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Aula 02 - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 2 – Poder Constituinte e modificação da Constituição 
Bom dia! 
Na aula de hoje, falarei sobre “Poder constituinte e reforma da Constituição”. 
É interessante observar como os assuntos são interligados em Direito 
Constitucional. Quem já estudou essa disciplina sabe que nossa Constituição é 
rígida, mas não imutável, certo? 
Naquela ocasião, alguém pode ter pensado: ok... sei que, por ser rígida, a 
CF/88 é alterada por um procedimento mais custoso que o exigido para as 
demais leis, mas como é esse procedimento? Quem está habilitado a propor 
essa alteração? Quais os assuntos não podem ser suprimidos, mesmo por 
emenda constitucional? Pode o poder judiciário fiscalizar a regularidade desse 
procedimento de alteração da Constituição? 
É disso (além de outras coisas) que vamos falar hoje. 
Vejamos o conteúdo desta aula. 
1 – Poder Constituinte 
1.1 - Espécies 
1.2 - Limitações do Poder Constituinte Derivado 
2 – Modificação da Constituição Federal de 1988. Reforma, revisão e emenda 
constitucional 
3 – Entrada em vigor de uma nova Constituição 
4 – Exercícios de Fixação 
Mãos à obra então! 
 
1 – Poder Constituinte 
O Poder Constituinte é o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição. 
Segundo a doutrina é a manifestação soberana da suprema vontade política de 
um povo social e juridicamente organizado. 
A teoria do poder constituinte foi desenvolvida pelo abade francês Emanuel 
Seyès, em sua obra “O que é o Terceiro Estado”, que (naquela época) 
apontava como seu titular a nação. 
Antigamente, o exercício do poder pelas monarquias européias era justificado 
pelo Direito divino e pela hereditariedade. Deus era o titular do poder e o 
exercia por meio de seu representante na terra (rei ou monarca). Ao passar 
dos anos, esse exercício do poder era transmitido aos seus sucessores de 
sangue. 
Isso foi superado com a visão mais racional de Sieyès e a teoria do Poder 
Constituinte naquele momento (vale observar a relevância do seu livro para a 
própria revolução francesa). Assim, a origem da concepção de poder 
constituinte ocorre no mesmo contexto do surgimento das Constituições 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2
escritas, visando à limitação do poder estatal e à preservação dos 
direitos e garantias fundamentais. 
É importante mencionar o aspecto mais fundamental: a distinção entre o poder 
que cria a Constituição (poder constituinte) e os poderes criados por ele 
(poderes constituídos), resultados da criação. Sendo o poder constituinte 
sempre superior aos poderes constituídos. 
Modernamente, é pacífico o entendimento de que o titular do poder 
constituinte é o povo (e não mais a nação). Isso é importante, pois bastante 
cobrado pelas bancas: 
Titular do Poder Constituinte → POVO 
Interessante observar que nossa Constituição estabelece que todo o poder 
emana do povo (CF, art. 1°, parágrafo único), não é o Estado, não é a nação. 
Pois bem, o povo é o titular do poder constituinte, mas seu exercício se 
dá de forma democrática (poder constituinte legítimo, por meio de uma 
assembleia nacional constituinte eleita pelo povo) ou autocrática (poder 
constituinte usurpado). Vejamos uma questão sobre isso... 
 
1) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Sendo poder 
de índole democrática, autônomo e juridicamente ilimitado, o poder 
constituinte originário tem como forma única de expressão a assembleia 
nacional constituinte. 
O poder constituinte originário não se expressa apenas de forma democrática, 
quando a forma de expressão consiste na assembleia nacional constituinte (ou 
convenção). Ele também ocorre na declaração unilateral de um agente 
golpista ou revolucionário, sem a participação do povo, forma de expressão 
denominada de outorga. Nesse caso, trata-se do denominado poder 
constituinte usurpado. 
Item errado. 
 
