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10 Filosofia do Direito Hannah Arendt

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Prof. Jorge Freire Póvoas
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Filosofia do Direito
Hannah Arendt
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Filosofia do Direito
 Hannah Arendt - Filósofa alemã (1906 – 1975)
 Foi perseguida pelo nazismo e exilada nos Estados Unidos em 1941 onde faleceu após trabalhar em universidades americanas no campo da Filosofia Política. 
 Elaborou uma definição de poder tendo como característica a não inclusão da violência como elemento constitutivo. Sua obra registra a luta contra o poder violento.
 Entende o poder como a capacidade de alcançar um acordo quanto à ação comum, no contexto da comunicação livre sem violência.
 A convivência pacífica entre os homens propicia a ação conjunta, sendo ela geradora de poder.
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Filosofia do Direito
 A convivência entre os homens é indispensável para a geração do poder. O indivíduo que se isola, renuncia ao poder e torna-se impotente diante dele.
 A geração do poder é conseqüência da ação conjunta dos homens, que propicia, pelo discurso, a revelação de cada indivíduo em sua singularidade.
 A ação não violenta é a única forma de ação que possibilita o encontro dos homens pela palavra.
 A ausência de violência é necessária para a descoberta de uma meta comum que sirva como elemento aglutinador.
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Filosofia do Direito
 Usar a palavra somente para atingir um fim específico, faz com que ela perca sua característica de elemento aglutinador.
 Quando não existe convivência as pessoas são apenas a favor ou contra os outros, por exemplo na guerra, onde se empregam meios violentos para alcançar objetivos em proveito de seu lado e contra o inimigo.
 A não violência é requisito importante para a geração do poder advindo do agir conjunto.
 A violência destrói o poder, mas não o cria ou o substitui, pois para ele ser gerado, exige a convivência, e a violência está baseada na exclusão da interação/cooperação com os outros.
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Filosofia do Direito
 Onde há sociedade há poder. A idéia de poder por vezes acontece de estar unida a de violência. O poder violento, ou seja, a associação de poder com violência é um desvirtuamento conceitual do poder.
 O poder corresponde à habilidade humana não só para agir, mas agir em harmonia.
 O poder não é propriedade de um indivíduo. Pertence a um grupo e permanece em existência apenas na medida em que o grupo permanece unido.
 Quando se diz que alguém está no poder, se refere ao fato de que ele foi empossado por pessoas para agir em seu nome.
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Filosofia do Direito
 O poder que funciona na base de jogos de aceitação, encontra-se ameaçado de extinção, cedendo espaço para a violência.
 A violência não depende de consentimento mas da capacidade técnica de gerar sofrimento e submissão.
 O poder deixa de existir quando entra em ação referências que destrói o debate. Debate que se caracteriza como elemento de convivência entre os homens.
 Ceder espaço para a força é negar o princípio da ação e da busca de consensos através da introdução de instrumentos de submissão e de abuso da condição humana.
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Filosofia do Direito
 A força que acompanha a violência é o que torna a sutileza da política algo que se pode deixar de lado, em momentos que a violência predomina.
 Em um confronto entre o poder e a violência quem cede? Será que o poder e suas artimanhas de atuação entre os homens são mais eficientes que a bala de canhão?
 Politicamente com a perda do poder torna-se uma tentação substituí-lo pela violência. 
 Violência e poder não são a mesma coisa e sim opostos, pois quando um está forte o outro está ausente.
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Filosofia do Direito
 No séc. XX a personagem que exerceu de forma prática, a teoria sobre o poder de Hanna Arendt foi Gandhi.
 A não violência é aspecto importante no pensamento de Gandhi, que a define utilizando da palavra ahimsa em sânscrito (uma das mais antigas línguas clássicas da Índia). 
 É apropriado resistir e atacar um sistema, mas sabendo que isto equivale a atacar a si mesmo, por sermos filhos do mesmo Criador. Menosprezar um ser humano é prejudicar não apenas um ser, mas o mundo inteiro.
 Ghandi cria o termo satyagraha da união das palavras satya (verdade) e agraha (estar conectado), para definir sua doutrina política.
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Filosofia do Direito
 O ahimsa (não violência) é a forma de ação da satyagraha (estar conectado a verdade), que se diferencia de modo radical da resistência violenta.
 A doutrina da satyagraha visa a conquista da libertação coletiva e individual. Gandhy usa o termo swaraj para expressar essa libertação.
 Swaraj: palavra sânscrita que expressa liberdade. Tem uma conotação espiritual, significando a liberdade da ilusão, do temor e da ignorância, o que requer um autoconhecimento e domínio de si próprio.
 Gandhi aplica a idéia dessa libertação espiritual do indivíduo para o campo da libertação política coletiva.
