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Lei nº. 8.429/92- Agentes Públicos, Lei n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Processo Administrativo

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Preparatório para o concurso do INSS – 2015 (CESPE) – Direito Administrativo! 
Aula 05 – Improbidade Administrativa e Processo Administrativo Federal 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 
 
1 
 
 
 
 
 Olá! 
 
 Na aula de hoje abordaremos dois tópicos distintos no âmbito do 
Direito Administrativo: Lei 9.784/1999 (Processo Administrativo Federal) e Lei 
8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa). 
 Em relação a esses tópicos, informo que a maioria das questões das 
bancas baseia-se na literalidade de seus respectivos textos, portanto, é 
importante que você também faça uma breve leitura da legislação. 
 
No mais, estou à sua disposição no fórum de dúvidas. 
 Bons estudos! 
 
 Fabiano Pereira 
 FACEBOOK: www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 05 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E LEI 9.784∕1999 
 
Preparatório para o concurso do INSS – 2015 (CESPE) – Direito Administrativo! 
Aula 05 – Improbidade Administrativa e Processo Administrativo Federal 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
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1. As diversas denominações da expressão “processo”............... 03 
2. Conceito .................................................................................. 04 
3. Abrangência da Lei 9.784/99 .................................................. 05 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal ......... 05 
4.1. Princípio da legalidade objetiva ................................... 06 
4.2. Princípio da oficialidade ............................................... 06 
4.3. Princípio do informalismo ............................................ 06 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” ...... 07 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa ............. 08 
5. Objeto .................................................................................... 09 
6. Princípios expressos ............................................................... 09 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos .. 15 
8. Dos direitos e deveres do administrados ................................. 17 
9. Da competência ..................................................................... 17 
10. Dos impedimentos e da suspeição ......................................... 19 
11. Fases do processo administrativo .......................................... 20 
12. Da desistência e outros casos de extinção do processo ......... 24 
13. Do recurso administrativo e da revisão ................................. 24 
14. Dos prazos ............................................................................ 27 
15. Resumo de Véspera de Prova ................................................ 29 
16. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .......................................... 32 
17. Questões comentadas ........................................................... 54 
 
 
SUMÁRIO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL (LEI 9.784∕99) 
Preparatório para o concurso do INSS – 2015 (CESPE) – Direito Administrativo! 
Aula 05 – Improbidade Administrativa e Processo Administrativo Federal 
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1. As diversas denominações da expressão “processo” 
 A expressão “processo” representa um conjunto lógico e seqüencial de 
fatos e procedimentos adotados para se atingir um determinado objetivo. Em 
regra, essa expressão é utilizada para referir-se ao processo judicial, mas é 
importante destacar que várias são as classificações para a expressão 
“processo”, que representa um gênero: 
 1.1. Processo judicial: trata-se do instrumento pelo qual o juiz exerce o 
seu poder jurisdicional (de aplicar o direito ao caso em concreto), decidindo um 
possível conflito existente entre as partes que participam do processo. 
 1.2. Processo legislativo: é composto pelo conjunto de regras 
constitucionais e legais que devem ser obedecidas pelo legislador ao elaborar as 
leis. 
 1.3. Processo administrativo: pode ser entendido como o conjunto 
seqüencial de atos administrativos necessários a produzir uma decisão 
referente a um conflito de natureza administrativa. 
 Como o foco da nossa aula é estudar as normas gerais sobre o processo 
administrativo federal, iremos nos restringir a essa última espécie de 
processo, que está prevista na Lei 9.784/99. 
 Atenção: é importante que você saiba que a própria expressão “processo 
administrativo” possui diversas espécies, que, frequentemente são 
encontradas em provas de concursos. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que, na linguagem 
corrente, a expressão processo administrativo é utilizada em vários sentidos 
diferentes: 
1. num primeiro sentido, designa o conjunto de papéis e documentos 
organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse 
do funcionário ou da administração; 
2. é ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, pelo qual se 
apuram as infrações administrativas e se punem os infratores; nesse 
sentido é empregado no artigo 41, § 1º, da Constituição Federal, quando 
diz que o servidor público estável só perderá o cargo em virtude de 
sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo 
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Esse tipo de 
processo é conhecido por "PAD" no meio jurídico. 
3. em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados 
para a solução de uma controvérsia no âmbito administrativo; 
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4. como nem todo processo administrativo envolve controvérsia, também 
se pode falar em sentido ainda mais amplo, de modo a abranger a série 
de atos preparatórios de uma decisão final da Administração. 
 A Lei 9.784/99, conforme destaquei anteriormente, estabelece normas 
básicas e gerais sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos 
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
 Assim, os processos administrativos específicos, a exemplo do Processo 
Administrativo Disciplinar – PAD, o Processo Administrativo Federal de 
Determinação e Exigência de Créditos Tributários – PAF, entre outros, 
continuarão a reger-se por normas próprias, aplicando-se-lhes apenas 
subsidiariamente os preceitos da Lei 9.784/99. 
 O Processo Administrativo Disciplinar – PAD, quando instaurado na esfera 
federal, por exemplo, será regulamentado pela Lei 8.112/90. Por outro lado, o 
Processo Administrativo Federal de Determinação e Exigência de Créditos 
Tributários – PAF, será regulamentado pelo Decreto 70.235/72. 
 
No concurso público para o cargo de Analista em C&T do INCa, realizado 
em 2010, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “O processo 
administrativo estabelece uma relação bilateral, de um lado o administrado, que 
deduz uma pretensão, e de outro a administração, que, quando decide, não age 
como um terceiro, estranho à controvérsia, mas como parte”. 
 
 
2. Conceito 
 O saudoso professor Diógenes Gasparini apresenta um conceito bastante 
completo sobre processo administrativo, ao defini-lo como o “conjunto de 
medidas jurídicas e materiais praticadas com certa ordem e cronologia, 
necessárias ao registro dos atos da Administração Pública, ao controle do 
comportamentodos administrados e de seus servidores, a compatibilizar, no 
exercício do poder de polícia, os interesses público e privado, a punir seus 
servidores e terceiros, a resolver controvérsias administrativas e a outorgar 
direitos a terceiros”. 
 
