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INTRODUÇÃO Este tipo de conversor é usado quando se deseja uma tensão de saída maior que a tensão de entrada. A tensão de saída possui mesma polaridade que a tensão de entrada. O conversor boost é mostrado na figura 1. Utiliza-se os mesmos componentes do conversor buck, porém com um arranjo diferente. É outro conversor chaveado que funciona através da comutação periódica de um interruptor. Figura 1 - conversor boost Onde, L Indutor; C Capacitor; S Interruptor (MOSFET); Db Diodo; RL Resistor; Ve Tensão de Entrada Vs Tensão de Saída, observada em cima da Carga (RL) O conversor boost trabalha em duas etapas, que serão comentadas posteriormente. DESENVOLVIMENTO Para aplicação da simulação, foi utilizado um MOSFET como interruptor. Pois é mais indicado quando se trabalha em baixa potência. Como citado na introdução, o conversor boost trabalha em duas etapas: 1ª etapa (interruptor fechado): o indutor atua como uma impedância (polaridade +/-), armazenar energia e sua corrente cresce linearmente. O diodo fica polarizado reversamente, portanto não há passagem de corrente. 2ª etapa (interruptor aberto): nessa situação o diodo passa a conduzir. O indutor inverte sua polaridade (-/+), assim fornecendo a energia armazenada na 1ª etapa para RL. A corrente no indutor não varia instantaneamente, ai entra o diodo que fornece um caminho para esta corrente. A imagem a seguir mostra o caminho da corrente das duas etapas de funcionamento descritas acima. Figura 2 - etapas de atuação do interruptor O circuito utilizado para análise foi: Figura 3 - simulação conversor boost A figura 4 mostra a corrente no indutor: Figura 4 - corrente no indutor O ruído gerado na entrada é baixo porque o indutor está diretamente ligado na tensão de entrada, assim mantém a variação de corrente de entrada sem pulsos. Pegando um pequeno intervalo da figura 4 (corrente no indutor), tem-se: Figura 5 - corrente no indutor ampliada O valor máximo da corrente (Imáx) é 1.621A e valor mínimo da corrente (Imín) é 1.41A, aproximadamente. A variação vista na figura 5 é chamada “taxa de variação na corrente do indutor” representada por ∆iL que é constante, logo a corrente muda linearmente no período em que o interruptor está aberto. Quando o indutor passa a fornecer energia para a carga juntamente com Ve, os dois juntos têm uma característica de fonte de corrente. E suas tensões são somadas como mostra a figura 6. Figura 6 - tensão Ve+VL Sabe-se que a chave é fechada pelo tempo 𝐷. 𝑇 e aberta por (1 − 𝐷). 𝑇, onde 𝐷 é a razão cíclica. Pode-se concluir que a tensão no indutor em um período é dada por: 𝑉𝐿 = 𝑉𝑒. 𝐷 + (𝑉𝑒 − 𝑉𝑠)(1 − 𝐷) = 0 Para a situação de chave aberta, tem-se: 𝑉𝑠 = 𝑉𝑒 1−𝐷 (1) Essa equação mostra que se a chave ficar sempre aberta e D for zero, a tensão na saída será a mesma da entrada. Quando a taxa de trabalho se aproxima de 1, a tensão de saída vai para infinito, isso levando em consideração que os componentes são ideais. Para o dimensionamento do indutor foi utilizado a equação abaixo: 𝐿 = 𝑉𝑒.𝐷 ∆𝑖.𝑖𝑛.𝑓 (2) A fim de dimensionar o mais correto possível os componentes é aconselhável expressar L em função de ∆𝑖𝐿 = ∆𝑖. 