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Micologia Características gerais dos fungos Fungos, vida humana e a natureza agentes fermentadores fungos comestíveis antibióticos naturais fungos bioluminescentes (importância biotecnológica) associação com a raiz das plantas (micorrizas) decomposição de matéria orgânica Síndrome dos edifícios doentes fadiga dores de cabeça irritação nos olhos, trato respiratório e nariz coriza menos de 20% dos ocupantes Decomposição de alimentos micotoxinas Doença do algodão síndrome do nariz branco insetos doença em anfíbios Sistemas de classificação durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte 5 reinos de Whittaker Monera Protista Plantae Animalia Fungi sistema de 3 domínios Bacteria Archea Eukarya Fungos Caracterísicas gerais os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila não tem celulose na sua parede celular, exceto alguns fungos aquáticos não armazenam amido como substância de reserva a presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células animais os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo ou multinucleados seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso são heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos, ou viva—fungos parasitários suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros Célula fúngica parede celular (~5%) proteção e forma melanina membrana celular ergosterol citoplasma núcleo com cromossomo linear membrana nuclear nucléolo, retículo endoplasmático, mitocôndria, ribossomos, vacúolos, aparelho de golgi cápsula c. neoformans Taxonomia Domínio: Eukarya Reino: Fungi Filo: -mycota Classe: -mycetes Ordem: -ales Família: -aceae Gênero: ----- Espécie: ----- Morfologia Macroscopia bolores: colônias filamentosas leveduras: colônias cremosas Microscopia unicelulares: leveduras pluricelulares-filamentoso: bolores pseudofilamentoso: candida Reprodução das leveduras assexuada brotamento blástica: por vezes, acontece a formação de gémulas que não separam umas das outras, dando origem a cadeias denominadas de pseudohifas cissiparidade (divisão binária): a célula mãe alonga-se. O núcleo divide-se e forma-se um septo entre os dois núcleos. As duas células separam-se por clivagem do septo, resultando duas células unicelulares, cada uma com uma cicatriz deixada pela clivagem septal. Ex: Schizosaccharomyces spp pseudomicélio holotálica ou tálica solitária: um bom exemplo de desenvolvimento homotálico é a formação, em condições ambientais adversas, de estruturas de resistência envolvidas por uma parede espessa e melanizada, denominada - clamidoconídio bolores: conídios externos - bolores: conídios internos dimorfismo térmico 35-37ºC = levedura 25-27ºC = bolor sexuada no ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos de modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haplóides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haplóides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, podem permanecerem separados (fase heterocariótica ou parassexual, n + n) ou posteriormente, ocorre a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diplóides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haplóides. Esporos formados por meiose são considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico) Filo Zygomycota é composto por um grupo único de fungos foram divididos em quatro subfilos: Mucoromycotina, Entomophthoromycotina, Kickxellomycotina e Zoopagomycotina em geral são sapróbios, eventualmente infecciosos possuem micélio ramificado e cenocítico quando jovens reproduzem assexuada e sexuadamente ciclo reprodutivo ------------------------------------> Filo Basidiomycota é composto por fungos denominados cogumelos podem se reproduzir sexuada e assexuadamente, com formação de basidiomas, nos quais são produzidos os basidiósporos ciclo reprodutivo ---------------------------> Filo Ascomycota é formada por organismos desde microcópicos até macroscópicos, filamentosos ou leveduriformes podem se reproduzir sexuadamente ou assexuadamente a reprodução sexuada é caracterizada pela formação de ascomas, nos quais são produzidos os ascos e dentro os ascósporos ciclo reprodutivo --------------------------> Ecologia e Nutrição Fisiologia fonte de carbono fonte de energia outros elementos ph O2 temperatura água Nutrição por absorção/osmortrofia Macronutrientes [10 –3 m] fonte de carbono acúcares – d-glicose outros : sacarose, maltose fonte de nitrogênio nitrato, nh4 e peptonas enxofre fósforo Micronutrientes [10 –6 m] íons de ferro, zinco, manganês, cobre, cálcio, etc alguns fungos fatores de crescimento vitaminas – tiamina, biotina, riboflavina, ac. pantotênico, etc Fatores ambientais que influenciam o crescimento dos fungos temperatura psicróficlos / mesófilos / termófilos fungos de importância médica mesófilos-20 a 30ºC fungos dimórficos 22 a 28ºC = filamentosos 33 a 37ºC = leveduriformes Umidade relativa do ar e AA UR = 100% - AA = 1,00 UR = 65% - AA = 0,65 (os fungos não conseguem crescer nesse valor de AA) Ex: Cladosporium pH pH ótimo: ~6,5 leveduras: pH 2,5 e 8,5 fungos filamentosos: pH 1,5 e 11 Importância dos fungos alergias micoses em animais e plantas biodeteriorização micotoxinas e micotoxicoses síndrome dos edifícios doentes micoses superficiais: pitiriase versicolor, piedras, tinea nigra cutâneas: dermatofitose, candidiase subcutâneas: esporotricose, rinosporidiose, maduromicose, jorge lobo, cromomicose sistêmicas: paracoccidioidomicose, histoplasmose, criptococose, candidiase outras micoses Alergias vias respiratórias asma rinite conjuntivite síndrome do edifício doente Micotoxinas aflatoxinas metabólitos biossintetizados: aspergillus flavus aspergillus parasíticus fusariotoxinas: espécies do gênero fusarium ocratoxinas: aspergillus ocraceus espécies do gênero penicillium interesse agrícola Líquens os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos as algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação Ecologia e Fisiologia dos Fungos Ecologia Distribuição dos fungos Fungos do ar Interação dos fungos com outros seres vivos Fisiologia Crescimento dos fungos –ciclo de vida Nutrição fúngica e Fatores que influenciam o crescimento Metabolismo fúngico Metabólitos primários e secundários Micotoxicose Micetismo Ecologia Atualmente: 1,5 milhão de espécies de Fungos 75.000 (5%) espécies foram descritos Robert Hoocke (1665): primeira descrição publicada de um microorganismo Vias de dispersão de fungos Fungos do ar – fungos anemófilos Principais gêneros de fungos: Alternaria Aspergillus Penicillium Fusarium Cladosporium Curvalaria Rhizopus Leveduras importância da qualidade do ar técnica: sedimentação gravitacional - exposição da placa por 15 -20 minutos análise qualitativa Amostrador de Andersen Impactação direta do ar (UFC/m3) – Análise quantitativa Análise de fungos, leveduras e bactérias em ambientes fechados. É reconhecido internacionalmente como o Amostrador de Ar mais eficiente na quantificação dos microrganismos e na determinação de sua capacidade de penetrabilidade no trato respiratório (simula a deposição das partículas nas vias aéreas) ANVISA Resolução nº. 9, 16/01/2003 padrões referenciais de qualidade do ar em ambientes climatizados artificialmente de uso público ou privado ≤ 750 UFC/m3 “É inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos” Tipos de interação dos seres vivos Micorrizas - mutualismo Associação de fungo e raiz de planta É formado quando a hifa de um fungo invadem as raízes das plantas O fungo aumenta a superfície de absorção -aumentando a absorção de sais minerais e água do solo pelas raízes Deste modo a planta consegue absorver mais água e pode se adaptar em solos mais secos O fungo, por sua vez, é beneficiado com os fotoassimilados Liquens –Mutualismo Fungo (MICOBIONTE) + cianobactéria ou alga (FOTOBIONTE) Micobiontes: 98% Ascomycota e 2% Basidiomycota São muitos comuns e parece ser seres vivos dominantes em alguns ambientes como ártico e regiões do deserto, rochas e árvores São capazes de crescer e sobreviver em condições extremas Não são capazes de sobreviverem um sem o outro Fisiologia dos liquens Funções no líquen Micobionte -proteção da radiação solar e ajuda na absorção de água e nutrientes minerais Fotobionte fornece fonte de C (produtos da fotossíntese) Eles são eficientes em acumular poluentes atmosféricos como o CO2e SO2a níveis que são tóxicos Por isso os liquens são poucos vistos em grandes cidades – indicador de poluição do ar Exs: Crostoso-estrutura laminar, Crostoso esquamuloso, Crostoso leproso, Foliares, Fruticoso Fisiologia ciclo de vida dos fungos - curva de crescimento Cinética de crescimento fúngico Crescimento – aumento balanceado do número de células / biomassa VERSUS tempo Taxa de crescimento durante o crescimento exponencial é chamada de taxa de crescimento específico (μ) μ = [(log10Nt -log10No) / t -to] x 2,303 N -n⁰ células/biomassa Tempo de geração = loge2/ μ Condições ambientais para o crescimento dos fungos Temperatura Psicotolerante -abaixo de 5 ⁰C Psicrófilo –5-20 ⁰C Mesófilo –20-30 ⁰C (fungos de importância médica) Termófilo –30–50 ⁰C Mudança na temperatura leva alteração da composição, principalmente, de lipídios (esteróis e lipídios saturados –diminui a fluidez de membrana). Fungos que crescem a 60-65 ⁰C T⁰C mín. depende das propriedades físico-químicas do sistema solvente aquoso pH variável (1,5-11) pH ótimo: 5-7 muitos fungos são ácidos tolerantes Possui alta capacidade tamponante: Bombas de prótons Troca de material entre o citosol e os vacúolos (conteúdo ácido) Interconversão de açúcares e polióis com manitol, que envolve o sequestro e a liberação de H+ Oxigênio Aeróbios obrigatórios (a maioria) Aeróbios facultativos Obrigatoriamente fermentativo Obrigatoriamente anaeróbio Alguns Chytridiomycota (ex: vivem no rúmem de ruminantes) utilizam o H2 como fonte de energia Fermentação ácida: ác. fórmico, ác. lático, etanol CO2e H2O Intolerância ao O2: formação de espécies reativa de oxigênio - tóxico Os aeróbios possuem sistemas enzimáticos que evitam essa formação (superóxido redutase e catalase) CO2 Necessários para as reações de carboxilação –síntese de ácidos graxos Em altas concentrações –inibe o crescimento Deve agitar bem o sistema para que o O2se difunda pelo meio, já que o CO2 difunde muito mais rápido no meio CO2 também é importante na diferenciação celular –Ex. dimorfismo de P. brasiliensis e C. albicans Luz Visível (380-720 nm) não afeta no crescimento, pode estimular a pigmentação Luz azul –produção de carotenóides A luz tem efeito na diferenciação do fungo –reprodução sexual ou assexual Fototropismos de Zygomycota e Ascomycota Água Todos necessitam de água para