 
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3. Abrangência da Lei 9.784/99 
 A Lei 9.784/99, que estabelece normas básicas sobre o processo 
administrativo no âmbito da Administração Federal, alcança tanto as 
entidades da Administração Direta (União e seus respectivos órgãos), quanto às 
entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
 Lembre-se de que a Lei do processo administrativo federal não se 
restringe ao Poder Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e 
Judiciário, bem como o Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da 
União, quando estiverem exercendo função administrativa. 
 Pergunta: professor, a Lei 9.784/99 também será obrigatória para os 
processos administrativos instaurados no âmbito dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios? 
 Em regra, não. As entidades políticas possuem competência legislativa 
para criarem as suas próprias legislações sobre processo administrativo. No 
Estado de São Paulo, por exemplo, vigora a Lei Estadual 10.177, publicada em 
30 de dezembro de 1998. Da mesma forma, no Estado de Minas Gerais vigora 
outra Lei Estadual, a de nº 14.184, editada em 30 de janeiro de 2002. 
 Apesar dos Estados, DF e Municípios possuírem competência para legislar 
sobre o tema, não existe proibição a que a Lei 9.784/99 seja utilizada em 
âmbito municipal ou estadual, por exemplo, enquanto a respectiva legislação 
local não seja criada. 
 
(Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 9.784/99, 
que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública 
Federal, é CORRETO que seus preceitos também se aplicam aos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função 
administrativa. Assertiva considerada correta pela banca. 
 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal 
 
 O professor Hely Lopes Meirelles destaca que são cinco os princípios 
inerentes aos processos administrativos no âmbito federal, a saber: 
 
 
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 4.1. Princípio da legalidade objetiva 
 O princípio da legalidade objetiva impõe a obrigatoriedade de que o 
processo administrativo se desenvolva nos termos da lei, cumprindo-se 
fielmente a sua finalidade. Ocorrendo qualquer violação ao texto legal, o 
processo administrativo, consequentemente, deverá ser declarado nulo. 
 
 4.2. Princípio da oficialidade 
 Esse princípio impõe à Administração o dever de dar andamento 
automático ao processo administrativo, independentemente da manifestação 
do administrado. Também é conhecido como “princípio da impulsão de ofício” 
ou “princípio do impulso oficial”. 
 É interessante destacar que, contrariamente ao que ocorre no Poder 
Judiciário, que deve ser provocado pelo interessado a fim de que possa tomar 
alguma providência, no âmbito administrativo a própria Administração se 
encarrega de adotar as providências necessárias para garantir o andamento e 
a conclusão do processo. 
A oficialidade se revela na instauração, na instrução, na decisão e na 
eventual revisão de decisões tomadas nos processos administrativos. 
 
Para responder às questões do CESPE: O processo administrativo pode ser 
instaurado de ofício, por iniciativa da administração, ou a pedido do interessado. 
Caso instaurado a pedido deste, será vedado à administração impulsionar e 
instruir o processo, em atenção ao princípio da oficialidade (Analista em C&T 
Junior – Direito/INCA 2010/CESPE). Assertiva considerada incorreta 
pela banca. 
 
4.3. Princípio do informalismo 
 O processo administrativo caracteriza-se pelo informalismo, 
dispensando a solenidade e o rigor exacerbado na edição de seus atos. É claro 
que não é possível exagerar no informalismo, pois é necessário garantir a 
confiança e a credibilidade do processo administrativo. Assim, a lei poderá 
estabelecer uma maior rigidez para a prática de alguns atos, cominando a 
respectiva nulidade em caso de sua inobservância. 
 
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Como o administrado não está obrigado a contratar um advogado para 
atuar em processo administrativo, o princípio do informalismo apresenta-se 
como essencial e de extrema relevância, permitindo que qualquer pessoa possa 
acessá-lo e praticar os atos necessários ao seu desenvolvimento e conclusão. 
 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” 
Nos processos administrativos, a Administração deve sempre buscar a 
realidade dos fatos. Nesse sentido, deve adotar todas as providências que se 
fizerem necessárias para esclarecer, com exatidão, o que realmente ocorreu. 
Para isso o processo administrativo é instaurado. 
A professora Odete Medauar nos ensina que, como conseqüência do 
princípio da verdade real ou material, “a Administração deve tomar decisões 
com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo 
com a versão oferecida pelos sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de 
carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito 
da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos suscitados pelos sujeitos”. 
Pergunta: professor, verdade material é o mesmo que verdade 
formal? 
Não. Fique bastante atento a essa diferença, pois, frequentemente, ela é 
objeto de concursos. 
A verdade formal, que se objetiva nos processos judiciais (com exceção 
dos criminais), caracteriza-se por não representar a realidade dos fatos. Para 
decidir um conflito que lhe foi apresentado, o juiz está restrito às provas que 
foram apresentadas pelas partes e que estão no processo, não podendo se 
referir a fatos ou documentos de que teve ciência “fora” do processo. 
Para que fique mais fácil o entendimento, basta que você se lembre de 
que ao ser citado para responder a uma ação judicial, o acusado será advertido 
de que “não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como 
verdadeiros, os fatos articulados pelo autor” (artigo 285 do Código de Processo 
Civil). 
Exemplo: caso JOÃO ingresse com uma ação judicial em face de 
PEDRO, alegando que ele lhe deve a quantia de R$ 500,00 por um serviço 
prestado e não pago, PEDRO terá que apresentar a sua contestação (defesa) no 
processo, mesmo que a cobrança seja absurda (sequer conhece João, por 
exemplo), pois, caso contrário, presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados 
por João. 
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Assim, por mais mentirosa e absurda que possa parecer tal cobrança, se 
JOÃO não se defender, apresentando os seus argumentos, ela será considerada 
verdadeira.Eis a verdade formal, que não corresponde à realidade dos fatos. 
No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do 
TRE/MS, realizado em 2013, o CESPE elaborou a seguinte questões 
sobre o tema: 
 
(CESPE/Analista Judiciário – TRE MS/2013) No processo administrativo, 
a administração pública tem o poder- dever de produzir provas com o 
fim de atingir a verdade dos fatos, não devendo, por isso, ficar restrita 
ao que as partes demonstrarem no procedimento. Esse pressuposto, 
conforme a doutrina pertinente, refere-se ao princípio da 
a) da gratuidade. 
b) oficialidade. 
c) lealdade e boa-fé. 
d) do informalismo. 
e) da verdade material. 
 
Gabarito: Letra “e”. 
 
 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa estão expressamente 
previstos no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que assim 
declara: 
“LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes”. 
 O princípio da ampla defesa, de uma forma bem resumida, assegura 
ao acusado a prerrogativa de valer-se de todos os meios existentes para provar 
a sua inocência, desde que lícitos. Por outro lado, o princípio do 
contraditório impõe a obrigatoriedade de se garantir ao acusado a 
oportunidade de se manifestar sobre todos os fatos e acusações a ele 
imputados, bem como o direito de contradizer um por um, caso entenda cabível 
e necessário. 
 
