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Sistemas Eleitorais e Democracia

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Constitucional
Aula 12
Existe também o sistema dos Diretórios, sistema utilizado na Suiça. A suiça é um Estado que não tem uma única nação, e sim os
chamados Cantões Suiços, e aliás o nome diretório acadêmico vem dessa organização. Logo, existe um terceiro sistema de gover
no além do Presidencialismo e Parlamentarismo.
Esse sistema funciona até hoje, onde os Cantões, alternadamente, administram a Suíça. No Brasil, São Paulo tem uma hegemonia
eleitoral muito grande, preocupante para a questão democrática. A Suíça criou então um sistema em que não se possa eleger pes
soas do mesmo cantão consecutivamente, exigindo uma alternância do representante de um cantão diferente do último. Isso, en
tão, constitui o sistema de Diretório.
Agora veremos quais são os critérios para se escolher os representantes do Estado, os sistemas eleitorais, fundamentais para
qualquer concurso público.
Vamos começar pela democracia direta, que é o ínicio da democracia. São os cidadãos indo ao Estado para constituir o Estado.
Historicamente vem da Ágora. Normalmente para nós, aqueles que são considerados cidadãos são os que votam, porém, histórica
mente, nem todos puderam votar.
Na Direta, temos o exemplo Suíço do Landsgemeinde, que ocorre em alguns cantões da Suíça, onde os cidadãos votam se querem ou
não algumas alterações legislativas. Porém, existem algumas desvantagens da democracia direta. A primeira delas, é a logísti
ca, pois é difícil para países grandes que consigam votar todas as leis requerindo a opinião de todos os eleitores. Outra
questão é a desinformação, pois nem todos entendem de assuntos específicos, como o exemplo do código de mineiração votado es
sa semana. Outra crítica é que não existe uma flexibilização de raciocínio na consulta, apenas se sim ou se não, porém, não
se dá o como, quando, onde e outras perguntas. Por esses motivos é impossível para o Brasil utilizar esse sistema.
Como o professor diz, há uma diferença entre normas éticas e normas técnicas. A primeira baseia-se em discussões como o abor
to, voto obrigatório, etc. Normalmente a democracia direta funciona sobre as normas éticas, porém, não sobre as normas técni
cas.
Para o Brasil, então, é preferível o sistema de Democracia Representativa, podendo ser em mandato imperativo ou político. Há
uma discussão se é cabível usar o termo mandato, pois alguns publicistas acreditam que o mandato para o direito público é
outra coisa, e deveria ser usado o nome representação.
No imperativo um grupo de eleitores elege um representante no qual o representante eleito deve apenas decidir de acordo com
o que ele se comprometeu no momento da eleição. Nesse momento, você sabe quem é o eleitor e ele elege diretamente o mandatá
rio. É uma ideia mais próxima do direito civil, pois é necessário em um contrato que o mandatário sempre consulte quem o deu
poder para decidir sobre algo não acordado.
No político, o voto não necessariamente é aberto, mas não se tem necessidade de seguir apenas o que foi dito durante o perío
do eleitoral. Nesse mandato político ela não representa o grupo de eleitores que votou, mas sim a totalidade do país.
Logo, o mandato imperativo é um mandato limitado, pois não dá plenos poderes de decisão ao representante.
A fidelidade partidária tem algo a ver com a imperatividade. O professor propõe um caso de alguém de um partido que não quer
apoiar um candidato que o partido é favorável, mas é incentivado a apoiá-lo por questões partidárias.
Agora vamos falar da democracia semidireta, que parte da ideia de mandato mas que cria instrumentos para que o povo decida al
gumas questões do Estado. Referendo e Plebiscito são ideias muito próprias. O referendo parece com a ideia suíça, onde o con
gresso faz uma lei e submete-a a uma votação, onde o povo vota se ela será mantida ou retirada. O Plebiscito é o contrário,
antes do congresso fazer a lei, ele perguntará à população a respeito de determinados assuntos para depois ser feito uma lei.
