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Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA FAMENE NETTO, Arlindo Ugulino. NEUROANATOMIA – Profº Stênio A. Sarmento MEDULA ESPINHAL E SEUS ENVOLTÓRIOS O termo medula significa, etimologicamente, miolo e indica “o que está dentro”. Assim, temos a medula óssea dentro dos ossos; medula supra-renal, dentro da glândula do mesmo nome; e medula espinhal dentro do canal vertebral, canal formado entre o corpo e a lâmina das vértebras quando uma está posta sobre a outra. A medula espinhal, juntamente ao encéfalo (conjunto do telencéfalo, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo), forma o sistema nervoso central ou neuroeixo. A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso, estando situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupá-lo completamente. No homem adulto, ela mede aproximadamente 45 centímetros, sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem uma grande importância clínica e no adulto, situando-se geralmente na 2ª vértebra lombar (L2). Nesse nível, a medula termina afunilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Depois desse cone medular, há apenas nervos espinhais de grande comprimento formando a cauda equina. OBS: O limite superior da medula pode ser encontrado a partir do primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical (C1): acima desse filamento, tem-se o bulbo e abaixo, medula espinhal. CONCIDERAÇÕES GERAIS • Limite superior: brotamento dos filamentos radiculares que compõem o primeiro par de nervos cranianos, correspondendo ao nível do forame magno. • Limite inferior: vértebra L2, terminando na forma de cone medular. � Cone medular: região mais caudal da medula espinhal que apresenta formato de cone. � Filamento terminal: delgado filamento meníngeo mediano que termina, em nível do cóccix, na forma de ligamento espinhal, servindo como um meio de fixação da medula. � Ligamentos denticulados: outro meio de fixação da medula. Consiste em duas pregas de pia-máter, existentes de cada lado da medula, sendo compostos por cerca de 21 processos triangulares cada. � Intumescência cervical: região dilatada mais superior da medula, marcada por segmentos medulares que compõem o plexo braquial. � Intumescência lombar: região dilatada mais inferior da medula, marcada por segmentos medulares que compõem o plexo lombo-sacral. FACE ANTERIOR DA MEDULA � Fissura mediana anterior: escavação longitudinal e profunda que percorre toda a face anterior da medula. � Sulco lateral anterior: em número de dois, são sulcos pouco profundos situados bilateralmente à fissura mediana anterior. São facilmente encontrados por conter os filamentos radiculares que compõem as raízes motoras dos nervos espinhais. � Filamentos radiculares e raiz ventral (motora): filamentos que partem do sulco lateral anterior que formam, juntos, a raiz ventral (motora ou eferente) dos nervos espinhais. FACE POSTERIOR DA MEDULA � Sulco mediano posterior: escavação rasa que percorre toda a superfície dorsal da medula espinhal. Internamente, este sulco se continua com o septo mediano posterior, que conecta o sulco à substância cinzenta intermédia central. � Sulco lateral posterior: em número de dois, são sulcos pouco profundos situados bilateralmente ao sulco mediano posterior. São facilmente diferenciados por receberem filamentos radiculares das raízes sensitivas dos nervos espinhais. � Sulco intermédio posterior: dois sulcos (mais visíveis na região cervical da medula) que dividem o funículo posterior da medula em fascículo grácil (situado mais medialmente, estando relacionado com os membros inferiores) e cuneiforme (situado mais lateralmente, relacionando-se com os membros superiores). � Filamentos radiculares e raiz dorsal (sensitiva): filamentos que chegam ao sulco lateral posterior sendo compostos que axônios que chegam à medula por meio da raiz dorsal (sensitiva ou aferente) dos nervos espinhais. ENVOLTÓRIOS DA MEDULA ESPINHAL � Duramáter: meninge mais externa (que no caso da medula, é a continuação do folheto interno da duramáter craniana) e mais resistente. Entre a duramáter e o periósteo do canal vertebral, destaca-se o espaço peridural. � Aracnóide máter: praticamente justaposta à aracnóide, sendo separada dela por um espaço virtual: espaço subdural. � Piamáter: meninge mais simples e delgada aderida intimamente ao tecido nervoso, acompanhando, inclusive, seus sulcos e fissuras. Entre esta meninge e a aracnóide, encontramos o importante espaço subaracnóideo, por onde circula a maior parte do líquor produzidos pelos ventrículos encefálicos. ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL EM CORTES TRANSVERSAIS � Funículo anterior: delimitado pela fissura mediana anterior e pelo sulco lateral anterior. Os principais tractos aí contidos são o tracto córtico-espinhal anterior e tracto espino-talâmico anterior. � Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior. Alberga importantes tractos como o tracto córtico-espinhal lateral, tracto espino-talâmico lateral, tracto espino-cerebelar anterior e espino-cerebelar posterior. Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA � Funículo posterior: situado entre os sulcos lateral posterior e o sulco mediano posterior. Apenas na parte cervical da medula, o funículo posterior é divido pelo sulco intermédio posterior em dois fascículos: o fascículo grácil e fascículo cuneiforme. � Coluna (corno) anterior: parte da substância cinzenta que apresenta a maior parte de sua massa no funículo anterior da medula. Nesta região, estão concentrados a maioria dos neurônios motores da medula. � Coluna (corno) lateral: pequena porção de substância cinzenta situada na substância cinzenta intermédia lateral. Está presente apenas nas regiões torácica e lombar da medula, abrigando neurônios relacionados com a função autonômica simpática. � Coluna (corno) posterior: grande massa de substância cinzenta que delimita os funículos lateral e posterior entre si. Nela, além dos neurônios sensitivos da medula, encontramos em seu ápice a chamada substância gelatinosa (portão da dor). BULBO O bulbo raquídeo ou medula oblonga tem a forma de um tronco de cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. Como não existe uma linha de demarcação nítida entre medula e bulbo, considera-se que o limite entre eles está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical (C1), que corresponde ao nível do forame magno do osso occipital. O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno ventral do órgão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. CONSIDERAÇÕES GERAIS • Limite superior: Sulco bulbo-pontino: sulco profundo (mais visível na face anterior do bulbo) que marca o limite superior do bulbo, separando-o da ponte. Deste sulco, como veremos adiante, partem os nervos abducente (VI par), facial (VII par) e vestíbulo-coclear (VIII par). • Limite inferior: plano horizontal traçado em nível do forame magno do osso occipital. • É dividido para estudo anatômico em áreas anterior, lateral e posterior (esta é dividida ainda em porção fechada e porção aberta). ÁREA ANTERIOR (VENTRAL) DO BULBO � Fissura mediana anterior: continuação da fissura homônima na medula, termina cranialmente em uma depressão (sem abertura) chamada forame cego. � Pirâmides bulbares: eminências alongadas situadas bilateralmente à fissura mediana anterior. São formadas por fibras do tracto córtico-espinhal que, da área motora do córtex do giro pré-central, se dirigem aos neurônios motoresda medula. � Decussação das pirâmides: região localizada na região mais inferior das pirâmides, sendo caracterizada pelo cruzamento oblíquo de parte das fibras do tracto córtico-espinhal. � Sulco lateral anterior (retro-olivar): continuação dos sulcos de mesmo nome na medula. Em nível da oliva, se bifurca em dois pequenos sulcos que isolam esta estrutura: o sulco pós-olivar (posteriormente à oliva) e o sulco pré-olivar (que ainda pode ser denominado sulco lateral anterior). Deste sulco, emerge o N. hipoglosso (XII par de nervos cranianos), responsável pela inervação de músculos da língua. ÁREA LATERAL DO BULBO � Olivas: eminência de formato oval que demarca a região onde está presente o complexo olivar inferior, conjunto de substância cinzenta de onde partem axônios (na forma de fibras trepadeiras) em direção ao córtex cerebelar. Admite-se que a conexão olivo-cerebelar esteja relacionada com a aprendizagem motora. � Sulco pós-olivar: considerado, por alguns autores, como um ramo do sulco lateral anterior. ÁREA POSTERIOR DO BULBO – PORÇÃO FECHADA � Canal central: estreito canal de continuação direta com a medula que se abre na região em que se forma o IV ventrículo. � Sulco mediano posterior: continuação do sulco de mesmo nome da medula que termina em meia altura no bulbo. � Sulco lateral posterior: no bulbo, localiza-se posteriormente à oliva, próximo ao pedúnculo cerebelar inferior, e serve como referência para encontrar a emergência dos Nn. glossofaríngeo (IX par de nervos cranianos), vago (X par) e raiz craniana do nervo acessório (XI par). Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA � Área posterior da porção fechada do bulbo: continuação do funículo posterior da medula. É composta pelos fascículos grácil (mais medial) e fascículo cuneiforme (mais lateral), separados pelo sulco intermédio posterior. � Tubérculo do núcleo grácil e Tubérculo do núcleo cuneiforme: regiões que marcam a localização dos núcleos grácil e cuneiforme, onde terminam as fibras dos fascículos de mesmo nome. Com o fim das fibras dos fascículos na área posterior no nível destes tubérculos, os lábios da porção fechada do bulbo se separam para constituir o assoalho do IV ventrículo. � Pedúnculo cerebelar inferior (corpo restiforme): grosso feixe de fibras que conecta o bulbo ao cerebelo. ÁREA POSTERIOR DO BULBO – PORÇÃO ABERTA Esta região do bulbo constitui a metade inferior do assoalho do IV ventrículo. Este ventrículo e as estruturas que o delimitam serão estudados em um tópico a parte. PONTE Ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. Inferiormente, é delimitada pelo sulco bulbo- pontino e superiormente, dividida do mesencéfalo pelo sulco ponto-mesencefálico. CONSIDERAÇÕES GERAIS • Limite inferior: Sulco bulbo-pontino: sulco já descrito em virtude do estudo anatômico do bulbo. Dessa região, emergem, a partir de uma linha mediana: o N. abducente (VI par, entre a ponte e a pirâmide bulbar) e os Nn. facial e vestíbulo- coclear (VII e VIII pares; estes últimos emergem na região mais lateral do sulco bulbo-pontino, no chamado ângulo ponto- cerebelar). • Limite superior: Sulco ponto-mesencefálico: sulco evidente que separa a ponte dos pedúnculos cerebrais do mesencéfalo. FACE ANTERIOR DA PONTE � Base da ponte: região mais anterior da ponte, repousada sobre a parte basilar do osso occipital. Nela, correm fibras de trajeto descendente (como é ocaso dos tractos córtico-espinhais, córtico-nucleares e córtico-pontinas) e transversais (fibras ponto-cerebelares que, inclusive, deixam marcas na forma de estrias na base da ponte). � Sulco basilar: sulco pouco profundo que percorre a base da ponte longitudinalmente. Geralmente, aloja a artéria basilar (tronco formado pela anastomose das artérias vertebrais). � Pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte): grosso feixe de fibras (principalmente as ponto cerebelares) que da ponte se dirigem ao hemisfério cerebelar correspondente. O limite entre a base da ponte e o braço da ponte é a emergência do Nervo trigêmeo (V par que, neste nível, apresenta duas raízes: uma menor, de natureza motora; e uma maior, de natureza sensitiva). FACE POSTERIOR DA PONTE A face posterior da ponte forma a porção mais cranial do assoalho do IV ventrículo. Este ventrículo será descrito, com todos os seus elementos descritivos, neste momento. IV VENTRÍCULO O IV ventrículo (também conhecido como cavidade do rombencéfalo) está situado entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo, dorsalmente. Continua caudalmente com o canal central do bulbo (que é a continuação do canal central da medula) e cranialmente com o aqueduto cerebral (do mesencéfalo), cavidade através da qual o IV ventrículo se comunica com o III e recebe o líquor lá produzido para somá-lo ao seu. A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais, situados na superfície dorsal do pedunculo cerebelar. Estes recessos se comunicam de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka) e uma abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie), situado no meio da metade do tecto do ventrículo. É por meio destas cavidades que o liquido cérebro-espinhal, que enche a cavidade ventricular, passa para o espaço subaracnóideo. ASSOALHO DO IV VENTRÍCULO � Sulco mediano: sulco que percorre toda a extensão do assoalho do IV ventrículo, sendo uma continuação do canal central do bulbo. � Eminência medial: eminência alongada situada bilateralmente ao sulco