1.1 - Espécies 
Tradicionalmente, o poder constituinte segmenta-se em originário e derivado. 
O poder constituinte originário é o poder de elaborar uma Constituição. 
Podemos dizer que ele se manifesta em dois momentos distintos: na formação 
de um novo Estado (quando é elaborada a primeira Constituição), ou, em um 
Estado já existente, quando ocorre uma ruptura da ordem jurídica, sendo uma 
Constituição substituída por outra nova. 
O poder constituinte originário tem por características ser um poder político, 
inicial, autônomo, incondicionado e permanente. Guarde a distinção entre 
esses conceitos. 
É um poder político (e não jurídico), porque antecede o Direito. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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É um poder inicial porque a sua obra, que é a Constituição, é a base da ordem 
jurídica. 
É um poder autônomo ou ilimitado porque não está limitado pelo direito 
anterior, isto é, não tem que respeitar os limites estabelecidos pelo direito 
positivo antecessor, podendo, até mesmo, desrespeitar direito adquirido e 
cláusulas pétreas existentes no regime anterior. 
É incondicionado porque não está sujeito a qualquer forma prefixada para 
manifestar sua vontade. Enfim, o poder constituinte originário não tem que 
obedecer a qualquer forma ou procedimento pré-determinado para realizar a 
sua obra de elaboração de uma nova Constituição. 
Ademais, o poder constituinte originário é permanente porque não 
desaparece, não se esgota com a realização de sua obra, isto é, com a 
elaboração da nova Constituição. Elaborada a nova Constituição, o poder 
constituinte permanece latente, podendo manifestar-se posteriormente, 
mediante uma nova Assembléia Constituinte ou um novo ato revolucionário. 
Objetivamente, você tem de ter em mente que não há limites para o 
poder constituinte originário (e isso é importante). Em outras palavras, as 
normas constitucionais originárias não respeitam qualquer norma ou 
procedimento. Em decorrência disso, destaca-se uma importante conclusão: 
não há controle de constitucionalidade quanto às normas originárias 
da CF/88. 
Vale mencionar que há doutrinadores, que defendem que haveria limitações de 
ordem supranacional à atuação do poder constituinte originário. Ou seja, no 
âmbito do direito internacional não seria admissível uma nova Constituição que 
desrespeitasse normas básicas de direitos humanos, por exemplo. 
Há quem sustente ainda a existência de outros limites, de ordem natural 
(valores éticos superiores), como o alemão Otto Bachoff, ou de ordem lógica 
(não seria admitida a extinção do Estado, por exemplo). Mas não é o que 
predomina no Brasil: podemos dizer que, no Brasil, inexistem limitações 
ao poder constituinte originário. 
2) (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPE/PI/2012) O poder constituinte 
originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição, 
extingue-se com a conclusão de sua obra. 
O poder constituinte originário é permanente – o que significa que ele não se 
extingue após a realização de sua obra. 
Item errado. 
3) (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) Quando uma nova constituição é criada pelo 
poder constituinte originário, a jurisprudência reconhece a legitimidade da 
invocação de direitos adquiridos contrários à constituição em vigor. 
Na elaboração de sua obra, o poder constituinte originário não está sujeito a 
limitações de nenhuma ordem, não precisando respeitar nem mesmo o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Item errado. 
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4) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009)No tocante ao poder constituinte 
originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido 
poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica. 
O Brasil adotou a corrente positivista. Para o positivismo, o Poder Constituinte 
Originário não sofre limitações, uma vez que a ordem jurídica nasce com ele, 
não antes dele. Ou seja, não há normas jurídicas anteriores a estabelecer 
limites para sua atuação. Daí o fato de ser classificado como um poder político 
ou pré-jurídico, ao contrário do Poder Constituinte Derivado, classificado como 
jurídico. 
Numa visão oposta, a corrente jusnaturalista defendia a existência de normas 
de direito natural limitando a atuação do Poder Constituinte Originário. 
Item certo. 
5) (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte 
originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o 
poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica. 
O Brasil adotou a corrente positivista (e não a jusnaturalista), segundo a qual 
o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica. 
Item errado. 
6) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) O 
caráter ilimitado do poder constituinte originário deve ser entendido em 
termos, pois haverá limitações, por exemplo, de índole religiosa e cultural. 
O Cespe considerou certo esse enunciado. Como vimos, a discussão sobre a 
existência ou não de limites ao poder constituinte originário está relacionada 
com a distinção entre a doutrina jusnaturalista e a doutrina positivista. 
Assim, trazendo esse enunciado especificamente para o caso brasileiro, cremos 
que ele não estaria correto (como vimos na questão anterior). Todavia, em 
outros ordenamentos, admite-se a imposição de limites à atuação do poder 
constituinte originário. 
Talvez, por não se referir especificamente ao “poder constituinte no Brasil”, o 
Cespe tenha considerado o enunciado correto. 
Item certo. 
7) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder 
constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de 
constitucionalidade. 
O poder constituinte originário é autônomo, ilimitado, não deve respeito à 
ordem jurídica anterior. Como é um poder pré-jurídico, não há normas 
jurídicas anteriores a serem respeitadas. Nesse sentido, não há que se falar 
em controle de constitucionalidade de normas originárias. 
Item errado. 
8) (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) Embora o STF não admita o controle 
concentrado de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder 
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constituinte originário, reconhece o controle difuso, considerando sua 
eficácia apenas para o caso concreto. 
No Brasil, não se admite nenhum tipo de controle constitucionalidade tendo 
por objeto a obra do poder constituinte originário, seja controle concentrado, 
seja controle difuso. 
Item errado. 
9) (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) Segundo o STF, as regras jurídicas produzidas 
pelo poder constituinte originário não decorrem do exercício de um poder 
de fato ou suprapositivo, razão pela qual sua eficácia está sujeita a 
limitação normativa. 
O poder constituinte originário constitui um poder político. Ou seja, trata-se de 
um poder de fato (e não um poder meramente jurídico), não estando sujeito a 
limitações normativas. 
Item errado. 
 
Para finalizar os comentários a respeito do poder constituinte originário, vale a 
pena aprofundar num detalhe: a distinção entre poder constituinte material e 
poder constituinte formal. 
Para dividirmos esses conceitos, você deve distinguir dois momentos na 
elaboração de uma Constituição: (i) a ideia, a concepção de uma nova ordem 
constitucional; e (ii) a formalização do texto escrito da Constituição. 
Em outras palavras, primeiro concebe-se uma nova Constituição, trata-se 
ainda de uma ideia (uma decisão política, que constitui o poder constituinte 
material). Posteriormente, elabora-se o texto da Constituição propriamente 
dito (consubstanciando do poder constituinte formal). 
Assim, define-se o que é constitucional (poder constituinte material); logo a 
seguir, atribui-se juridicidade constitucional a essa escolha (poder constituinte 
formal). 
Quanto a poder constituinte originário é isso aí. Mas, há ainda outra espécie: o 
poder constituinte derivado. 
O poder constituinte derivado (secundário, instituído, constituído, ou de 
segundo grau) está previsto no texto da própria Constituição, resultando da 
vontade do poder constituinte originário. Vale dizer, ele é “derivado” do poder 
constituinte originário, pois foi criado por este poder, deriva desse poder. 
O poder constituinte derivado tem por características ser um poder jurídico, 
derivado, subordinado e condicionado. 
É um poder jurídico (ao contrário do originário, que é político), pois integra o 
direito positivo, isto é, está presente no texto da própria Constituição. 
É derivado porque retira sua força do poder constituinte originário. 
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É subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e 
implícitas presentes na Constituição Federal, normas essas que não poderá 
contrariar, sob pena de inconstitucionalidade de sua conduta. 
É condicionado porque seu exercício deve obedecer fielmente às regras 
previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
Pois bem, por um lado, o poder constituinte originário não sofre limitações 
(como foi comentado), daí se dizer que não há controle de constitucionalidade 
da sua obra: as normas originárias. 
Ao contrário, o poder constituinte derivado sofre sim limitações, 
procedimentais e materiais; e, por isso, há controle de constitucionalidade 
de sua obra (as normas constitucionais decorrentes de emenda 
constitucional). 
Mas o assunto não se esgota aí. O poder constituinte derivado segmenta-se 
em: poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. 
O poder constituinte derivado reformador é o competente para modificar o 
texto da Constituição Federal, respeitando-se o regramento estabelecido 
pela própria Constituição. Na Constituição Federal de 1988, ele é exercido pelo 
Congresso Nacional, na forma do artigo 60 da Constituição (processo de 
emenda) e do art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – 
ADCT (processo de revisão constitucional). Alguns autores classificam esta 
última espécie de poder constituinte derivado revisor. Fique tranquilo, pois 
esse assunto (a diferença entre esses procedimentos) será mais bem 
detalhado logo a seguir. 
O poder constituinte derivado decorrente é a competência que têm os 
estados-membros, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de 
elaborar suas próprias Constituições. Mesmo nesse caso, o exercício do poder 
constituinte derivado está sujeito a diversas limitações como se detalha no 
próximo item da aula. 
Aqui, acho melhor fazermos uma pausa para sintetizar tudo que já foi falado. 
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Sintetizando: 
 
