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Relação do Sócrates e a Música

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Psicologia
Filosofia
2016.1
SÓCRATES E A MÚSICA
Rio de Janeiro
Sócrates nasceu em 469 ou 470 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Aprendeu a arte paterna, mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza.
Sócrates, no que diz respeito à música foi entusiasmado por Dâmon, o Areopagita, considerado o primeiro pensador que introduz metodologicamente a música na educação grega. Além de este pensador ter causado uma enorme influência em Sócrates, também influenciou Platão.
Para Sócrates e Platão a música era um dos pilares centrais da vida de uma pessoa e de uma sociedade. Através da música poderia estimular uma sociedade a agir de diversas formas, modificando o comportamento e pensamento.
Sócrates, certa vez disse: “– Tal será o caráter do nosso guerreiro. Mas como educá-lo e instruí-lo? O exame dessa questão pode ajudar-nos a descobrir o objeto de todas as nossas pesquisas, isto é, como surgem a justiça e a injustiça em uma cidade (...). Mas que educação lhe proporcionaremos? Será possível encontrar uma melhor que aquela que foi descoberta ao longo dos tempos? Ora, para o corpo temos a ginástica e para a alma a música.”
Logo após, Sócrates fala sobre a importância de a música preceder a ginástica na formação do indivíduo, sabendo que a alma que molda o corpo e não o contrário. Platão dizia que a música era capaz de atingir profundamente um cidadão, podendo moldá-lo para o bem ou para o mal. O uso correto da educação musical iria amenizar as mudanças de humor de uma pessoa e afastá-lo de vícios, atraindo as boas virtudes.
Na sua visão, é por meio das artes, em especial, da música, que podem formar bons cidadãos para uma sociedade ideal. Sustentava que as composições executadas, tanto pelos citaras quanto pelos aulos (flauta), teria o poder de transformar a moral humana de acordo com o controlador da mesma, logo ter o poder de controlar a vida na cidade grega, a Polis. Foi tentando criar um sistema para o controle de cada estilo musical exercia sobre os cidadãos, os separou em dois grupos : Os que auxiliavam na formação dos cidadão da República, e os que poderiam atrapalhar essa formação, assim atender ao interesse do estado.
A música naquela época estava presente em praticamente quase todas as manifestações da vida social da Grécia, como festas religiosas, ou profanas, jogos esportivos, teatros, funerais e até mesmo nas guerras. Percebe-se assim, o grande poder que a arte tinha, notando sua forte possibilidade.
Influenciadora no nosso comportamento, logo, na nossa personalidade. Foi acreditando nisso que Platão em seu conceito socrático em relação à música, insistiu que a arte, em especial a música, deveria fazer parte na educação dos cidadãos jovens da república procurando manter apenas os modos musicais que exaltavam o bem, além de conduzir a alma corretamente ao governo de suas paixões e ao encontro de sua razão. Tais modos musicais ajudariam a fixar na alma a harmonia em lugar da discórdia.
A partir do século VI. a.C., em Atenas, começaram as realizações dos concursos de música que foram responsáveis por impulsionar o desenvolvimento técnico das artes em geral, como por exemplo, a pedagogia necessária para formação de novos músicos, abrindo espaço para a reflexão da filosofia no campo da teoria musical.
Segundo Sócrates, considerado o maior dos filósofos de todos os tempos, o benefício que a música, assim como todas as artes em geral, poderia trazer ao homem, não se encontrava unicamente no prazer da exaltação dos sentidos ou no prestígio trazido pela vitória em concursos, mas no desejo de se tornar mais sábio e moralmente melhor, através do desenvolvimento das faculdades racionais, próprias do ser humano. A música, assim como a prática filosófica, deveria perseguir objetivos mais nobres como, por exemplo, promover a elevação da alma através do aprimoramento intelectual e espiritual.
A aproximação entre música e filosofia, pretendida por Sócrates, se expressa na relação entre a música e a sua concepção de sabedoria. Naturalmente, não é possível haver música sem um saber das técnicas básicas e necessárias à sua execução, mas a sabedoria que Sócrates reclama à musica, vai além do saber técnico; ela requer, também, a inspiração. Por outro lado, Platão, o mais severo crítico da música naquela época, achava que a sabedoria se opunha a toda e qualquer aptidão natural. Essa concepção, tão defendida por Platão, é criticada por Sócrates, por compreender que poucos poetas compunham suas obras por sabedoria, por dom natural e, em estado de inspiração, assim como os adivinhos e profetas.
