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Fisiologia Neuromuscular Prof. Carlos Eduardo Brasil Neves, D.Sc. Músculos do corpo (40% a 45% massa corporal) Liso: involuntário (paredes de vasos sangüíneos e de órgãos internos) Cardíaco: involuntário, estriado (músculo do coração) Esquelético: voluntário, estriado, ligam-se ao esqueleto (cerca de 215 pares) Tipos de músculos no corpo humano Músculo Esquelético • Corpo Humano contém mais de 400 músculos esqueléticos – 40-50% do total do peso • Funções do músculo – Força para locomoção e respiração – Força para suporte da postura – Produção de calor ARQUITETURA MUSCULAR Fibras paralelas Amplitude de Movimento velocidade (sartório, reto abdominal, bíceps braquial) Fibras oblíquas Mais fibras por unidade de área força (tibial posterior, reto femoral, deltóide) Quanto > ângulo < F total, independentemente da F das fibras Fibras Oblíquas - < F efetiva para movimentar grandes amplitudes, mas como > o número de fibras por unidade de volume, pode gerar mais Força Arquitetura do músculo esquelético Ângulo de penação: ângulo entre o arranjo das fibras musculares e o eixo longitudinal do músculo (paralelas ou oblíquas) Estrutura do Músculo Esquelético: Tecido conectivo de Cobertura • Epimísio – Circunda o músculo • Perimísio – Circunda os feixes de fibra muscular • Fascículos • Endomísio – Circunda a fibra muscular Tecido Conectivo que envolve o músculo Estrutura do Músculo Esquelético: Microestrutura • Sarcolema – Membrana da célula muscular • Miofibrila – Estruturas filiformes dentro da fibra muscular – Actina (filamento fino) • Troponina • Tropomiosina – Miosina (filamentos grossos) Microstructure of Skeletal Muscle Estrutura do Músculo Esquelético: O sarcômero • Divisão interna da miofibrila – Z-line – A-band – I-band • Dentro do sarcoplasma – Retículo sarcoplasmático • Sítios para estoque de cálcio – Túbulos transversos – Cisternas Dentro do Sarcoplasma A unidade motora A coordenação da contração de todas as fibras é feita através de uma subdivisão em unidades funcionais - as unidades motoras A unidade motora consiste de um nervo motor, com seu corpo nervoso e núcleo localizado na matéria cinza da “medula espinhal” e forma um longo axônio até os músculos, onde se ramifica e inerva muitas fibras. Unidade Motora Neurônios Motores • I pré-sinápticos • II pós-sinápticos • III SN somático – α (voluntários) • Tônicos • Fásicos – γ (involuntários) • Tônicos (tônus) • Fásicos (reflexos) SNA A Junção Neuromuscular • Ponto de junção do motoneurônio na fibra muscular – Separada por uma fenda neuromuscular (não há contato físico) • Placa motora – Formação de uma bolsa neural com o sarcolema • Acetilcolina é liberada pelo motoneurônio – Causando um potencial da placa motora (PPM) • Despolarização da fibra muscular Junção Neuromuscular Contração Muscular • Modelo do deslizamento dos filamentos – O encurtamento muscular ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina e miosina – Formação da ponte cruzada entre a actina e miosina – Redução entre a distância das linhas Z e conseqüente redução do tamanho do sarcômero. Modelo do deslizamento dos filamentos para contração muscular O ciclo da contração muscular Formação da ponte cruzada na contração muscular Excitação-contração acoplamento • Despolarização da placa motora e acoplamento para contração muscular – Impulso nervoso libera o Ca++ dos retículos sarcoplasmáticos – Ca++ é atraído para a troponina, causando a mudança na posição da tropomiosina, expondo os sítios ativos da actina – Permitindo o contato entre a miosina e a actina e conseqüente contração Ilustração dos passos da excitação- contração acoplamento Propriedades da fibra muscular • Propriedades bioquímicas – Capacidade oxidativa – Tipo da ATPase • Propriedades contráteis – Produção máxima de força – Velocidade de contração – Eficiência da fibra muscular Tipos de Fibra Muscular