A fim de treinar esses conceitos, nada melhor que algumas questões de 
concursos. 
10) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STJ/2008) O 
poder constituinte derivado decorrente consiste na possibilidade que os 
estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-
administrativa, de se autoorganizarem por meio das respectivas 
constituições estaduais, sempre respeitando as regras estabelecidas pela 
CF. 
Como comentado, o poder constituinte derivado divide-se em (1)reformador e 
(2) decorrente. Este último realmente relaciona-se com a elaboração de 
Constituições estaduais por parte dos estados-membros. E realmente esse 
poder está limitado por regras estabelecidas pela CF/88. 
Item certo. 
11) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) O poder constituinte 
decorrente subordina-se às limitações que o órgão investido de funções 
constituintes primárias ou originárias estabeleceu no texto da CF. 
O poder constituinte decorrente é derivado, condicionado e está sujeito às 
limitações estabelecidas pelo poder constituinte originário. Inclusive, essa 
necessidade de respeito às normas da Carta Cidadã está expressa no art. 25 
da CF/88: “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição”. 
Item certo. 
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12) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) É 
expressamente previsto na CF que os Poderes Legislativos dos estados, do 
DF e dos municípios devem elaborar suas constituições e leis orgânicas 
mediante manifestação do poder constituinte derivado decorrente. 
Apesar de ser tema controverso, a doutrina majoritária relaciona a expressão 
do poder constituinte derivado decorrente apenas aos estados-membros, não 
incluindo os municípios. 
Item errado. 
 
1.2 Limitações do Poder Constituinte Derivado 
Como vimos, o poder constituinte derivado é criado pelo poder constituinte 
originário e está sujeito a limitações tanto de ordem formal (procedimental), 
quanto de ordem material. 
É importante você conhecer essas limitações impostas pelo poder constituinte 
originário ao poder constituinte derivado para que este possa reformar a 
Constituição. 
Podemos classificar essas limitações em quatro grupos: 
a) temporais - quando a Constituição estabelece um período durante o qual o 
seu texto não pode ser modificado. É importante ter em mente que não 
temos limitações desta natureza na Constituição Federal de 1988; 
b) circunstanciais - quando a Constituição veda a sua modificação durante 
certas circunstâncias excepcionais, em ocasiões extraordinárias (a CF/88 prevê 
limitações circunstanciais, ao proibir a aprovação de emendas durante a 
vigência de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal – art. 60, § 
1º); 
c) processuais ou formais - quando a Constituição estabelece um 
determinado procedimento para o processo legislativo de sua modificação. 
Nossa Constituição classifica-se como rígida (veremos mais à frente) 
exatamente porque esse procedimento é mais difícil do que aquele 
estabelecido para a elaboração das demais normas infraconstitucionais (CF, 
art. 60, incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 5º); 
d) materiais - quando a Constituição enumera certas matérias que não 
poderão ser abolidas do seu texto pelo reformador. 
Na Constituição Federal de 1988, temos limitações materiais expressas ou 
explícitas e limitações materiais implícitas ou tácitas. 
As limitações materiais expressas ou explícitas estão previstas no § 4º do 
art. 60 da Constituição, e são as chamadas “cláusulas pétreas expressas”. Ou 
seja, temas importantes da nossa República que não podem ser abolidos por 
emenda. Logo a seguir veremos exatamente quais são essas cláusulas pétreas. 
As limitações materiais implícitas ou tácitas são aquelas que impedem a 
alteração da titularidade do poder constituinte originário, a alteração da 
titularidade do poder constituinte derivado e alterações ao procedimento 
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estabelecido na Constituição para a modificação do seu texto. Como o nome já 
enuncia, elas não decorrem de norma expressa da Constituição, mas sim de 
desenvolvimento doutrinário e jurisprudencial. 
Sobre isso, guarde o seguinte bordão: a existência das limitações 
materiais implícitas constitui óbice à admissão do mecanismo da dupla 
revisão entre nós. 
É ou não é bonito isso? Até parece uma daquelas frases de pára-choque de 
caminhão, não é? Deixe-me explicar melhor... 
Alguns constitucionalistas defendem uma tese de que uma cláusula pétrea 
poderia ser suprimida mediante a aprovação de duas emendas constitucionais 
(constituindo o mecanismo da “dupla revisão”). 
Assim, seria possível que uma emenda constitucional retirasse aquele 
dispositivo do rol das cláusulas pétreas. A partir desse momento, aquele tema 
poderia ser suprimido por nova emenda constitucional. 
É como se hoje fosse aprovada uma emenda retirando a Federação do art. 60, 
§ 4° da CF/88. Amanhã, poderia vir nova emenda e instituir o Estado unitário 
(tendo em vista que a proibição existente deixaria de existir a partir da 
aprovação da primeira emenda). 
Entretanto, no Brasil, essa tese não prosperou. E por quê? Porque uma 
emenda que suprimisse algum dos incisos do art. 60, § 4° seria 
inconstitucional por contrariar uma limitação material implícita, que proíbe 
alterações prejudiciais ao processo de modificação da Constituição Federal. 
Resolva esta questão interessante do Cespe. 
13) (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) O poder constituinte derivado pode alterar os 
procedimentos de reforma da constituição. 
O poder constituinte derivado não pode alterar o procedimento de reforma 
constitucional, nem para torná-lo mais flexível, nem para torná-lo mais rígido. 
Por quê? Devido à existência de limitações materiais implícitas. 
Item errado. 
Sintetizando: 
 