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5. Objeto 
 O processo administrativo será utilizado no âmbito da Administração 
Pública para tratar sobre os mais diversos temas. O professor Diógenes 
Gasparini, apresentando alguns exemplos, informa que podem versar sobre a 
padronização de um bem, cuidar da investigação de um fato, visar a aplicação 
de uma pena, objetivar uma decisão, encerrar uma denúncia, consubstanciar 
uma sugestão, exigir um tributo, comprovar o exercício do poder de polícia, 
visar a apuração de certos fatos e a indicação dos respectivos autores. 
 Afirma o citado professor que o objeto é, portanto, o tema versado no 
processo administrativo e esse pode ser qualquer um. 
 
6. Princípios expressos 
 O artigo 2º da Lei 9.784/99 apresenta um rol de princípios que devem ser 
obrigatoriamente observados durante os processos administrativos federais, a 
saber: 
 Princípio da legalidade 
 Princípio da finalidade; 
 Princípio da motivação; 
 Princípio da razoabilidade; 
 Princípio da proporcionalidade; 
 Princípio da moralidade; 
 Princípio da ampla defesa e do contraditório; 
 Princípio da segurança jurídica; 
 Princípio do interesse público; e 
 Princípio da eficiência. 
Dentre todos os princípios acima relacionados, em nossa primeira aula 
estudamos o da LEGALIDADE, FINALIDADE, MORALIDADE e EFICIÊNCIA. 
Ademais, como no tópico anterior fiz referência aos princípios do 
CONTRADITÓRIO e da AMPLA DEFESA, resta então tecer alguns breves 
comentários sobre os princípios da MOTIVAÇÃO, RAZOABILIDADE, 
PROPORCIONALIDADE, SEGURANÇA JURÍDICA E INTERESSE PÚBLICO. 
Para fins de concursos públicos, entenda que o princípio do interesse 
público impõe para a Administração a obrigatoriedade de sempre almejar a 
satisfação do interesse público, o que lhe assegura uma supremacia jurídica em 
relação aos particulares. 
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Como interesse público, podemos entender aquele que está previsto na 
lei, o que nos remete ao princípio da legalidade. Isso porque o interesse público 
deve estar presente tanto no momento da edição da lei quanto no momento de 
sua execução em concreto pela Administração. 
 
(Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 9.784/99, 
que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública 
Federal, é CORRETO que a Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. Assertiva considerada correta pela banca. 
 
 
 6.1. Princípio da Motivação 
O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
 A necessidade geral de motivação dos atos administrativos não está 
prevista expressamente no artigo 37 da Constituição Federal de 1988, mas 
consta no artigo 93, X (em relação aos atos administrativos editados pelo Poder 
Judiciário) e 129, § 4º (em relação aos atos administrativos editados pelo 
Ministério Público). 
 Em termos gerais, o princípio da motivação pode ser considerado 
implícito, pois não existe previsão expressa na Constituição Federal de 1988 
de que os atos editados pelo Poder Executivo também devam ser motivados. É 
claro que se a Constituição Federal impõe a obrigatoriedade de motivação dos 
atos administrativos do Poder Judiciário e do Ministério Público, 
implicitamente, também a estende aos atos editados pelo Poder Executivo, 
que é aquele que possui na edição de atos administrativos a sua função 
principal, típica. 
 A Lei 9.784/99, no inciso VII do artigo 2º, declara expressamente que 
nos processos administrativos federais serão indicados os pressupostos de fato 
e de direito que determinarem a decisão. 
 
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Além disso, afirma no § 1º do artigo 50 que a motivação deve ser 
explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato, o que a doutrina 
convencionou chamar de motivação aliunde. 
 Isso significa que, no momento de motivar um ato administrativo, o 
administrador poderá invocar fundamentos que já estejam em pareceres ou 
decisões anteriores, por exemplo. Assim, para concluir a motivação, basta que 
faça uma afirmação declarando que a motivação é a mesma constante da 
“decisão Y”, “em anexo”. 
 A imposição de que a motivação seja explícita, clara e congruente 
deriva, dentre outros, dos princípios do devido processo legal, do contraditório e 
da ampla defesa. 
 Para que o administrado ou mesmo os agentes públicos (nos casos em 
que estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) 
possam contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela 
Administração, é necessário que tenham pleno conhecimento de seu conteúdo. 
 Sendo assim, no momento de motivar o ato, o administrador não pode 
limitar-se a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É 
essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o 
caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que 
deseja alcançar com a prática do ato. 
 Agindo dessa maneira,o administrador estará permitindo que os 
interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que 
deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da 
legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre 
outros. 
 Pergunta: Será que todos os atos administrativos devem ser motivados? 
Diante do que escrevi até o momento, parece que sim, não é? Bem, para 
fins de concursos públicos, devemos ficar atentos a essa pergunta. 
Embora renomados professores como Diógenes Gasparini e Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos 
devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discricionários, é válido 
destacar que existe uma exceção muito cobrada em concursos públicos: a 
nomeação e exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão 
(cargos de confiança). 
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 No momento de nomear um cidadão para ocupar cargo público em 
comissão (aquele em que não é necessário ser aprovado em concurso público e 
que possui atribuições de direção, chefia e assessoramento, como o cargo de 
Secretário Municipal, por exemplo), a autoridade competente não está obrigada 
a apresentar os motivos, por escrito, que a levaram a optar pelo cidadão “a”, 
em vez do cidadão “b”. 
Da mesma forma, acontece na exoneração. A autoridade competente não 
está obrigada a apresentar, por escrito, os motivos que a levaram a “dispensar” 
o ocupante do cargo em comissão, independentemente de quais sejam. 
 Sendo assim, como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso 
público, fique atento a essa exceção que comprova que nem todos os atos 
administrativos devem ser motivados. 
 Por fim, não confunda o motivo do ato administrativo (que estudamos 
anteriormente) com a necessidade de motivação. O primeiro é a razão de fato 
e de direito que justificou a edição do ato. O segundo nada mais é que a 
exposição dos motivos, por escrito, detalhadamente. 
 Exemplo: Imagine que o Departamento de Recursos Humanos de um 
determinado órgão público tenha solicitado ao servidor “X” a apresentação de 
algumas informações e documentos para proceder à atualização de seus dados 
cadastrais. Contudo, apesar da solicitação formal da Administração, 
imotivadamente, o servidor se recusou a fornecê-los. Diante do exposto, o 
servidor será punido com uma advertência em virtude de não ter apresentado 
as informações e documentos solicitados (motivo), mas, no momento da 
aplicação da penalidade, a Administração deverá explicar por escrito o 
“porquê” de ter sido aplicada a referida advertência (motivação). 
 O artigo 50 da Lei 9.784/99 apresenta um rol de hipóteses que ensejam, 
obrigatoriamente, a motivação do ato administrativo. Entretanto, é importante 
esclarecer que as hipóteses elencadas legalmente não são as únicas que 
impõem à necessidade de motivação (esse é o entendimento da doutrina 
majoritária, para fins de concursos públicos). 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com 
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública; 
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IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo 
licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação 
de ato administrativo. 
 
