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Aula 01 - A Cultura da Soja _ Agosto de 2013

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SOJA
Glycine max (L.) Merrill
Prof. Paulo Sergio Rocha 
Botânica
• Família: 
Fabaceae
• Espécie cultivada:
Glycine max Merr.
Origem
• 5.000 anos
• Vale do Rio Amarelo – China
• No Brasil, a soja parece ter sido primeiramente
introduzida na Bahia, em 1882.
• Em 1908 foi introduzida em São Paulo, por
imigrantes japoneses,
• Em 1914 foi introduzida no Rio Grande do Sul
Histórico 
• Foi no Rio Grande do Sul que a soja começou
a ser cultivada em larga escala.
• O município de Santa Rosa foi o pólo de
disseminação da cultura, que inicialmente
expandiu-se pela região das missões.
• Até meados dos anos 30, esta era a região
produtora de soja.
Histórico 
Do Rio Grande do Sul, a soja expandiu-se
para o restante do país, inicialmente para Santa
Catarina, depois para o Paraná, São Paulo,
Minas Gerais e Centro-Oeste.
Atualmente a soja é cultivada em
praticamente todo o território nacional, sendo o
principal produto agrícola do país.
Histórico 
Produção
• 4° grão mais produzido do mundo.
• Oleaginosa mais cultivada
• 87,4% da produção mundial está em 4 
países:
• EUA
• Brasil
• Argentina
• China
Municípios do RS
0
40000
80000
120000
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Municípios
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Produção Área
Composição média dos macronutrientes da soja
Componente Soja em grãos 
crua cozida torrada
Água (% original) 8,5 62,6 2,0
Proteína (%) 40 18,2 38,6
Lipídios (%) 20 9,0 25,4
Carboidratos (%) 30 9,9 33,6
Fibra bruta (%) 5,0 2,0 4,6
Comparação do valor nutricional 
com outras culturas:
Cultura Rendimento 
(Kg/ha)
Proteína 
(%)
Soja 2700 38
Feijão 1000 22,1
Trigo 2400 12,2
Arroz 7000 7,5
Milho 5000 9,5
Batata 13800 2,0
Mandioca 8700 1,6
Plantio Direto
- “Plantio direto” ou “semeadura direta” representa,
simplesmente, o ato de depositar sementes, plantas ou
partes de plantas no solo, na ausência de sua
mobilização intensa com aração, escarificação e/ou
gradagem, e manutenção dos resíduos culturais na
superfície do solo;
- Portanto, plantio direto ou semeadura direta
engloba apenas dois princípios da agricultura
conservacionista: a redução ou supressão da
mobilização e a manutenção dos resíduos culturais na
superfície do solo.
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A disponibilidade de água é importante para a lavoura de
soja, principalmente, em 2 períodos de desenvolvimento:
1.Germinação – Emergência
2.Floração – Enchimento de grãos
Déficits hídricos expressivos, durante a floração e o
enchimento de grãos, provocam alterações fisiológicas
na planta:
a) Fechamento estomático
b) Enrolamento de folhas
As consequências são que causam a queda
prematura de folhas e de flores e abortamento de
vagens, resultando, por fim, em redução do rendimento
de grãos.
- A necessidade total de água na cultura da soja, para
obtenção do máximo de rendimento, varia de 400 a 800
mm/ciclo, dependendo das condições climáticas, do
manejo da cultura e da duração do ciclo.
Para minimizar os efeitos do déficit hídrico, indica-se:
a) Semear cvs. adaptadas à região e à condição de solo;
b) Semear em época recomendada e de < risco climático;
c) Semear com adequada umidade em todo perfil do solo.
A soja melhor se adapta a temperatura do ar entre 20°C e 30°C;
a temperatura ideal para o seu crescimento e desenvolvimento
está em torno de 30°C.
Temperaturas acima de 40°C tem efeito adverso na taxa de
crescimento, provocam distúrbios na floração e diminuem a
capacidade de retenção de vagens.
O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo a
temperaturas menores ou iguais a 10°C.
A floração da soja somente é induzida quando ocorrem
temperaturas acima de 13°C.