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Bem, mas para fazer as questões não basta saber isso. Você tem de conhecer 
quais são essas limitações; ou seja, conhecer o procedimento de reforma, as 
cláusulas pétreas, o processo de revisão constitucional etc. Veremos todos 
esses detalhes em um tópico seguinte. 
Antes, temos de mencionar as limitações ao poder constituinte derivado 
decorrente. 
O poder constituinte derivado decorrente está sujeito às limitações 
estabelecidas pelo poder constituinte originário. Inclusive, essa necessidade de 
respeito às normas da Carta Cidadã está expressa no art. 25 da CF/88: 
“Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios desta Constituição”. 
Veja ainda a norma expressa no art. 11 do ADCT: 
“Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a 
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da 
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.” 
Assim, a Constituição Federal também vincula as Constituições Estaduais. 
14) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Previsto 
pelo constituinte originário, o poder constituinte derivado decorrente 
encontra limitações apenas nas cláusulas pétreas. 
De fato, o poder constituinte derivado é previsto pelo constituinte originário, 
mas está sujeito a diversas limitações e não só as materiais (que 
consubstanciam as cláusulas pétreas). 
Item errado. 
15) (CESPE/AUFC/TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte 
originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de 
ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não 
será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a 
forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a 
separação de poderes e os direitos e garantias individuais. 
O poder constituinte originário é, de fato, ilimitado e incondicionado. 
Entretanto, o poder constituinte derivado está sim sujeito a limitações tanto 
de ordem formal (o procedimento do art. 60 da CF/88), quanto de ordem 
material (cláusulas pétrease limitações implícitas). 
Item errado. 
16) (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) O poder constituinte derivado reformador 
submete-se tanto a limitações expressas na CF quanto a limitações 
implícitas. 
Como vimos, o poder constituinte derivado reformador submete-se a 
limitações expressas (como são as cláusulas pétreas) e a limitações implícitas 
(que impedem a alteração da titularidade do poder constituinte originário, a 
alteração da titularidade do poder constituinte derivado e alterações do 
procedimento estabelecido na Constituição para a modificação do seu texto). 
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Item certo. 
 
2 – Modificação da Constituição Federal de 1988. Reforma, revisão e 
emenda constitucional 
A Constituição é alterada por mutação, revisão e emenda constitucional. 
A mutação constitucional é o fenômeno que se verifica nas Constituições ao 
serem modificadas de forma silenciosa, contínua, sem alteração textual. É isso 
mesmo, trata-se de um processo informal e espontâneo de alteração da 
interpretação constitucional, em que se muda o conteúdo de determinado 
dispositivo, sem mudança no teor da norma. 
É o que acontece quando o Supremo Tribunal Federal muda seu entendimento 
sobre certo dispositivo constitucional, por decorrência da própria evolução de 
usos e costumes. Pode-se relacionar esse fenômeno ao conceito de poder 
constituinte difuso. 
Assim, se na sua prova vier algo relacionado ao poder constituinte difuso, não 
se assuste: trata-se do conceito de mutação constitucional. 
Já a revisão constitucional e o processo de emenda são processos formais de 
mudança nas Constituições, por meio de procedimentos estabelecidos pelo 
poder constituinte originário. Trata-se de dois procedimentos distintos: o 
procedimento simplificado de revisão constitucional, previsto no art. 3º do 
ADCT; e o procedimento rígido de emenda, estabelecido no art. 60 da CF/88. 
Em primeiro lugar, lembre-se de que os dois procedimentos – revisão e 
emenda - são manifestações do poder constituinte derivado. Assim, sujeitam-
se às limitações impostas pelo poder constituinte originário e revisadas em 
tópico anterior. 
Mas, observe, entre eles há diversas diferenças, como se passa a apresentar. 
A revisão constitucional está prevista no art. 3° do ADCT e consistiu em um 
procedimento simplificado, que ocorreu apenas uma vez: cinco anos 
após a promulgação da CF/88. As emendas foram aprovadas por maioria 
absoluta de votos em sessão unicameral do Congresso Nacional. Ademais, 
o texto foi promulgado pela Mesa do Congresso Nacional. Este 
procedimento é caracterizado por alguns autores como conseqüência da ação 
do poder constituinte derivado revisor. 
Já o procedimento de emenda constitucional (CF, art. 60) tem outras 
características. As propostas de emenda constitucional são discutidas e 
votadas em cada Casa (reunião bicameral) do Congresso Nacional, em 
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos 
dos votos dos respectivos membros. As emendas são promulgadas pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Observe como é 
um processo bem mais rígido que o de revisão. 
Há ainda algumas importantes diferenças entre os procedimentos de revisão e 
emenda: 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
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I) enquanto o processo de revisão foi único e não pode ser criado outro, o 
processo de emenda é permanente (exceto naquelas ocasiões excepcionais 
que resultam nas limitações circunstanciais (CF, art. 60, § 1°). 
II) enquanto o processo de revisão não pode ser adotado pelos estados-
membros, o de emenda é de observância obrigatória por eles. 
Sintetizando: 
 