Em regra, todos os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles vinculados 
ou discricionários. Esse é o entendimento da doutrina majoritária. 
 Todavia, como as exceções estão sempre presentes no Direito, lembre-se 
de que o Supremo Tribunal Federal já declarou, por diversas vezes, que o ato 
de nomeação e exoneração ad nutum dos ocupantes de cargos em comissão 
(cargos de confiança) não necessita de motivação. 
 
6.2. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade 
 Grande parte da doutrina afirma que os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade são sinônimos. Outra parte afirma que tais princípios são 
autônomos, apesar do fato de a proporcionalidade ser um dos elementos da 
razoabilidade. 
 Sendo assim, apresentarei ambos os princípios conjuntamente, mas 
citando as peculiaridades de cada um para que você não se confunda no 
momento de responder às questões de prova. 
 O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso 
comum do homem médio, do aceitável, do justo, do mediano. Em respeito a 
tal princípio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na 
sensatez que guia a atuação do homem mediano, pois, caso contrário, serão 
invalidadas. 
 O princípio da razoabilidade tem origem no sistema jurídico anglo-
saxão, mas foi no Direito norte-americano que se desenvolveu e ganhou 
autonomia, como consequência do devido processo legal, servindo de 
parâmetro obrigatório para a conduta tanto dos administradores quanto do 
legislador. 
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 Eis aqui uma importante informação que você deve guardar: o princípio 
da razoabilidade, que é considerado um princípio implícito (em termos 
gerais), deriva do princípio do devido processo legal, este previsto 
expressamente no inciso LIV, artigo 5º, da CF/88. 
 Atenção: se analisarmos os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade nos termos da Lei 9.784/99, eles poderão ser considerados 
expressos, mas somente para a Administração Pública Federal. 
A professora Lúcia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a 
proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupõe 
a adequação entre os atos e as necessidades, ou seja, “só se sacrificam 
interesses individuais em função dos interesses coletivos, de interesses 
primários, na medida da estrita necessidade, não se desbordando que seja 
realmente indispensável para a implementação da necessidade pública1”. 
 O princípio da proporcionalidade também pode ser entendido como 
princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente 
limitar as ações administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em 
outras palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a 
necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 
9.784/99). 
 Para fins de concurso público, é importante que você saiba as 
características tanto da razoabilidade quanto da proporcionalidade, pois 
nunca se sabe de que forma a banca irá abordar o tema. 
(Especialista em Regulação – ANATEL 2006 / CESPE) O princípio da 
proporcionalidade - que tem fundamento no texto constitucional brasileiro 
- aplicadoà garantia do indivíduo, em face do poder regulador do Estado, 
é uma das formas de manifestação da função de garantia e proteção que 
desempenha a Constituição. (Correta) 
 
 6.3. Princípio da segurança jurídica 
Para que o homem possa conduzir os atos de sua vida civil, familiar e 
profissional, necessita de certo grau de estabilidade, de confiança e de certeza 
de que as decisões tomadas no dia a dia não serão alteradas unilateralmente, 
por terceiros, em momento posterior. Assim, é possível programar o futuro e 
estabelecer projetos a curto, médio e longo prazo. 
 
1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. 
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 A necessidade de estabilidade, certeza e confiança se mostra ainda mais 
latente nas relações entre a Administração e os administrados. 
Conforme nos informa a professora Di Pietro, é muito comum, na esfera 
administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas 
legais, com a consequente mudança de orientação, em caráter normativo, 
afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação 
anterior. 
Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém, gera 
uma grande insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando 
a sua situação será passível de contestação pela própria Administração Pública. 
Daí a regra que proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação, 
prevista no artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99: 
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão 
observados, entre outros, os critérios de: 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor 
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação 
retroativa de nova interpretação. 
Sendo assim, se a Administração Pública praticou certo ato amparada em 
uma determinada interpretação da lei, posteriormente, caso seja alterada a 
interpretação, não poderá a Administração aplicá-la ao ato que já havia sido 
praticado com base na interpretação anterior. 
Nessa situação, a nova interpretação somente poderá ser aplicada em 
casos futuros, desde que se enquadrem na nova interpretação. 
A Constituição Federal de 1988 vai ainda mais longe, pois declara em seu 
artigo 5º, XXXVI, que nem mesmo a lei poderá prejudicar ato jurídico perfeito, 
direito adquirido e a coisa julgada. 
 Para responder às questões de concursos, lembre-se sempre de que o 
objetivo do princípio da segurança jurídica é proteger os administrados em face 
de novas interpretações adotadas pela Administração e que possam prejudicá-
los, no caso em concreto. 
 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos 
 Além de apresentar um rol de princípios que devem ser obrigatoriamente 
observados, a Lei 9.784/99 também enumerou, no parágrafo único do artigo 
2º, uma relação de critérios que devem pautar as condutas das autoridades 
nos processos administrativos. 
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Perceba que os critérios decorrem diretamente dos princípios arrolados 
anteriormente, portanto, fique atento ao responder às questões de concursos: 
I - atuação conforme a lei e o Direito (princípio da legalidade); 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou 
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei 
(impessoalidade) 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a 
promoção pessoal de agentes ou autoridades (impessoalidade); 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé 
(moralidade); 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses 
de sigilo previstas na Constituição (publicidade); 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público (razoabilidade e 
proporcionalidade); 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decisão (motivação); 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados (segurança jurídica); 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau 
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados 
(segurança jurídica e informalismo); 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações 
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos 
de que possam resultar sanções e nas situações de litígio (ampla defesa e 
contraditório); 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as 
previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da 
atuação dos interessados (oficialidade); 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor 
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação 
retroativa de nova interpretação (impessoalidade e segurança jurídica). 
 