Esse problema pode se agravar se, paralelamente, houver
insuficiência hídrica e/ou fotoperiódica durante a fase de
crescimento.
A floração precoce ocorre, principalmente, em decorrência de
temperaturas mais altas, podendo acarretar diminuição na
altura da planta.
- O comprimento de um dia é conhecido como
fotoperíodo e as respostas do desenvolvimento das
plantas ao fotoperíodo são chamadas fotoperiodismo
(Chang, 1974).
Plantas de dias curtos (PDC): São as espécies que florescem 
em fotoperíodos menores do que um máximo crítico. 
Plantas de dias longos (PDL): São as espécies que florescem 
em fotoperíodos maiores do que um mínimo crítico. 
Plantas de dias neutros ou fotoneutras (PDN): São 
aquelas espécies que florescem em uma ampla faixa de variação 
do fotoperíodo.
A soja é uma planta de dias curtos.
Para que ocorra o florescimento, é necessário que os dias
tenham um número de horas de luz inferior a um
determinado intervalo, denominado “fotoperíodo crítico”,
que em nossa região corresponde a cerca de treze horas.
A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável
entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui seu
fotoperíodo crítico.
Época de semeadura
• Safra: 
– outubro a dezembro
Temperatura
–Mínima: 10-15°C
–Máxima: 32 – 38°C
Profundidade de semeadura
• 2,5 – 5 cm
• Depende do tamanho da semente
• Disponibilidade hídrica no solo
• Temperatura do solo: - germinação: 25°C
- elongação do hipocótilo: > ou < 25°C
Profundidade de semeadura
• 2,5 – 5 cm
• Depende do tamanho da semente
• Disponibilidade hídrica no solo
• Temperatura do solo: - germinação: 25°C
- elongação do hipocótilo: > ou < 25°C
• Problema:
– selamento superficial
Espaçamento
Cálculo da quantidade de 
sementes e regulagem da 
semeadora 
• O número de plantas/metro a ser obtido na lavoura é estimado
levando em conta a população de plantas desejada/ha e o
espaçamento adotado, usando a seguinte fórmula:
Cálculo da quantidade de 
sementes e regulagem da 
semeadora 
• De posse desses valores, calcular o número de
sementes por metro de sulco:
Cálculo da quantidade de sementes e 
regulagem da semeadora
• Para estimar a quantidade de semente que será gasta
por ha, pode-se usar a seguinte fórmula:
• onde:
Q = Quantidade de sementes, em kg/ha;
P = Peso de 100 sementes, em gramas (10-19g);
D = Nº de plantas que se deseja/m;
E = Espaçamento utilizado em cm; e
G = % de emergência em campo.
A constante 1,1, na fórmula acima, refere-se a um acréscimo de 10% no número de sementes, como fator de segurança. Aplicando essa 
fórmula numa situação de lote de semente com 80% de germinação e que a população esperada de 14 plantas/metro, a semeadora 
deverá ser regulada para distribuir em torno de 19 sementes/metro.
Adubação e calagem
• pH 5,5 – 6,0
• N: não é necessário, pois:
» É suprido pelo solo e simbiose da planta com o
rizóbio
» Inibe a fixação biológica.
• P e K : conforme ROLAS
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
Deficiências nutricionais
CAULE
Folhas 
trifolioladas
Flor
Entrenó
nó
RAÍZES COM NÓDULOS 
Estatura depende de:
• Ciclo:
– Precoce < Média < Tardia
• Época de semeadura
– Out > Nov > Dez
– Florescimento mesma época• Espaçamento e densidade
– + denso = + estatura
• Hábito de crescimento
– Determinado = - estatura
– Indeterminado = + estatura
Estádios vegetativos Estádios reprodutivos
VE - Emergência R1 – Início florescimento
VC - Cotilédone R2 – Pleno florescimento
V1 – Primeiro nó R3 - Início formação vagens
V2 – Segundo nó R4 – Plena formação vagens
V3 – terceiro nó R5 – Início enchimento grãos
* R6 – Pleno enchimento vagens
* R7 – Início maturação
V(n) – Enésimo nó R8 – Maturação plena
Escala Fenológica de Fehr & Caviness (1977).