 
17) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Tratando-se 
de mutação constitucional, o texto da constituição permanece inalterado, 
e alteram-se apenas o significado e o sentido interpretativo de 
determinada norma constitucional. 
É certo que a mutação constitucional ocorre sem alteração no texto. O que 
muda é o significado, o sentido daquela norma. 
Item certo. 
18) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer 
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado 
reformador e também pelo derivado revisor. 
Está errado afirmar que a CF/88 poderá ser alterada em qualquer momento 
pelo poder reformador e pelo poder revisor. Primeiro, porque há limitações 
circunstanciais que impedem a alteração da Constituição na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (CF, art. 60, § 
1°). Ademais, a revisão constitucional foi restringida a um processo único, com 
data pré-fixada (cinco anos contados da promulgação da Constituição Federal, 
nos termos do art. 3° do ADCT). 
Revisão Constitucional 
(ADCT, art. 3º) 
Emenda Constitucional 
(CF, art. 60) 
Procedimento simplificado (maioria 
absoluta, em sessão unicameral) 
Procedimento único (cinco anos após a 
promulgação da CF/88) 
Procedimento vedado aos estados-
membros 
Não pode ser criado outro por meio de 
emenda (limitação material implícita) 
As Emendas Constitucionais de Revisão 
(ECR) foram promulgadas pela Mesa do 
Congresso Nacional 
Procedimento árduo (2 turnos, com 
aprovação de 3/5 de cada Casa) 
Procedimento permanente (a CF/88 
sempre poderá ser alterada por emenda) 
Observância obrigatória pelos estados-
membros 
Não pode ser modificado por meio de 
emenda (limitação material implícita) 
As Emendas Constitucionais (EC) são 
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal 
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Item errado. 
19) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) A revisão 
constitucional prevista no ADCT da CF, que foi realizada pelo voto da 
maioria simples dos membros do Congresso Nacional, gerou seis emendas 
constitucionais de revisão que detêm o status de normas constitucionais 
originárias. 
A revisão constitucional foi realizada pelo voto da maioria absoluta dos 
membros do Congresso Nacional (ADCT, art. 3°). Foram criadas seis emenda 
constitucionais de revisão, com status de normas constitucionais 
derivadas (e não originárias). 
Item errado. 
 
Agora, temos de tratar do art. 60 da Constituição Federal. Primeiro, vejamos 
quais são as limitações formais (já conceituadas nesta aula) e que resultam na 
classificação da CF/88 como uma Constituição rígida. 
Iniciativa: A legitimidade para proposição de emenda constitucional é bem 
mais restrita que no caso das demais normas infraconstitucionais. Segundo o 
caput do art. 60, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
Deliberação e Promulgação: Como comentado, a proposta de emenda será 
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros (CF, art. 60, § 2°). 
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (CF, 
art. 60, § 3°). 
Fique atento a dois detalhes importantíssimos (relacionados também com o 
processo legislativo): 
I) nos processo de emenda, não há sanção nem veto do Presidente da 
República; sua participaçãose esgota na possibilidade de iniciativa da 
proposta de emenda; e 
II) a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa (CF, art. 60, § 5°). 
Quanto a esse último ponto trata-se de regra distinta daquela referente ao 
processo das leis em geral, em que se admite a reapresentação daquele PL 
rejeitado por meio da proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer 
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uma das Casas legislativas. No caso das emendas constitucionais, não se 
admite em nenhuma hipótese a reapresentação na mesma sessão legislativa. 
Agora, passemos a apresentar as chamadas cláusulas pétreas, limitações 
materiais expressas ao poder constituinte derivado. 
Cláusulas pétreas: Segundo o art. 60, § 4°, não será objeto de 
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
a) a forma federativa de Estado; 
b) o voto direto, secreto, universal e periódico; 
c) a separação dos Poderes; 
d) os direitos e garantias individuais. 
Vamos aos detalhes: 
I) uma proposta de emenda tendente a abolir cláusula pétrea não deve nem 
mesmo ser objeto de deliberação; assim, se admite mandado de segurança 
impetrado por congressista a fim de sustar o trâmite da proposta de emenda 
tendente a abolir cláusula pétrea; 
II) é errado se pensar que há óbice a qualquer tipo de emenda tratando de 
cláusula pétrea; pois somente não é admitida a proposta tendente a abolir 
cláusula pétrea; e 
III) não são cláusulas pétreas todos os direitos e garantias fundamentais; 
apenas os direitos e garantias individuais, independentemente de se situarem 
ou não no art. 5°. 
Vamos resolver algumas questões para trazer sua atenção de volta para o 
texto (...rs)... 
20) (CESPE/IRBR/DIPLOMACIA/2009) Não é passível de deliberação a 
proposta de emenda constitucional que desvirtue a forma republicana de 
governo, a qual está prevista como cláusula pétrea; no entanto, pode o 
Congresso Nacional, no exercício do poder constituinte derivado 
reformador, promover modificação do modelo federal, de modo a 
transformar o Brasil em Estado unitário. 
A Constituição gravou com a chancela de cláusula pétrea apenas a forma de 
Estado (Federação) e não a forma de governo (República) (CF, art. 60, § 4°). 
Portanto, não pode o Congresso Nacional aprovar emenda transformando o 
Brasil em Estado unitário. 
De qualquer forma, parte da doutrina entende que, apesar de não estar 
explícito, há vedação à adoção da monarquia como forma de governo. Em 
primeiro lugar, o voto periódico é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, II). Em 
segundo lugar, segundo essa linha doutrinária, a decisão tomada pelo poder 
constituinte originário no plebiscito de 1993 não poderia ser alterada por 
emenda constitucional. 
Item errado. 
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(AUFC/TCU/2009) Considerando que um deputado federal, diante da pressão 
dos seus eleitores, pretende modificar a sistemática do recesso e da 
convocação extraordinária no âmbito do Congresso Nacional, e sabendo que o 
poder constituinte derivado reformador manifesta-se por meio das 
denominadas emendas constitucionais, as quais estão regulamentadas no art. 
60 da CF, julgue os itens a seguir. 
21) (CESPE/AUFC/TCU/2009) A CF estabelece algumas limitações de forma e 
de conteúdo ao poder de reforma. Assim, no caso narrado, para que a 
modificação pretendida seja votada pelo Congresso Nacional, a proposta 
de emenda constitucional deverá ser apresentada por, no mínimo, um 
terço dos membros da Câmara dos Deputados. 
De fato, o art. 60 da CF/88 estabelece que a iniciativa para proposta de 
emenda poderá ser apresentada exclusivamente: 
I – por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados 
ou do Senado Federal; 
II – pelo Presidente da República; 
III – por mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
Item certo. 
22) (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) A CF admite emenda constitucional 
por meio de iniciativa popular. 
A Constituição até permite iniciativa popular para projetos de lei federal (CF, 
art. 61, § 2°), e prevê essa possibilidade no âmbito estadual (CF, art. 27, § 
4º) e municipal (CF, art. 29, III). Entretanto, não há previsão para iniciativa 
popular no caso de emendas à Constituição (CF, art. 60, caput). 
Item errado. 
23) (CESPE/AUFC/TCU/2009) Uma vez preenchido o requisito da iniciativa e 
instaurado o processo legislativo, a proposta de emenda à CF será 
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
Segundo a Carta Maior, a proposta de emenda será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada 
se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (CF, 
art. 60, § 2º). 
O fato de o rito de deliberação das emendas constitucionais ser mais complexo 
do que o rito ordinário das leis federais em geral faz com que a nossa 
Constituição possa ser classificada como rígida. Aliás, um detalhe importante: 
Alexandre de Moraes classifica nossa Constituição como super-rígida, já que 
tem um núcleo que não pode ser suprimido por emenda: as cláusulas pétreas. 
Item certo. 
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24) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A proposta de emenda constitucional 
deve ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, e será considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos 
dos votos dos respectivos membros e for promulgada após a respectiva 
sanção presidencial. 
Viu como esse aspecto é relevante? Não há sanção presidencial nos projetos 
de emenda constitucional. Após aprovação nas duas Casas, a emenda será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com 
o respectivo número de ordem (CF, art. 60, § 3°). 
Item errado. 
25) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) O início 
da tramitação de proposta de emenda constitucional cabe tanto ao Senado 
Federal quanto à Câmara dos Deputados, pois a CF confere a ambas as 
casas o poder de iniciativa legislativa. 
Não há obrigatoriedade para a apresentação de proposta de emenda em 
determinada Casa do Congresso Nacional. Assim, como afirma a questão, o 
início da tramitação de PEC caberá tanto a uma quanto a outra casa – Câmara 
dos Deputados ou Senado Federal. 
Item certo. 
26) (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Uma proposta de emenda 
constitucional que tenha sido rejeitada ou prejudicada somente pode ser 
reapresentada na mesma sessão legislativa mediante a propositura da 
maioria absoluta dos membros de cada casa do Congresso Nacional. 
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa 
em nenhuma hipótese (CF, art. 60, § 5°). 
A questão misturou o procedimento de emenda com o rito ordinário das leis. 
Com efeito, a Constituição admite que matéria constante de projeto de lei 
rejeitado seja objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, mediante 
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional (CF, art. 67). Entretanto, essa possibilidade não se aplica 
aos projetos de emenda constitucional. Outra hipótese de impossibilidade de 
reapreciação de matérias na mesma sessão legislativa, diz respeitoàs medidas 
provisórias, que não poderão ser reeditadas em caso de rejeição ou perda de 
eficácia por decurso de prazo, conforme veremos na aula sobre processo 
legislativo. 
Item errado. 
 