Tipos Classificação FT e ST Velocidade encurtamento Branca e Vermelha Conteúdo de mioglobina SO, FG e FOG Conteúdo enzimático I, Ic, IIc, IIa, IIab, IIb Miosina ATPase Métodos para a Classificação dos Tipos de Fibra Aspectos Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Neurais T amanho do Motoneurônio Pequeno Grande Grande Limiar de Recrutamento do Motoneurônio Baixo Alto Alto Veloc. de Cond. Nervosa Lenta Alta Alta Estruturais Diâmetro da Fibra Pequeno Grande Grande Desenvolvimento do Retículo Sarcoplasmático Menor Maior Maior Densidade Mitocondrial Alta Alta Baixa Densidade Capilar Alta Média Baixa Conteúdo de Mioglobina Alta Média Baixa Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) Características dos Tipos de Fibra (1/3) Características dos Tipos de Fibra (2/3) Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) Aspectos Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Substratos PC Baixa Alta Alta Glicogênio Baixa Alta Alta T riglicerídeo Alta Média Baixa Enzimáticos Miosina-AT Pase Baixa Alta Alta Enzimas Glicolít icas Baixa Alta Alta Enzimas Oxidativas Alta Alta Baixa Características dos Tipos de Fibra (3/3) Fox, Bowers & Foss, 1989 (in ACSM, 1998) Aspectos Característica Tipo I Tipo IIa Tipo IIb Funcionais T empo de Contração Baixo Alto Alto T empo de Relaxamento Baixo Alto Alto Produção de Força Baixa Alta Alta Economia Alta Baixa Baixa Resistência a Fadiga Alta Baixa Baixa Elast icidade Baixa Alta Alta Comparação da velocidade de contração máxima entre os tipos de fibra Coloração histoquimica dos tipo de fibra Type IIb Type IIa Type I Tipo de fibra e performance • Atletas de força – Velocistas – Possuem alta porcentagem de fibras rápidas • Atletas de endurance – Corredores de distância – Têm alta porcentagem de fibras lentas • Outros – Praticantes e não-atletas – Têm aproximadamente 50% de fibras lentas e 50% de fibras rápidas Alterações do tipo de fibra com o treinamento • Endurance e treinamento de resistência – Pode haver alterações do tipo IIb para IIa • Aumentando as propriedade oxidativas Treinamento induzindo a mudança dotipo de fibra Tipo de Fibra e Modalidade Esportiva Fox et al., 1989 Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos Tipo de Fibra e Modalidade Esportiva Noakes, TD (2002) Lore of Running Produção de Força e Tipo de Fibra Produção de Força e Tipo de Fibra Cometti, G. Los Métodos Modernos de Musculacíon (1998) pg. 49 Relação da idade e mudança do músculo esquelético • A idade é associada com a diminuição da massa muscular – Maiores diminuições após os 50 anos de idade • Exercícios regulares podem promover aumentos no endurance muscular – Podendo retarda a diminuição da massa muscular 0 10 20 30 40 50 15 25 35 45 55 65 75 85 Idade (anos) M a s s a M u s c u la r (k g ) Influência da idade sobre a massa muscular Homen s Mulheres 25 year old man 65 year old man Janssen et al., J Appl Physiol 89:81-88, 2000 5 10 15 20 25 40 50 60 70 80 90 5 10 15 20 40 50 60 70 80 90 Idade (anos) M a s s a M u s c u la r (k g ) Membros sup. Membros inf. HOMENS Idade (anos M a s s a M u s c u la r (k g ) MULHERES Membros sup. Membros Inf. Janssen et al., J Appl Physiol 89:81-88, 2000 Influência da idade sobre a distribuição da massa muscular Tipos de contração muscular • Isométrica – Músculo gera tensão sem diminuição do corte longitudinal – Não há mudança do angulo articular – Músculos posturais • Isotônica (dinâmica) – Concêntrica • Encurtamento muscular durante a produção de força – Excêntrica • Músculo produz força com alongamento muscular Contrações isotônicas e isométricas Velocidade de contração muscular e relaxamento • Contração – Contração como resultado de estímulo simples • Período de latência – Demora ~5 ms • Contrair – Desenvolvimento de tensão – 40 ms • Relaxamento – 50 ms Ilustração de uma contração simples Regulação da força no músculo • Tipo e número de unidade motoras recrutadas – Mais unidades motoras = maior força – Velocidade da unidade motora = maior força • Comprimento inicial do músculo – Comprimento “ideal”para geração de força (relação força X comprimento do sarcômero) • Natureza do estimulo neural da unidade motora – Freqüência de disparo • Contração simples, somação e tetania Recrutamento de UM - Treinamento Relação ente comprimento-tensão no músculo esquelético Relação entre freqüência de estímulo e geração de força Contração simples, somação e tetania Sale, DG 1988. Neural adaptation to resistance training. Med Sci Sports Exerc. 