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SOJA Glycine max (L.) Merrill Prof. Paulo Sergio Rocha Botânica • Família: Fabaceae • Espécie cultivada: Glycine max Merr. Origem • 5.000 anos • Vale do Rio Amarelo – China • No Brasil, a soja parece ter sido primeiramente introduzida na Bahia, em 1882. • Em 1908 foi introduzida em São Paulo, por imigrantes japoneses, • Em 1914 foi introduzida no Rio Grande do Sul Histórico • Foi no Rio Grande do Sul que a soja começou a ser cultivada em larga escala. • O município de Santa Rosa foi o pólo de disseminação da cultura, que inicialmente expandiu-se pela região das missões. • Até meados dos anos 30, esta era a região produtora de soja. Histórico Do Rio Grande do Sul, a soja expandiu-se para o restante do país, inicialmente para Santa Catarina, depois para o Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Centro-Oeste. Atualmente a soja é cultivada em praticamente todo o território nacional, sendo o principal produto agrícola do país. Histórico Produção • 4° grão mais produzido do mundo. • Oleaginosa mais cultivada • 87,4% da produção mundial está em 4 países: • EUA • Brasil • Argentina • China Municípios do RS 0 40000 80000 120000 160000 Tu pa ci re tã Pa lm eir a d as M iss õe s Cr uz A lta Ju lio d e C as til ho s Sa nt a B ár ba ra do S ul Jó ia Pa ss o Fu nd o Iju í Bo a V ist a d o Ca de ad o Es pu m os o Gi ru á Se rtã o Ma ra u Ib iru bá Municípios Ár ea (h a) 0 40000 80000 120000 160000 200000 Pr od uç ão (m ilh õe s de t) Produção Área Composição média dos macronutrientes da soja Componente Soja em grãos crua cozida torrada Água (% original) 8,5 62,6 2,0 Proteína (%) 40 18,2 38,6 Lipídios (%) 20 9,0 25,4 Carboidratos (%) 30 9,9 33,6 Fibra bruta (%) 5,0 2,0 4,6 Comparação do valor nutricional com outras culturas: Cultura Rendimento (Kg/ha) Proteína (%) Soja 2700 38 Feijão 1000 22,1 Trigo 2400 12,2 Arroz 7000 7,5 Milho 5000 9,5 Batata 13800 2,0 Mandioca 8700 1,6 Plantio Direto - “Plantio direto” ou “semeadura direta” representa, simplesmente, o ato de depositar sementes, plantas ou partes de plantas no solo, na ausência de sua mobilização intensa com aração, escarificação e/ou gradagem, e manutenção dos resíduos culturais na superfície do solo; - Portanto, plantio direto ou semeadura direta engloba apenas dois princípios da agricultura conservacionista: a redução ou supressão da mobilização e a manutenção dos resíduos culturais na superfície do solo. 14 A disponibilidade de água é importante para a lavoura de soja, principalmente, em 2 períodos de desenvolvimento: 1.Germinação – Emergência 2.Floração – Enchimento de grãos Déficits hídricos expressivos, durante a floração e o enchimento de grãos, provocam alterações fisiológicas na planta: a) Fechamento estomático b) Enrolamento de folhas As consequências são que causam a queda prematura de folhas e de flores e abortamento de vagens, resultando, por fim, em redução do rendimento de grãos. - A necessidade total de água na cultura da soja, para obtenção do máximo de rendimento, varia de 400 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas, do manejo da cultura e da duração do ciclo. Para minimizar os efeitos do déficit hídrico, indica-se: a) Semear cvs. adaptadas à região e à condição de solo; b) Semear em época recomendada e de < risco climático; c) Semear com adequada umidade em todo perfil do solo. A soja melhor se adapta a temperatura do ar entre 20°C e 30°C; a temperatura ideal para o seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30°C. Temperaturas acima de 40°C tem efeito adverso na taxa de crescimento, provocam distúrbios na floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens. O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo a temperaturas menores ou iguais a 10°C. A floração da soja somente é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13°C. Esse problema pode se agravar se, paralelamente, houver insuficiência hídrica e/ou fotoperiódica durante a fase de crescimento. A floração precoce ocorre, principalmente, em decorrência de temperaturas mais altas, podendo acarretar diminuição na altura da planta. - O comprimento de um dia é conhecido como fotoperíodo e as respostas do desenvolvimento das plantas ao fotoperíodo são chamadas fotoperiodismo (Chang, 1974). Plantas de dias curtos (PDC): São as espécies que florescem em fotoperíodos menores do que um máximo crítico. Plantas de dias longos (PDL): São as espécies que florescem em fotoperíodos maiores do que um mínimo crítico. Plantas de dias neutros ou fotoneutras (PDN): São aquelas espécies que florescem em uma ampla faixa de variação do fotoperíodo. A soja é uma planta de dias curtos. Para que ocorra o florescimento, é necessário que os dias tenham um número de horas de luz inferior a um determinado intervalo, denominado “fotoperíodo crítico”, que em nossa região corresponde a cerca de treze horas. A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico. Época de semeadura • Safra: – outubro a dezembro Temperatura –Mínima: 10-15°C –Máxima: 32 – 38°C Profundidade de semeadura • 2,5 – 5 cm • Depende do tamanho da semente • Disponibilidade hídrica no solo • Temperatura do solo: - germinação: 25°C - elongação do hipocótilo: > ou < 25°C Profundidade de semeadura • 2,5 – 5 cm • Depende do tamanho da semente • Disponibilidade hídrica no solo • Temperatura