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1 1 Conceito e princípios gerais do Direito Administrativo .............................................................. 01 Administração Pública. Administração direta e indireta ............................................................ 09 Órgãos Públicos, conceito, classificação ................................................................................. 18 Terceiro Setor. Organizações Sociais e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público................ .......................................................................................................................... 20 Regime jurídico administrativo ................................................................................................. 22 Poderes Administrativos .......................................................................................................... 22 Atos administrativos, classificação, requisitos, extinção, espécies ........................................... 27 Licitações e contratos administrativos ...................................................................................... 37 Responsabilidade civil do Estado ............................................................................................. 61 Agentes Públicos, classificação, regime jurídico, direitos e deveres, responsabilidade civil, criminal e administrativa. .............................................................................................................................. 65 Abuso de poder e desvio de finalidade .................................................................................... 86 Improbidade Administrativa ...................................................................................................... 87 Controle da Administração ....................................................................................................... 99 Bens Públicos ........................................................................................................................ 103 Intervenção do Estado na propriedade .................................................................................. 106 Serviços Públicos, concessão, permissão e regime das parcerias público-privadas. ............. 111 Questões ............................................................................................................................... 117 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1 1. Conceito: Segundo Helly Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é um conjunto harmônico de Princípios Jurídicos (chamado Regime Jurídico Administrativo), que regem os órgãos, entidades e agentes públicos, no exercício da atividade administrativa. Tendem a realizar de forma direta, concreta e imediata, os fins desejados pelo Estado. Observe que a definição do objeto de estudo do Direito Administrativo varia de época para época. É unânime, contudo, que o Direito Administrativo é um ramo do Direito Público. A princípio pensava-se que o Direito Administrativo tratava de tudo relacionado ao Poder Executivo. Tal afirmação é inverídica, vez que o Poder Executivo abrange outras áreas externas ao Direito Administrativo. Falou-se, ainda, que o objeto de estudo do Direito Administrativo era o serviço público. Mais uma vez a afirmação não procede, já que o Direito Administrativo trata de outras matérias, além do serviço público. Predomina, hoje em dia, que o objeto do Direito Administrativo é a Administração Pública, seja no sentido de administração do Estado, quanto da organização interna da Administração. 2. Princípios expressos e implícitos da Administração Pública 2.1. Pedras de toque do Direito Administrativo. Para Celso Antônio Bandeira de Melo, as Pedras de Toque são aqueles Princípios que estão na base do Direito Administrativo. São eles a Supremacia do Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. a) Principio da supremacia do interesse público: É um princípio indispensável ao convívio social. Traduz-se na superioridade do interesse público (a superioridade não é do administrador enquanto pessoa, e sim a vontade da maioria) em relação ao interesse privado. É um princípio implícito na Constituição Federal. Interesse público nada mais é do que o somatório dos interesses individuais dos seres considerados membros de uma sociedade, representando a vontade da maioria. Há interesses públicos primários e secundários. Interesse público primário é a vontade da maioria, enquanto Interesse público secundário é a vontade do Estado enquanto pessoa jurídica. O ideal é que sejam coincidentes, que caminhem juntos. Em caso de divergência deve prevalecer o interesse público primário. b) Principio da indisponibilidade do interesse público: Não se pode abrir mão do interesse público. O interesse público não pode ser livremente disposto. O Administrador exerce função pública, o que significa exercer atividade em nome e do interesse do povo. O interesse não é dele, é o do povo, logo ele não pode se dispor daquilo que não lhe pertence. Conceito e princípios gerais do Direito Administrativo 2 2.2. Princípios Expressos - Princípios Mínimos do Direito Administrativo Estão previstos no artigo 37, caput, CF. