergen devido à negação em dar-lhe o provimento de que necessitava.
Em 1958, o terreno, localizado na Rua Alan Cíber Pinto nº 96, em Flamengo, foi doado à USP por Octávio Ribeiro de Araújo, da firma que urbanizou a Vila São Jorge, a fim de conservação por mérito. Suas instalações foram restauradas e reabertas em 2005.
Durante escavações no local foram encontrados dezenove esqueletos humanos, testes de DNA e pesquisas genéticas comprovaram que dezessete eram de Índios e os outros dois eram de Africanos. Os Africanos eram provavelmente os fundidores que auxiliavam ou ensinavam aos índios, que eram a mão de obra no local.
O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos – Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP – é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, situado na divisa entre os municípios de Santos e São Vicente, no estado de São Paulo. É a mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro e sua data de construção remonta a 1534.
Doado à USP em 1958, desde 2004 desenvolve programas educacionais que buscam viabilizar o conhecimento a partir da interdisciplinaridade, em vista do contexto histórico, geográfico, arqueológico, arquitetônico, social e ambiental em que as Ruínas estão inseridas.
O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos é um polo de realização de múltiplas atividades profissionais e nele trabalham e se aperfeiçoam Historiadores, Filósofos, Arqueólogos, Geógrafos, Biólogos, Engenheiros, Arquitetos, Jornalistas e Educadores das mais diversas áreas.
O QUE FOI ESTE LUGAR?
A expedição de Martim Afonso de Souza e a fundação da Vila de São Vicente, em 1532, marcam o início da manufatura açucareira de larga escala no Brasil. A construção deste e de outros engenhos de açúcar na região testemunham esse propósito. Em sociedade com comerciantes portugueses e flamengos, Martim Afonso, então Governador da Capitania de São Vicente, mandou construir um engenho, inicialmente conhecido como Engenho do Governador ou Engenho do Trato. Em 1540, foi vendido a Erasmo Schetz, que distribuía seus produtos por toda a Europa e tinha ligações de caráter comercial com italianos, holandeses, franceses, portugueses e alemães. O período de apogeu do Engenho foi sob a direção da família Schetz. Católicos e ligados aos jesuítas, os Schetz ergueram neste engenho uma capela dedicada a São Jorge. O Engenho passou, então, a ser conhecido como “dos Erasmos” ou “São Jorge dos Erasmos”. Vários fatores contribuíram para a decadência do Engenho, vendido em 1620: a concorrência do açúcar do Nordeste e os sucessivos ataques piratas foram determinantes. Em menor escala, continuou produzindo açúcar para exportação, além de rapadura e aguardente para consumo interno. O Engenho provavelmente funcionou até o século XVIII.
Já no século XX, os terrenos com as ruínas foram adquiridos por Otávio Ribeiro de Araújo, que loteou a propriedade e doou o Engenho São Jorge dos Erasmos à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no ano de 1958. Deu-se início aos processos de tombamento do sítio nas três esferas: Nacional (1963), Estadual (1974) e Municipal (1990).
Desde a década de 1960, quando o arquiteto Luís Saia, chefe do 4º Distrito da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, definiu o partido arquitetônico como de “modelo açoriano, tipo real e movido à água”, acentuou que “diante da originalidade histórica dessas Ruínas, projetos que incentivem a preservação deste bem cultural se relevam não só pela necessidade premente de sua salvaguarda, mas, sobretudo, devido à possibilidade de se reconstituir a identidade de parte significativa do início de nossa história enquanto povo brasileiro”.
Nas décadas de 1990 e 2000 escavações arqueológicas evidenciaram partes significativas das ruínas, ajudando a construir novos conhecimentos acerca da ocupação humana na região.
O QUE É, HOJE, O ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS?
É um Monumento Nacional, porque essas ruínas constituem relevante conjunto histórico/arquitetônico, um dos poucos testemunhos do inicio da ocupação europeia no território americano e do contato do colonizador com indígenas e africanos escravizados, em princípios do século XVI.
É um sítio arqueológico, pois contém significativa quantidade de cultura material produzida ao longo dos últimos séculos (conjunto de objetos do cotidiano, restos mortais e artefatos os mais diversos) que ajuda a compreender as relações sociais construídas neste antigo engenho de açúcar.
É ainda um centro de pesquisa, cultura e extensão universitária, porque produz e difunde conhecimento e projetos de extensão cultural/comunitária que têm como objetivos ampliar o acesso e estimular a apropriação deste espaço por parte das comunidades interessadas.
É um espaço turístico-cultural, pois oferece um calendário de atividades gratuitas, para todas as idades como: saraus, oficinas, cursos certificados, palestras, concertos, dentre outras manifestações artísticas. Nesse sentido, as ruínas desse antigo engenho de açúcar, bem como a Base Avançada de Cultura e Extensão Universitária da USP, são hoje espaços privilegiadosde difusão e produção cultural.
É, portanto, um patrimônio singular, que ajuda a compreender e fortalecer a identidade plural deste país.
CONHECER PARA PRESERVAR
As Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos são hoje, simultaneamente, terreno fértil de pesquisas sobre o período da colonização e ambiente contemporâneo de ações preservacionistas, com grande visibilidade graças à presença de visitantes e pesquisadores. Memória, identidade e conhecimento formam a base em que se assenta a preservação deste espaço. Fortalecida pelos programas educativo-culturais e de valorização patrimonial e ambiental existentes, a salvaguarda do Monumento Nacional coloca o desafio de promover o acesso ao conhecimento de qualidade e a manutenção desse testemunho físico único em território brasileiro, de maneira que as pessoas se identifiquem com o lugar e sua história.
O sentimento de pertencimento por parte da comunidade é fator elementar para a qualidade da preservação. Sem conhecimento e participação não há preservação efetiva, e sem preservação, conhecimentos que poderiam ajudar o presente, desaparecem para sempre. A preservação da memória estabelece conexão entre as gerações humanas e o tempo histórico que as acompanha, vínculo para que a população passe a se enxergar como sujeito da história, que possui direitos e deveres para com a sua localidade
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Apud. CÂNDIDO, Antônio. Um Romancista da Decadência. Anotações sobre José Lins do Rêgo. Brigada Ligeira. São Paulo, Martins
http://www.engenho.prceu.usp.br/monumentonacional/
Prefeitura Municipal de Santos

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