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REVISÃO CRIMINAL.

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www.cers.com.br 
 
OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
1 
REVISÃO CRIMINAL 
 
► CONCEITO 
É um instituto processual que tem a natureza ju-
rídica de ação de impugnação e não de recurso. 
 
► CARACTERÍSTICAS 
 Pode ser requerida a qualquer tempo 
(art. 622 do Código de Processo Penal), o 
que difere dos recursos em geral que sempre 
possuem prazo para serem interpostos sob 
pena de preclusão. 
 Desencadeia o surgimento de um novo pro-
cesso, não sendo um meio de impugnação 
na mesma relação processual, como ocorre 
com os recursos em geral. 
 Só cabe de sentenças penais transitadas em 
julgado. Antes, caberá recurso específico 
para tal finalidade. 
 Pode ser intentada durante a execução da 
pena ou após a execução (art. 622 do CPP). 
 
► OBJETIVO 
O objetivo da revisão criminal é rescindir uma 
sentença penal transitada em julgado, servindo 
ela como uma ação rescisória do âmbito proces-
sual penal, com características próprias. 
 
► PEDIDOS 
Podem ser alegados os seguintes pedidos, con-
forme preceitua o art. 626 do CPP: 
 
 
 
Uma característica muito peculiar da revisão cri-
minal é o dela ser um instituto exclusivo da de-
fesa, ou seja, o Ministério Público não é parte 
legítima para requerer a revisão criminal. 
Esta característica é uma dedução do próprio 
art. 623 do Código de Processo Penal que traz 
os seguintes legitimados para pedir a revisão cri-
minal: 
• O próprio réu. 
• Procurador legalmente habilitado. 
• Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – 
CADI (no caso de morte do réu) 
 
Se no curso da revisão criminal falecer a pes-
soa, cuja condenação tiver de ser revista, o pre-
sidente do Tribunal nomeará curador para a de-
fesa, conforme previsão expressa do art. 631 do 
CPP. 
 
► HIPÓTESES DE CABIMENTO 
I. Quando a sentença condenatória for con-
trária ao texto expresso da lei penal ou à evi-
dência dos autos; (art. 621, I, CPP) 
Neste caso específico, a sentença condenatória 
deve ser arbitrária, uma vez que afronta direta-
mente texto de lei, ou é contrária à evidência dos 
autos. 
OBSERVAÇÃO 
Vale salientar que, apesar de o inciso prever 
tão somente a possibilidade de afronta de lei 
penal, a abrangência do termo lei penal deve 
ser entendido como a possibilidade de a sen-
tença penal condenatória vir a afrontar qual-
quer lei, devendo tal afronta ser relevante 
para a condenação. 
 
II. Quando a sentença condenatória se fun-
dar em depoimentos, exames ou documen-
tos comprovadamente falsos; (Art. 621, II, 
CPP) 
Neste caso específico existe a prova da conde-
nação, como depoimentos, exames ou docu-
mentos, entretanto tais provas são comprovada-
mente falsas e foram decisivas para levar à con-
denação do réu, uma vez que o inciso II, do 
art. 621 do CPP diz que a sentença condenató-
ria deve se fundar em tais provas falsas. 
 
III. QUANDO, APÓS A SENTENÇA, SE DES-
COBRIREM NOVAS PROVAS DE INOCÊNCIA 
DO CONDENADO OU DE CIRCUNSTÂNCIA 
QUE DETERMINE OU AUTORIZE DIMINUI-
ÇÃO ESPECIAL DA PENA. (Art. 621, III, CPP) 
Este inciso contempla duas situações. 
Na primeira, são descobertas novas provas de 
inocência do condenado, podendo ser qualquer 
tipo de prova nova, sejam prova documentais, 
testemunhais, etc. e a segunda surgem novas 
provas de circunstância que determinam ou au-
torizam a diminuição da pena do condenado. 
 