3 – Entrada em vigor de uma nova Constituição 
Caro aluno, para estudar esse assunto, você deve se imaginar em 1988. Ao 
entrar em vigor a Constituição Federal, o que aconteceu com a Constituição 
antiga? E com todo o ordenamento jurídico infraconstitucional? Todas as leis 
pré-existentes? 
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Pois é... são essas e outras perguntas que eu pretendo responder neste tópico. 
Lembrando que esse assunto começa aqui, mas termina apenas no estudo do 
controle de constitucionalidade. 
A entrada em vigor de uma nova Constituição alcança todo o ordenamento 
jurídico, com efeitos sobre a Constituição antiga e a legislação 
infraconstitucional. 
Um primeiro detalhe é que, de acordo com a jurisprudência do STF, as novas 
normas constitucionais, salvo disposição em contrário, se aplicam de imediato, 
alcançando os efeitos futuros de fatos passados. Essa eficácia especial 
denomina-se retroatividade mínima. 
É dizer, salvo disposição constitucional em contrário (pois a Constituição 
pode estabelecer outra regra de aplicabilidade), a entrada em vigor de norma 
constitucional não alcança os fatos consumados no passado, nem as 
prestações vencidas e não pagas. 
Para clarear podemos citar o exemplo do art. 7°, IV da CF/88. Esse dispositivo 
veda a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Assim, em outubro de 
1988, quando entrou em vigor a Constituição, os proventos de pensão que 
seriam recebidos após aquela data deixariam de estar vinculados ao salário 
mínimo automaticamente, apesar de ter havido essa vinculação até então, 
para os proventos recebidos anteriormente. 
É importante deixar claro que essa regra especial serve apenas para a 
Constituição Federal. No caso das constituições estaduais e legislação 
infraconstitucional, essa regra não se aplica. Elas não podem retroagir. 
Duvida que isso caia em concursos? 
27) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) De acordo com entendimento do 
STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder 
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima. 
Como vimos, o STF deixou assente que, salvo disposição expressa ao 
contrário, a nova Constituição aplica-se de imediato, alcançando efeitos futuros 
de negócios passados. Essa regra de eficácia é denominada retroatividade 
mínima. Seria retroatividade máxima se a nova Constituição pudesse alcançar 
inclusive os fatos já consumados. Ela até pode, desde que o faça 
expressamente. 
Item errado. 
 