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8. Dos direitos e deveres do administrados 
 
A fim de que não restem dúvidas sobre os direitos e deveres dos 
administrados, quando forem parte em processo administrativo, cuidou a Lei 
9.784/99 de apresentá-los expressamente, em seus artigos 3º e 4º, vejamos: 
 
8.1. Direitos 
1º) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão 
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
2º) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha 
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de 
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
3º) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os 
quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; 
4º) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando 
obrigatória a representação, por força de lei. 
 
8.2. Deveres 
1º) expor os fatos conforme a verdade; 
2º) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
3º) não agir de modo temerário; 
4º) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o 
esclarecimento dos fatos. 
 
9. Da competência 
 
 A competência pode ser definida como um conjunto de poderes que a 
lei confere ao agente público para o exercício das funções inerentes ao cargo 
público. Assim, para praticar um determinado ato, o agente público deve ser 
competente para tal. 
 Se um ato administrativo é editado por agente público incompetente, em 
regra, deverá ele ser anulado, exceto nas hipóteses em que seja cabível a 
convalidação (correção). 
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 Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver 
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos outitulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, 
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, 
econômica, jurídica ou territorial. 
 
Lembre-se sempre de que a delegação, em regra, ocorre quando um órgão ou 
autoridade superior transferem a outros órgãos ou autoridades que lhes são 
subordinados a responsabilidade pela prática de determinado ato. Entretanto, também 
é possível a delegação sem que exista relação de subordinação, 
nos termos do art. 12 da Lei 9.784/99. 
 
 A delegação nada mais é que o ato administrativo que desloca a 
competência para a edição de determinado ato para outro órgão ou autoridade. 
Ocorre, por exemplo, quando uma autoridade superior transfere a competência 
para a edição de um determinado ato para o seu subordinado, sendo possível a 
revogação a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
 
 
Para responder às questões do CESPE: A delegação de competência em 
razão de circunstâncias de índole técnica apenas pode ocorrer dentro do próprio 
órgão administrativo, sendo incabível delegação para este fim mediante 
transferência de competência a outros órgãos ou titulares, que não estejam na 
mesma linha de hierarquia e subordinação (Analista 
Ambiental/IBAMA/CESPE 2009). Assertiva considerada incorreta pela 
banca. 
 Nem todas as atividades administrativas podem ser objeto de delegação, 
conforme previsto expressamente no artigo 13 da Lei 9.784/99: 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
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É por isso que a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento 
deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Caso 
não cumpra o seu dever de comunicar o impedimento, está cometendo falta 
grave, sendo passível de punição. 
 Nesses termos, está impedido de atuar em processo administrativo o 
servidor ou autoridade que: 
1º) tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
2º) tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, 
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
3º) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo cônjuge ou companheiro. 
Por outro lado, na suspeição a presunção de parcialidade é apenas 
relativa (juris tantum), e, portanto, pode ser argüida quando a autoridade ou 
servidor tiver amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados 
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro 
grau. 
Caso seja indeferida a alegação de suspeição, esta poderá ser objeto de 
recurso, sem efeito suspensivo. 
 
11. Fases do processo administrativo 
 Os processos administrativos, em regra, desenvolvem-se em quatro 
grandes fases: instauração, instrução, relatório e decisão, nesta seqüência. 
É claro que existem algumas espécies de processos administrativos, a 
exemplo do processo disciplinar - PAD, previsto no Lei 8.112/90, que se 
desenvolvem de maneira diferente: instauração, inquérito administrativo e 
julgamento. Todavia, o nosso foco é o processo previsto na Lei 9.784/99. 
 
11.1. Fase de instauração 
A instauração do processo administrativo pode ocorrer mediante pedido 
de um interessado qualquer ou, ainda, ex officio, no interesse da 
Administração. 
Antes de instaurar o processo administrativo, a Administração pode exigir 
que o interessado preencha algum formulário específico, em conformidade com 
o assunto a ser tratado. Neste caso, o preenchimento será obrigatório. 
Entretanto, deverá ser disponibilizado o auxílio de um servidor público para 
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aqueles que demonstrem dificuldade no preenchimento das informações 
solicitadas, evitando-se assim que eventuais falhas possam levar à nulidade do 
processo. 
No requerimento inicial apresentado pelo interessado, deverão conter as 
seguintes informações: 
1º) órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
2º) identificação do interessado ou de quem o represente; 
3º) domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
4º) formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus 
fundamentos; 
5º) data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
 Quando forem iguais os pedidos de vários interessados, poderão ser 
formalizados conjuntamente, em uma única petição ou formulário, salvo 
disposição legal em contrário. 
 Após ter recebido a peça inaugural do processo, a autoridade 
administrativa deverá determinar a sua autuação (ato que efetivamente inicia 
o processo), com a numeração das páginas, preenchimento da data e demais 
informações constantes da capa do processo. 
 O artigo 9º da Lei 9.784/99 relaciona aqueles que são legitimados como 
interessados no processo administrativo: 
a) pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou 
interesses individuais ou no exercício do direito de representação; 
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que 
possam ser afetados pela decisão a ser adotada; 
c) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e 
interesses coletivos; 
d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou 
interesses difusos. 
 
11.2. Fase da instrução 
Trata-se da mais complexa fase do processo administrativo, pois agrega 
todas as atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os 
dados necessários à tomada de decisão. Inicia-se logo após a instauração do 
processo administrativo, finalizando-se quando concluídas todas as diligências 
necessárias para o esclarecimento dos fatos e posterior tomada de decisão pela 
Administração. 
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O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, 
juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como 
aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo (artigo 38). As provas 
propostas pelos interessados somente poderão ser recusadas quando sejam 
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias, mediante decisão 
fundamentada. 
 É importante esclarecer que compete ao interessado provar todos os 
fatos que tenha alegado. Entretanto, quando as provas estiverem registradas 
em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo 
ou, ainda, em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução 
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias 
(artigo 37). 
 O artigo 40 estabelece que quando dados, atuações ou documentos 
solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, 
o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva 
apresentação implicará arquivamento do processo, já que não será possível 
alcançar a verdade material ou real.Atenção: pode ocorrer a necessidade de se ouvir no processo 
administrativo, antes da decisão, algum órgão administrativo consultivo, 
que será responsável por orientar a decisão final da autoridade administrativa. 
Nesse caso, as regras a serem observadas estão relacionadas no artigo 42 da 
Lei 9.784/99: 
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o 
parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma 
especial ou comprovada necessidade de maior prazo. 
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo 
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, 
responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no 
prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua 
dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. 
 Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de 
provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse 
fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. 
Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a 
decisão (artigo 39). 
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O artigo 46 estabelece que os interessados têm direito à vista do 
processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos 
que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por 
sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 
Encerrada a instrução, com a produção das provas consideradas 
imprescindíveis para a Administração, o interessado terá o direito de 
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for 
legalmente fixado. 
 
