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Vladimir Correia processo legislativo 04

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Ø Processo legislativo 
As leis implementam e regulamentam a Constituição Federal, tendo esta como fundamento direto e imediato. 
Iremos estudar o processo de criação das seguintes atos normativos: 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. 
 
Qualquer vício no processo legislativo poderá levar à declaração de inconstitucionalidade das leis. 
O processo legislativo é o conjunto de normas constitucionais que disciplina o processo de elaboração dos atos 
normativos. 
Os atos normativos guardam semelhanças, tendo em vista o princípio da legalidade previsto no art. 5º da CF/88 
que ninguém deverá fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, e somente as leis podem impor obrigações. 
 
Ø Processo legislativo ordinário: referente à criação das leis ordinárias. Seu procedimento é extenso e completo. 
 
Ø Três fases: 
1) Iniciativa: modo de introdução do processo legislativo. 
Quem pode iniciar um projeto de lei – art. 61, CF/88: o Presidente da República; membros ou Comissão do 
Congresso Nacional; o STF; Tribunais Superiores; o Procurador-Geral da República; e, por fim, os cidadãos (iniciativa 
popular). Temos ainda, a iniciativa do Tribunal de Contas no projeto de lei. 
§ Legitimados gerais: podem propor projeto de lei sobre qualquer matéria. 
§ Quem: o Presidente da República, membro ou Comissão do Congresso e cidadãos. 
I. Presidente: pode iniciar qualquer projeto, no entanto, de acordo com o art. 61, § 1º, determinadas matérias 
são reservadas ao Presidente da República. Vejamos o art. 63 da CF/88, segundo o qual está expressa a vedação de 
aumento de despesa dos projetos de inciativa restrita. 
II. Cidadão: conforme o art. 14, III da CF/88, a soberania popular será exercida através da iniciativa popular. A 
iniciativa popular é somente para lei ordinária e lei complementar. 
 
§ Requisitos: é necessária a presença de 1% do eleitorado nacional, no entanto, em se tratando de lei ordinária 
estadual a Constituição do Estado irá disciplinar os requisitos. 
 
§ Legitimados restritos: só podem iniciar projeto de lei sobre matérias específicas. Por exemplo, o STF só pode 
iniciar projeto de lei versando sobre a estrutura e organização do Poder Judiciário e o Estatuto da Magistratura (art. 93, 
CF/88). 
 
2) Constitutiva: nesta fase existem duas subfases, a deliberação parlamentar, na qual é discutida e votada no 
parlamento; deliberação executiva, na qual temos a participação do Presidente da República vetando ou sancionando a 
lei; e a fase complementar, que se subdivide em promulgação e publicação. 
Nesta fase haverá um trâmite no Congresso Nacional e, após, no Poder Executivo. 
§ Deliberação: teremos a casa iniciadora e a revisora. Todo projeto de lei, para aprovação, deverá passar pelas 
duas casas do Congresso. A definição sobre a casa iniciadora e revisora irá depender de quem é a iniciativa do projeto 
de lei. Geralmente a casa iniciadora é a Câmara dos Deputados. 
 
 
 
 
 
Ao chegar à casa iniciadora, o projeto deverá passar pelas Comissões Temáticas, devendo passar 
obrigatoriamente na Comissão de Constituição e Justiça. Se a CCJ rejeita o projeto de lei, será arquivado. 
De acordo com o art. 58, § 2º da CF/88 temos a delegação interna corporis. Determinadas matérias podem ter 
sua deliberação delegadas do Plenário para as Comissões, desde que previsto no Regimento Interno. 
Se a matéria chegar ao Plenário, é necessário um quórum de instauração, ou seja, um número mínimo de 
parlamentares para iniciar a sessão na qual será votada a lei. Para iniciar a sessão, é necessária a presença de maioria 
absoluta, e para aprovar o projeto, é necessária a presença da maioria simples ou relativa. 
Se a votação não alcançar a maioria simples na votação, haverá a rejeição do projeto de lei, caso em que será 
arquivado. Nesse caso, aplica-se o princípio da irrepetibilidade do art. 67 da CF/88. Aliás, esse princípio é aplicável se o 
projeto é rejeitado em qualquer fase do processo legislativo. A matéria constante no projeto de lei arquivado não 
poderá ser objeto de novo projeto de lei na mesma sessão legislativa (sessão legislativa ordinária), salvo se houver 
requerimento da maioria absoluta dos membros da casa. 
De outro lado, se o projeto de lei é aprovado, ele será encaminhado para a casa revisora. A partir daí, ele passa 
pelo mesmo procedimento realizado na casa iniciadora. 
a) Se aprovado na íntegra, passará à fase de sanção ou veto do Presidente da República; ou 
b) Poderá sofrer emenda. 
A parte aprovada na casa revisora irá para sanção ou veto, e a parte que sofreu emenda deverá retornar à casa 
iniciadora. Nesse caso, a casa iniciadora poderá concordar com a emenda e encaminhar ao Presidente da República, ou 
se discordar da emenda, ela pode rejeitar e enviar o projeto originalmente elaborado por ela. 
§ Sanção e veto: o Presidente da República tem 15 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto de lei. A sanção é 
a concordância e o veto é a rejeição do projeto. 
Sanção: 
§ Expressa: formalmente (por escrito), no prazo, se manifesta sobre o projeto de lei; 
§ Tácita: diante do silêncio do presidente no prazo estabelecido. A sanção poderá se dar de forma tácita, mas o 
veto não poderá ocorrer dessa forma. 
Veto: 
§ Formal, por escrito e motivado, ou seja, o presidente deverá dizer os motivos do veto e o encaminhará em 48h 
ao presidente do Senado; 
§ Total: todo o projeto de lei é vetado; 
§ Parcial: uma parte do projeto é vetada, não podendo somente uma palavra ou expressão ser vetada, pois, 
conforme a CF, o veto deve recair sobre parágrafo, artigo, inciso ou alínea; 
§ Supressivo: não modificar o texto; 
§ Irretratável: não pode haver desistência; 
§ A sanção do Presidente convalida o vício de iniciativa? Não, pois a inconstitucionalidade é um vício insanável. 
§ Prazo: os motivos do veto devem ser encaminhados em 48h ao Congresso Nacional, o qual irá apreciar e 
deliberar sobre o veto no prazo de 30 dias. O afastamento do veto ocorrerá com o voto da maioria absoluta. 
 
