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História Aula 6 email: felipecavaliere@ig.com.br /tavares.felipe@ig.com.br - Temas para o artigo . Direito, Misticismo, Religião . A Mulher e os Direitos de Antiguidade . O Renascimento do Direito Romano e a formação do Direito Comum Não terá como escapar de falar da escola dos gozadores e dos comentadores. . A Codificação do Direito: Escola da Exegese x Escola Histórica do Direito Provavelmente sobre o Código Civil Francês, o processo de codificação, estudos, elaboração e consequências - De 15 a 20 páginas - Regras ABNT - Entrega até 24/01 Na aula de hoje vamos iniciar o estudo dos sistemas jurídicos da antiguidade. São 5: o egípcio, cuneiforme, hebraico, grego e romano. Na aula de hoje vamos começar a estudar os povos antigos: os egípcios, os povos da mesopotâmia e os povos hebreus. - Surgimento da Escrita Porque esses dois sistemas jurídicos são os primeiros? Vimos na semana passada que temos a familia, tribo e formação das pri meiras cidades. A formação das primeiras cidades vai ocorrer exatamente nessas regiões da mesopotâmia e do Egito, nas proximi dades dos rios. Concomitantemente à formação das cidades, teremos o surgimento da escrita. Logo, temos o surgimento da escri ta ocorrendo ao mesmo tempo que o surgimento das cidades. No Egito, temos a formação das cidades e da escrita com os hieróglifos, assim como na Mesopotâmea, com a escrita cuneiforme. Através dessas cidades e escritas, temos a formação dos sistemas jurídicos desses povos. Vamos começar com o Egípcio. - Direito Egito Antigo A primeira coisa que deve ser dita é em relação ao período histórico. O egito antigo é considerada a civilização mais próspe ra da antiguidade e tem sua formação mais ou menos no ano de 3100 AC, quando se juntam o alto e o baixo Egito. O Egito vai ser uma monarquia independente, resistindo a todas as tentativas de domínio extrangeiro por cerca de 3000 anos. Apenas no úl timo século antes de cristo ele será dominado pelo Império Romano. Portanto temos 3000 anos de reinado do sistema jurídico egípcio. Não há como falar com um grau de verdade sobre algo de 3 mil anos antes de cristo, por isso, fazemos um recorte. Vamos estudar as características do direito Egípcio dentro da época conhe cida entre a terceira e quinta dinastia, mais ou menos entre 2700 e 2000 AC. - Contextualização Antes de falar do direito nesse período, para poder analisar a história de maneira honesta, não podemos focar apenas no aspec to de legislação, temos que estudar como era aquela sociedade. Então, vamos falar de outros elementos da sociedade egípcia daquela época. Naquela época, vimos que a religião era forte na constituição da sociedade e com o surgimento do Estado, por mais que houves se uma estruturação diferente, não poderiam negar a religião. Eram politeístas e possui uma mitologia muito respeitada até hoje. O que é realmente significativo falar quanto a religião para os egípcios era a crença que os egípcios tinham na imorta lidade da alma, coisa que influenciou seu direito. Eles acreditavam que a alma era imortal. Uma das razões estava ligada no próprio Rio Nilo. A civilização egípcia foi criada em torno do Rio Nilo, que tinha a figura de um Deus para a sociedade. Na época, ele era ex tremamente estável, com períodos de seca e cheia regulares. No período da seca, ele minguava, e na cheia, ele renascia. Logo, se o rio renasce, com um ciclo de morte e renascimento, as pessoas também seguiam esse ciclo. A crença na imortalidade levava os egípcios a determinar que a alma seria imortal dependendo de sua conduta em vida. A pessoa após a morte, o coração dela seria pesado contra uma pluma e, se fosse mais leve, sua vida seria imortal, caso contrário, sua alma seria jogada aos crocodilos. Isso vinculava a obediência à norma, com uma recompensa pós morte, e levava a pessoa a ter um comportamento mais cordial em vida. Logo, essa influência para o direito, e outras áreas, como a política, era absoluta. . Política Um dos Grandes elementos que vemos quando estudamos o egito é que durante os 3000 anos o controle político nunca foi seriamen te questionado. Sempre houve um poder central realizado