Bem, continuando com a abordagem da problemática da força de um novo 
texto constitucional em relação ao direito anterior ou o direito “pré-
constitucional”... 
Promulgada uma nova Constituição... 
I) A Constituição pretérita – terá todos seus dispositivos integralmente 
revogados pela nova Constituição, em bloco, ainda que haja alguma 
compatibilidade; ou seja, não se aproveita nada da Constituição pretérita. 
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II) O direito infraconstitucional materialmente compatível – Será 
recepcionado pela nova Constituição, com o status (força) que esta der para 
aquele assunto. Deixe-me explicar melhor. 
No confronto entre o direito pré-constitucional e Constituição futura só 
interessa a compatibilidade material (conteúdo da norma). Não interessa 
em nada a compatibilidade formal, ligada ao processo legislativo de 
elaboração das normas. Em outras palavras, se a Constituição pretérita exigia 
lei ordinária para regular a matéria e a nova Constituição passa a exigir lei 
complementar para esse mesmo fim, a norma poderá sim ser recepcionada 
pela nova Constituição. E será recepcionada com força (status) de lei 
complementar. Conclusão: apesar de ter sido aprovada anteriormente 
como lei ordinária, só poderá ser revogada por lei complementar ou 
norma hierarquicamente superior. 
III) O direito infraconstitucional materialmente incompatível – Será 
revogado pela nova Constituição. 
Atenção! Não é que ele se torna inconstitucional. O confronto entre a nova 
Constituição e o direito pré-existente materialmente incompatível se resolve 
pela revogação deste por aquela (e não pela inconstitucionalidade). 
Sobre isso, guarde aquele famoso bordão: não há inconstitucionalidade 
superveniente no Brasil. 
IV) o direito infraconstitucional não vigente no momento da 
promulgação da nova Constituição – Até poderá ter a sua vigência 
restaurada pela nova Constituição, desde que esta o faça expressamente 
(poderá ocorrer repristinação expressa). Entretanto, não tem sua vigência 
tacitamente (automaticamente) restaurada. 
Trata-se de outro bordão: não haverá repristinação tácita. 
Quanto a esse último ponto tem um detalhe importante, relativo ao direito 
infraconstitucional que se encontrar no período da vacatio legis no momento 
da promulgação da nova Constituição. Trata-se da chamada vacância da lei, o 
período entre a publicação da lei e o início de sua vigência (o legislador 
estabelece esse prazo, mas o mais comum é estabelecer que “essa lei entra 
em vigor na data de sua publicação”). 
Caso a lei esteja no período de vacatio legis no momento da promulgação da 
nova Constituição, ela não entrará em vigor no novo ordenamento 
constitucional que se inicia; ou seja, não será aproveitada pela nova 
Constituição. 
Bem, vamos então ao que interessa, um resumo dos aspectos mais relevantes. 
Objetivamente, você precisa guardar o seguinte. 
Em primeiro lugar, o confronto entre a nova Constituição e o direito 
infraconstitucional anterior se resolve pela recepção ou revogação deste 
último, tendo em vista que não há inconstitucionalidade superveniente. 
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Em segundo lugar, para a análise desse confronto, não interessa, em nada, os 
aspectos formais, procedimentais. Avalia-se exclusivamente a 
compatibilidade material da norma com a nova ordem constitucional. 
Por fim, interessa observar que, para que norma infraconstitucional possa ser 
recepcionada pela nova Constituição, ela deve cumprir os seguintes requisitos: 
(i) estar em vigor no momento da promulgação da nova Constituição; (ii) ter 
conteúdo compatível com a nova Constituição; e (iii) ter sido produzida de 
modo válido (de acordo com a Constituição de sua época). 
Em suma, quanto a esse terceiro aspecto, você tem de pensar da seguinte 
forma. 
Se em 1970 foi produzida uma lei inconstitucional (por exemplo, se ela tiver 
desrespeitado o processo legislativo estabelecido pela Constituição da sua 
época), ela é inválida desde a sua origem. Ou seja, essa lei é nula, mesmo que 
ainda não tiver sido declarada sua inconstitucionalidade. Assim, essa lei não 
pode ser recepcionada pela nova Constituição. Pois para ser recepcionada 
ela deve ter sido produzida de modo válido (de acordo com a Constituição 
de sua época). 
Não há que se avaliar sua compatibilidade frente à nova Constituição, ela é 
inválida frente à Constituição anterior. Portanto, inválida desde a sua origem, 
não cabendo falar em sua recepção pelo novo ordenamento. 
Antes de resolver novas questões, preciso te apresentar o conceito de 
desconstitucionalização. 
Alguns doutrinadores defendem que a entrada em vigor de uma nova 
Constituição não deveria acarretar a revogação de toda a Constituição 
pretérita. Para eles, cada dispositivo da Constituição antiga deveria ser 
confrontado coma nova Constituição. 
Nesse sentido, como resultado desse confronto, os dispositivos da Constituição 
pretérita que fossem incompatíveis com a nova Carta seriam imediatamente 
revogados. 
Por outro lado, os dispositivos compatíveis seriam recepcionados com 
força de leis comuns, normas infraconstitucionais. 
Em suma, aquela parte compatível não seria revogada, tão somente perderia o 
status de norma constitucional, sendo recepcionada como norma 
infraconstitucional. Daí o nome de desconstitucionalização. 
É importante que você saiba que essa tese (desconstitucionalização) não foi 
adotada no nosso ordenamento. 
Vamos ver se você entendeu... 
28) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ/SE/2008) Determinada lei ordinária, 
sancionada em 1973, disciplina uma dada matéria. Entretanto, a CF/88 
dispôs que a mesma matéria agora deverá ser disciplinada por lei 
complementar. Diante dos fatos acima narrados, é correto afirmar que 
a) há vício formal na lei de 1973 por incompatibilidade com a atual CF. 
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b) resolução do Senado Federal, promulgada em 2007, poderia revogar a lei de 
1973. 
c) a lei de 1973 foi recepcionada como lei complementar, mas pode ser 
alterada por lei ordinária. 
d) a lei de 1973 foi recepcionada como lei ordinária, mas só pode ser alterada 
por lei complementar. 
e) a lei de 1973 pode ser revogada por emenda constitucional. 
A assertiva "a" está errada, pois no confronto entre a lei de 1973 e a atual CF 
só importa o aspecto material. 
As assertivas "b" e "c" estão erradas, pois a lei foi recepcionada com força de 
lei complementar, só podendo ser revogada por outra de igual o maior status. 
A assertiva "d" está errada, pois a lei foi recepcionada com status de lei 
complementar (já que a nova Constituição passou a exigir lei complementar 
para disciplinar aquele assunto), e não de lei ordinária. 
A assertiva "e" está correta. De fato, lei complementar pode ser revogada por 
norma hierarquicamente superior, como é o caso de uma emenda 
constitucional. 
Gabarito: “e” 
29) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são 
analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova 
constituição. 
No caso da entrada em vigor de uma nova Constituição, o que importa é 
apenas a compatibilidade material para se avaliar a recepção ou revogação 
da legislação infraconstitucional. Não é analisada a compatibilidade formal. 
Item errado. 
30) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) Uma lei 
estadual editada com base na sua competência prevista em Constituição 
pretérita é recepcionada como lei federal, quando a nova Constituição 
atribui essa mesma competência à União. 
Pois bem, vimos que não importa os aspectos formais para se analisar a 
recepção/revogação de uma norma infraconstitucional. Entretanto, há um 
detalhe importante nisso. 
Digamos que na vigência da Constituição anterior, a competência para 
disciplinar determinada matéria era da União, tendo esse ente editado diploma 
legal sobre o assunto. Pois bem, caso a nova Constituição atribua essa 
competência aos estados, havendo compatibilidade material entre a lei e a 
nova Constituição, a lei federal pretérita será recepcionada com status de lei 
estadual. 
Entretanto, a situação apresentada na questão é inversa: anteriormente, a 
competência era estadual; a nova Constituição atribuiu aquela competência à 
União. 
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Nesse caso, não haverá a recepção das leis pré-constitucionais pela nova 
Constituição. E por um motivo lógico... 
Se a competência anterior era dos estados, cada um (dos 26 estados) tinha 
disciplinado a matéria à sua maneira. Como saber qual norma dentre essas 26 
existentes seria recepcionada com status de lei federal? 
Em suma, na mudança de competência entre os entes políticos, efetivada pela 
nova Constituição, é admitida a estadualização (de cima para baixo) da 
legislação federal pretérita; mas não a federalização (de baixo para cima) da 
legislação estadual ou municipal pretérita. 
O mesmo raciocínio vale para a mudança da competência envolvendo os 
municípios. 
Item errado. 
 