20:S135 – S145. Adaptações neurais • Aumento na taxa de disparo • Recrutamento de UM com altos limiares de excitabilidade • Aumento na co-contração dos antagonistas • Aumento da dimensão da junção neuro-muscular – Aumento do volume de neurotransmissores – Aumento do número de receptores sinápticos • Aumento no sincronismo das UM (coordenação intramuscular) Adaptações contráteis • Aumento na capacidade contrátil nas primeiras semanas de treinamento • Atraso na síntese de proteínas contráteis – Aumento no conteúdo miofibrilar (5-8%) – Aumento no número de mifibrilas (25-35%) – Aumento no número de fibras (~5%) (McDougall, 1992) • Ativação de céls satélites (Mauro, 1961) • IGF-I Aumento da massa muscular: • Mecanismos celulares contribuintes para o aumento da massa muscular: – Aumento do volume celular – Aumento da agregação protéica – Proliferação de céls satélites – Fusão de céls satélites às miofibrilas existentes – Inibição da miostatina (McPherron et al., 1997; McPherron and Lee, 1997; Grobet et al., 1997; Kambadur et al., 1997) • Miostatina: – inibição do crescimento muscular (McPherron et al., 1997; Zhu et al., 2000). • Inibição da proliferação de mioblastos e da síntese protéica (Thomas et al.; 2000; Taylor et al.; 2001) • Atrofia X Regeneração (Carlson et al., 1999; Wehling et al., 2000; Sakuma et al., 2000; Lalani et al., 2000; Gonzalez-Cadavid et al., 1998; Kirk et al., 2000). • Transforming Growth Factor-b (TGF-b ): – Formação de mioblastos pós-mitóticos (Olson et al., 1986), Tipos de Hipertrofia • Aguda – Ocorre imediatamente após o exercício e tem pequena duração, consiste no edemaciamento do músculo por acúmulo de catabólitos e exudatos da contração muscular. • Crônica – Surge em função da continuidade do treinamento, devido à anabolização de proteínas contráteis ou aumento das organelas da fibra muscular (mitocôndrias, ribossomos, etc.) – Actomiosínica • É a devida à anabolização das proteínas, em especial da actina e da miosina. – Sarcoplasmática • Surge em função do aumento das substâncias existentes dentro do sarcoplasma, tais como: organelas, glicogênio, triglicérides, etc. Mecanismo da Hipertrofia Aumento do tamanho e do número das miofibrilas Goldspink, 1992 in Strength and Power in Sport Goldspink, 1992 in Strength and Power in Sport Aumento do número de filamentos de actina e miosina como resultado do treinamento de força Aumento da obliquidade dos filamentos devido ao crescimento das miofibrilas. A obliquidade da tração exercida sobre a Banda Z faz com que esta se rompa. Duas novas miofibrilas são formadas. • Tipo de célula que não se diferenciou no período embrionário • Importantes no processo de adição de núcleos durante o crescimento da fibra • Regeneração das fibras lesionadas com o treinamento • Fusão com a fibra para manter a relação núcleo/citoplasma Hipertrofia e Células Satélite Miostatina e Hipertrofia • A miostatina é um gene que regula negativamente o crescimento muscular, ou seja, ela limita o tamanho do músculo, tanto pela atenuação da hipertrofia quanto da hiperplasia. • Ainda não se sabe ao certo como a miostatina atua, podendo ser pela indução da morte das células, inibição da proliferação de células satélites e/ou diretamente no metabolismo protéico. MIOSTATINA E HIPERTROFIA Alterações neuro-endócrinas • Aumento na