pelo Faraó, por mais que não a mesma dinastia. Mas a ideia de uma mo narquia sempre foi muito pouco questionada durante esse tempo, conseguindo ser rasoavelmente estável. Essa era a grande carac terística do Egito nesse tempo, não era uma sociedade baseada no conflito. Politicamente, no Egito, a estabilidade era respeitada. Isso também tem outra razão, ligada à religião, que o faraó não era considerado apenas um representante de uma divindade, mas como a divindade em si. Isso dava a ele um carater muito mais forte na hora de impor a sua vontade em função da grande religiosidade do povo. . Economia Economicamente falando, o Egito conseguia produzir praticamente tudo que consumia, com exceção de madeira e outros pequenos produtos, mas ele não era dependente do comércio. Se você é uma sociedade que consegue produzir tudo o que consome, você vai ser uma sociedade estável. . Ciência Os egípcios eram extremamente hábeis em áreas que hoje chamamos de astronomia, engenharia, medicina, arquitetura, etc. Não era exatamente a medicina, por exemplo, mas eles tinham um vasto conhecimento do corpo humano, assim como a astronomia e a posição das pirâmides construidas em relação à posição do sol. Havia, então, um forte conhecimento científico. . Escrita Inicialmente, a escrita era o hieróglifo, Com o passar do tempo, outras formas de escrita serão desenvolvidas, passando dos hieróglifos para a criação de uma forma derivada, o hierático e, ao final, a criação de uma terceira forma chamada de demóti co. Tudo que sabemos do Egito é muito recente, pois o homem não sabia traduzir os hieróglifos e apenas terá acesso a eles quando no ano de 1822 foi descoberta a chamada pedra de rosetta. Ela permitiu a tradução dos hieróglifos, feita por um arqueólogo chamado Champollion. Ela foi descoberta e ela é dividida em 3 partes: na de cima, hieróglifo, no meio, demótico e, embaixo, direito antigo. Por um lento trabalho comparativo, então, foi possível que se entendesse os hieróglifos. - Características do Direito Quando trabalhamos com o Direito Egípcio, temos que lembrar que não há vestígios, até hoje, de legislação escrita. Não houve, ainda, descoberta de algo que pudesse indicar uma lei escrita. Porém, isso não significa que haja dúvida em relação ao fato do direito ser escrito naquela época, pois todos os contratos e testamentos encontrados fazem menção à lei escrita. Se assume, então, que havia lei escrita sim, embora ainda não descoberta. Uma das características que mais se destaca é o desenvolvimento de um individualismo baseado no número de contratos encontra dos. Logo, era uma sociedade que dava autonomia ao individuo para que ele pudesse deixar seus bens para quem quisesse, demons trando uma sociedade individualista. Isso é muito importante pois é um contraponto à sociedade arcaica que não existia o indi víduo no direito. Outra questão é a rasoável igualdade que existia entre as pessoas. Havia o faraó, os sacerdotes, mas não havia no Egito uma nobreza privilegiada, grande quantidade de escravos (os que existiam eram públicos). "Abaixo do faraó, todos são iguais", exagerada, pois haviam algumas classes como os sacerdotes, mas de modo geral, todos eram tratados da mesma forma. Isso era refletido, inclusive, na questão da familia. Não havia um poder marital, o marido não era autoridade frente à mulher , havia divisão de tarefas, mas a mulher não era dependente do marido. Isso era raro nas sociedades dessa época, que a mulher casada não poderia ter bens fora do casamento, herdados de seu pai. Não havia também no Egito antigo a questão da primogenitura. Os historiadores do direito dizem que, então, a igualdade era relativa entre o povo. Em relação ao direito penal, teremos uma grande diferença do Egito para os outros povos. Eles tinham poucos crimes punidos com a morte, comparativamente a outros povos da época. Logo, eles são considerados como com o direito penal relativamente brando, evidenciado por prezar a resarção financeira que a pena de morte. O homicida, muitas vezes, não era punido com a mor te, mas sim, levado a pagar uma indenização para a familia atingida.
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