(Procurador Autárquico/ARCE CEARÁ 2006) Um particular requer a 
instauração de processo administrativo, regido pela Lei no 9.784/99, pleiteando 
a anulação de um ato administrativo que lhe é desfavorável. Passada a fase de 
instrução, antes de ser proferida decisão, o particular apresenta nos autos um 
documento que consiste em prova definitiva da veracidade de suas alegações e 
que conduz ao reconhecimento da nulidade do ato administrativo impugnado. A 
mesma conclusão não seria possível, se o documento não tivesse sido 
apresentado. Nessa situação, o encerramento da fase de instrução não é motivo 
para que a autoridade julgadora deixe de anular o ato impugnado, se disso 
estiver convencida. Assertiva considerada correta pela banca. 
 
11.3. Fase do relatório 
É nesta fase que se elabora o relatório. Nas palavras do professor 
Diógenes Gasparini, trata-se de uma peça informativa-opinativa que, salvo 
previsão legal, não é vinculante para a Administração Pública ou para os demais 
interessados. Por esse motivo, a autoridade competente pode divergir da 
conclusão ou sugestão oferecida e decidir de modo diferente, bastando que 
fundamente sua decisão. 
O relatório nada mais é que um “resumo geral” do processo 
administrativo, no qual deverá constar o pedido inicial, o conteúdo das fases do 
procedimento e, ainda, uma proposta de decisão, objetivamente justificada. 
Logo após apresentado o relatório, o processo deverá ser encaminhado à 
autoridade competente para decisão. 
 
11.4. Fase da decisão ou julgamento 
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Concluída a instrução de processo administrativo, a autoridade ou o órgão 
competente tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por 
igual período expressamente motivada. 
A Administração não possui a faculdade de “deixar de decidir”. Trata-se 
de um verdadeiro poder-dever, que deve ser exercido em conformidade com as 
provas e informações existentes no processo, com motivação explícita, clara e 
congruente. 
 
12. Da desistência e outros casos de extinção do processo 
 Instaurado o processo administrativo a pedido do interessado, não existe 
a obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusão. Através de 
manifestação escrita, o interessado poderá, a qualquer momento, desistir 
total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos 
disponíveis. 
 Se forem vários os interessados participando de um mesmo processo, a 
desistência ou renúncia somente atingirá aquele que a tenha formulado e o 
processo continua tramitando em relação aos demais. 
Caso a Administração entenda que o objeto do processo administrativo é 
de relevante interesse público, mesmo que o interessado se manifeste pela 
desistência o processo pode continuar tramitando, até a sua normal conclusão. 
O órgão administrativo competente poderá declarar extinto o processo 
em duas situações distintas, que, frequentemente são cobradas em provas de 
concursos públicos: 
1ª) quando exaurida sua finalidade; 
2ª) quando o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado 
por fato superveniente. 
 
13. Do recurso administrativo e da revisão 
 Ao deparar-se com uma decisão desfavorável, proferida pela 
Administração em processo administrativo, o interessado poderá apresentar um 
recurso administrativo para a autoridade superior àquela que proferiu a 
decisão. 
Entretanto, é importante esclarecer que o recurso deverá ser 
encaminhado para a mesma autoridade que proferiu a decisão desfavorável, 
que poderá reconsiderar a decisão (alterá-la) no prazo de cinco dias. Caso 
não ocorra a mudança de posicionamento, a autoridade que proferiu a decisão 
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deverá então encaminhar o recurso administrativo para a autoridade 
superior. 
Não é necessário apresentar caução (depósito ou disponibilização de 
dinheiro) para a propositura de recurso administrativo, pois tal exigência viola o 
texto da súmula vinculante 21, editada pelo Supremo Tribunal Federal e 
publicada no Diário Oficial em 10 de novembro de 2009, que assim declara: 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios 
de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo. 
 
Para responder às questões do CESPE: Segundo jurisprudência recente do 
STF, é inconstitucional a exigência de depósito prévio da multa aplicada pela 
administração pública como condição de admissibilidade do recurso na esfera 
administrativa (Técnico Federal de Controle/TCU/CESPE 2009). Assertiva 
considerada correta pela banca examinadora. 
 
No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado 
poderá questionar o mérito da decisão (a ausência de justiça) ou, ainda, a sua 
ilegalidade (decisão contrária ao que está previsto na lei). 
Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado 
da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se 
não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade 
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o 
caso (§ 3º do artigo 56) 
 O recurso administrativotramitará no máximo por três instâncias 
administrativas, salvo disposição legal diversa, e poderá e poderá ser 
interposto pelos seguintes legitimados: 
1º) os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
2º) aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela 
decisão recorrida; 
3º) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e 
interesses coletivos; 
4º) os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
 
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 Assim, lembre-se sempre de a reformatio in pejus é possível quando a 
Administração estiver decidindo um recurso administrativo. 
 Além do instituto do recurso administrativo, a Lei 9.784/99 também prevê 
a hipótese de revisão dos processos administrativos. 
Declara o artigo 65 que os processos administrativos de que resultem 
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de 
justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 Pergunta: professor, para fins de concursos públicos, qual a diferença 
entre o recurso administrativo e a revisão? 
 Bem, o recurso administrativo é utilizado pelo interessado para rediscutir 
uma decisão que acabou de ser proferida. Neste caso, tudo o que consta no 
processo administrativo será reanalisado por um órgão superior, que poderá 
decidir de forma diferente, mesmo que prejudicando ainda mais o recorrente 
(reformatio in pejus). 
Por outro lado, o pedido de revisão ocorre, em regra, após a decisão já 
ter sido proferida e o recurso administrativo decido. Trata-se de um 
instrumento que viabiliza a “reabertura” do processo administrativo, pois ocorre 
uma reapreciação total, agora com base em fatos novos ou circunstâncias 
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 Ao contrário do que ocorre na decisão de recurso administrativo, na 
revisão do processo administrativo não poderá resultar agravamento da 
sanção (reformatio in pejus). 
 