mediano. Em meio percurso, esta eminência apresenta uma dilatação denominada de colículo facial. � Sulco limitante: dois sulcos localizados lateralmente às eminências mediais. Ele separa núcleos motores (situados medialmente) de núcleos sensitivos (situados lateralmente). Este sulco é praticamente limitado inferiormente pela fóvea inferior e se continua através da fóvea superior. A partir desta fóvea, existe apenas uma continuação mais rasa e menos evidente deste sulco (o qual separa o locus ceruleus das eminências mediais). � Colículo facial: região mais dilatada e arredondada da eminência medial, situada medialmente à fóvea superior. Esta eminência é formada pelo chamado joelho interno do N. facial, que circunda, ainda internamente, o núcleo do nervo abducente para só depois se anteriorizar e emergir no sulco bulbo pontino. Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA � Trígono do nervo hipoglosso: situado na região mais inferior da eminência medial, é uma região triangular que corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso, situado profundamente nesta região. � Trígono do nervo vago: área triangular situada lateralmente ao trígono do nervo hipoglosso e inferiormente à fóvea inferior. Corresponde ao núcleo dorsal do N. vago, situado profundamente nesta região. � Funículo separans: estreita crista oblíqua e esbranquiçada que separa o trígono do N. vago da chamada área postrema. � Área postrema: região mais inferior referente às estruturas descritivas do assoalho do IV ventrículo. É uma área cuja correspondência interna integra o centro do vômito, estando relacionado, portanto, com o mecanismo do vômito desencadeado por estímulos químicos. � Área vestibular: grande região triangular localizada lateralmente ao sulco limitante, estendendo-se de cada lado em direção aos recessos laterais. Corresponde a região onde estão localizados os núcleos vestibulares (local onde chegam as fibras do componente vestibular do N. vestíbulo-coclear). � Estrias medulares do IV ventrículos: cordas nervosas em forma de estrias que percorrem transversalmente a região denominadade área vestibular. � Locus ceruleus: área de coloração ligeiramente escura, localizada lateralmente a parte mais superior da eminência medial (próximo à porção mais inferior do aqueduto cerebral). Abriga neurônios noradrenérgicos relacionados com o mecanismo do sono paradoxal. TECTO DO IV VENTRÍCULO � Véu medular superior: fina lâmina de substância branca que recobre a parte superior do assoalho do IV ventrículo. Encontra-se presa aos pedúnculos cerebelares superiores. Percebe-se a presença do chamado frênulo do véu medular superior na região mesencefálica em que esta lâmina se insere. � Substância branca do nódulo do cerebelo: pequeno lóbulo do verme do cerebelo relacionado com o tecto do IV ventrículo. � Véu medular inferior: fina película de substância branca presa medialmente às bordas laterais do nódulo do cerebelo. � Tela corióide do IV ventrículo: formação ependimária (que produz o líquor referente ao IV ventrículo) que une as duas formações anatômicas pré-citadas às bordas da metade caudal do assoalho do IV ventrículo. Na maioria das peças de uso didático, esta tela está rompida ou retirada. Neste caso, suas margens aparecem aderidas às bordas da parte inferior do assoalho do IV ventrículo como duas linhas, chamadas de tênias do IV ventrículo, que se unem por sobre o ângulo mais caudal desta cavidade para formar uma pequena prega de tecido nervoso denominado óbex. MESENCÉFALO O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte (sulco ponto-mesencefalico) e o cérebro, do qual é separado por um plano que liga os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral (ou do mesencéfalo), que liga o III ao IV ventrículo. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo; ventralmente, temos o pedúnculo cerebral, que por sua vez se divide em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento do mesencéfalo, e outra ventral, formada de fibras longitudinais (das quais participa o tracto córtico-espinhal), a base do pedúnculo cerebral. Em cortes transversais, vê-se que o tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra, formada por neurônios que contêm melanina. Seguindo essa substância negra, externamente, na superfície do mesencéfalo, existem dois sulcos: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral (de onde emergem o III par de nervo craniano, o óculomotor). CONSIDERAÇÕES GERAIS • Limite inferior: sulco ponto-mesencefálico. • Limite superior: linha horizontal imaginária traçada entre os corpos mamilares e a comissura posterior (ambas estruturas situadas no diencéfalo). � Aqueduto cerebral (do mesencéfalo): estreito canal que liga a cavidade do III ventrículo ao IV ventrículo. Obstrução deste canal causa acúmulo de líquor nos ventrículos localizados acima deste nível (hidrocefalia não-comunicante). � Tecto do mesencéfalo: região situada posteriormente ao aqueduto cerebral. O tecto do mesencéfalo abriga a chamada lâmina quadrigêmea (região onde estão localizados os colículos). � Pedúnculo cerebral: região localizada anterior ao aqueduto cerebral. Esta região é dividida ainda em duas porções a partir da substância negra: a região situada entre a substância negra e o aqueduto cerebral é denominada de tegmento do mesencéfalo; a região situada anteriormente à substância negra denomina-se base do pedúnculo cerebral. TECTO DO MESENCÉFALO � Lâmina quadrigêmea: lâmina de tecido nervoso que abriga quatro eminências arredondadas: os colículos superiores (relacionados com as vias visuais) e os colículos inferiores (relacionados com as vias auditivas). Os colículos superiores se conectam aos corpos geniculados laterais do diencéfalo por meio dos braços dos colículos superiores; os colículos inferiores se ligam aos corpos geniculados mediais do diencéfalo por meio dos braços dos colículos inferiores. Inferiormente aos colículos inferiores emergem os delgados N. trocleares (IV par de nervos cranianos). � Sulco cruciforme: dois sulcos que cruzam perpendicularmente e separa os colículos entre si. Estes sulcos, a partir deste cruzamento, formam a figura semelhante a uma cruz. Arlindo Ugulino Netto – MONITORIA DE NEUROANATOMIA PEDÚNCULOS CEREBRAIS � Fossa interpeduncular: ampla escavação vista ventralmente, entre a base dos pedúnculos cerebrais. Esta fossa é delimitada anteriormente pelos corpos mamilares, formações arredondadas pertencentes ao diencéfalo. � Substância perfurada posterior: região que, de fato, é perfurada para passagem de pequenos ramos que nutrem estruturas profundas da região. � Sulco medial do pedúnculo cerebral: dois sulcos presentes nas bases dos pedúnculos cerebrais, vistos anteriormente, por meio da fossa interpeduncular. Deste sulco, emerge o N. óculomotor (III par de nervos cranianos). � Sulco lateral do mesencéfalo: sulco pouco profundo correspondente à parte mais lateral da substância negra do mesencéfalo. CEREBELO O cerebelo é um órgão do chamado sistema nervoso supra-segmentar, o que significa que esta formação anatômica não apresenta nervos que o divida em segmentos (assim como ocorre com a medula ou com o tronco encefálico). Situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribui para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital do telencéfalo por uma prega de dura-máter denominada tenda do cerebelo. O estudo do cerebelo, para a parte prática referente à neuroanatomia, será feito a partir dos lóbulos que compõem o verme do cerebelo, regiões com as quais cada lóbulo se relaciona com os respectivos hemisférios cerebelares e, em uma ordem lógica, as fissuras que divide cada lóbulo: � Língula: não apresenta nenhuma correspondência nos hemisférios cerebelares. � Fissura pré-central: divide a língua do lóbulo central. � Cúlmen – (parte anterior do lóbulo quadrangular) � Fissura pré-culminar: divide o cúlmen do declive. � Declive – (parte posterior do lóbulo quadrangular) � Fissura prima: divide o declive do folium. Esta fissura divide ainda o lobo anterior do lobo posterior do cerebelo (divisão ontogenética do cerebelo) que em conjunto, formam o corpo do cerebelo. � Folium – (lóbulo semilunar superior) � Fissura horizontal: separa o folium do túber � Túber – (lóbulo semilunar inferior) � Fissura pré-piramidal: separa o túber da pirâmide � Pirâmide – (lóbulo biventre) � Fissura pós-piramidal: separa a pirâmide da úvula � Úvula – (Tonsilas) � Fissura póstero-lateral: separa a úvula do nódulo. Esta fissura separa ainda o lóbulo flóculo-nodular do restante do corpo do cerebelo. � Nódulo – (flóculo)
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