𝑖𝑛. A existência de uma baixa resistência no indutor não muda significativamente a análise do conversor buck, mas essa resistência do indutor afeta o funcionamento do conversor boost, em especial com altas taxas de trabalho. Como abordado anteriormente, no caso ideal a tensão de saída é dada por: 𝑉𝑠 = 𝑉𝑒 1 − 𝐷 Levando em consideração o efeito da resistência do indutor na tensão de saída e partindo do conhecimento que a potência fornecida pela fonte é a mesma potência absorvida pela carga, a equação 2 é acrescida de um termo, ficando: 𝑉𝑠 = 𝑉𝑒 1−𝐷 ∗ 1 1+𝑅𝑙/[𝑅(1−𝐷)²] (3) A equação 3 é similar a equação 2, porém inclui o “fator de correção” que considera a resistência do indutor. A resistência do indutor também afeta a eficiência da potência do conversor. Com o aumento da taxa de trabalho, a eficiência do conversor boost diminui. Através da corrente do capacitor calcula-se a tensão de ondulação pico a pico na saída. Figura 7 - corrente no capacitor A área que está compreendida entre no intervalo [0 -1], corresponde a carga do capacitor que pode ser calculada pela equação: |∆𝑄| = ( 𝑉𝑜 𝑅 ). 𝐷. 𝑇 = 𝐶. ∆𝑉𝑜 A tensão de ondulação na saída é: ∆𝑉𝑜 𝑉𝑜 = 𝐷 𝑅.𝐶.𝑓 Durante a 1ª etapa (interruptor fechado) o capacitor fornece a corrente à carga e deve manter a tensão de saída sem grandes variações (figura 9). Por isso, uma das características dos conversores estudados é o alto valor do capacitor. Figura 8 - tensão no capacitor Figura 9 - tensão no capacitor ampliada Através da planilha de cálculo (em anexo), utilizando as especificações dadas. Foi dimensionado todos os componentes, utilizando uma frequência de 40 kHz. Foi analisado, também, a razão cíclica (D) e a corrente que passa pela carga (In). Mostrados nas figuras a seguir. Figura 10 - razão cíclica Figura 11 - corrente na carga A corrente mostrada na figura 11 é a corrente que está atuando na carga e está de acordo com o que foi projetado nos cálculos na planilha, In = 0.545A. Figura 12 - corrente na carga ampliada O componente que controla essa pequena variação na corrente nominal é o capacitor. Figura 13 - tensões de entrada e saída A figura 13 mostra a característica principal deste conversor, que é elevar a tensão de entrada. Na figura pode-se perceber que a tensão de entrada 40V é elevada à 110V (tensão de saída), como especificado no início do projeto. Na entrada o sinal é contínuo já na saída também é um sinal contínuo, porém com um período transitório até chegar em um valor estável que é 110V. O circuito demora um pouco mais de 0.015 segundos para entrar no regime permanente. Dá mesma forma que no capacitor, a tensão de saída na carga sofre alguns ruídos que são amenizados pelo próprio capacitor. Isso é esperado por conta do arranjo do circuito onde a carga e o capacitor estão em paralelo, e que de acordo com as Leis de Kirchhoff, eles estão submetidos a mesma tensão. CONCLUSÃO Conclui-se que a frequência é um importante parâmetro para o desenvolvimento de projetos dos conversores cc-cc, pois a partir dela é feito o dimensionamento dos componentes que serão utilizados para a aplicação. Da mesma forma a razão cíclica é utilizada no dimensionamento. O conversor boost tem característica de fonte de corrente na entrada (quando interruptor aberto) e fonte de tensão na saída. Esse conversor pode ser implementado apenas com fonte de entrada, indutor, interruptor, diodo e a carga, porém os elementos armazenadores de energia (indutor e capacitor) têm um papel importante no circuito desse conversor, o indutor reduz os ruídos da entrada e o capacitor colocado em paralelo com a carga tem como função minimizar as variações de corrente e tensão, fazendo assim com que o conversor mantenha-se com uma tensão linear e não cause dados, pois dependendo da aplicação não é aconselhável uma grande variação na tensão. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE ENG. ELÉTRICA - CAMPUS DE SOBRAL DISCIPLINA: ELETRÔNICA DE POTÊNCIA PROFESSOR: ANDRÉ LIMA RELATÓRIO CONVERSOR BOOST Alunos: Acélio Luna Mesquita Mat: 302768 José Caetano Honorato VianaMat: 302750 Sobral - CE 2013.2
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