a absorção de nutrientes Os esporos/conídios necessitam de água para germinarem Excassez: o fungo é capaz de forma estruturas de resistência –(clamidoconídio) e podem formar esporos. Atividade da Água medida de água livre no substrato Aw = p/po onde p é a pressão do vapor de água no material, e po é a pressão do vapor de água pura à mesma temperatura É considerada um parâmetro de estudo para a química dos alimentos Umidade, temperatura, O2, e pH –determinantes para a estabilidade do produto alimentício Aw < 0,6 –pequeno ou nenhum crescimento de micro-organismo Nutrientes Elementos essenciais para o crescimento, mas não ideais para obter um crescimento ótimo Condições básicas de crescimento Meio rico em carboidratos pH levemente ácido (5-6) - diferente das bactérias (N, pH básico) Nutrientes essenciais: C, N e íons (NaNO3, KH2PO4, MgSO4, CaCl2, KCl, FeSO4, ZnSO4, CuSO4) Meios: ágar batata dextrose, ágar extrato de malte, ágar milho, Sabouraud, BHI, dentre outros. Carbono - fonte de energia para o fungo Nutrição por processo de absorção CH4 ↦ ligninas Os fungos podem adquirir C de várias fontes, no entanto, é necessário que o nutriente seja o mais simples para ser absorvido Pequenas moléculas como monossacararídios, aminoácidos, peptídeos que passam pela parede celular Absorção de nutrientes rizoide cordão micelial apressoria Ex. Fungos Fitopatógenos É uma estrutura inchada que funciona como uma ventosa Parede celular fina, porém resistente devido a presença de melanina na parede celular Apressoria e Haustório Invasão do tecido vegetal Secreção de Enzimas: cutinases, celulases, proteases, fosfolipases, esterases entre outras Transporte passivo –difusão facilitada Transporte ativo –Canais de íons -gasto de ATP Canais: H+, K+, Ca2+, Cl- Endocitose Metabolismo fúngico Obtenção de energia Assimilação de carboidratos - Aerobiose Fermentação de carboidratos - Anaerobiose Metabolismo do açúcar como fonte de Carbono Fermentação de carboidratos Zimograma Assimilação de fontes de C e N Auxanograma Alguns fungos produzem Urease Prova da urease em meio ágar uréia de Christensen Candida (-) Cryptococcus (+) Trychophyton rubrum(-) Trychophyton mentagrophytes(+) Produtos do metabolismo fúngico - Produtos industriais Processo de fermentação –álcool e ácido cítrico são os mais importantes produtos em termos de quantidade Produtos fúngicos: Metabólitos primários: esteróis, ác. graxos e ác. Orgânicos (Ex. ácido cítrico e ác. araquidônico) Enzimas: celulases, amilases, lipases, proteinases, pectinases Metabólitos secundários: penicilina, cefalosporina, ciclosporina, estatina metabólitos secundários São produzidos durante o crescimento normal do fungo Não são necessariamente essenciais para o desenvolvimento São produzidos na fase exponencial do crescimento em uma cultura Quimiotaxonomia Fatores ambientais influenciam na produção dos metabólitos secundários – solo, temperatura, nutrientes entre outros Vias de síntese principais: Polyketide, Via dos isoprenóides, Via do ácido chiquímico Importância Ambiental – Proteção do fungo Fisiológico Comercial – Toxinas Aflatoxina Alcalóides do Ergot Fuminosinas Ocratoxina A Patulina Tricotecenos Zearalenona Farmacêutico Pigmentos Hormônios Produtores de toxinas micotoxinas - micotoxicose Amendoim,milho,soja, cevada e outros... Aspergillus, Fusarium Aflatoxina, Ocratoxina A, Tricotecenos Zearelona, Fumonisina Alucinógenos - micetismo Amanita muscaria Psilocybe spp. Micotoxicoses -Micotoxinas Quando ingeridos, inalados, absorvidos através da pele causam diminuição do desempenho, adoecimento e/ou morte de mamíferos É descrito como sendo um grupo de substâncias químicas de baixo peso molecular produzidos principalmente por fungos filamentosos, embora alguns cogumelos e leveduras possam produzir Em geral são termorresistentes Cerca de 300-400 substâncias são reconhecidas como micotoxinas Essas substâncias são produzidas pelos fungos com o objetivo de sobrevivência no meio ambiente: reduzir competição por nutrientes e espaço contra bactérias, insetos e aracnídios Fungos produtores de micotoxinas Fungos de campo:crescer sobcondições que ocorram antes da colheita Fusarium Fungos de armazenamento:não invademgrãointactoantesde colher. Aspergillus e Penicillium Prevenção – Cuidado com o manejo dos produtos Etapas de controle: Colheita Secagem Transporte Armazenamento Processamento industrial Estocagem Controle da presença de fungos: Aspergillus spp. Fusarium spp. Penicillium spp. Principais fatores: Umidade Temperatura Presença de insetos Micotoxicoses - Efeitos agudos e crônicos Efeitos tóxicos – visão geral Vai depender do tipo de micotoxina e da quantidade em que o indivíduo foi exposto, tempo de exposição, estado geral de saúde, idade, sexo, genética, dieta, consumo de álcool, agentes infecciosos, deficit nutricional Efeitos tóxicos gerais: dor abdominal, dor de cabeça, náusea, vômito, diarréia, tontura Imunossupressão Efeito teratogênico Efeito carcinogênico –mutação gênica Causa danos no SNC, renal e hepático Para a maioria das micotoxinas, os efeitos ocorrem a longo prazo Micetismo - cogumelos Produção de Micotoxinas endógenaspor fungos/cogumelos Estas toxinas são substâncias solúveis em água Agem sobre o sistema nervoso central, alterando as sensações visuais e auditivas Amanita muscaria Cogumelo comum no hemisfério norte (clima