Dessa forma, a criação musical, assim como qualquer outro fenômeno, carecia de uma explicação que não se apoiasse, somente, numa forma mítica de pensamento, a qual não explicava o modo pelo qual a música era composta e executada. As explicações eram imputadas, unicamente, ao fato de que os músicos eram inspirados; entretanto, era necessário, também, o reconhecimento de que os artistas deviam seus talentos, também, à compreensão de um código musical comum e ao cumprimento de certas leis determinadas racionalmente.
De qualquer forma, enquanto o sentimento de prazer é desmerecido por Platão em uma prática musical sem fins mais elevados, o filósofo a exaltará, se esta aparecer associada ao âmbito da teoria. Nesse sentido, a música é até mesmo elogiada como disciplina introdutória à reflexão filosófica, à medida que oferece condições para a aplicação do método dialético na transposição do plano sensível para o inteligível.
A concepção socrática tentou introduzir certos modos musicais da república aos mais jovens, por pensar que os estilos musicais como Líricos e Frígios no início da formação dos jovens poderia enfraquecê-los, com uma personalidade frágil e de fácil domínio. Assim tanto Sócrates quanto Platão, utilizava o estilo Dórico, que contribuiu com uma formação de personalidade forte aos jovens cidadãos, sendo difíceis de serem controlados pela tirania. Também achavam que os primeiros momentos da vida humana, a alma deveria somente receber uma educação somente para o bem e o belo, assim que esses valores estivessem entranhados na personalidade do indivíduo, ele poderia até conhecer outros estilos musicais, ou seja, outros valores, ajudando-o assim a enfrentar os obstáculos da vida, o tornando um cidadão ideal, podendo tomar a melhor decisão em relação aos fatos da vida.
Notamos que na sociedade atual, a música continua exercendo o seu domínio social, seja em qualquer lugar que estejamos lá está à música presente, ela pode nos dá a paz ou a guerra. Concordo com Platão ao dizer que a música pode moldar um caráter e a personalidade do indivíduo, ela realmente tem esse poder de transformação comportamental.
Após ler o texto “Algum lugar entre fitas de cabelo e arco-íris” : Como até a canção mais curta pode mudar o mundo (Jogos Vorazes e a filosofia), é inevitável a percepção no trecho onde Katniss Everdeen canta uma canção de ninar durante os últimos momentos de vida de Rue, esse momento faz com que Rue receba a morte tranquilamente, porém, ao mesmo tempo, deixa Katniss inconformada com a injustiça, e esse momento toca toda uma sociedade, deixando-os revoltados e comovidos pelo que assistiram.
A música durante toda a história de Jogos Vorazes é utilizada de forma subliminar, em alguns momentos, para tranquilizar os habitantes dos distritos, outras para estimular o espírito guerreiro e de sobrevivência, e em outras para comemorar a vitória e assim por diante.
É possível assim constatar a visão filosófica socrática durante o texto, demonstra que realmente a música pode influenciar o comportamento de um povo ou de um indivíduo.
Na sociedade contemporânea temos a percepção diária de movimentos sociais ligados à música, ela não serve só para o entretenimento, ela podeser utilizada alterando o comportamento de uma forma positiva ou negativa, a exemplo temos o movimento do reggae, conhecido como rastafári, onde em sua maioria os jovens são estimulados ao uso de drogas, e aprendizado de uma vida naturalista. Por incrível que pareça se torna um estilo de vida único entre os que ouvem o mesmo estilo musical – uma sociedade, tal como notamos no filme Jogos Vorazes, com a criação dos distritos para tentar ser criar a sociedade perfeita.
A música pode também sensibilizar as pessoas, tornando-as solidárias, há alguns anos o jingle “We are World – Beyonce” tocou ao coração do mundo inteiro em ajudar aqueles que necessitam em todas as nações. Muitas pessoas compraram o CD e assim colaborar no combate a miséria nas nações necessitadas.
Não é por acaso que os filmes utilizam temas musicais, as campanhas publicitárias, campanhas políticas, festas, cultos religiosos, preparo militar e diversos eventos nos quais envolvam a sociedade.
Em suma, Platão e Sócrates tinham toda razão quando diziam que a música pode transformar a alma do cidadão. A música é a forma mais sublime de mobilização em massa!
Bibliografia 
Livro – Jogos Vorazes e a Filosofia
Filme – Jogos Vorazes
Filme – Sócrates - O Filósofo (1971)
Link – http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htm

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