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INDÚSTRIA NAVAL Unitizar uma carga significa juntar vários volumes pequenos em único maior, com o intuito de facilitar a movimentação, armazenagem e transporte. Na unitização de cargas, quando considerados volumes pequenos e manipuláveis, os principais tipos de recipientes utilizados para este procedimento são: pallet e container. É uma unidade semelhante a um estrado, plano, construído principalmente de madeira, podendo, porém ser alumínio, aço, plástico, fibra, polipropileno, com determinadas características para facilitar a unitização, armazenagem e transporte de pequenos volumes. Os pallets podem ser descartáveis, ou seja, construídos para uma única viagem, ou para uso constante. Com o crescimento internacional da unitização, foi necessária a padronização das dimensões dos pallets, visando com isto à possibilidade de sua utilização em todos os modais, principalmente o marítimo. Os pallets são movimentados nos armazéns por paleteiras e empilhadeiras. Nos embarques e desembarques em caminhões ou vagões ferroviários são utilizados empilhadeiras, e nos portos são usados guindastes, tanto no navio quanto no porto, que possuem ganchos, lingas e outros equipamentos específicos para sua movimentação. É uma caixa, construída em aço, alumínio ou fibra, criada para o transporte unitizado de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso constante. Constitui um equipamento do veículo transportador, que se caracteriza pela resistência e facilidade de transporte de mercadorias, por um ou mais modais. É provido de escotilhas e aberturas que permitem o seu estufamento e esvaziamento com facilidade, cumprindo os objetivos propostos para a sua criação e utilização. Os containers são identificados com marcas, números, definição de espaço e peso que podem comportar, proprietário, tamanho, etc. Este equipamento é dotado de dispositivo de segurança aduaneira , e deve atender às condições técnicas de segurança previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais, que são ratificadas pelo Brasil. O INMETRO ( Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), órgão do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é o responsável pelas adaptações das normas da ISO, e emite Certificados de Qualidade de Container. Quanto ao regime aduaneiro de entrada no Brasil, o container estrangeiro tem um prazo de 180 dias para permanecer no país, que pode ser prorrogável e é admitido pelo Regime de Admissão Temporária. Quando em trânsito, com carga pelo território nacional com destino a outros países, está sujeito ao mesmo Regime e o prazo também é de 180 dias para permanecer no país. Os containers são padronizados, com medidas lidas em pés (‘) e polegadas (“). A única medida invariável é a sua largura que tem sempre 8’ (oito pés). Geralmente, no transporte marítimo, os containers possuem 20’ (vinte pés) e 40’ (quarenta pés), sendo que os containers dry standard (padrão) têm espaço útil médio de aproximadamente 33 m3 e 66 m3. A altura de 9’6” (nove pés e seis polegadas) refere- se ao container denominado H/C (High Cube – alta cubagem) e proporciona um considerável aumento de espaço volumétrico, aproximadamente 12%. O High Cube é uma característica dos containers de 40’e 45’. Quanto ao peso, os containers de 20’e 40’ podem comportar, no máximo, até 30.480 e 34.000 quilos, incluindo o peso do próprio equipamento, resultando em 28.000 e 30.000 quilos de carga útil. Dry Box: totalmente fechado, com porta nos fundos, sendo o container mais utilizado e adequado para o transporte da maioria das cargas gerais secas existentes, como alimentos, roupas, móveis, etc. Ventilated: semelhante ao dry Box, porém com pequenas aberturas no alto das paredes laterais, podendo também teclas na parte inferior das paredes, para permitir a entrada de ar, para transporte de cargas que requerem ventilação como café e cacau. Reefer também semelhante ao dry Box, totalmente fechado, com portas nos fundos, apropriado para embarque de cargas perecíveis congeladas ou refrigeradas, que precisam ter a sua temperatura controlada, como carnes, sorvetes, frutas e verduras. Pode ser integrado ou seja, equipado com motor próprio para refrigeração, ligado a uma tomada para seu funcionamento. Pode também ser insulado, ou seja, não ter equipamento próprio de refrigeração, tendo na parede duas aberturas (válvulas) para entrada e saída de ar, que são fornecidos por fonte externa. Quando está em um terminal, ou no convés do navio, é acoplado através da parede da frente a uma unidade externa de refrigeração denominada Clip on. Os dois tipos podem também, ter gancheiras no teto, que são equipamentos para pendurar carcaças de animais abatidos. O container reefer tem para controle de temperatura uma carta de Registro de Temperatura (Partlow Chart) e pode atingir até – 25º C. Bulk Container: similar ao dry box, totalmente fechado, tendo aberturas no teto (escotilhas) para seu carregamento e uma escotilha na parede do fundo, na parte inferior para descarregamento, apropriado para transporte de granéis sólidos como produtos agrícolas. Container sem teto, que é fechado com lonas para transporte de cargas que apresentam dificuldades para embarque pela porta dos fundos e necessitam de um acesso especial, embora também possua a porta normal nos fundos. Próprio para mercadorias que excedem a altura do container, cujas cargas não poderiam ser estufadas num container Dry Box tradicional. Container open top, sem teto, porém de meia altura – 4’ (quatro pés) ou 4’3” (quatro pés e três polegadas)- fechado com lonas e cabeceira basculante, adequado para embarque de minérios, cuja carga é extremamente densa e, se embarcada em um open top, este não poderia ser utilizado integralmente quanto ao aspecto de volume, representando uma ocupação de espaço indevido ao navio. Com apenas três paredes, sem uma parede lateral, este container é apropriado para mercadorias que apresentam dificuldades para embarques