temperado) Utilizado por muitos artistas para aguçar a criatividade Figura nas ilustrações de estórias e contos infantis de autores famosos Nestas estórias o cogumelo costuma ser associado a figuras de fadas, gnomos e duendes dos bosques e florestas Toxinas encontradas em Amanita muscaria ácido ibotênico efeito sobre o sistema nervoso (confusão mental, vertigem, depressão motora) Cogumelos secos são mais potentes porque o ácido ibotênico é degradado em MUSCIMOL, 5 a 10 vezes mais psicoativo muscarina agonista da acetilcolina. Ação no sistema nervoso parasimpático: receptores muscarínicos – vasodilatação, broncoconstricção e diminuição da contração cardíaca SNC: ação no receptor GABA -grande número de efeitos, incluindo anti-ansiedade (ansiolítico), relaxante muscular, sedação, anti-convulsão Amatoxinas Família de 9 toxinas, dose de 5mg é letal para um adulto Danifica os tecidos do fígado, rins e trato gastrointestinal de maneira irreversível, causa morte celular Psilocybe spp. São conhecidas cerca de 70 espécies A maioria é natural do México Utilizados pelos Maias e Astecas, a cerca de 3000 anos e eram considerados “Cogumelos Sagrados” Psilocibina e Psilocina são alcalóides ativossemelhantes ao LSD-25 Albert Hofmann químico suíço descobriu o LSD foi o primeiro a extrair psilocibina e psilocina dos cogumelos mágicos das espécies Psilocybe mexicana e Psilocybe cubensis os cogumelos secos tem ação mais forte que os cogumelos frescos Psilocibina e Psilocina são alcalóides ativossemelhantes ao LSD-25 (anel Indol na molécula) Interfere com a ação da serotonina –se ligam aos receptores 5-HT2A Ação: dilatação das pupilas, sudorese, aumento da frequência cardíaca, aumento de temperatura. Às vezes podem ocorrer náuseas e vômitos Causa fenômenos psíquicos como alucinações, delírios e ilusões As sensações podem ser desagradáveis como a observação de cores brilhantes e a audição de sons incomuns Legislação - Brasil Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998 -AnvisaAtualizada pelaResolução RDC nº 18, de 28/01/2003 Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas) No Brasil: A Psilocibina e a Psilocina são substâncias controladas. No entanto, os cogumelos Psilocybe cubensisnão são proibidos no Brasil. Logo, a posse de Psilocibinaou Psilocina na forma extraída ou pura é crime, mas o porte e o cultivo de Psilocybe cubensis, o documento não deixa claro que seja ilegal Micoses Superficiais, Cutâneas e Subcutâneas Doenças causadas por fungos Micoses superficiais Micoses cutâneas Micoses subcutâneas Micoses sistêmicas (profundas) Micoses Superficiais Caracterizado por um grupo de fungos cuja relação com o hospedeiro está no limite entre o saprofitismo e parasitismo. Estes fungos atingem as camadas mais superficiais da pele e do pêlo. Algumas bactérias podem produzir lesões semelhantes e são denominadas pseudomicoses. Pitiríase versicolor e doenças por Malassezia spp Pitiríase versicolor também conhecida como tinea versicolor, é uma micose superficial benigna e crônica. As lesões são constituídas por placas hipo ou hiperpigmentadas, escamosas e de bordas delimitadas, que podem confluir, cobrindo áreas extensas do corpo. Manifestações clínicas A hipocromia das lesões pode ser causada pela presença de ácido azelaico, que tem atividade antitirosinase, interferindo com a melanogênese Casos de sepse ou infecção invasora por Malassezia não apresentam claramente uma característica particular O agente etiológico O agente etiológico é a Malassezia spp., levedura lipodependente e polimórfica que, em parasitismo se apresenta como células leveduriformes globosas ou ovais agrupadas e filamentos curtos, septados e irregulares. A levedura é considerada da microbiota cutânea humana, colonizando o hospedeiro nas primeiras semanas de vida. O fungo tem sido associado a doenças como dermatite seborréica, onicomicose e infecções sistêmicas. Taxonomia Segundo as características dos ácidos nucléicos, o gênero apresentava três espécies reconhecidas: Malassezia furfur Malassezia pachydermatis Malassezia sympodialis Guého nos últimos anos, com base em estudos fisiológicos, energéticos e bioquímicos, principalmente assimilação de Tween e tipagem molecular do DNA das leveduras, incorporaram quatro outras espécies. Malassezia globosa Malassezia restricta Malassezia slooffiae Malassezia obtusa Subsequentemente, outras espécies de Malassezia foram descritas: Malassezia dermatis (2002) Malassezia japonica (2003) Malassezia nana (2004) Malassezia yamotoensis (2004) Malassezia equi (2002) – ainda não formalmente reconhecida Patogenia Alterações bioquímicas ou fisiológicas na pele ou secreção devido a fatores genéticos ou causas externas, pode tornar indivíduos sadios em susceptíveis. Outras condições descritas são: alterações neurológicas, estresse, secreção cutânea aumentada de ácidos graxos, imunodepressão, doenças crônicas, níveis séricos aumentados de andrógenos ou cortisol, hipovitaminose, calor, umidade, uso externo de cremes estéticos e pouca higiene pessoal. Identificação laboratorial Exame direto: Células esféricas ou ovaladas, com ou sem brotamentos, isoladas ou agrupadas em forma de cacho de uva e curtos fragmentos de hifas. Isolamento: Meio com substâncias oleoginosas. As colônias são brancas a creme de aspecto mucóide e brilhante. Tratamento Há diferentes esquemas de