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte. I. Princípio da Legalidade Artigos 5º, II; 37, caput; 150, todos da CF: Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; O legislador repetiu a legalidade em diversos momentos. Para Seabra Fagundes sobre a legalidade para o direito público, “administrar é aplicar a lei de ofício.”. a) Legalidade para o particular: Para o particular pode TUDO, salvo o que estiver vedado por lei. Se a pessoa tem dúvida se pode, deve se fazer a seguinte pergunta: “A lei veda?”. Se a lei veda não pode, se a lei nada fala, PODE. Exemplos: Ex 1: Pode matar alguém? A lei ? Sim Não pode Ex 2: Pode desmembrar um terreno de sua propriedade? A lei ? Não pode b) Legalidade para o direito público: Diferente da legalidade do particular, só pode o que está previsto em lei, só pode o que está autorizado. A lei deve dizer expressamente que pode. É o critério de subordinação para com a lei. Se a pessoa tem dúvida se pode, deve se fazer a seguinte pergunta: “A lei permite?”. Se a lei permite pode, se a lei nada fala, NÃO PODE. É frequente em concursos a pergunta de quais são os princípios administrativos expressamente previstos na CF, e a resposta é LIMPE. L – legalidade I – impessoalidade M – moralidade P – publicidade E – eficiência Muitos concurseiros associam de alguma forma que a Administração precisa de uma “limpeza”. 3 Exemplos: Ex 1: Pode tombar um patrimônio histórico A lei ? Sim Pode Ex 2: Pode desapropriar um terreno de particular por capricho do administrador? A lei ? Não Não pode. II. Princípio da Impessoalidade O administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata, genérica. Para Celso Antônio Bandeirade Melo, “a impessoalidade traduz a ideia de que Administração tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentozas, nem favoritismos nem perseguições não toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, politicas ou ideológicas, não podem interferir na atuação administrativa”. Ato administrativo também é impessoal, o ato não é do administrador, é da pessoa jurídica que ele representa. III. Princípio da Moralidade: Traduz a ideia de obediência a princípios éticos, como probidade, moralidade. Significa, ainda, boa-fé e lealdade. Observe que a moral comum é diferente da moral administrativa. a) Moral comum: É correção de atitudes, certo e errado nas regras de convívio social. b) Moral administrativa: É correção de atitudes, precisa ser o melhor administrador possível. A moral administrativa é mais rigorosa. ATENÇÃO: Nepotismo: Veja a Súmula Vinculante nº 13, do STF. “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Hipóteses de Proibição do Nepotismo: b) Cônjuge (companheiro), parente até o 3º grau, em linha reta, colateral e por afinidade. c) Não pode haver parentesco entre o nomeante e o nomeado. d) O nomeado não pode ocupar o cargo em função gratificada ou comissão - Observe que se o nomeado prestar concurso não há problema. Cargo em comissão serve para direção, chefia e assessoramento. São os chamados cargos ad nutum, que são aqueles preenchidos com base em confiança, sendo, portanto, chamados de cargos em comissão, de livre preenchimento e exoneração. O cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa, reservado o número mínimo de cargos que devem ser preenchidos por funcionários já efetivos. Função de confiança, também serve para direção, chefia e assessoramento, também é baseado na confiança. Só pode ser dada a quem já tem cargo efetivo. A pessoa já tem o cargo efetivo e passa a exercer função de confiança. 4 O funcionário que exerce uma função de confiança tem mais responsabilidade, logo ele ganha uma gratificação, é a chamada gratificação por função de confiança, ele tem um acréscimo nas suas funções, consequentemente ele tem uma gratificação. e) Administração Direta, Indireta e em qualquer dos poderes. f) Dentro da mesma Pessoa Jurídica: Dentro da mesma Pessoa Jurídica não pode haver essa relação de parentesco entre chefe e funcionário que ocupa cargo em comissão ou função gratificada sequer em diferentes setores (diferentes poderes), quais seja, judiciário, legislativo e executivo. Nepotismo Cruzado: Também não pode ocorrer o nepotismo cruzado. O nepotismo cruzado ocorre quando o servidor nomeia o cônjuge ou o parente de outra pessoa em troca de que essa pessoa nomeie seu cônjuge ou parente. Por exemplo: Maria, servidora, nomeia Carlos para exercer uma função de confiança. Carlos não tem nenhuma ligação com Maria, logo não haveria, a princípio, a configuração do Nepotismo. Ocorre que Carlos foi nomeado por Maria a pedido de Cícero (irmão de Carlos). Cícero, em contrapartida, nomeia o marido de Maria (Marcos) para uma função de confiança na mesma Pessoa Jurídica em que trabalha. Assim, o Nepotismo Cruzado é uma troca de parentes/cônjuges STF e o Nepotismo no Brasil: Agentes políticos não estão sujeitos a sumula vinculante nº 13 (RCL 6650 e 7834, AgR RCL 66750). Assim, o agente político pode ter parente na mesma Pessoa Jurídica. IV. Princípio da Publicidade: O Conhecimento Público é o primeiro objetivo do Princípio da Publicidade. São funções/resultados do Princípio da Publicidade: a) Condição de Eficácia: O ato administrativo só passa a produzir efeitos a partir da publicidade. Por exemplo, a administração realiza uma licitação celebrando um contrato e esquece-se de publicar, esse contrato é válido, mas não vai produzir efeitos. b) Mecanismo de Controle: Além disso, a publicidade é mecanismo de controle, uma vez que se podemos rever, podemos controlar. a) Fundamentos Constitucionais: - Art. 37, caput. - Art. 5º, XXXIII – direito à informação. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; - Art. 5º, XXXIV XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; - Art. 5º, LXXII LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 5 b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; b) Exceções ao Princípio da Publicidade: - Art. 5º, X – São exceções à publicidade os casos que comprometerem a intimidade e vida privada das pessoas. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; - Art. 5º, XXXIII – Se a informação põe em risco a segurança do Estado ou da Sociedade. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; - Art. 5º, LX - o artigo traz os atos processuais que correm em sigilo, é uma previsão legal. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; c) Dever de Publicidade x Promoção Pessoal: O artigo 37, §1º traz na 1ª parte um dever de publicidade da Administração Pública e, caso o servidor não respeite este artigo, ele estará praticando Improbidade Administrativa. O artigo também veda promoção pessoal, ou seja, afirma que não pode constar nada que vincule a PESSOA do administrador, uma vez que vira promoção pessoal. A questão aqui é que os feitos realizados pelo administrador foram feitos DA ADMINISTRAÇÃO Pública, praticados pelo administrador, que estava somente exercendo sua função. Observe que fazer promoção pessoal também é ato de Improbidade Administrativa. Por exemplo, o administrador que dá o nome dele ao hospital da cidade, ao fórum, à procuradoria. Este previsão também está no art. 11, da Lei 8429/92. § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. V. Princípio da Eficiência Os pilares da eficiência são: - Melhor Produtividade possível - Economia - Ausência de desperdício - Agilidade A Eficiência deve ser quanto aos meios e quanto aos resultados. Não adianta gastar uma “ninharia” e ser completamente ineficiente, deve-se gastar o menos possível para resolver o máximo possível. 2.3. Princípios Implícitos do Direito Administrativo: São de sumaimportância para o Direito Administrativo. I. Princípio da Isonomia: Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades. O objetivo é aqui é igualar os desiguais. Imagine você que o Zé cortador de cana, que possui uma casinha de 4 cômodos, pagasse o mesmo tanto de Imposto que o dono de uma grande emissora de televisão, ou um cantor famoso. Se assim fizesse, a Administração os trataria como IGUAIS. Ocorre que, buscando igualar as desigualdades, a Administração isenta o Zé de pagar imposto e cobra bem mais do artista. Isso é tratar os desiguais na medida de suas desigualdades. Essa situação cria uma grande polêmica quando se trata de concursos públicos, na qual para medir a desigualdade, deve-se observar se a descriminação está de acordo com a norma. 6 Exemplo: Um concurso para salva-vidas. O edital diz que cadeirantes não podem prestar o concurso. Qual a descriminação? Exclusão do cadeirante. É uma exclusão de acordo com a norma? Sim, está de acordo. Ela não viola o princípio, pois o cadeirante não conseguiria prestar a função. Exemplo 2: Um concurso para função administrativa da PM, excluindo o cadeirante. Viola o princípio da Isonomia, pois um cadeirante pode exercer normalmente uma função administrativa. Exemplo 3: Concurso para trabalhar na cadeia feminina, com o edital excluindo homens. Não viola o princípio. A jurisprudência é sólida no sentido de que para se exigir alguma diferenciação em Concurso deve preencher 3 requisitos: - A exigência tem que estar na lei da carreira - A exigência tem que ser compatível com as atribuições do cargo - A exigência tem que estar no edital. II. Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: São limites à liberdade do administrador. É a proibição dos excessos. Este princípio significa que o administrador deve agir de forma lógica, com congruência, razoável e com coerência e propósito. Para o Direito Administrativo, Proporcionalidade significa equilíbrio e está embutida no Princípio da Razoabilidade. É a coerência, o equilíbrio entre os lados positivos e negativos, benefícios e prejuízos. III. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa Estão previstos no art. 5º, LV, CF: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Limite de idade: Observe que o Limite de Idade é legal, desde que previsto em lei, previsto no edital e compatível com a atribuição do cargo – Súmula 683, STF e art. 7º, XXX, CF. Veja: STF Súmula nº 683 - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido Art. 7º, CF São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Importante ler a Repercussão Geral 600.885, a qual afirma que estas diferenças dependem de previsão em lei. 7 O contraditório é o direito de a parte ter conhecimento do processo. A partir do momento que ela está no processo, estabelece-se a lógica da bilateridade (base lógica do Contraditório) e a obrigação de ouvir a parte (base política do Contraditório). Com isso surge a oportunidade de defesa (ampla defesa). IV. Princípio da Continuidade: O Estado presta um serviço público, do qual é obrigado, serviço este que deve ser prestado de forma ininterrupta. Importante observar, aqui, a possibilidade de Corte em Serviços, que está prevista no art. 6º, §3º, da Lei 8987/95: § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. Assim, o corte no serviço é possível nos seguintes casos: - No caso de urgência: Exemplo: Cidade fica sem energia porque a energia colocava em risco a própria cidade com as chuvas torrenciais. - Com prévio aviso, em respeito às normas técnicas, diante da segurança das instalações. O prédio possui uma péssima instalação elétrica, pondo em risco aos moradores. - Com aviso prévio, diante do inadimplemento do usuário. Usuário que não paga a conta. Prevalece em nossa jurisprudência que, mesmo se tratando de serviço essencial, pode ser cortado em caso de inadimplência. A ideia é que deve prevalecer a Supremacia do interesse publico (uma vez que se ninguém pagar a conta, a empresa vai falir e ninguém mais terá o serviço), respeitar o Princípio da Isonomia (tratar desigualmente os desiguais, no caso usuário pagador e não pagador), bem como o Princípio da Continuidade (para o usuário que está pagando). V. Princípio da Autotutela: Este princípio significa que a Administração pode rever seus próprios atos. Se os atos forem ILEGAIS, a Administração deve anulá-los. Se os atos são INCONVENIENTES a Administração irá revogá-los. Este princípio está reconhecido em duas Súmulas importantes, as Súmulas 346 e 473, do STF. Veja: STF Súmula nº 346 - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. STF Súmula nº 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Maria Silva Z. di Piettro traz outra ideia ao Princípio da Autotutela: ela afirma ser um dever de cuidado, de zelo pelos seus bens, pelo seu patrimônio e pelos seus direitos. Dica: O STF editou a Súmula Vinculante nº5: STF Súmula Vinculante nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. 8 VI. Presunção de Legitimidade Os atos administrativos são presumidamente legítimos, legais e verdadeiros. Ou seja, Presunção de Legalidade significa presunção de Legitimidade (de acordo com a moral), Legalidade (de acordo com a lei) e Veracidade (de acordo com a verdade). Esta é uma presunção relativa, juris tantum, de modo que admite prova em contrária. Questão de Concurso: Qual é a consequência prática da Presunção de Legalidade? É a aplicabilidade imediata do ato. Observe que uma lei revestido de ilegalidade pode sim ser contestado, mas até que isso seja decidido em seu favor, você deve cumprir a ordem/lei. O ato administrativo tem uma aplicação imediata. O sujeito pode sim contestar depois, mas até ele não conseguir esta decisão favorável a ele, ele deve cumprir. VII. Princípio da Especialidade Quando a Administração Direta cria as pessoas Jurídicas da Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista), ela fixa a finalidade específica por intermédio de uma lei. Segundo este princípio, as PJ da Administração Indireta estão vinculadas à sua finalidade específica, prevista na Lei de criação. Esta finalidade só pode ser alterada pela nova lei. Este princípio foi criado para a Administração Indireta, mas hoje ele serve para todos os órgãos públicos. Participação do Poder Judiciário em decisões do Poder Administrativo: O Poder Judiciário pode rever qualquer ato administrativo, mas somente no que tange à Legalidade, nunca quanto ao Mérito. Isso porque o Poder Judiciário não pode se meter quanto à Liberdade, Discricionariedade, Juízo de Valor, Conveniência e Oportunidade. Ex: A cidade X precisa desesperadamente de um Hospital E de uma escola E de uma Praça. A prefeitura só tem dinheiro pra um e tem que escolher. Então elesescolhem o hospital, o Poder Judiciário jamais pode controlar essa escolha, porque ela faz parte do juízo de conveniência da Administração. No mesmo exemplo, contudo, se a Administração escolhe a Praça, ela viola o Princípio Constitucional da Razoabilidade e Proporcionalidade, de modo que, aí sim, sua atitude pode ser revista pelo Judiciário. 9 A Organização Administrativa estuda a estrutura da organização, ou seja, seu conjunto de órgãos e entidades. O Decreto-Lei nº 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração em âmbito Federal. 1. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração Quem presta o serviço é a Administração Direta (Administração Centralizada), ou seja, União, Estado e Município. Para facilitar o serviço, a Administração pode se valer de dois institutos: a descentralização e a desconcentração; Na DESCONCENTRAÇÃO a Administração se divide dentro de seu próprio núcleo. Ou seja, ao invés de ficar tudo com a União, essa divide as tarefas dentro do próprio núcleo administrativo, ou seja, entre os Estados, Municípios e seus Órgãos. Assim, na Desconcentração temos a MESMA pessoa, mas com hierarquia e subordinação. Dica - Ponderação de Interesses: Muitas vezes certas situações nos levam à escolha entre dois princípios, de modo que devemos ponderar o maior interesse. Por exemplo, em cargos públicos, a regra é o concurso e a nomeação dos aprovados. No final da década de 80 alguns servidores foram nomeados sem concurso, o que violou o princípio da legalidade. Em 2009 o caso chegou aos tribunais superiores. Os funcionários, após quase 20 anos, deveriam ter sido demitidos? Em relação ao dever de legalidade sim, mas os servidores estavam de boa-fé, de modo que como fica o principio da segurança jurídica? Deve-se respeitar a legalidade, deve-se respeitar a boa-fé e deve-se respeitar a segurança jurídica. A solução é ponderar: se mandar o servidor embora irá gerar mais prejuízo do que beneficio, logo se optou por deixá-los no cargo. Administração Pública. Administração direta e indireta 10 Já na DESCENTRALIZAÇÃO, o serviço SAI da Administração Direta e começa a ser dividido entre outras pessoas (é mais amplo), como, por exemplo, com a Administração Indireta ou Particulares. Assim, na Descentralização cria-se NOVA pessoa, mas sem hierarquia e sem subordinação. Há somente um controle e fiscalização. Note com as figuras que na Desconcentração a Administração se divide dentro de seu próprio círculo (como um grupo de amigos ciumentos, ou uma empresa toda gerenciada pela mesma família!), enquanto a Descentralização expande o âmbito de serviços, abrindo espaço para outras pessoas. 1.1. Descentralização Administrativa: É possível descentralizar por intermédio de Outorga e Delegação. 1.1.1. Descentralização por Outorga: Ela transfere a execução do serviço para as pessoas da Administração Indireta (Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público). Esta outorga deve ser feita por lei. União Ministérios Estado Municípios DICA: É comum os concurseiros utilizarem o lembrete: DESC O NCENTRAÇÃO - CRIA ÓRGÃOS DESC E NTRALIZAÇÃO - CRIA ENTIDADES 11 Tome nota: Muito cuidado, a titularidade do serviço público nunca se transfere, só o Exercício. Muitos autores afirmam que na Outorga se transfere a Titularidade, mas que ela permanece com o Poder Público. A informação é confusa, vez que o Poder Público transfere, mas mantém. De qualquer forma a doutrina majoritária e a posição de todos os concursos, é de que a titularidade não se transfere em nenhuma hipótese, nem na outorga, nem na delegação! Por isso essa deve ser a sua resposta na sua prova! 1.1.2. Descentralização por Delegação: A delegação transfere a execução do serviço, pode ser delegado por lei, por contrato administrativo ou por ato administrativo unilateral. Delegação por lei pode ser feita a pessoas da administração indireta de direito privado. Delegação por Contratos administrativos podem ser feito aos Particulares, por exemplo, Concessionárias e Permissionária de Serviços, como Transporte Coletivo e Telefonia. Delegação por Atos administrativos unilaterais podem ser feito aos Particulares, por exemplo, autorizações ou serviços de Táxi. 2. Administração direta e indireta I. Administração Direta: A administração direta é aquela exercida pelo conjunto dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Veja: Neste caso os próprios membros da Administração DIRETA exercem DIRETAMENTE suas atividades e funções, por meio de seus ÓRGÃOS. Segundo o Decreto-Lei 200, de 1967, a Administração no âmbito federal, por exemplo, se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II. Administração Indireta São Pessoas Jurídicas de Direito Público ou Privado, que prestam serviços públicos ou, excepcionalmente, atividades econômicas. Materializam-se nas formas de Autarquia, Fundação, Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. II.I. Características: a) Têm personalidade jurídica própria A consequência direta da personalidade jurídica é que ela responde pelos seus atos. Deste modo, se um motorista de uma Autarquia atropelar alguém, o responsável será a própria Autarquia. Se a pessoa da Administração Indireta paga suas próprias contas, isso significa que ele tem sua própria receita e patrimônio. Esta receita pode ter qualquer origem legal, quais sejam, doações de particulares, dinheiro da Administração Indireta, seja o que for. Para cuidar de seu próprio patrimônio e receita, ressalta-se, ainda, que a pessoa da Administração Indireta deva ter autonomia técnica, autonomia administrativa e autonomia financeira. União Estado Municípios DF 12 b) Criação e Extinção das Pessoas Jurídicas Observe o artigo 37, XIX, CF: XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação A LEI ORDINÁRIA específica cria a Autarquia (Fundação Pública de Direito Público) e autoriza a criação de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação Pública de Direito Privado. Observe que quando a lei cria, ela exaure o ato por si só, ela já