Para responder às questões do CESPE: Os processos administrativos de que 
resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa revisão não poderá resultar 
agravamento da sanção (Analista Judiciário/TRT 17.ª Região/CESPE 
2009). Assertiva considerada correta pela banca. 
 
14. Dos prazos 
 Os artigos 66 e 67 da Lei 9.784/99 apresentam algumas regras gerais 
sobre os prazos, a exemplo do seu início, forma de contagem e possibilidade de 
suspensão, vejamos: 
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Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação 
oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do 
vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o 
vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for 
encerrado antes da hora normal. 
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. 
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se 
no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do 
prazo, tem-se como termo o último dia do mês. 
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos 
processuais não se suspendem. 
 
No mais, eis as principais informações que deveriam ser 
destacadas em relação à Lei 9.784/1999. Lembre-se de que as bancas 
não costumam se aprofundar no tema, portanto, é suficiente que você 
efetue uma atenta leitura da legislação. 
Simbora agora estudar a Lei de Improbidade Administrativa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. A Lei do processo administrativo federal não se restringe ao Poder 
Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e Judiciário, bem como 
o Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da União, quando 
estiverem exercendo função administrativa. 
2. O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
3. A norma administrativa deve ser interpretada da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de 
nova interpretação. 
4. É direito do administrado ter ciência da tramitação dos processos 
administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. 
5. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento 
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda 
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
6. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, 
a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade. 
7. Quando não existir competência legal específica, o processo administrativo 
deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para 
decidir. 
8. Está impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade 
que tenha interesse direto ou indireto na matéria; tenha participado ou venha a 
participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações 
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro 
grau; ou, ainda, que esteja litigando judicial ou administrativamente com o 
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP 
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9. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou 
cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os 
dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à 
privacidade, à honra e à imagem. 
10. Instaurado o processo administrativo a pedido do interessado, não existe a 
obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusão. Através de 
manifestação escrita, o interessado poderá, a qualquer momento, desistir 
total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos 
disponíveis. 
11. No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado 
poderá questionar o mérito da decisão (a ausência de justiça) ou, ainda, a sua 
ilegalidade (decisão contrária ao que está previsto na lei). 
12. O prazo para a propositura do recurso administrativo é de dez dias, 
contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. Não 
confunda esse prazo com aquele que é concedido à autoridade que proferiua 
decisão para reconsiderá-la, que é de cinco dias. 
13. Prevê o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposição legal em 
contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a 
decisão proferida produzirá imediatamente todos os seus efeitos até a decisão 
final do recurso proposto. 
14. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, 
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for 
de sua competência. 
15. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês 
do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se 
como termo o último dia do mês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Considerações iniciais ................................................................ 32 
1.1. Aplicabilidade da Lei 8.429/92 a fatos pretéritos ........... 32 
2. Previsão Constitucional ............................................................. 33 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa ........ 34 
4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa ............ 35 
 4.1. Agentes políticos ............................................................ 35 
 4.1.1. Possibilidade de aplicação da Lei 8.429/1992 aos agentes 
políticos ......................................................................................... 36 
 4.2. Particulares .................................................................... 38 
 4.2.1. Pessoas jurídicas ........................................................ 39 
5. Princípios de observância obrigatória ...................................... 39 
6. Integral ressarcimento do dano ............................................... 40 
7. Perda de bens resultantes de enriquecimento ilícito ................ 40 
8. Representação para indisponibilidade de bens ........................ 40 
9. Dos atos de improbidade administrativa .................................. 42 
10. Das penas .............................................................................. 47 
11. Da Declaração de Bens .......................................................... 48 
12. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial ....... 49 
 12.1. Sequestro dos bens .................................................... 50 
13. Das Disposições Penais ......................................................... 51 
14. Da Prescrição ........................................................................ 52 
15. Questões comentadas ............................................................ 54 
 
 
 
SUMÁRIO – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429∕1992) 
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1.1. Aplicabilidade da Lei 8.429/92 a fatos pretéritos 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de 
não admitir a aplicação da Lei nº 8.429∕1992 aos fatos que tenham ocorrido 
antes do início de sua vigência (03∕06∕1992), mesmo que após a promulgação 
da Constituição Federal de 1988 (entre 05/10/1988 e 02/06/1992). 
No julgamento do recurso especial nº 1.129.121∕GO, por exemplo, a 
Segunda Turma do STJ rejeitou pedido do Ministério Público Federal para que o 
ex-presidente Fernando Collor de Mello fosse condenado, nos termos da Lei nº 
8.429∕1992, em razão de supostos danos causados aos cofres públicos antes de 
03∕06∕1992. 
O acórdão, publicado no DJE de 15∕03∕2013 e relatado pelo Ministro 
Castro Meira, ficou assim ementado: 
ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO 
RETROATIVA A FATOS POSTERIORES À EDIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 
1988. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser 
aplicada retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda 
que ocorridos após a edição da Constituição Federal de 1988. 2. A observância 
da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, esteio da 
segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano 
ao erário, tendo em vista que, de há muito, o princípio da responsabilidade 
subjetiva se acha incrustado em nosso sistema jurídico. 3. Consoante iterativa 
jurisprudência desta Corte, a condenação do Parquet ao pagamento de 
honorários advocatícios no âmbito de ação civil pública está condicionada à 
demonstração de inequívoca má-fé, o que não ocorreu no caso. 4. Recurso 
especial provido em parte, apenas para afastar a condenação do recorrente em 
honorários advocatícios. (STJ. RESP 1.129.121∕GO. Rel. p∕acórdão Min. Castro 
Meira. Julgamento em 03∕05∕2012. DJE 15∕03∕2013). 
 