tratamento usados na pitiríase versicolor. Um dos mais amplamente utilizados consiste em: Aplicação tópica de sulfeto de selênio, xampu a 2,5%, em base detergente, aplicado diariamente, por 2 a 3 semanas durante 15 minutos antes do banho Hipossulfito de sódio a 25% após o banho. Xampu de cetoconazol ou 200 mg/dia, por 10 dias via oral. Itraconazol 200mg/dia, por 5 dias, após o café da manhã ou fluconazol 150mg/semana, durante 3 semanas, têm mostrado boa tolerância. Repigmentação pode levar meses. Uso de antifúngicos em pacientes com dermatite seborréica, apóia o conceito da hipótese na origem da lesão. Tinea Nigra O agente desta micose é Hortaea werneckii, considerada uma levedura escura polimórfica, que em parasitismo, apresenta-se principalmente com hifas demáceas, septadas e ramificadas. Fungo habita diversos ambientes com elevada concentração de sal, sendo isolado do mar, frutos-do-mar e da areia. Aspectos clínicos Piedra Branca O aspecto clínico caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas nodosidades, de consistência mucilaginosa, coloração branco-amarelada ou amareloacastanhada e aspecto fusiforme. Trichosporon Historicamente o agente da Piedra branca tem sido designado como Trichosporon beigelii. Atualmente existem mais de 19 espécies descritas de Trichosporon, porém, 6 estão diretamente envolvidas em processos clínicos. T. cutaneum (inicialmente designada como T. beigelii) T. asahii T. mucoides T. ovoides T. asteroides T. Inkin Recentemente duas outras espécies foram isolados de pacientes: T. pullulans T. loubieri Aspectos clínicos Piedra Preta Diferente do que observado com a Piedra branca, a piedra preta é fortemente aderida ao cabelo não sendo fácil a remoção por processos mecânicos. O agente causador é Piedraia hortae Dermatófitos (dermato e fitos = planta de pele) Epidemiologia Os dermatófitos podem ser divididos em três grandes grupos em relação ao habitat. Geofílicos Zoofílicos Antropofílicos Os fungos geofílicos apresentam a característica de manter a viabilidade em solos geralmente ricos em resíduos de queratina humana e/ou animal. Os fungos zoofílicos devem ter passado por um ciclo evolutivo, tendo abandonado o solo. Os fungos antropofílicos, em determinado período de sua evolução, foram galgando andares superiores da escala filogenética, saindo do solo para animais e por último nos humanos. Manifestações clínicas Fatores como condições climáticas, práticas sociais e mobilidade de populações influenciam na epidemiologia Mais de 37 espécies pertencentem a 3 gêneros: Microsporum Trichophyton Epidermophyton Somente 6 a 7 espécies são responsáveis por 95% das micoses causadas nos homens Diagnóstico Laboratorial Coleta do material clínico escamas de pele: tratamento local com álcool etílico 70% raspar com bisturi as bordas da lesão cutânea unhas: desprezar toda a hiperceratose formada na parte mais distal e atingir regiões mais adentro da matriz ungueal. pêlos e cabelos: pêlos em regiões de alopecia, quebrados: retirada com auxílio de pinça flambada ou estéril. Diagnóstico e identificação das micoses Exame direto (a fresco) / Histopatológico Cultura em meios específicos Identificação do fungo Análise macroscópica da colônia Análise microscópica da colônia Microcultivo Ensaios bioquímicos Testes complementares Sorologia Testes intradérmicos Etc... Exame direto: solução de hidróxido de potássio 10 a 40% presença de hifas septadas hialinas Cultura para dermatófitos meios para isolamento primário Ágar Sabouraud-Dextrose (ASD) ASD com adição de cicloheximida e cloranfenicol (Agar Mycosel ou Mycobiotic) condições de cultivo 30º C por 4 semanas (tempo de crescimento variável: mínimo 15 dias). Identificação dos dermatófitos Características macroscópicas: morfologia da colônia bordos relevo textura cor (pigmentação no anverso e reverso do meio) Características microscópicas: presença de hifas hialinas ou demácias presença de hifas septadas ou não septadas presença de artroconídios Tratamento das tineas de couro cabeludo e barba/bigode A terapêutica se faz pela associação de dois protocolos básicos: Remoção de resíduos de artroconídios e pêlos parasitados da lesão, através da utilização de antifúngicos tópicos, substâncias queratolíticas e remoção mecânica. Tratamento sistêmico, com utilização de antifúngicos com ação no folículo piloso. Tratamento das tineas Tratamento, em geral, muito simples através da utilização de antifúngicos tópicos como: Iodo (1 a 2% em solução aquosa com iodeto de potássio 1 a 2% ou em solução alcoólica a 60º) Derivados imidazólicos (clotrimazol, miconazol, econazol, cetoconazol, itraconazol) Terbinafina Tolnaftato Ciclopirox Quando as lesões são numerosas ou afetam grandes áreas da pele ou ainda muito pruriginosas, aconselha-se o uso da griseofulvina oral ou derivados imidazólicos. Tratamento das onicomicoses Existe uma dificuldade generalizada em tratar as onicomicoses. Os fungos são difíceis de erradicar em virtude da queratina, muito densa e devido a pouca vascularização. Terbinafina tem sido se mostrada a droga de escolha do ponto de vista da eficácia. A terapia tópica para as unhas mostra-se pouco eficaz, exceto nas onicomicoses superficiais e/ou distais da placa ungueal. Ciclopirox a 8% Morolfina a 5% Tratamentos associados tópico e oral proporcionam os melhores resultados. Micoses subcutâneas As