Seguem a partir de agora alguns exercícios de fixação. Qualquer dúvida poderá 
ser respondida no fórum de dúvidas. De qualquer forma, com as informações 
passadas durante a aula, você consegue responder todas as questões 
propostas aqui. 
Nos vemos na próxima aula, início do nosso curso! 
Bons estudos! 
Frederico Dias 
 
 
4 – Exercícios de Fixação 
31) (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) Atribui-se ao abade 
Emmanuel Sieyès o desenvolvimento da teoria do poder constituinte, com 
a obra Que é o Terceiro Estado? 
32) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TJ/CE/2008) A CF não 
poderá ser emendada na vigência de estado de sítio. 
33) (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) No Brasil, o exercício do poder 
constituinte já foi restrito a determinado grupo ou pessoa, o que resultou 
em Constituição dita outorgada. 
34) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) As 
mutações constitucionais decorrem da conjugação da peculiaridade da 
linguagem constitucional, polissêmica e indeterminada, com fatores 
externos, de ordem econômica, social e cultural, que a CF intenta regular, 
produzindo leituras sempre renovadas das mensagens enviadas pelo 
constituinte. 
35) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) De acordo com entendimento do 
STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder 
constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima. 
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36) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O poder 
constituinte formal não se confunde com o poder constituinte material. 
Este é o poder de autoconformação do Estado segundo certa ideia de 
direito, enquanto aquele é o poder de decretação de normas com a forma 
e a força jurídica próprias das normas constitucionais. Em outras palavras, 
enquanto o poder constituinte material tem por fim qualificar como 
constitucional determinadas matérias, o formal atribui a essa escolha uma 
força constitucional. 
37) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) Como o 
poder constituinte originário inaugura uma nova ordem jurídica, todas as 
normas infraconstitucionais perdem vigor com o advento da nova 
constituição. 
38) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) Todos 
os direitos e garantias fundamentais previstos na CF foram inseridos no 
rol das cláusulas pétreas. 
39) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU/2007) O poder de 
reforma inclui tanto o poder de emenda como o poder de revisão do texto 
constitucional. 
40) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TJ/CE/2008) O 
presidente da República tem poder de vetar emenda constitucional 
contrária ao interesse público. 
41) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) O poder 
constituinte de reforma não é inicial, nem incondicionado nem ilimitado, 
no entanto, não está subordinado ao poder constituinte originário. 
42) (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) Um fazendeiro que detenha a 
propriedade de nascente de água desde setembro de 1988 pode invocar 
direito adquirido contra a norma constitucional, oriunda do poder 
constituinte originário, que estabeleceu a dominialidade pública dos 
recursos hídricos. 
43) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA:CONTROLE 
EXTERNO/TCU/2008) A república e a forma federativa de Estado foram 
arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinteoriginário. 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
31) C 
32) C 
33) C 
34) C 
35) E 
36) C 
37) E 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
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38) E 
39) C 
40) E 
41) E 
42) E 
43) E 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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HOLTHE, Leo Van. Direito Constitucional, 2010. 
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MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo 
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http://www.stf.jus.br 
http://www.cespe.unb.br

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