Estádios vegetativos
• A partir do estádio VC, os estádios vegetativos (V) são definidos e
numerados à medida que as folhas dos nós superiores se
apresentam completamente desenvolvidas.
• Um nó vegetativo com folha completamente desenvolvida é
identificado quando:
– no nó vegetativo acima os folíolos não estão enrolados e nem
dobrados.
VC – Abertura do cotilédone
VE VC
Primeiro nó- V1
• As reservas nutritivas armazenadas nos
cotilédones alimentam a planta de 1 a 10
dias depois de VE.
• Inicia formação dos nódulos.
• A partir de V1, a fotossíntese das folhas em
desenvolvimento é suficiente para a planta
se sustentar.
Segundo nó - V2 
• Estatura: 15 a 20 cm.
• Três nós apresentando folhas
com folíolos desdobrados:
– nó unifoliolado e os dois
primeiros nós trifoliolados.
• fixação de nitrogênio de
maneira mais ativa
Terceiro nó- V3
• Estatura: 18 a 23 cm
• trifólio completamente
desenvolvido acima do 2º
nó.
Estádio- V5
Quinto nó
• Plantas com 25 a 30 cm de altura.
• Seis nós apresentando folhas 
com folíolos desdobrados:
- 5º nó completamente 
desenvolvido acima do 4º nó.
• O número total de nós é definido 
em V5.
Estádio- V6
Sexto nó
• Plantas com 30 a 35 cm de altura.
• Seis nós apresentando folhas com 
folíolos desdobrados.
• As folhas unifolioladas e os 
cotilédones podem ter senescido.
• Novos estádios V aparecem a 
cada 3 dias (Vn).
Estádios Reprodutivos
Estádios 
vegetativos
8 Estádios reprodutivos 
VE - Emergência R1 – Início florescimento
VC - Cotilédone R2 – Pleno florescimento
V1 – Primeiro nó R3 - Início formação vagens
V2 – Segundo nó R4 – Plena formação vagens
V3 – terceiro nó R5 – Início enchimento grãos
* R6 – Pleno enchimento de 
vagens
* R7 – Início maturação
V(n) – Enésimo
nó
R8 – Maturação plena
descrevem o 
florescimento
desenvolvimento 
da vagem
desenvolvimento 
da semente 
(grão)
Maturação da 
planta
Estádio R1
Início da floração
• uma flor aberta em 
qualquer nó do caule
Estádio R2
Floração 
completa
• uma flor aberta em 
um dos dois últimos 
nós do caule com 
folha desenvolvida
Estádio R3
Início da 
formação de 
vagens
• uma vagem com 
5mm num dos 
quatro últimos nós 
do caule com folha 
desenvolvida
Estádio R4
Formação de vagens completa (2 cm) 
• Uma vagem com 5mm num dos quatro últimos nós do caule 
com folha desenvolvida
•Rápido 
crescimento da 
vagem
• Vagens com maior 
comprimento e 
largura
•inicia desenvolvi-
mento da semente
Estádio R5
Início do enchimento 
de grãos
• grãos com 3mm 
numa vagem dos 
quatro últimos nós do 
caule com folha 
desenvolvida
• Máxima altura, nº de 
nós e IAF
• Altas taxas de 
fixação de N
• Rápido e constante 
acúmulo de MS na 
semente
Manejo para R5
R4
R5
• Não deve 
ocorrer 
deficiência 
hídrica
Alta demanda 
por água e 
nutrientes
Estádio R6
Máximo volume de 
grãos
(Formação de 
sementes completa)
• vagem contendo 
ao menos um grão 
verde que ocupa 
toda a sua cavidade
Estádio R7
Maturidade 
Fisiológica
(Início da maturação)
• Cessa acúmulo 
de MS
• Mudança na 
coloração
• Uma vagem 
normal, no caule, 
que atingiu a cor 
de legume maduro
Estádio R8
Maturação completa (coloração 
marrom)
•95% das vagens maduras
Manejo para R8
Colheita
• grãos com 13 % umidade
• menos de 15% de umidade: 
5 a 10 dias de clima seco após R8

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