cria, enquanto quando a lei autoriza, ela somente libera a posterior criação de um órgão da Administração Indireta, ou seja, ela ainda precisa ser criada. Observe o seguinte quadro elucidativo: Lei Ordinária Específica Cria Autarquia (Fundação Pública de Direito Público) Lei Ordinária Específica Autoriza Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação Pública de Direito Privado. Quando a lei autorizar, deverá ser feito o Registro do órgão. Se o órgão tiver natureza empresarial será registrado na Junta Comercial, se tiver natureza civil, registra no Cartório. Do mesmo modo que a lei cria e autoriza a criação, a lei extingue o órgão. Lembre-se sempre, “o que a lei faz, o administrador não derruba”. Ademais, uma LEI COMPLEMENTAR definirá as possíveis finalidades da Fundação. c) Não tem fins lucrativos: Observe que pode haver lucro, mas não é o objetivo, o escopo. Não se cria para dar lucros, se cria com outros fins, mas pode dar lucro. d) Tem finalidade específica e está vinculada a essa finalidade: Ou seja, elas estão vinculadas à finalidade. É o princípio da Especialidade. Veja que para mudar a finalidade do órgão da Administração Indireta deve haver uma nova lei. e) Controle: Não há hierarquia entre a Administração Direta e Indireta, nem um controle, mas uma supervisão. Ressalta-se que a Supervisão Ministerial, que cai bastante em concurso, é realizada pelo Ministério daquele ramo de atividade (Saúde, Educação, etc.). Por exemplo,uma Fundação que cuide do Meio Ambiente será supervisionada pelo Ministério do Meio Ambiente. Esta supervisão pode controlar Receitas e Despesas e se o órgão está cumprindo sua finalidade (Controle Finalístico). Ademais, o Ministério supervisiona a escolha pelo Chefe do Executivo da nomeação dos dirigentes da Administração Indireta. 3. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista 3.1. Fundação: A Fundação nada mais é do que um PATRIMÔNIO, destacado por um FUNDADOR, para uma finalidade específica, ou seja, um patrimônio personalizado. Há dois tipos de fundação, a Fundação Privada e a Pública. Se o fundador for um ente Público será uma Fundação Pública (objeto de nosso estudo), se o fundador for um ente Particular será uma Fundação Particular (objeto do estudo do Direito Civil). A Fundação Pública se subdivide em dois regimes: A Fundação Pública de Direito Público e a Fundação Pública de Direito Privado. A fundação pública de Direito Público é CRIADA por lei ORDINÁRIA e se materializa na AUTARQUIA. A fundação pública de direito privado é uma fundação governamental, ou seja, a lei ORDINÁRIA AUTORIZA a criação. Observe que a Lei ORDINÁRIA cria as fundações, enquanto a LEI COMPLEMENTAR lista as possíveis finalidades da Fundação. Pergunta de Concurso: Para criar as pessoas jurídicas da administração indireta é preciso lei? Sim, algumas vezes a lei cria, algumas vezes autoriza, mas tem que ter lei. Observe um quadro das Fundações: 13 Fundação Pública Regime Público Autarquia Criada pela Lei Regime Privado Fundação Pública de Regime Privado Autorizada pela Lei Fundação Privada Direito Civil Direito Civil 3.2. Autarquia: É uma pessoa jurídica de direito público. Ela pratica atividades típicas de Estado, logo ela basicamente presta os serviços públicos mais importantes. Observe que, em caso de branco em um concurso, lembre-se que a Autarquia tem características muito similares às pessoas que compões a Administração Direta. Exemplos de Autarquia: INSS, INCRA, Universidades Federais, Conselhos de Classe, IBAMA, BACEN. a) Regime Jurídico: I. Atos e Contratos: Os atos e contratos da Autarquia são administrativos. Logo os contratos da Autarquia possuem cláusulas exorbitantes e DEVEM LICITAR. II. Bens Autárquicos: Como pessoa Jurídica de Direito Público os bens são bens públicos. Os bens autárquicos são relativamente inalienáveis, ou seja, em preenchidas certas condições, os bens podem ser alienáveis. Os bens autárquicos são, ainda, impenhoráveis, ou seja, não podem ser objeto de penhora, arresto e sequestro. Os bens autárquicos não podem, da mesma forma, ser onerados. Ou seja, bem público não pode ser objeto de penhor e hipoteca. Os bens autárquicos são, por fim, imprescritíveis, ou seja, não pode ser objeto de prescrição aquisitiva, o que significa que em bem público não cabe usucapião. III. Débitos Judiciais: Quando uma pessoa física deve pra alguém e não paga, via de regra, penhoram-se seus bens para saldar as dívidas. Quando a Fazenda Pública deve (União, Estados, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público), ao invés de penhorar seus bens, expede-se uma ordem de pagamento, para que aquela dívida seja incluída no orçamento do Poder Público. Este tipo de pagamento recebe o nome de Regime de Precatório (art. 100, CF). Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. A Autarquia também paga por Regime de Precatório, mas a vantagem é que a fila da Autarquia anda mais rápido, ela é menor. Cada autarquia tem a sua fila de precatório. IV. Responsabilidade Civil Está previsto no art. 37, §6º, da CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Para a autarquia vale a Teoria Objetiva da Responsabilidade. A responsabilidade do Estado é subsidiária. Se a Autarquia não puder pagar o débito, em segundo plano, o Estado irá pagar. V. Procedimento Financeiro: A autarquia está sujeita à Contabilidade Pública e à Lei da Responsabilidade Fiscal. VI. Prescrição: Prescreve o direito de entrar em juízo contra a Autarquia em cinco anos, conforme Lei 209.10/32. VII. Regime Processual: A Autarquia recebe tratamento de Fazenda Pública. O prazo é dilatado (art. 188, CPC). Este prazo é quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. 14 Ademais, o reexame dos processos que envolvem a Autarquia é necessário, ou seja, mesmo sem recurso, o caso deve ser levado ao Tribunal. Não é uma regra absoluta, conforme art. 475, CPC. Assim, se a ação tiver um valor baixo (até 60 salários) ou já foi julgada pelo pleno, exclui-se o reexame necessário. VIII. Regime Tributário A Autarquia pode ser cobrada de taxa e contribuição, mas tem imunidade para os impostos. Veja o art. 150, VI, “a”, CF e 150, §2º, CF. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Esta imunidade recíproca, no entanto, só vale para sua finalidade específica, para a qual ela foi criada. IX. Regime de Pessoal O trabalhador da Autarquia é servidor público. O regime jurídico (CLT ou Estatuto) depende do escolhido naquela ordem política. Escolhe-se entre o regime estatutário ou da CLT. A regra é que em uma única ordem política só pode ter um único regime. Se a escolha é CLT, naquela ordem política todos serão CLT e vice-versa. 3.2.1. Autarquia de Regime Especial: Autarquias em Regime Especial são Autarquias que a lei conferiu algum privilégio ou peculiaridade, aumentando sua autonomia. a) Universidades Públicas: As Universidades Públicas são consideradas autarquias especiais porque a escolha do Reitor é por votação dos discentes, docentes e funcionários. O dirigente, ainda, assume um mandato com prazo certo e determinado. Ademais, outra característica peculiar é que as Universidades têm autonomia pedagógica, ou seja, têm autonomia para decidir as grades. b) Conselhos de Classe I. Regras: - Anuidade de natureza tributária e Execução Fiscal: O conselho de classe cobra anuidade, a qual tem natureza tributária, gerando a cobrança via execução fiscal. - O Conselho de Classe está sujeito à contabilidade pública - O Conselho de Classe está sujeito ao controle do tribunal de contas. - O Conselho de Classe está sujeito a Concurso Público. II. Conselhos de Classe x OAB: A OAB tem características peculiares: - Anuidade de natureza comum e Execução Comum: A cobrança da anuidade da OAB é por via de execução comum (segundo o estatuto e Jurisprudência), de modo que a anuidade não tem natureza tributária. - A contabilidade não segue o regime público. - OAB não é controlada pelo Tribunal de Contas - Não requer Concurso Público: Na ADI 3026 o STF decidiu que a OAB não faz parte da administração indireta, mas sim é categoria ímpar de Pessoa Jurídica que, por não ser órgão da administração, não requer Concurso Público. 15 c) Agências Reguladoras A partir de 1995 o governo brasileiro lançou a política nacional de privatizaçãoou desestatização. Com a desestatização deste serviço público, surgem as agências reguladoras para fiscalizar estas atividades praticadas pelos particulares. Assim, seu papel é normatizar, fiscalizar, regular e controlar as atividades transferidas para a Iniciativa privada. A criação de uma Pessoa Jurídica só para isso dá uma ideia de maior segurança. Exemplos de Agências Reguladoras: ANEEL, ANATEL, ANS, ANVISA, ANTT, ANTAQ, ANAC, ANP, ANCINE. Cuidado, nem tudo que tem nome de Agência é reguladora. Lembre-se também da CVM (comissão de valores mobiliários), que não tem nome de agência, mas é uma. Ela é uma autarquia de regime especial pelos seguintes motivos: - Tem mais autonomia, mais independência, mais estabilidade e mais liberdade frente ao ente que a criou que as demais Autarquias. - Escolha dos dirigentes – Investidura especial: A escolha é feita pelo Presidente da República (chefe do executivo, como toda autarquia), mas deve ser aprovado pelo Senado Federal. - O mandato tem prazo fixo: Quem define o prazo é a Lei da Agência. O dirigente só sai antes do prazo com a condenação administrativa ou judicial (a judicial deve ser transitada em julgado) ou Renúncia. Encerrado o Mandato o dirigente tem um prazo de quarentena, ocasião em que não pode trabalhar na iniciativa privada naquele ramo de atividade. Isso porque, por exemplo, se o ex-presidente da ANATEL vai trabalhar em uma empresa de telecomunicações, ele vai saber de tudo sobre todas as empresas de telecomunicações no Brasil. Este prazo é de quatro meses e durante este tempo ele é remunerado. Algumas agências determinam 12 meses. I. Regime Jurídico das Agências Reguladoras: A licitação das agências reguladoras estava prevista dentro de leis próprias, mas o STF decidiu que era inconstitucional órgãos da administração indireta estarem fora da Lei 8.666, bem como cada agência ter um procedimento específico. II. Regime de Pessoal da Agência Reguladora: Antes os funcionários de AR eram temporários