2. Previsão constitucional 
 A Constituição Federal de 1988 refere-se expressamente à improbidade 
administrativa em seu texto, mais precisamente nos seguintes dispositivos: 
a) art. 14, § 9º - “Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta”. 
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 b) art. 15, V – “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: [...] improbidade administrativa, nos 
termos do art. 37, § 4º”. 
 c) art. 37, § 4º - “Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, 
sem prejuízo da ação penal cabível.” 
 Este certamente é o dispositivo constitucional mais cobrado em provas de 
concurso, no que se refere aos atos de improbidade administrativa. É muito 
comum a banca elaborar assertivas afirmando que os atos de improbidade 
administrativa importarão a perda dos direitos políticos, contrariamente ao 
texto da CF/88, que faz referência à suspensão. Fique atento! 
 d) art. 85, V – “São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da 
República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
[...] a probidade na administração.” 
 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa 
 O art. 1º da Lei 8.429/1992 apresenta um rol de órgãos e entidades 
que podem ser lesados por atos de improbidade administrativa causados por 
particulares ou agentes públicos, servidores ou não: 
 1º) Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, o que inclui as 
empresas públicas e sociedades de economia mista; 
 2º) Empresas incorporadas ao patrimônio público; 
 3º) Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual; 
 4º) Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público; e 
 5º) Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorridoou concorra 
com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos. 
 
 
 
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4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa 
 Os artigos 2º e 3º da Lei de Improbidade Administrativa declaram que 
tanto agentes públicos quanto particulares podem ser autores de atos de 
improbidade administrativa. 
 O art. 2º da Lei 8.429/92 é expresso ao afirmar que se reputa agente 
público, para os efeitos de seu texto, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas em seu art. 1º. 
 Perceba que o conteúdo do art. 2º é muito amplo e tem por objetivo 
alcançar todos aqueles que, de forma direta ou indireta, com ou sem 
remuneração, com ou sem vínculo, exerçam uma função pública no âmbito da 
Administração Pública. 
 A expressão “agente público”, utilizada pela Lei 8.429/92, possui um 
sentido bem mais amplo do que aquele utilizado pelo art. 327 do Código Penal 
ou pelo art. 2º da Lei 8.112/90, pois abrange todas as espécies de agentes 
públicos previstas nas classificações do professor Hely Lopes Meirelles 
(agentes políticos, agentes administrativos, agentes delegados, agentes 
credenciados, agentes delegados e agentes honoríficos) e do professor Celso 
Antônio Bandeira de Mello (agentes políticos, servidores estatais e 
particulares em colaboração com o poder público). 
 
 4.1. Agentes políticos 
 Não restam dúvidas de que os agentes políticos representam uma das 
espécies do gênero agente público. Todavia, a doutrina ainda diverge 
bastante sobre a conceituação de agente político, prevalecendo duas principais 
correntes. 
 Alguns autores afirmam que somente devem ser considerados agentes 
políticos aqueles cuja investidura ocorre através de eleição, que lhes confere 
direito a um mandato provisório. Tais agentes não estariam submetidos às 
mesmas regras estatutárias aplicáveis aos servidores públicos em geral, mas às 
normas vigentes no texto constitucional, sobretudo as que dizem respeito às 
prerrogativas e à responsabilidade política. Dentro dessa categoria estariam 
inseridos os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), 
seus auxiliares (Ministros e Secretários Estaduais e Municipais) e os membros 
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do Poder Legislativo (Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e 
Vereadores)2. 
Segundo esse entendimento restritivo, os Magistrados, membros do 
Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas não poderiam ser 
denominados agentes políticos, enquadrando-se como servidores públicos 
especiais. É o posicionamento da doutrina majoritária3. 
 De outro lado, há autores que defendem uma conceituação mais ampla4, 
inserindo-os no conceito de agente político. 
Esse também parece ser o entendimento do Supremo Tribunal Federal, 
que, no julgamento do recurso extraordinário nº 228.977/SP, afirmou que “os 
magistrados enquadram-se na espécie de agente político, investidos para o 
exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade 
funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica”. 
 
 4.1.1. Possibilidade de aplicação da Lei 8.429/1992 aos agentes 
políticos 
 No julgamento da Reclamação nº 2.138/DF5, de relatoria do Ministro 
Nelson Jobim, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que os 
agentes políticos sujeitos à Lei 1.079/1950 (crime de responsabilidade) não se 
submetem ao modelo de competência previsto no regime comum da Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), sob pena de caracterização de 
bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato). 
 Apesar do atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, destaca-se 
que não é tarefa fácil delimitar o alcance da Lei de Improbidade Administrativa 
em relação aos agentes políticos, pois a doutrina e a própria jurisprudência 
ainda são bastante conflitantes. 
 Levando-se em conta a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e 
do Superior Tribunal de Justiça, que tem respaldado a elaboração de 
questões de concursos públicos, identificam-se duas principais correntes sobre 
o assunto: 
 
 
2
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 26. ed., p.590. 
3
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 24. ed., p.527; MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso 
de Direito Administrativo, 26. ed., p. 246-247. 
4
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, 27. ed., p.77. 
5
 STF, Reclamação 2.138∕DF, Rel. para o acórdão Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 18∕04∕2008. 
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1ª) Possibilidade de aplicação das Leis nº 1.079/1950 e nº 
7.106/1983 (crimes de responsabilidade) cumulativamente com a Lei 
nº 8.429/1992 (Improbidade Administrativa): esse é o entendimento 
vigente no Superior Tribunal de Justiça, que, no julgamento da Reclamação 
nº 2.790/SC, decidiu que “excetuada a hipótese de atos de improbidade 
praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se 
dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma 
constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de 
responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no 
art. 37, § 4º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito 
normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza”. 
 Desse modo, no recente julgamento da reclamação nº 12.514/MT, cujo 
acórdão foi publicado em 21/03/2014, a Corte Especial do Superior Tribunal 
de Justiça decidiu que “A ação de improbidade administrativa deve ser 
processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta contra 
gente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de 
responsabilidade”. 
 
 Analisando-se a jurisprudência do STJ, pode-se concluir o 
seguinte: os agentes políticos (com exceção do Presidente da República) 
também estão sujeitos à Lei de Improbidade Administrativa, ainda que constem 
no rol daqueles que podem praticar crimes de responsabilidade. Todavia, NÃO 
deve prevalecer o foro especial por prerrogativa de função definido na CF/1988 
para julgamento da respectiva ação de improbidade, que será julgada pelos 
juízes de primeira instância. Essa é a regra geral! 
 
 2ª) Os agentes políticos que se submetem às Leis nº 1.079/1950 
e nº 7.106/1983 (crimes de responsabilidade) não estão sujeitos aos 
comandos da Lei nº 8.429/1992: atualmente prevalece no âmbito do 
Supremo Tribunal Federal o entendimento de que os agentes políticos que 
podem ser punidos por crimes de responsabilidade (Lei nº 7.106/1983 e Lei nº 
1.079/1950) não se submetem às normas contidas na Lei de Improbidade

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