pela porta dos fundos, ou que excedam um pouco a largura do equipamento ou ainda para agilização de sua estufagem. Container plataforma, sendo uma combinação dos open top e open side, sem as paredes laterais e sem teto, com cabeceiras fixas (fixed end flat), ou dobráveis (collapsible flat), adequado para cargas pesadas e grandes e que excedam um pouco as suas dimensões. Tem a capacidade de viabilizar embarques que não podem realizar-se em containers fechados e que obrigatoriamente precisavam ser embarcados em navios convencionais como carga solta (breakbulk). Container plataforma sem paredes e sem teto, tendo apenas o piso apropriado para cargas de grandes dimensões ou muito pesadas. Container tanque, dentro de uma armação de tamanho padronizado, próprio para transporte de líquidos em geral, perigosos ou não. Os containers são movimentados, empilhados, embarcados e desembarcados com equipamentos adequados a cada tipo de operação. Existe uma grande variedade de tipos de equipamento, cadaqual utilizado numa etapa da movimentação. Nos portos e terminais a movimentação é realizada com reachstackers e toplifts, que são empilhadeiras próprias para a movimentação e empilhamento de containers, e os Transtainers, que são guindastes montados sobre grande estruturas que correm sobre trilhos e se movimentam ao longo do cais, empilhando e transferindo containers de um ponto a outro. Nos embarques e desembarques são utilizados Portainers, que são guindastes de pórticos usados para pegar os containers com seus spreaders (quadros que se engatam nos containers e os levantam). Os tipos de serviços oferecidos no transporte internacional variam de acordo com o modal utilizado e se a carga está ou não unitizada. O marítimo é o que mais utiliza a unitização visível das cargas por interesse do transportador e dos comerciantes, sendo que esta pode ser realizada por qualquer um deles, uma vez que a cada dia os navios estão mais especializados para cargas unitizadas em pallets ou containers. Há cargas que são unitizadas no próprio meio de transporte como líquidos e sólidos a granel. No modal marítimo, especificamente nas cargas unitizadas em containers, é possível ter alguns tipos de modalidades em sua ovação, desova e utilização. Cada tipo vai depender do local ou por quem o serviço é realizado, se pelo transportador ou pelos comerciantes. Quando o estufamento do container se der no armazém do vendedor e a desova no armazém do comprador, cada um deles será responsável pelos custos advindos destas operações e terá a responsabilidade pela ova e desova do mesmo. Os custos de estufagem e desova e a responsabilidade são definidos pelos termos FCL/FCL, LCL/LCL, FCL/LCL e LCL/FCL, sendo que: FCL significa full container load (carga total de container) e indica custo e responsabilidade do comerciante, enquanto LCL significa less than a container load (menos do que uma carga de container) e indica custo e responsabilidade do transportador. Portanto, FCL/LCL denota que a estufagem do container é feita pelo vendedor, por sua conta e risco, podendo ser em seu aramazém ou no porto de embarque, e a desova é feita pelo transportador, por sua conta e risco, no porto de desembarque. Estufagem de Container – Estufar ou ovar é o ato de encher o container com mercadorias, podendo ser estas a granel, embaladas ou paletizadas. Desovar é o ato de retirar mercadorias do mesmo. Praticamente qualquer mercadoria é conteinerizável e a sua conteinerização dependerá de diversos fatores como custo, destino, rapidez nas operações, disponibilidade de transporte e equipamento, tamanho e peso do produto, aceitação pelo comprador. Deve-se evitar conteinerizar mercadorias que possuam um grau de umidade muito alto, pois podem apresentar combustão espontânea, como é o caso da farinha de peixe, algodão e farelo de soja. No recebimento do container para estufagem devem ser verificados diversos pontos, para constatar se o mesmo está em bom estado: 1) se não tem furos; se as portas, escotilhas e fechaduras funcionam adequadamente; se está limpo; 2) se não tem restos nem odores de mercadorias anteriores; 3) se está seco; 4) se tem pontos de fixação para cargas de pesos e dimensões; 5) se a lona do open top ou open side não está rasgada; se o equipamento de refrigeração está funcionando perfeitamento, etc. O armador costuma proceder a uma inspeção prévia, anterior à entrega, denominada PTI (Pré Trip Inspection), cuja validade é de 30 dias e que tem a finalidade de entregar ao embarcador o container em perfeitas condições de utilização. A retirada dos containers do terminal utilizado pelo armador para disponibilizá-los aos seus clientes é denominada handling out (manuseio de retirada) e a sua devolução ao terminal denomina-se handling in (manuseio de entrada). É conveniente que antes de se iniciar a estufagem de um container se faça um plano de estiva para adequação da carga ao mesmo. A estufagem pode ser realizada manualmente, através do transporte de cada volume, ou utilizando-se empilhadeiras e paleteiras para o transporte da carga e ainda esteiras rolantes ou, no caso de containers open top, guindastes para colocação da mercadoria em seu interior. O container é um recipiente de carga que poderá ser ovado/estufado no armazém do vendedor ou no porto de embarque, e desovado no porto de destino ou no armazém do comprador, dependendo do acordo realizado com o transportador no momento da contratação do espaço. O local da estufagem e desova dos containers é definido pelos termos H/H, P/P e P/H sendo que “H” significa house (armazém/casa) e “P”, píer (porto). Estes termos são abreviaturas de house to house, house to píer, píer to píer e pier to house. Em uma operação tipo H/P (house to píer), o container é estufado no armazém do exportador e desovado no cais do porto de destino, enquanto que em uma operação H/H (house to house) ele é ovado no armazém do exportador e desovado no armazém do importador.
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