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Princípios informativos do Direito Administrativo
Regime Jurídico-Administrativo - O regime jurídico-administrativo caracteriza o Direito Administrativo. Consiste num conjunto de PRERROGATIVAS e SUJEIÇÕES próprios da atividade pública. Neste sentido, a atividade pública constitui uma função. Função, para o Direito, é o poder de agir cujo exercício traduz verdadeiro dever jurídico e que só se legitima quando dirigido ao atingimento da finalidade legal específica. A formação histórica do direito administrativo explica a tensão fundamental entre prerrogativas e sujeições. De um lado, a Administração Pública precisa realizar ou satisfazer interesses da coletividade. De outro lado, os direitos individuais precisam ser respeitados, segundo a legalidade posta. Muitas das prerrogativas e sujeições típicas do regime jurídico-administrativo são manifestadas sob a forma de princípios. Regimes jurídicos da Administração Pública, são, então, as regras e princípios jurídicos que podem reger a conduta administrativa. Há dois regimes aplicáveis à Administração: o regime de direito público ou jurídico- administrativo e o de direito privado. Os princípios dão o norte da administração pública. Celso Bandeira de Melo considera dois princípios:
1 – Da supremacia do interesse público sobre o particular.
É o princípio central, que rege toda a administração pública. O interesse da sociedade é sempre superior ao individual. Ex.: Estado precisa de uma casa, então pode desapropriá-la. Há determinados atos em que o Estado não age com essa supremacia. Ex.: Estado quer alugar uma casa. O dono aluga se quiser. O Estado aí se revela ao particular.
 2 – Da indisponibilidade dos interesses públicos. 
Os interesses públicos são indisponíveis. Ex.: O agente administrativo não pode deixar de cobrar impostos, fazer renúncias, não pode usar os bens públicos como sendo seus. Só se a sociedade disser que ele pode. Ex.: Para reduzir uma multa é preciso ter a aprovação dos representantes do povo (os parlamentares).
Princípios informativos segundo outros doutrinadores: 
1) Da restritividade 
Na administração pública só se faz o que está previsto na lei. (Legislação, conduta funcional... tudo que está na norma). 
2) Da presunção da legitimidade ou veracidade
Todo ato se presume legítimo, verdadeiro. Em princípio, não se pode deixar de cumpri-lo. Tem que provar que ele é ilegítimo, verdadeiro. É melhor cumprir logo e recorrer depois, uma vez que pode demorar para levantar provas (remédio jurídico). 
3) Da especialidade 
Cada órgão tem um fim especifico, uma função, uma especialidade na sua atuação administrativa. Pode ser atribuída outra função, só que atrapalhará o funcionamento do sistema.
4) Da tutela administrativa 
Tutela = controle dos atos. Cada agente tem controle, fiscaliza os subalternos. Há controle exercido sobre os atos da Administração. Observância das atividades administrativas destinadas aquele órgão: controla atos de terceiro: controle externo, de acordo com a hierarquia dos órgãos.
5) Da auto-tutela
Controle dos próprios atos. Administração revê seus atos. Anula atos ilegais e revoga atos inconvenientes.
6) Da hierarquia
Tem que se prever relação de subordinação, indicação de competências. Há a organização com escala hierárquica em nível de competência. Se não houver hierarquia, dificilmente a administração funciona, sendo inevitável o prejuízo. 
7) Da continuidade do serviço público
O serviço público é ininterrupto, é contínuo, não pode deixar de ser prestado. Caso contrário, deixa de existir o “Estado Administrador”. O servidor não deveria fazer greve, porque ela vai de encontro aos interesses da sociedade. O serviço público não pode sofrer interrupção. A prestação tem que ser contínua. Se parar, deixa de existir o Estado-administrador, contrariando o interesse público.
8) Da indisponibilidade dos bens públicos 
Os bens físicos da administração pública são da sociedade, são indisponíveis. Os bens públicos não podem ser utilizados para atender interesses particulares. Sua finalidade não pode ser desviada.
9) Da igualdade entre administrados 
Todos são iguais perante a lei. Não pode haver distinção no atendimento aos administrados. Essenciais, pessoas são iguais em tudo, é mais amplo (abrange todos os direitos). Diferença para o Princípio da impessoalidade: este está contido no Princípio da Finalidade, vê o aspecto da não distinção. No da igualdade o interesse público deve sempre prevalecer.
10). Do poder–dever
Todo agente tem dever de agir dentro de seu limite de competência, a favor da Administração, sem a necessidade de provocação de quem quer que seja. Faz porque pode e deve. É um poder dado dentro de uma hierarquia. É o poder de deixar de fiscalizar. Posso e devo, dentro dos limites de hierarquia (não fiscalizo meu superior, e sim meu subalterno). Ex.: Prefeito designou uma comissão para apurar provável favorecimento a uma empreiteira que estaria usando equipamentos do município. Os acusados em sua defesa, alegaram que o uso dos equipamentos era em obra de interesse da prefeitura e que o fato haverá sido comunicado ao chefe de gabinete do prefeito. A comissão concluiu pela inexistência de ilicitude, razão por que ato do prefeito manteve a prática.
O caso acima:
Feriu o princípio da indisponibilidade de bens públicos: Responsabilidade de quem liberou os equipamentos. 
Feriu o princípio da tutela administrativa: Faltou fiscalização depois que o chefe de gabinete foi informado que era ilegal e liberou. Ele deveria ter agido antes da denúncia. O chefe de gabinete tinha o poder e dever de rever seu ato.
Feriu o princípio das hierarquia: O prefeito manteve o que os subordinados decidiram (inversão de hierarquia). 
Feriu o princípio da igualdade: Houve favorecimento a um administrado (a empreiteira). 
Feriu o princípio da impessoalidade e da moralidade: (mesmo motivo do item anterior).
11) Da auto executoriedade
Os atos administrativos são auto executáveis, não há que se contestá-los, mas sim cumpri-los. O ato tem que ser cumprido de imediato, já que goza da presunção de legitimidade, e só depois, se for o caso, poderá ser contestado.

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