No Brasil já houve um plebiscito na derrubada do parlamentarismo de João Goulart. Esse ano, quando se propôs a reforma políti
ca no Brasil, a presidente queria que houvesse um Plebiscito, porém, o congresso preferiu um Referendo.
Existe também a iniciativa, onde um grupo de eleitores busca assinaturas que sejam o bastante para a proposição de uma lei,
que seja votada posteriormente no congresso nacional. Essa inciativa pode ser direta ou indireta. Depois que a iniciativa po
pular dizer que quer a lei, o congresso pode ou não seguir isso na indireta, porém, na direta, o congresso é obrigado a apro
var essa lei.
Segundo o professor não tem sentido ser direta, pois o número de assinaturas mínimas não representa uma maioria.
O veto popular é muito parecido com um referendo. Isso se dá quando o congresso edita uma lei e ela fica em suspenso, só pas
sando a valer a partir da eleição seguinte, onde o povo vai dizer, quando votar para seus representantes, também dirá se
concorda com a lei.
Também temos o Recall, muito diferente do resto, parecendo com um mandato representativo, onde é a capacidade de um número x
de eleitores poder pedir a revogação do mandato do representante, ou seja, aquele grupo de eleitores pedirá para o parlamen
tar perder seu mandato.
Vamos falar agora de Sufrágio. O Estado existe para satisfazer o povo, logo o princípio da soberania da vontade popular é a
capacidade do povo de reger o Estado. Em tese, o Estado faz aquilo que o povo designa que seja feito.
Natureza jurídica é localizar no mundo do direito o objeto de estudo, ele tem uma "localização topográfica", onde estará en
quadrado em uma categoria. A natureza jurídica do voto possui correntes. A primeira dela diz que o voto é um direito, pois to
do cidadão tem o direito de dizer o que quer para que o Estado corresponda à vontade da maioria. A segunda corrente diz que o
voto é uma função social, colocando você como sujeito como aquele que tem algo para contribuir com o Estado. Logo, o seu voto
não é só para você, mas para contribuir com o Estado, tendo uma categoria social. A terceira corrente é que o voto é um dever
, uma obrigação sua como um cidadão.
Estamos vendo a natureza jurídica do voto em caráter universal e não como Brasileira. A terceira teoria é rechaçada pois há
países em que o voto é optativo, logo, não podemos valorar o voto como um dever. Muitos teóricos dizem que o voto tem nature
za jurídica de direito e função social.
Sufrágio Universal parte da ideia que ele não é efetivamente universal, Todos os países no mundo possuem alguma limitação pa
ra o voto. Existem critérios para determinar quem pode ou não votar. Esses critérios podem muitas vezes ser vistos como jus
tos ou injustos. O primeiro deles é a idade, pois todos os países colocam uma certa idade a qual você pode votar, no Brasil,
16 anos.
O segundo critério é o econômico, que não é adotado no Brasil, que diz que só pode votar quem tiver um determinado montante
de bens, se seu patrimônio é grande o suficiente, usado muito no século XIX. O terceiro critério que é adotado no Brasil é o
da capacidade física e mental para o voto. Capacidade mental é fácil de pensar, quem não tem o intelecto plenamente desenvol
vido não consegue votar. Também se fala em deficiência física pois muitas vezes suas deficiências podem impedir que ela exer
ça seu direito de voto secreto.
Outro critério que existe é a instrução da pessoa. Só quem atinge uma determinada escolaridade pode votar, pois só quem teria
suporte técnico e educacional poderia votar. O último critério é o criminal, também adotado no Brasil, embora embates. O que
se diz na CF é quem tem condenação transitada em julgado perde seus direitos políticos. Esse argumento se dá pois a pessoa es
tá passando por um processo de reeducação.
A democracia efetiva é mantida com duas questões em relação ao voto, o primeiro é que o voto precisa ser secreto, pois a par
tir disso se impede qualquer coação do voto e o segundo é
que o Estado precisa fornecer as pessoas a capacidade de conhecimen
to para votar. Não que tenha que doutrinar as pessoas, mas o período eleitoral precisa ser um período onde as informações se
jam transparentes.

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