► COMPETÊNCIA 
A competência para o julgamento da Revisão 
Criminal é sempre de Tribunal podendo ser or-
ganizada da seguinte forma: 
 
 
 
 
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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
2 
• Decisão penal transitada em julgada de Juiz 
Estadual ou Juiz Federal à compete ao Tribunal 
de Justiça e ao Tribunal Regional Federal julgar 
a revisão criminal, respectivamente. 
• Decisão penal transitada em julgada de Tribu-
nal de Justiça ou Tribunal Regional Federal à 
compete ao próprio Tribunal de Justiça e ao Tri-
bunal Regional Federal julgar a revisão criminal. 
(Isto ocorre como decorrência da previsão cons-
titucional do art. 108, I, b da CF que prevê que o 
Tribunal Regional Federal processará a julgará 
originariamente as revisões criminais, e, pelo 
princípio da simetria, tal regra se estende aos 
Tribunais de Justiça.) 
• Decisão penal transitada em julgado proferida 
pelo Superior Tribunal de Justiça ou Supremo 
Tribunal Federal à compete ao próprio Superior 
Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Fede-
ral proceder a revisão criminal de seus próprios 
julgados, nos exatos termos do art. 105, I, “e” 
e art. 102, I, “j” da Constituição Federal, respec-
tivamente. 
• Decisão penal transitada em julgado proferida 
por Juizado Especial Criminal a competência 
será da Turma Recursal para julgar a Revisão 
Criminal. 
No tocante a competência das Turmas Recur-
sais em proceder à revisão criminal das senten-
ças penais proferidas em juizados especiais cri-
minais, vale destacar que tal competência é uma 
construção da jurisprudência do STJ. 
 
► PROCEDIMENTO 
Deve-se obedecer a seguinte sequência: 
Petição Inicial – será instruída com a certidão de 
haver passado em julgado a sentença condena-
tória e com as peças necessárias a comprova-
ção dos fatos arguidos, nos termos do art. 625, 
§ 1º, do Código de Processo Penal, sendo en-
dereçada ao presidente do Tribunal competente. 
O requerimento será distribuído a um relator e a 
um revisor, devendo funcionar como relator um 
desembargador que não tenha pronunciado de-
cisão em qualquer fase do processo. (art. 625, 
Código de Processo Penal) 
O relator poderá determinar que se apensem 
aos autos originais, se daí não advir dificuldade 
à execução normal da sentença. (art. 625, § 2º, 
Código de Processo Penal). 
Se o relator julgar insuficientemente instruído o 
pedido e inconveniente ao interesse da justiça 
que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á 
in limine, dando recurso para as câmaras reuni-
das ou para o tribunal, conforme o caso 
(art. 624, parágrafo único) – Logo, existe a pos-
sibilidade indeferimento liminar da revisão crimi-
nal, nos exatos termos do art. 625, § 3º, do Có-
digo de Processo Penal. 
Se o requerimento não for indeferido in limine, 
abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, 
que dará parecer no prazo de dez dias. Em se-
guida, examinados os autos, sucessivamente, 
em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-
á o pedido na sessão que o presidente designar. 
(art. 625, § 5º, Código de Processo Penal) 
Julgando procedente a revisão, o tribunal po-
derá alterar a classificação da infração, absolver 
o réu, modificar a pena ou anular o processo. 
De qualquer maneira, não poderá ser agravada 
a pena imposta pela decisão revista. (art. 626, 
Código de Processo Penal e parágrafo único) 
A absolvição implicará o restabelecimento de to-
dos os direitos perdidos em virtude da condena-
ção, devendo o tribunal, se for caso, impor a me-
dida de segurança cabível. (art. 627, Código de 
Processo Penal) 
O tribunal, se o interessado o requerer, poderá 
reconhecer o direito a uma justa indenização pe-
los prejuízos sofridos. (art. 630, Código de Pro-
cesso Penal). Por essa indenização, que será li-
quidada no juízo cível, responderá a União, se a 
condenação tiver sido proferida pela justiça do 
Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se 
o tiver sido pela respectiva justiça. (art. 630, 
§ 1º, Código de Processo Penal). A indenização 
não será devida: a) se o erro ou a injustiça da 
condenação proceder de ato ou falta imputável 
ao próprio impetrante, como a confissão ou a 
ocultação de prova em seu poder; b) se a acu-
sação houver sido meramente privada. (art. 630, 
§ 2º, Código de Processo Penal). 
Existe controvérsia doutrinária sobre a possibili-
dade de revisão em sede de decisão proferida 
pelo tribunaldo júri, tendo em vista que a revisão 
criminal ofenderia a soberania dos veredictos. O 
STJ, mais precisamente a 5ª Turma, decidiu que 
é cabível a revisão criminal em decisões do Tri-
bunal do Júri, entretanto, deve-se proceder a 
novo julgamento para se respeitar a soberania 
dos veredictos 
A Corte, tem julgado no sentido de que a seria 
possível a absolvição do agente, ainda que em 
sede de Revisão Criminal no rito do júri, desde 
que haja afronta ao direito de liberdade. 
 