micoses subcutâneas são causadas por um grupo bem diversificado de fungos que se caracterizam por causar lesão no tecido subcutâneo iniciada pela inoculação traumática de microrganismos. Cromoblastomicose Fonsecaea pedrosoi F. compacta Phialophora verrucosa Cladosporium carrionii Rhinocladiella aquaspersa Cladophialophora ajelloi Lobomicose Lacazia loboi Esporotricose Complexo Sporothrix schenckii Rinosporidiose R.seeberi Não é mais considerada fungo (parasita) Eumicetoma Actinomicetoma Micetoma Eumicetomas – Grãos negros Madurella micetomatis Madurella grisea Exophiala jeanselmei Curvularia lunata Eumicetomas – Grãos brancos Acremonium falciforme Fusarium moniliforme Aspergillus nidulans Pseudoallescheria boydii Actinomicetomas – Grãos amarelos ou brancos Actinomadura madurae Streptomyces somaliensis Nocardia brasiliensis Nocardia asteroides Actinomicetomas – Grãos vermelhos ou negros Actinomadura pelletieri Streptomyces paraguayensis Esporotricose Doença subaguda ou crônica do homem e de animais, causada pelo Complexo Sporothrix schenckii. É uma infecção benigna limitada à pele e ao tecido celular subcutâneo mas, em raras ocasiões, pode disseminar-se para ossos e órgãos internos. Histórico 1898 – o estudante de medicina da Johns Hopkins Medical School, Benjamin Schenck, observou um paciente de 36 anos que, após um ferimento no dedo, apresentava ulceração local que após 2 meses migrou para o braço originando sete abcessos, com drenagem de líquido seropurulento. A cultura dessa secreção mostrou o crescimento de um microrganismo classificado como sendo do gênero Sporotricha. Schenck, que se tornaria professor de ginecologia, fez descrição original da esporotricose Sporothrix schenckii, reclassificado como “Complexo S. schenckii” complexo Sporothrix schenckii: S. brasiliensis S. globosa S. luriei S. schenckii (sensu stricto) causam doenças S. mexicana S. pallida (sinônimo de S. albicans, S. nivea) - Flora intestinal de alguns insetos não infecciosas Posterior análise filo genética das regiões do DNA ribossomal e da beta tubulina de Sporothrix pallida, Sporothrix nivea, and S. albicans apresentaram alto grau de similaridade e foram reunidas como S. pallida. Etiologia O fungo existe, naturalmente, como sapróbio da natureza, já tendo sido isolado de palha, folhas, grãos de trigo, frutas, casca de árvores, madeira, espinhos de arbustos, terra arada, insetos mortos e larvas, aranhas, moscas vivas, roseiras, do solo dos EUA e do Brasil, poeira, excretas de animais, algas, animais marinhos e até da atmosfera. Sporothirx spp. é fungo dimórfico apresentando-se sob a forma miceliana, à temperatura ambiente e na forma de levedura quando cultivada a 37º C ou em parasitismo. Patogenia A contaminação ocorre por inoculação traumática da pele. Extremamente raro, a contaminação por inalação, dá origem à forma pulmonar da doença. Embora não exista evidências de que insetos e animais possam ser portadores e inocular o fungo, muitos casos têm sido desencadeados por picadas ou mordidas de mosquito, abelhas, ratos, cobras, papagaios, cachorros, gatos, cavalos e peixes. O mais provável, é que o trauma ocorrido pela picada ou mordida, sirva de porta de entrada para a inoculação do fungo geofílico. Patogenia e Manifestações Clínicas em Felinos A esporotricose felina ocorre, como na humana, por inoculação traumática do fungo. Há três formas clínicas mais comuns em gatos: Cutânea locolizada ou fixa (aparece após 1 mês de inoculação). Patas, face ou nasal Linfocutânea Disseminada As formas cutânea localizada ou linfocutânea são as mais comuns e representam importância na transmissão zoonótica. Diagnóstico laboratorial Exame direto É raro encontrar o fungo em humanos, mas quando encontrados, os elementos fúngicos têm forma variável, apresentando-se como corpos ovais, redondos, em forma de charuto e frequentemente, cercados por halo claro que lembra uma cápsula. Em gatos, o exame direto é rico em formas fúngicas (foto ao lado). cultura É o mais simples, seguro e rápido método de identificação do fungo. Em torno de 5 dias já se pode indentificar a cultura e confirmar o diagnóstico. A forma de micélio cresce rapidamente a 25º C. As colônias são filamentosas, a superfície fica enrugada e dobrada, logo se tornando acastanhada e enegrecida nas bordas devido a síntese de melanina. Exame microscópico da cultura mostra hifas hialinas, septadas, ramificadas e muito delicadas, medindo entre 1,5 a 2,0 mm de espessura. Os conídios, que podem medir de 2 a 6 μm, dispõem-se em cachos terminais, assemelhandose a margarida, na extremidade do conidióforo. Quando o crescimento ocorre a 37º C, obtém-se a fase tissular ou de levedura do fungo. As colônias são úmidas, cremosas e de coloração pardacento-amarelada. Ao exame microscópico mostra células leveduriformes com gemulação única. Semelhantes àquelas encontradas nas lesões. Histopatológico Histopatológico revela inflamação não específica na derme, com alguns microabcessos e células gigantes. Em adição poucos “corpos asteróides” podem ser focalizados. O fungo dificilmente será detectado em cortes corados por HE ou prata. sorologia – ELISA e ID Importante ferramenta para o diagnóstico da esporotricose. Peptidoramnomanana – reatividade cruzada com Streptococcus spp. e Klebsiella pneumoniae. Exoantígeno da fase miceliana. • Alta sensibilidade e