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TERMORREGULAÇÃO NEONATAL
Peculiaridades da termorregulação no feto e no RN
O ambiente intrauterino é termoestável e o controle térmico fetal é dependente da mãe. O feto tem taxa metabólica basal elevada e produz duas vezes mais calor por unidade de peso corporal que o adulto. Assim, a temperatura fetal é 0,5 a 1oC maior que a da mãe, estabelecendo um gradiente que propicia a transferência de calor do feto para o organismo materno.
Ao nascimento, a transição do ambiente intrauterino, com temperatura em torno de 37,5o C, para o ambiente seco e frio da sala de parto propicia importante perda de calor por evaporação e por convecção. Se não houver intervenção, a temperatura cutânea do RN diminui rapidamente, em torno de 0,3oC por minuto. Essa queda desencadeia resposta termorregulatória mediada pelo sistema nervoso simpático com liberação de noradrenalina nas terminações nervosas da gordura marrom, com liberação do hormônio estimulante da tireoide. Os hormônios tireoidianos, especialmente a triiodotironina (T3), atuam de forma sinérgica com a noradrenalina promovendo a oxidação de ácidos graxos livres e o aumento de uma proteína designada termogenina, resultando em produção de calor, porém com grande consumo de energia.
A gordura marrom deposita-se em alguns locais específicos, como tecido subcutâneo nucal, mediastino, axilas e regiões interescapular, perivertebral e perirrenal. É altamente vascularizada (por isso sua coloração escura) e, embora esteja presente em fetos de 25 semanas de gestação, sua atividade metabólica é muito reduzida antes de 32 semanas de gestação.
 Mecanismos de perda de calor no período neonatal
São quatro as possíveis maneiras de perda de calor pelo RN: evaporação, radiação, convecção e condução.
1 Evaporação
Corresponde à perda insensível de água pela pele.
É a principal forma de	perda	de	calor	em	RN	prematuros,	especialmente	ao	nascimento	e	nos	primeiros	dias	de	vida,	sendo	inversamente	proporcional	às	idades	gestacional	e	pós-natal.
As principais causas dessa perda são pele ou cobertas molhadas e baixa umidade do ambiente ou do ar inspirado. É especialmente importante em crianças em berços aquecidos.
2 Radiação
Trata-se da perda de calor do RN para objetos ou superfícies mais frias que não estão em contato com ele.
A principal causa dessa perda é a grande área da pele exposta a ambiente frio, o que pode ocorrer no RN despido em incubadora, que perde calor para as paredes da mesma.
A utilização de incubadoras de parede dupla para RN pré-termo pequeno minimiza este efeito. É por este mecanismo que os berços aquecidos fornecem calor aos bebês.
3 Convecção
Forma pela qual ocorre perda de calor da pele do RN para o ar ao seu redor.
O principal fator desencadeante dessa perda é o fluxo de ar frio na pele ou mucosas.
A manutenção das portinholas das incubadoras fechadas, assim como a lateral dos berços aquecidos levantadas, são importantes métodos de prevenção deste tipo de perda de calor.
4 Condução
Trata-se da perda de calor do RN para a superfície fria em contato com ele. Geralmente essa perda é pequena, pois os RN são colocados em superfícies aquecidas.
MECANISMO
A termorregulação é uma função fisiológica intimamente relacionada com a transição e sobrevivência dos RNs. Estes têm a capacidade de controlar a temperatura corpórea, porém, em condições extremas de temperatura (muito baixas ou muito altas), esta condição é prejudicada pela incapacidade física de manter a homeostase. Dessa forma, os cuidados relacionados ao controle e à manutenção da temperatura corporal do RN são essenciais para sua sobrevida, uma vez que essas crianças se resfriam e se superaquecem com facilidade, acompanhando as alterações do ambiente térmico.
O estresse, provocado por exposição ao frio, cria problemas metabólicos e fisiológicos a todos os RNs, independentemente da sua condição ou idade gestacional. Quando um bebê sofre exposição ao frio, o consumo de oxigênio aumenta, ocorre vasoconstricção pulmonar e periférica, o que provoca uma diminuição na captação pulmonar de oxigênio e no aporte de oxigênio aos tecidos; a glicólise anaeróbica aumenta, verificando-se um aumento de PO2 e do pH, conduzindo à acidose metabólica. A frequência respiratória aumenta em resposta a uma maior necessidade de oxigênio, quando o consumo deste aumenta significativamente nas situações de estresse causado pelo frio. Os consumos de oxigênio e de energia do RN exposto ao frio deixam de privilegiar a manutenção do funcionamento das células cerebrais e cardíacas, em favor da necessidade de aumentar a termogênese para sobreviver.
Tratamento
O reaquecimento pode ser feito por meio de calor radiante ou incubadora, e de forma rápida ou gradual, não havendo evidências de que um método seja melhor do que o outro. O importante é reaquecer o RN de forma cuidadosa e sob monitorização, com medida da temperatura a cada 15 minutos após cada aumento de temperatura na incubadora ou no berço de calor radiante.
A tendência atual é aquecer o RN hipotérmico utilizando fonte de calor radiante, tendo como segunda opção o aumento gradativo da temperatura da incubadora, ajustando-a em 1 a 2 °C acima da temperatura do RN, seguindo-se com aumento de 1°C por hora até que haja normalização da temperatura do RN.
Prevenção
Todos os esforços devem ser feitos no sentido de prevenir a hipotermia, o que pode ser feito adotando-se várias medidas, geralmente simples, ao nascimento, no transporte e na unidade neonatal.
Ao nascimento
Os cuidados de rotina incluem:
•Manter a temperatura	da	sala	de	parto	maior	ou	igual	a	25°C. 
•Ligar	a	fonte	de	calor	radiante	antes	do	nascimento	e pré-aquecer os campos. 
•Recepcionar	o	RN	em	campos	aquecidos	e	colocá-lo	sob	calor	radiante. 
•Secar e remover	os	campos	úmidos.

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