 
 
 
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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
3 
ESTRUTURA DA REVISÃO CRIMINAL 
 
 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUS-
TIÇA DO ESTADO DE __________ (regra geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIO-
NAL FEDERAL DA ____ REGIÃO (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBU-
NAL DE JUSTIÇA. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
 
Identificação 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da 
Cédula de Identidade número _____________, expedida pela ________________ inscrito no Cadastro 
de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ____________________, residência e do-
micílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem ofe-
recer 
REVISÃO CRIMINAL 
com fundamento no art. 621 (indicar inciso correspondente), do Código de Processo Penal, não se 
conformando com a sentença ________________ (indicar o tipo da sentença), já transitada em julgado, 
conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. 
 
1. Dos Fatos 
Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a interposição da revisão criminal. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir 
aduzidos.” 
 
2. Do Direito 
Fale inicialmente qual foi o equívoco cometido pelo juiz para depois mencionar o direito aplicado ao 
caso concreto que será o fundamento da Revisão Criminal. 
 
3. Do Pedido 
Deve-se fazer o pedido pleiteando o deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão (indicando 
qual é o tipo de reforma que se quer nos termos do art. 626 do CPP – absolvição; desclassificação; 
diminuição da pena; anulação da sentença). Possibilidade ainda de pedido de justa indenização com 
fundamento no art. 630 do mesmo diploma legal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
4 
CASOS PRÁTICOS 
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
Caio foi condenado definitivamente, em sentença transitado em julgado, a uma pena de 9 anos de reclu-
são em regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, segundo prova dos autos, cometeu o 
crime de estupro, art. 213, caput, do Código Penal, pois teria constrangido Carla a praticar atos diversos 
da conjunção carnal, utilizando-se de violência. Após 2 anos do trânsito em julgado da sentença conde-
natória, estando Caio cumprindo a pena privativa de liberdade imposta, Carla confidenciou a sua amiga 
íntima Tatiana que, na verdade, Caio não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência, tendo 
em vista que Caio era seu namorado, só que ninguém poderia saber disso. Carla disse, ainda, que con-
sentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como Caio não queria manter o relacionamento 
às escondidas, como era a intenção de Carla, ele acabou terminando o relacionamento, o que causou 
uma grande raiva em Carla e a fez procurar a delegacia e inventar que tinha sido vítima de estupro. 
Tatiana ficou horrorizada com a confidência de sua amiga e foi, de imediato, procurar o pai e a mãe de 
Caio, tendo ela informado todos os fatos para estes dois. Caio também ficou sabendo da confidência por 
intermédio de seus pais e resolveu contratar um advogado. Na qualidade de advogado contratado por 
Caio apresente a medida processual cabível para impugnar a decisão. 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
5 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUS-
TIÇA DO ESTADO DE ____ 
 
 Caio, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ___, ex-
pedida pela ____ inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número 
______, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este 
instrumento, vem oferecer 
REVISÃO CRIMINAL 
com fundamento no art. 621, III, do Código de Processo Penal, não se conformando com a sentença 
condenatória já transitada em julgado, conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a 
seguir expostas. 
 