especificidade. • Reatividade cruzada com soros de indivíduos normais (ELISA). Tratamento - humano Iodeto de potássio para tratamento das formas cutâneas. Solução saturada, sendo administrada 20 gotas, três vezes ao dia, para adultos (corresponde a dose diária de 3g). Crianças devem tomar doses menores (metade). Tratamento deve ser mantido por, pelo menos, duas semanas após a cicatrização total das lesões, que, na maioria dos casos, se dá em torno da sexta semana. A utilização de pomadas de iodeto de potássio a 10% tem efeito semelhante ao tratamento oral Itraconazol e anfotericina B em casos de esporotricose extracutânea e alguns casos de cutânea disseminada. Itraconazol 100mg/dia – duração depende da resposta clínica. Anfotericina B - IV – na dose máxima acumulativa de 3g Tratamento - felino Semelhante ao utilizado em humanos. Iodeto de sódio - severas reações adversas Cetoconazol não elimina completamente o fungo Itraconazol é a droga de escolha 5 a 10mg/kg a cada 24 horas por 2 a 3 semanas, preferencialmente misturada a comida para aumentar a absorção. O tratamento deve ser contínuo por 30 dias após aparente cura clínica para prevenir recidivas. Micoses Sistêmicas (endêmicas) Micoses oportunistas Antifúngicos - mecanismos de ação e resistência Classificação das micoses Superficial: Extrato córneo do tecido epitelial, pelo e cabelo Cutâneo: Porções queratinizadas da pele, pelo e cabelo Subcutâneo: Derme, músculos e tecido conjuntivo Sistêmico endêmico: Inicia-se com uma infecção pulmonar podendo atingir qualquer órgão Sistêmico: Qualquer tecido Alvos para a quimioterapia antifúngica Equinocandinas 5-Fluorocitosina Griseofulvina Poliênicos Azóis O antifúngico ideal Toxicidade seletiva - ↓ efeitos colaterais Amplo espectro de ação Não permita a seleção de amostras resistentes Não ser alérgeno (Efeito antigênico) Solúvel em água Boa estabilidade Boa farmacocinética (Absorção, distribuição, metabolismo e excreção) Baixo custo Antifúngicos que agem na membrana celular Membrana celular Poliênicos Anfotericina B e formulações lipídicas Nistatina Azóis Cetoconazol, Miconazol, Fluconazol, Itraconazol Voriconazol, Posaconazol Albaconazol, Ravuconazol, Isavuconazol Alilamina (Terbinafina) Amorolfina Ação sobre o ergosterol - agentes poliênicos Anfotericina B Nistatina Ergosterol Colesterol Interações com células de mamíferos Nefrotoxicidade Hepatotoxicidade Cardiotoxicidade Anemia hemolítica Nistatina 1º poliênico (1949) Isolado de Streptomyces noursei Uso somente tópico –suspensão, pastilhas, pomadas, cremes Tratamento de dermatófitos e infecções mucocutâneas por Candida Altamente tóxico Má absorção mucocutânea Usado no tratamento de infecções mucocutâneas (Ex. lavagem bucal, SGI) Efeitos colaterais: Nauseas, vômito, diarréia com dose elevada Anfotericina B desoxicolato Isolado de Streptomyces nodosus(1956) Desvantagem: Muito tóxica, < nistatina Vantagens Amplo espectro de ação Candida spp. (exceto C. lusitaniae) Cryptococcus spp. Fungos dimórficos Aspergillusspp., Fusariumspp. Fungos negros, Zigomicetos Não tem espectro para: Trichosporonspp. Fusariumspp. Fungicida Baixo custo Formulação Tópica e Endovenosa Efeitos adversos: Agudos - febre, calafrio, vômito, náusea, cefaléia Crônicos - nefrotoxicidade (50% dos pacientes), anemia, efeito neurotóxico Nistatina Uso tópico e altamente tóxico Anfotericina B desoxicolato tópico e IV Nistatina lipossomal (Nyotran) Anfotericina B lipossomal (L-AMB, Ambissome) Anfotericina B dispersão coloidal (ABCD –Amphocil ou Amphotec) Anfotericina B Complexo lipídico (ABLC, Abelcet) Eficácia semelhante a AMB desoxicolato ↓↓Efeitos colaterais AMB lipossomal - Ambissome Maior afinidade pela célula fúngica Menor toxicidade, por impedir liberação nas células do hospedeiro Permite maiores dosagens Custo muito elevado (~100 x a mais que a AMB desoxicolato) Inibição da síntese do ergosterol Alilaminas: terbinafina e butenafina Terbinafina (Lamisil, Novartis Pharmaceuticals) Inibe a enzima esqualeno epoxidase Efeito antifúngico devido o acúmulo de esqualeno e falta de ergosterol Onicomicoses causadas por dermatófitos Efetivo em 90 % dos casos Uso tópico (1% em creme) e oral Acumula na pele, unha e tecido adiposo Reações adversas: diarréia, náuseas, erupções cutâneas, urticária e fotossensibilidade. Azóis: imidazóis e trizóis Imidazóis 1ª. Geração 2ª. Geração Triazóis 1ª. Geração 2ª. Geração 3ª. Geração Agentes azólicos: imidazóis Tópico Econazol Miconazol Clotrimazol Cetoconazol tópico e sistêmico Nizoral, Jassen Pharmaceutica São Fungistáticos Dermatofitoses, candidíasis cutânea/mucocutânea Uso tópico (creme, loção, shampoo) e sistêmico (comprimido) Absorção do cetoconazol –pH ácido São hepatotóxicos, altera níveis de testosterona e cortisol Agentes azólicos: triazóis Fluconazol Voriconazol Itraconazol Posaconazol No tratamento de Infecções sistêmicas Alta afinidade pela C14-αdemetilase - ↓efeitos colaterais São mais específicos para a enzima do citocromo P450 Espectro de ação ampliado: dermatófitos, fungos filamentosos, leveduras e fungos dimórficos Novos triazóis Ravuconazol Albaconazol Isavuconazol Espectro de ação dos triazóis Antifúngicos que agem na síntese da parede celular Equinocandinas Caspofungina Micafungina Anidulafungina Aminocandina Agentes lipopeptídio: peptídio cíclico + cadeia de ácido graxo Parede celular fúngica