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Direito Civil FICHA EXTRA 08

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DIREITO CIVIL – 
 
Professor: Mario Godoy 
 
Tema: Prescrição e decadência 
 
1. Conceito de prescrição. 
 
Entende-se por prescrição a perda de uma pretensão diante da não propositura da 
ação judicial no prazo legalmente fixado. Observe-se que a prescrição não chega a 
extinguir o direito subjetivo da parte, mas apenas retira a sua pretensão, fazendo com 
que o direito se torne, assim, inexigível. 
 
2. Fundamento da prescrição. 
 
A prescrição se pauta na necessidade de segurança jurídica, motivo pelo qual os 
prazos prescricionais não podem ser alterados por acordo das partes (CC, art. 192). 
 
3. Prescrição de exceção. 
 
Art. 190 do CC. A exceção prescreve no mesmo prazo que a pretensão. Logo, o 
direito cuja pretensão acaso prescrever não poderá ser mais argüido nem em sede de 
ação, nem em sede de defesa. 
 
4. Renúncia à prescrição. 
 
A renúncia à prescrição corresponde ao ato de vontade, expresso ou tácito, do 
devedor, no sentido de pagar a dívida prescrita. Requer dois pressupostos: 
 
a) Que a prescrição já se tenha consumado; 
 
b) Que do ato renunciativo não decorra prejuízo a terceiro. 
 
5. Necessidade e momento de se alegar a prescrição. 
 
Por se tratar de matéria de ordem pública, a prescrição pode ser alegada em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita (CC, art. 193). E nos 
termos do art. 219, § 5º, do CPC, “O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição”. 
 
6. Proteção aos relativamente incapazes e pessoas jurídicas. 
 
Tanto a prescrição como a decadência correm normalmente contra os 
relativamente incapazes e as pessoas jurídicas, embora a consumação do prazo se deva 
na verdade à inércia daqueles que deveriam velar por seus interesses. Por esse motivo, 
os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou 
representantes legais, que derem causa à prescrição ou à decadência, ou não a alegarem 
oportunamente (CC, art. 195 c/c art. 208). 
 
7. Sucessão na prescrição. 
 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor. 
 
8. Causas impeditivas e suspensivas da prescrição. 
 
Tanto as causas impeditivas como as suspensivas obstam a fluência normal dos 
prazos de prescrição. A diferença é que a causa impeditiva preexiste à contagem do 
prazo, impedindo o início de seu curso, ao passo que a causa suspensiva se revela 
durante a contagem, paralisando sua fluência, e uma vez cessada, faz com que o prazo 
volta a correr pelo remanescente. 
 
As causas que impedem ou suspendem a prescrição encontram-se previstas nos 
arts. 197, 198 e 199 do CC. 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
 
I – entre cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
 
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
 
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
 
I – contra os incapazes de que trata o art. 3º (= absolutamente incapazes); 
 
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
 
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
 
I – pendendo condição suspensiva; 
 
II – não estando vencido o prazo; 
 
III – pendendo ação de evicção. 
 
Outrossim, dispõe o art. 200 do CC: “Quando a ação se originar de fato que deva 
ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença 
definitiva”. 
 
9. Causas interruptivas da prescrição. 
 
As causas interruptivas são aquelas que provocam o reinício da contagem do prazo 
prescricional. Nos termos do art. 202, parágrafo único, do CC, a prescrição interrompida 
recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a 
interromper. 
O elenco legal das causas que interrompem a prescrição encontra-se previsto no 
art. 202 do CC, que estabelece: “A interrupção da prescrição, que somente poderá 
ocorrer uma vez, dar-se-á: 
 
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
 
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
 
III – por protesto cambial; 
 
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso 
de credores; 
 
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
 
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito pelo devedor”. 
 
10. Prazos de prescrição. 
 
Não dispondo a lei de prazo menor, a prescrição se consuma em dez anos (CC, art. 
205). 
 
Já os prazos prescricionais específicos constam do art. 206 do CC, verbis: 
“Prescreve: 
 
§ 1º. Em 1 ano: 
 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo 
no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado 
o prazo: 
 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é 
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da 
data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia 
que aprovar o laudo; 
 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da 
sociedade. 
 
§ 2º. Em 2 anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em 
que se vencerem. 
 
§ 3º. Em 3 anos: 
 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou 
vitalícias; 
 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, 
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
 
V - a pretensão de reparação civil; 
 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do 
estatuto, contado o prazo: 
 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou 
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no 
caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 
§ 4º. Em 4 anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das 
contas. 
 
§ 5º. Em 5 anos: 
 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantesde instrumento público 
ou particular; 
 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos 
serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo”. 
 
11. Conceito de decadência. 
 
Tem-se por decadência a perda do direito potestativo diante da inércia do seu 
titular em exercê-lo dentro do prazo que a lei ou a convenção estabelecer. 
 
Cumpre salientar que os prazos decadenciais têm natureza fatal e peremptória, por 
não sofrerem a influência das causas que impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição (CC, art. 207). Admite-se, porém, uma exceção: não corre decadência contra 
os absolutamente incapazes (CC, art. 208 c/c art. 198, inc. I). 
 
12. Decadência legal e convencional. 
 
Subdivide-se a decadência em legal e convencional. Enquanto a decadência legal 
é criada diretamente por lei, a convencional decorre da vontade das partes, observado o 
limite legalmente estipulado para sua fixação. 
 
Acerca da decadência legal, reza o art. 209 do CC: “É nula a renúncia à 
decadência fixada em lei”. Outrossim, dispõe o CC, em seu art. 210: “Deve o juiz, de 
ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei”. 
 
Quanto à decadência convencional, cumpre transcrever o art. 211 do CC: “Se a 
decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau 
de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”.

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