1. Dos Fatos 
 O revisionando foi condenado definitivamente, em sede de primeiro grau, em sentença transitado 
em julgado, a uma pena de 9 anos de reclusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo em 
vista que, segundo prova dos autos, teria supostamente cometido o crime de estupro, art. 213, caput, 
do Código Penal, pois teria constrangido a vítima Carla a praticar atos diversos da conjunção carnal, 
utilizando-se de violência. 
 Ocorreu que surgiu nova prova de inocência do revisionando, tendo em vista que, após 2 anos 
do trânsito em julgado da sentença condenatória, estando o revisionando cumprindo a pena privativa 
de liberdade imposta, a vítima confidenciou à sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, o revisionando 
não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência, tendo em vista que o revisionando era 
seu namorado, só que ninguém poderia saber disso. 
 A vítima disse, ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como o 
revisionando não queria manter o relacionamento às escondidas, como era a intenção da vítima, ele 
acabou terminando o relacionamento, o que causou uma grande raiva na vítima e a fez procurar a 
delegacia e inventar que tinha sido vítima de estupro. 
 A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir 
aduzidos. 
 
2. Do Direito 
 No caso concreto, após a sentença, surgiram novas provas de inocência do réu, nos termos do 
art. 621, III, do Código de Processo Penal, o que irá acarretar a absolvição do revisionando, nos termos 
do art. 626 do Código de Processo Penal. 
 A vítima confidenciou a sua amiga Tatiana, que, na verdade, o revisionando não praticou atos 
diversos da conjunção carnal com violência contra a vítima, tendo esta consentido na prática dos atos. 
 Ora, para que se possa falar no crime de estupro, deve-se haver a prática de conjunção carnal 
ou de atos diversos da conjunção carnal com violência ou grave ameaça contra a vítima. No caso 
concreto, como o revisionando não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência contra a 
vítima, o revisionado cometeu um fato atípico, não estando configurado o crime de estupro. 
 Desta forma, surgiram novas provas de inocência do revisionado que ensejam a sua absolvição, 
pois o fato atribuído ao réu não constitui infração penal. 3. Do Pedido Diante do exposto, requer-se o 
deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão para absolver o revisionando, pois o fato atri-
buído a este não constitui infração penal, nos termos dos artigos 386, III, 621, III e 626 do Código de 
Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento.Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
 
6 
CASO PRÁTICO PROPOSTO 
 
Tiago foi acusado pela prática de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º do CP) contra Mévio, no 
mês de fevereiro quando este voltava para casa. Narram os autos que no dia e hora do fato, o acusado 
estava bebendo em um bar quando viu a vítima e saiu para tirar satisfações com ela, ocasião em que 
entraram em luta corporal e Tiago, com a intenção de lesionar, empurrou Mévio que veio a cair, bater a 
cabeça na calçada e morrer ainda no local. Na fase de instrução criminal, os depoimentos testemunhais 
apontaram como autor do delito Caio, que também se encontrava no local, mas que não foi indiciado pela 
autoridade policial nem denunciado pelo representante do Ministério Público. Além disso, restou compro-
vado que o acusado, no dia e hora do crime não se encontrava na localidade. Mesmo assim, o juiz sen-
tenciante condenou Tiago a uma pena de 10 anos de reclusão, sentença transitada em julgado em junho 
de 2014. Marta, mulher de Tiago, não se conformou com a condenação do seu marido e resolveu procurar 
um advogado. 
 
RESPOSTA: 
 
• Peça: REVISÃO CRIMINAL, com fundamento no art. 621, I, parte final, do Código de Processo Penal. 
 
• Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBU-
NAL DE JUSTIÇA DO ESTADO _________ 
 
• Tese: Alegar que o juiz sentenciou contrariamente à prova constante nos autos. 
 
• Pedido: Deve-se fazer o pedido pleiteando seja julgado procedente o pedido revisional, para, com fun-
damento no art. 626 do Código de Processo Penal, que seja desde logo reformada a decisão para decre-
tar a absolvição do agente, com base no art. 386, IV, do mesmo código. 
 
OBS.: Perfeitamente possível requerer o pedido constante no art. 630 do Código de Processo Penal.

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