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Filosofia do Direito
 Gandhi foi visto como um dos idealizadores da desobediência civil no episódio conhecido como a Marcha do Sal, que mobilizou toda a Índia no ano de 1930.
 Aos 60 anos, Ganhdi parte de Dandi (vila localizada a oeste da Índia) acompanhado de 78 seguidores em marcha para protestar contra as taxas de impostos (cobrados pelos britânicos aos indianos) que incidia sobre a coleta do sal. 
 De acordo com a regulamentação do governo britânico que assumiu o monopólio da coleta e da manufatura do sal, na Índia, era cobrado pesados impostos pelo governo britânico ao povo indiano.
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Filosofia do Direito
 Gandhi escolhe o sal como objeto da marcha por ser ele artigo de primeira necessidade das camadas populares e oprimidas da população indiana.
 A desobediência civil foi iniciada por Gandhi, que desafia o monopólio do governo britânico, desrespeitando a lei ao coletar sal natural da costa da Índia.
 A marcha em Dandi foi acompanhada por milhares de seguidores (percorrendo a pé mais de 500 km em 24 dias), resultando na prisão de Gandhi. 
 Ao eleger o ahimsa (não violência) como princípio de ação, Gandhi opta por uma Ética onde não se justifica a violação do ser humano.
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 Para Hannah Arendt os homens são livres por possuírem o dom da liberdade enquanto agem. Assim, ser livre e agir são a mesma coisa.
 A liberdade não equivale ao livre-arbítrio, mas se relaciona com a ação.
 Homens e mulheres tornam-se livres, ao exercitarem a ação e decidirem, em conjunto, seu futuro comum.
 O poder tem como elemento essencial a não violência, sendo esta definição ajustada à idéia de liberdade enquanto campo do exercício da ação.
 Ao explicar sua noção de liberdade, Hannah recorre à polis grega, afirmando ser ela o espaço onde a liberdade pode se manifestar.
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Filosofia do Direito
 A liberdade não é funcional, ou seja, seu exercício não pressupõe determinado fim.
 Como no satyagraha de Gandhi, sua prática é uma tentativa da busca da verdade, não estando ela predeterminada, mas surgindo durante a prática.
 Tanto em Arendt quando em Gandhi a liberdade é um meio para tornar a ação efetiva.
 Para manter a possibilidade da prática da liberdade, os seres humanos devem preservar o espaço público, necessitando
para isto que exista a manutenção da cidadania.
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Filosofia do Direito
 Hannah chama cidadania de “o direito a ter direitos”, sendo o exercício da cidadania o “meio criador” do espaço público que torna possível a liberdade.
 Uma ação fundamental para evitar o totalitarismo é a preservação do “direito a ter direitos”.
 A nacionalidade é um vínculo jurídico que une o ser humano a determinado Estado. Cada Estado determina o modo de aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade.
 Antes do surgimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), a nacionalidade era uma condição prévia para o exercício da cidadania.
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Filosofia do Direito
 O apátrida (que não possui nacionalidade) era considerado como um não cidadão, o que implicava o não reconhecimento de seus direitos.
 É o surgimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos -DIDH que reintegra o apátrida ao mundo do direito. 
 No sistema do DIDH, o apátrida não perde seus direitos fundamentais e continua podendo exercer os direitos em igualdade com os nacionais do país no qual reside.
 O apátrida tem liberdade de praticar sua religião e a educação religiosa de seus filhos, ter acesso aos tribunais, ao ensino elementar, a legislação do trabalho e seguros sociais.
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 A condição para o reconhecimento de um ser humano como sujeito de direito no sistema DIDH deixa de ser o vínculo jurídico com o Estado e passa a ser sua existência como ser humano.
 O fato da existência vincula o homem, a mulher e a criança à ordem jurídica internacional, passando o ser humano a ser sujeito de direito desta ordem.
 Este fato amplia o espaço público, pressuposto do exercício da liberdade, que não está mais reduzido a “cidade-estado” dos gregos, mas amplia-o para o espaço do mundo.
 Hannah estabelece uma discussão sobre o poder como consenso participativo e dialogal, trazendo uma nova forma de pensar a política.
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Filosofia do Direito
 A política deixa de ser vista como algo utilitário, com interesse de alcançar determinado fim e transforma-se na construção do espaço público, no qual manifestar-se-á a singularidade de cada ser no momento da ação. 
 A manifestação conjunta do agir traçará os nortes da vida coletiva daquela específica comunidade. Onde há política, há espaço público; onde há espaço público, há diálogo; onde há diálogo, há direitos.
 A ação política de Gandhi e o Direito Internacional dos Direitos Humanos são tentativas de construção da política delineada por Hannah que visa a libertação de todos nós. 
 É no campo da ação garantido pela política que se realiza a liberdade.

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