do solo: - germinação: 25°C - elongação do hipocótilo: > ou < 25°C • Problema: – selamento superficial Espaçamento Cálculo da quantidade de sementes e regulagem da semeadora • O número de plantas/metro a ser obtido na lavoura é estimado levando em conta a população de plantas desejada/ha e o espaçamento adotado, usando a seguinte fórmula: Cálculo da quantidade de sementes e regulagem da semeadora • De posse desses valores, calcular o número de sementes por metro de sulco: Cálculo da quantidade de sementes e regulagem da semeadora • Para estimar a quantidade de semente que será gasta por ha, pode-se usar a seguinte fórmula: • onde: Q = Quantidade de sementes, em kg/ha; P = Peso de 100 sementes, em gramas (10-19g); D = Nº de plantas que se deseja/m; E = Espaçamento utilizado em cm; e G = % de emergência em campo. A constante 1,1, na fórmula acima, refere-se a um acréscimo de 10% no número de sementes, como fator de segurança. Aplicando essa fórmula numa situação de lote de semente com 80% de germinação e que a população esperada de 14 plantas/metro, a semeadora deverá ser regulada para distribuir em torno de 19 sementes/metro. Adubação e calagem • pH 5,5 – 6,0 • N: não é necessário, pois: » É suprido pelo solo e simbiose da planta com o rizóbio » Inibe a fixação biológica. • P e K : conforme ROLAS Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais Deficiências nutricionais CAULE Folhas trifolioladas Flor Entrenó nó RAÍZES COM NÓDULOS Estatura depende de: • Ciclo: – Precoce < Média < Tardia • Época de semeadura – Out > Nov > Dez – Florescimento mesma época• Espaçamento e densidade – + denso = + estatura • Hábito de crescimento – Determinado = - estatura – Indeterminado = + estatura Estádios vegetativos Estádios reprodutivos VE - Emergência R1 – Início florescimento VC - Cotilédone R2 – Pleno florescimento V1 – Primeiro nó R3 - Início formação vagens V2 – Segundo nó R4 – Plena formação vagens V3 – terceiro nó R5 – Início enchimento grãos * R6 – Pleno enchimento vagens * R7 – Início maturação V(n) – Enésimo nó R8 – Maturação plena Escala Fenológica de Fehr & Caviness (1977). Estádios vegetativos • A partir do estádio VC, os estádios vegetativos (V) são definidos e numerados à medida que as folhas dos nós superiores se apresentam completamente desenvolvidas. • Um nó vegetativo com folha completamente desenvolvida é identificado quando: – no nó vegetativo acima os folíolos não estão enrolados e nem dobrados. VC – Abertura do cotilédone VE VC Primeiro nó- V1 • As reservas nutritivas armazenadas nos cotilédones alimentam a planta de 1 a 10 dias depois de VE. • Inicia formação dos nódulos. • A partir de V1, a fotossíntese das folhas em desenvolvimento é suficiente para a planta se sustentar. Segundo nó - V2 • Estatura: 15 a 20 cm. • Três nós apresentando folhas com folíolos desdobrados: – nó unifoliolado e os dois primeiros nós trifoliolados. • fixação de nitrogênio de maneira mais ativa Terceiro nó- V3 • Estatura: 18 a 23 cm • trifólio completamente desenvolvido acima do 2º nó. Estádio- V5 Quinto nó • Plantas com 25 a 30 cm de altura. • Seis nós apresentando folhas com folíolos desdobrados: - 5º nó completamente desenvolvido acima do 4º nó. • O número total de nós é definido em V5. Estádio- V6 Sexto nó • Plantas com 30 a 35 cm de altura. • Seis nós apresentando folhas com folíolos desdobrados. • As folhas unifolioladas e os cotilédones podem ter senescido. • Novos estádios V aparecem a cada 3 dias (Vn). Estádios Reprodutivos Estádios vegetativos 8 Estádios reprodutivos VE - Emergência R1 – Início florescimento VC - Cotilédone R2 – Pleno florescimento V1 – Primeiro nó R3 - Início formação vagens V2 – Segundo nó R4 – Plena formação vagens V3 – terceiro nó R5 – Início enchimento grãos * R6 – Pleno enchimento de vagens * R7 – Início maturação V(n) – Enésimo nó R8 – Maturação plena descrevem o florescimento desenvolvimento da vagem desenvolvimento da semente (grão) Maturação da planta Estádio R1 Início da floração • uma flor aberta em qualquer nó do caule Estádio R2 Floração completa • uma flor aberta em um dos dois últimos nós do caule com folha desenvolvida Estádio R3 Início da formação de vagens • uma vagem com 5mm num dos quatro últimos nós do caule com folha desenvolvida Estádio R4 Formação de vagens completa (2 cm) • Uma vagem com 5mm num dos quatro últimos nós do caule com folha desenvolvida •Rápido crescimento da vagem • Vagens com maior comprimento e largura •inicia desenvolvi- mento da semente Estádio R5 Início do enchimento de grãos • grãos com 3mm numa vagem dos quatro últimos nós do caule com folha desenvolvida • Máxima altura, nº de nós e IAF • Altas taxas de fixação de N • Rápido e constante acúmulo de MS na semente Manejo para R5 R4 R5 • Não deve ocorrer deficiência hídrica Alta demanda por água e nutrientes Estádio R6 Máximo volume de grãos (Formação de sementes completa) • vagem contendo ao menos um grão verde que ocupa toda a sua cavidade Estádio R7 Maturidade Fisiológica (Início da maturação) • Cessa acúmulo de MS • Mudança na coloração • Uma vagem normal, no caule, que atingiu a cor de legume maduro Estádio R8 Maturação completa (coloração marrom) •95% das vagens maduras Manejo para R8 Colheita • grãos com 13 % umidade • menos de 15% de umidade: 5 a 10 dias de clima seco após R8
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