Inibidores não-competitivos Perda da integridade da parede celular Fragilidade Osmótica Efeito fungicida Ativos contra Candidaspp. - fungicida Aspergillusspp. - fungistático Indicação: candidíase esofágica, candidemia, candidíase invasiva, Aspergilose invasiva refratária a outros antifúngicos Via de administração IV uma vez por dia. Pouca interação com outras drogas Efeitos adversos: gastrointestinais Não apresenta resistência cruzada os agentes azólicos Caspofungina, Anidulafungina e Micafungina -São similares -eficácia e segurança Antifúngico que inibe a síntese de ácidos nucléicos Análogos de Pirimidina 5-Flucitosina (5-FC) Sintetizada em 1957 como agente anti-tumoral 1962 – atividade antifúngica Administração oral e intravenosa Espectro de ação restrito (C. neoformans e Candida sp.) Monoterapia Limitada Usada em combinação com Anfotericina B e fluconazol Resistência desenvolvida rapidamente durante o tratamento Resistência: Mutação da citosina permease e citosina deaminase Foi retirada do mercado pelo fabricante por ordem do Rename, por haver muita resistêncai primária e seundária a esse medicamento Ação sobre a organização dos microtúbulos Isolado de Penicilium griseofulvum (Griseofulvina) 1º antifúngico descoberto (1939) Recomendação: tratamento das dermatofitoses Não é efetivo em infecções causadas por Candida, Aspergillus, Malassezia furfur e Nocardia sp. Inibe a função microtubular (interfere na polimerização da tubulina) Inibe a divisão celular Inibe o crescimento Resistência e sensibilidade aos antifúngicos Resistência: capacidade do micro-organismo em crescer em concentrações plasmáticas da droga. Sensibilidade: quando não crescem nessas concentrações. CIM: menor concentração do antifúngico necessária para inibir o crescimento fúngico(g/mL) CFM: menor concentração do antifúngico necessária para matar o fungo (g/mL) Fungicida x Fungistático O que pode levar à resistência O antimicrobiano não induz à resistência O que ocorre é a seleção natural de microrganismos resistentes ao antimicrobiano” A resistência microbiana reflete o princípio evolutivo de que os organismos se adaptam geneticamente a mudanças no seu meio ambiente Resistência clínica Local da infecção Diagnóstico errado da doença Tratamento errado Farmacocinética desfavorável Dificuldade do paciente de se aderir ao tratamento Resistência microbiológica relacionada com características do fungo Primária = Intrínsica (C. krusei ao fluconazol) Secundária = Extrínsica (C. albicans ao fluconazol) Como minimizar o desenvolvimento de resistência Diagnóstico correto e tratamento adequado Evitar o uso indiscriminado de antifúngicos Utilizar dosagens adequadas e suficientes Utilizar associação de drogas Mudar tão logo de antifúngico quando se observa que o fungo possui sinais de resistência Fazer teste de susceptibilidade à droga quando necessário Mecanismos de resistência aos antifúngicos Membrana plasmática Poliênicos Azóis Parede celular Equinocandinas Mecanismos de resistência aos agentes poliênicos Diminuiçãodaquantidadedeergosterol Acúmulodeoutroesterol,diferentedeergosterol,combaixaafinidadepelospoliênicos. Reorientação/Mascaramentodoergosterolnamembrana. Resistência intrínsica: C. lusitaniaee C. guilhiermondii Resistência secundária: C. albicans, C. glabratae C. krusei Resistência é rara. Resistência Candidaspp. CIM>1μg/mL Mecanismos de resistência aos azóis Mutação do gene ERG 11 (C14-α-lanosterol demetilase) Aumento da expressão da C14-α-lanosterol demetilase Aumento de bombas de efluxo impede trasnformação lanosterol → ergosterol Resistência às equinocandinas Raros casos de resistência Mecanismos: Mutação no gene FKS1 ou GSL21(β 1,3 glucana sintetase) Bomba de efluxo CDR1 e CDR2 (C. glabrata) Como saber se um microrganismo é resistente ou sensível a uma droga Comitês: Organizações internacionais, interdisciplinares e educacionais que promovem o desenvolvimento e a ampla utilização de normas e procedimentos laboratoriais padronizados 1. Padronização das técnicas 2. Critérios para interpretação dos resultados 3. Parâmetros para o controle qualidade CLSI (Clinical Laboratory Standard Institute) -Americano Método Microdiluição em caldo= M27-A3 (2008) (LEVEDURA),M38-A2 (2008) (FILAMENTOSO) Método de Difusão em ágar = M44-A2 (2004) e M44-S3 (2009) (LEVEDURA),e M51-A (2010) e M51-S1 (2010) EUCAST (European Commitee on Antibiotic Susceptibility Testing) -Europeu Método Microdiluição em caldo Lass-Ford et al. Mycoses, 53:1-11, 2010. EUCAST. Clin Microbiol Infect, 14: 398-405, 2008. EUCAST. Clin Microbiol Infect, 14: 982-984, 2008 OUTRAS NORMAS Canadian Chinese Entre outras Testes de susceptibilidade “in vitro” Método da difusão em ágar Método de diluição em caldo Macrodiluição Microdiluição Metodologia do E teste Métodos automatizados Difusão em ágar Técnica de difusão em ágar–Documento 44-A2(CLSI, 2004) Candidaspp. 1. Suspensão fúngica: 1-5 x 106UFC/mL 2. Ágar Muller-Hinton 3. Discos de papel impregnados com antifúngicos: Fluconazol –40 μg Diluição em caldo Técnica de diluição em caldo Leveduras -documento M27-A3 -CLSI, 2008 Filamentoso –documento M38-A2 –CLSI, 2008 CIM – inibição de 50 e 90-100% do crescimento fúngico Automação Identificação e testes de susceptibilidade e resistência Sensititre YeastOne (TREK Diagnostic Systems)
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