3) Fase complementar: 
I. Promulgação: é o ato formal que declara a existência da lei; 
II. Publicação: é o ato que dá publicidade, ou seja, ciência aos destinatários acerca da lei. Somente a partir da 
publicação a lei está apta para produzir efeitos. 
III. Prazo: se o Presidente da República não promulgar e publicar no prazo de 48h, compete ao Presidente do 
Senado Federal fazê-lo. Caso esse também não o faça, o vice do Senado deverá publicar e promulgar no prazo de 48h. 
 
 
 
 
 
 
§ Procedimento legislativo sumário: se o presidente iniciar um projeto de lei e requerer urgência, cada casa terá 
o prazo de 45 dias para deliberar o projetoi. Os demais procedimentos serão iguais ao procedimento ordinário. 
Havendo emenda, a casa iniciadora deverá fazê-lo no prazo de 10 dias. 
Para elaboração de códigos, não poderá ser pelo procedimento sumário. 
§ Lei complementar: apenas duas diferenças entre a lei complementar e a ordinária. 
I. Formal: o quórum de aprovação da lei complementar será por maioria absoluta; 
II. Material: a CF reserva certas matérias à lei complementar. 
Segundo o entendimento do STF, a lei complementar não está acima da lei ordinária, portanto, não existe 
hierarquia entre elas. 
Ø Emendas constitucionais: de todas as espécies normativas, as emendas diferem das demais, em especial, por 
seu status hierárquico. A emenda constitucional está acima das demais espécies normativas. É um instrumento de 
manifestação de um poder constituinte derivado reformador, não sendo ilimitado.A emenda à constituição está 
prevista no art. 60 da CF/88. 
Ø Limitações 
ð Formais: 
I. Temporal: não existe na Constituição Federal de 1988. Somente na Constituição de 1924 havia previsão 
expressa de proibição de reforma à constituição pelo período de 4 anos; 
II. Circunstanciais: de acordo com o art. 60 da CF/88 não poderá haver reforma à constituição no estado de sítio, 
de defesa ou intervenção federal. 
III. Formais: trâmite. 
IV. Legitimados: a) o Presidente da República; b) um terço dos membros de cada casa do Congresso Nacional; e c) 
mais da metade das Assembleias Legislativas Estaduais deliberando por maioria simples. 
V. Fase constitutiva: se trata da fase de deliberação do projeto de emenda à constituição. Se a PEC foi iniciada 
por um dos legitimados a casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, e se for de iniciativa de senadores, a casa 
iniciadora será o Senado. 
VI. Deliberação: dois turnos de votação e voto de 3/5 dos parlamentares para cada turno. 
VII. Rejeição: se a PEC for rejeitada aplica-se o princípio da irrepetibilidade, não podendo ser objeto de novo 
projeto na mesma sessão legislativa. Ainda que haja requerimento de mais da metade dos membros, o projeto não 
poderá ser objeto de deliberação na mesma sessão. 
VIII. Aprovação: se a PEC for aprovada, seguirá para a casa revisora. 
IX. Emendas: é possível, caso em que voltara à casa iniciadora. No caso da PEC, não irá prevalecer a vontade da 
casa iniciadora em face da revisora, devendo haver consenso entre ambas. 
X. Sanção e veto: não há essa fase no projeto de emenda à constituição. Se a PEC for aprovada no Congresso, 
será promulgada e publicada pela Mesa da Câmara e do Senado, com seu respectivo número de ordem. 
 
