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Um esboço de um trabalho para Antropologia do corpo

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Universidade Federal do Espirito Santo
Departamento de Ciências Sociais
Antrropologia do Corpo
Aluno: Paulo Sergio Brandão
Professora: Dra. Eliana Creado
Por uma etnografia transdutora: a superação da imersão em um campo opaco.
Introdução
A finalidade do trabalho é mostrar a possibilidade de realização de uma etnografia transdutora, na tentativa de superar a ideia de que o antropologo ao fazer etnografia faz imersão em campo. Para isso tomamos como referencias teoricas Hayward (2003) e principalmente Helmreich (2007) que discute a superação da atuação em campo a partir de uma categorização de imersão revelando a mesma ser “pobre” no sentido de não dar conta da amplitude da relação estabelecida entre sujeitos, objetos, presença e campo, mostrando que a imersão revela um ambiente opaco em relação a transdução, que ao contrário, visa desnudar e revelar as transformações a serem dadas numa etnografia tansdutora, bem como a organização do espaço, meio, ambiente por um observador-participante-ouvinte. 
A etnografia transdutora
O autor fala metaforicamente sobre mergulhar no submarino e mergulhar em campo, ressaltando a diferença, pois no Alvin, é impossível a um humano participar do campo sem a ajuda de aparelhos, que ele vai chamar aqui de transdutores. 
Esta realidade submarina, dentro de uma “capsula”, levou o pesquisador a identificar a necessidade de fazer etnografia transdutora para revelar não o que via somente, mas principalmente o que escutava. E além disso, ele também se colocava como um transdutor, uma vez que segundo ele o antropologo se transforma em transdutor e seu corpo, com o aparelho auditivo transmite a paisagem sonora maritima. 
Diante desta experiência mostra as diferenças entre imersão e transdução. Ao falar das possibilidades e limites da imersão nos mostra uma relação entre imersão e observação participante, como comunhão total, numa ideia de estar em sensação total com as forças locais. Mesmo assim, a imersão é vista como pobre para o autor pois não permite a intervenção por meio do carater corporeo da transferência e como se somente relatassemos o que somos capazes de ver. Este limite com o ver não permite ao etnografo desenvolver outras dimensões do sensório corporal. 
Partindo desta análise este artigo visa desenvolver a necessidade de utilização de uma etnografia transdutora como algo possível de ser realizado em campo independente de uma ambiente ciborguiano. 
Tomando a proposta de uma etnografia que visa aperfeiçoar a forma de atuação em campo e levando em conta uma antropologia também do som, que lida com as diversas mudanças e transformações, no sentido de alcançar a capacidade de ouvir as “coisas por completo ou através delas”. 
Este novo modo de dar atenção a como sujeitos, objetos e presença se encontram e se manifestam em campo é um modo de pensar tansdutor. Este modo é um convite a escutar e investigar a propagação dos sinais, das histórias, linguagens e concepções de vida em campo. 
É Preciso ver além da superficie dada no campo, ver para além do visível, escutar o inaudível. Escutar por trás da grande quantidade de dados mensurados e de suas formas de representações. Ler e ver, ouvir num campo opaco os diversos volumes de som que se misturam, decodificando cientificamente por meio de uma etnografia transdutora a profundidade dos dados. É antes preciso antes criar as imagens nesta opacidade do cenário dado. 
Desafios
Por se tratar de uma esperiência nova ou pouco desenvolvida e sem querer romper com a proposta em voga na análise antropológica de imersão em campo por meio da observação participante, esta proposta se apresenta como uma atividade desafiadora a ser desenvolvida e analisada dentro de uma porposta cientifica para não se tornar um experimento evasivo e sem fundamento. 
Como o proprio Helmreich (2007) nos adverte nas páginas finais do seu artigo “Um antroplogo debaixo d´água: paisagens sonoras imersivas, ciborgues submarinos e etnografia transdutora” para entender as acustemologias das diversas paisagens sonoras da modernidade é preciso empurrar a transdução para outras práticas como ouvir, escutar, sondar, fazer paisagismo sonoro, transmitir, tocar e gesticular que para ele continua algo a ser conhecido. Assim como ele defende a que seja realizadas etnografias transdutoras, gustativas e palpatórias, visando a produção de senso de presença, distância, associação e dissociação entre outros. 
Aqui quis mostrar a necessidade do entendimento de desenvolver uma etnografia transdutora de forma a ir além, da atuação em campo, tornando o corpo do antropologo um transdutor e a etnografia uma forma de transdução. 
Categorias
No intuito de facilitar o processo de pesquisa apresento abaixo uma relação de categorias que dão sentido e fundamentam o estudo que se propoe este texto.
Etnografia
Transdução 
Etnografia transdutora
Campo opaco
Acustemologias
Imersão 
Escutar 
Ouvir
Paisagens sonoras

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