taxa de secreção de testosterona (> homens) • Aumento na taxa de GH (> mulheres) – Sensíveis ao intervalo de repouso entre séries e sessões (Williamson et al., 1980; Jensen et al., 1991; Gotshalk et al., 1997) • Cortisol – efeito mais pronunciado nas fibras tipo II • Aumento na síntese e secreção de IGF-I – Do fígado e dos próprios músculos Adaptações bioenergéticas • Sem alterações: – Reserva de ATP e PCr (Volek et al., 1990; Tesh et al., 1990) – Concentração de ATPase e Miokinase (Tesh et al., 1990; Tesh, 1992) • Aumento (McDougall et al., 1977) ou não(Tesh et al., 1990): – Conteúdo de glicogênio • Sem alterações (Tesh et al., 1987;1990; Houston et al., 1983): – PFK – Glicogênio-fosforilase – Lipídios e enzimas oxidativas específicas (McDougal, 1979; Staron, 1984) • Redução: – densidade mitocondrial (Staron, 1984) – Mioglobina (Tesh et al., 1992; Masuda et al., 1999) Adaptações cardiovasculares • Redução na densidade capilar • Nenhuma alteração no VO2 máximo – (Lemura et al., 2000; Goreham et al., 1999) – Exceção no treinamento em circuito (12%) • (Haenel et al,. 1999; Kaikkonen et al., 2000; Gettman et al,. 1982) – Lipídios sangüíneos • Metanálise não conclusiva (Halbert et al., 1999) MIOSTATINA E HIPERTROFIA Nature (1997) 387(1):83-90. MIOSTATINA E HIPERTROFIANature (1997) 387(1):83-90. MIOSTATINA E HIPERTROFIA Nature (1997) 387(1):83-90. MIOSTATINA E HIPERTROFIA MIOSTATINA E HIPERTROFIA MIOSTATINA E HIPERTROFIA Futuro????????? Estética????? Estética??? Qualidade de Vida???? Fadiga Muscular • Declínio na capacidade de gerar força máxima • Estímulo importante para os músculos aprimorarem sua força e fazerem suas adaptações estruturais e metabólicas • Tanto os fatores metabólicos quanto uma deteriorização da ativação neuronal parecem desempenhar algum papel na fadiga do músculo humano Fadiga e Distribuição de Fibras Musculares • A fadiga muscular (indicada pela magnitude de declínio na tensão máxima) é tanto maior quanto maior for o percentual de fibras tipo II no músculo e maior a área de fibras do tipo II . Locais e Causas da Fadiga Muscular • Nervo motor • Junção Neuromuscular • Mecanismo contrátil • Sistema nervoso central Fadiga na Junção Neuromuscular • Provável redução na liberação de transmissor químico (acetilcolina), por parte das terminações nervosas Fadiga do Mecanismo Contrátil • Acúmulo de ácido lático • Depleção das reservas de ATP – CP • Depleção das reservas musculares de glicogênio • Outros fatores: falta de oxigênio, fluxo sangüíneo inadequado. Fadiga Neural Central • Distúrbios locais causados pela fadiga contrátil assinalam para o cérebro que é necessário enviar sinais inibitórios para o sistema motor Os Proprioceptores incluem: • Fusos musculares; • Órgãos tendinosos de Golgi; • Corpúsculos de Pacini; • Corpúsculos de Rufini. Receptores musculares • Fuso muscular – Detecta mudanças dinâmicas e estáticas no comprimento do músculo – Reflexo de estiramento • Estiramento do músculo causa contração Orgãos tendinosos de golgi Monitora o desenvolvimento de tensão Previne danos durante o excesso de geração de força Estimula o reflexo de relaxamento do músculo Corpúsculos de Golgi-Mazzoni Estão situados nos ligamentos (LCA, LCP, tendões), sendo um mecanorreceptor dinâmico, assinalando a posição e direção dos movimentos, principalmente quando as articulações atingem graus extremos. Receptores de Rufini • São chamados também de estatorreceptores e estão situados nas cápsulas articulares, nas camadas superficiais. • Possuem baixo limiar mecânico, são de adaptação lenta e ativados quando mobilizamos passivamente uma articulação. Receptores de Pacini • São encontrados nas camadas profundas das articulações e coxins adiposos e são ativados em movimentos articulares rápidos, considerados como receptores de aceleração, estão inativos quando a articulação está em repouso.
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