ð Materiais: 
I. Expressas: § 4º do art. 60, CF/88 – cláusulas pétreas. Dispõe o § 4º: “não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a 
separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais”. 
II. Implícitas: não estão expressas na CF, mas decorrem da própria lógica do processo de reforma. Tendo em vista 
que o poder constituinte derivado é limitado, ele deve respeitar o limitador. Vejamos as limitações: a) a emenda não 
pode alterar a titularidade do próprio poder constituinte originário, nem do derivado; b) vedação à dupla revisão. Essa 
dupla revisão significa que o art. 60 deve ser respeitado. 
 
Ø Medidas provisórias: a MP é muito criticada no nosso ordenamento jurídico, pois se trata de ato normativo 
expedido pelo Presidente da República, com força de lei desde a sua expedição. 
O constituinte autorizou a elaboração da MP diante dos pressupostos de relevância e urgência, entretanto, ela 
reitera um instrumento conhecido como Decreto-lei. 
 
 
 
 
 
É um ato normativo editado pelo presidente, com força de lei desde a sua edição, presentes os pressupostos de 
relevância e urgência, com prazo de 60 dias prorrogáveis automaticamente por igual período, que deve se submeter, 
imediatamente, ao controle do Congresso Nacional. 
A medida provisória é um ato precário, com prazo estabelecido, assim sendo, após o prazo de 60 dias 
(prorrogação), extingue a lei. 
Quando a medida provisória chega ao Congresso, ela é recebida por uma comissão mista, composta por 
deputados e senadores, os quais irão elaborar um parecer para a Câmara de Deputados (1º) e Senado (2º). 
Antes das casas apreciarem o mérito da medida provisória, devem ser analisados seus pressupostos, ou seja, se há 
ou não relevância e urgência hábil a justificar sua criação. 
Após, haverá a votação em cada uma das casas, primeiro da Câmara de Deputados, e depois do Senado. 
A votação será normal, presentes a maioria absoluta, a aprovação será por maioria simples. 
Se houver aprovação por ambas as casas, ela se transforma em lei. 
No caso de rejeição, haverá o arquivamento, caso em que a matéria arquivada não poderá ser objeto na mesma 
sessão legislativa. 
Havendo rejeição no Congresso ou decorrido o prazo a MP perde a eficácia e a matéria não poderá ser discutida 
no mesmo ano. 
Após a emenda 32/01, o presidente poderá editar medida provisória no ano seguinte. 
A medida provisória tem eficácia de lei desde a sua edição e produz efeitos, até perder sua eficácia. 
O Congresso Nacional tem 60 dias para disciplinar, por decreto legislativo, os efeitos eventualmente produzidos 
pela medida provisória. Se no prazo de 60 dias o Congresso não se manifestar, os efeitos produzidos pela MP enquanto 
esteve em vigor permanecerão para sempre. 
Ademais, se após 45 dias da edição a MP não for apreciada pelo Congresso, ela tranca a pauta da casa em que 
estiver. 
A medida provisória é irretratável, ou seja, após o presidente editar ele não poderá desistir. O que é possível seria 
ele editar nova MP para revogar a anterior. 
Algumas matérias previstas no art. 62, § 1º, CF/88 não podem ser veiculadas por medida provisória. 
§ Projeto de conversão: a Câmara ou o Senado pode emendar o texto da medida provisória, caso em que se 
transformará em um verdadeiro projeto de lei. 
Detalhe: se a MP se transformar em projeto de lei, seus efeitos serão produzidos até que seja rejeitado ou 
aprovado. 
Ø Lei delegada: se trata de uma lei elaborada pelo Presidente da República, na sua função atípica, sendo 
solicitada ao Congresso Nacional uma delegação legislativa, ou seja, ele solicita uma delegação para elaborar uma lei. 
§ Resolução: o Congresso pode delegar ao presidente através de resolução e sustar o ato através de decreto 
legislativo. 
§ Delegação típica: ocorre quando o Congresso delega e o presidente elabora a lei, sem necessidade do 
Congresso votar. 
§ Delegação atípica: antes de publicar e promulgar a lei deve ser submetida à apreciação do Congresso. 
§ Vedações - art. 68, CF/88: 
 
 
 
 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional. 
 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência 
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação 
sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu 
conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, 
vedada qualquer emenda. 
 
Ø Decreto legislativo e resolução 
Decretos legislativos Resoluções 
São atos normativos que veiculam matéria de competência do Congresso e de suas casas. 
Veiculam matéria externa ao Congresso e suas 
casas. 
Tratam de matéria interna, típica da 
organização e funcionamento da casa.

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