e celetistas. Com o surgimento da Lei 9986/00 e, após, a Lei 1087/04, bem como com a ocorrência da ADI 2310 e ADIN 3678, ao longo do tempo, agora eles são funcionários públicos e estatutários; contudo, para não prejudicar aqueles que já tinham cargos antes de todas essas modificações, muitos temporários daquele tempo ainda remanescem sendo prorrogados pelo Presidente da República. d) Agências Executivas: As Agências Executivas foram criadas pela Lei 9.649/98. São nada mais que velhas Autarquias ou velhas Fundações Públicas, ineficientes e sucateadas, que precisavam melhorar suas atividades. Por ser uma Autarquia ou Fundação elas seguem todas as regras já estudadas. Para criá-la precisam-se respeitar algumas etapas: - Elaborar um plano estratégico - Elaborar um contrato de gestão – o objetivo era se tornar mais eficiente, para isso o Contrato de Gestão provém mais liberdade e autonomia e, claro, mais recurso público. Veja que o status do contrato de gestão é temporário, depois que acabar o contrato ela volta a ser uma Autarquia/Fundação. Observe que Estados e Municípios também podem criar Agências Executivas. 3.3. Pessoas da Administração Indireta - Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: A Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista são Pessoas Jurídicas de Direito Privado, mas o regime não é verdadeiramente privado, é um regime híbrido. 16 Muito Importante - ATENÇÃO: Diferente da Autarquia e Fundação que estudamos até agora, as quais exercem serviços públicos, a EP e a SEM podem exercer tanto um serviço público quanto privado. Quando elas exercem serviço público elas obedecem a normas que muito se aproximam do Direito Público, mas quando exercem serviços típicos de particulares, regem-se pelas normas comuns aplicáveis a qualquer empresa particular, aproximando-se do Direito Privado. Observe que não são absolutos. Segundo a autora Fernanda Marinella, quando exercem serviço público, seu regime será MAIS PÚBLICO DO QUE PRIVADO, enquanto se ela for prestadora de serviço privado ela será MAIS PRIVADO do que público (e não absolutamente público ou privado). Veja, por exemplo, que uma Empresa Pública que exerce atividade econômica, mesmo seguindo regras do Direito Privado, ainda deve respeitar os Princípios da Administração. Assim, quando a atividade for dirigida à prestação de serviço público, predominará regime público. Caso a atividade destes entes seja dirigida a explorar atividade econômica predominará o regime privado. Segundo o art. 173, CF, o Estado só deve explorar atividade econômica se: necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Se a empresa está na atividade econômica, deveremos lembrar o art. 173, §2º, CF: Art. 173. § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Ou seja, se naquele ramo a empresa privada tem X privilégio, a empresa pública também terá aquela X privilégio. Se naquele ramo a empresa privada não tem Y privilégio, a empresa pública também não terá aquela Y privilégio. O motivo de o nome ser “público” está ligado, não ao Regime, mas ao capital. O capital é exclusivamente público na Empresa Pública (mas não necessariamente de um só ente). Já na Sociedade de Economia Mista, o capital será misto, ou seja, uma parte pública e uma parte privada, contudo, a maioria do capital votante deve ser do poder público. Como visto, ambos podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica. A Empresa Pública pode se materializar em qualquer modalidade empresarial, enquanto toda Sociedade de Economia Mista deve ser constituída na forma de S.A. Veja mais algumas semelhanças no Regime Jurídico da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista a) Bens: São privados quando ela exercer atividade econômica. b) Princípios Gerais da Administração: Mesmo com atividade econômica e sujeita a regime privado, deve obedecer aos princípios gerais da Administração. c) Prescrição: Não seguem o prazo de 05 anos da Fazenda. d) Estatuto: Elas poderão ter Estatuto Próprio: 17 Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Haverá uma lei específica que trará um estatuto próprio. e) Falência: Ambas estão fora do regime de falência. A lei 11.101/05 determina que Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista estão fora da falência. f) Responsabilidade Civil do Estado: Art. 37, §6º, CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Para saber se há responsabilidade do Estado, precisa checar se a Empresa Pública presta serviço público, se sim, vale o §6º, ou seja, a Responsabilidade Objetiva, se não, vale o Direito Civil e, via de consequência a Responsabilidade Subjetiva. Observe que se a Empresa Pública, neste caso, não tiver dinheiro, o Estado arcará com a responsabilidade. Mas, lembre-se: a responsabilidade do Estado é subsidiária, somente se a Empresa não tiver dinheiro. g) Bens: Em regra, os bens de ambos são privados e podem ser penhorados e alienados. Contudo, alguns bens de Empresa Pública ganham proteção especial. Assim, bens diretamenteligados à prestação do serviço público estarão protegidos, eles seguem o regime de bens públicos. O objetivo é manter a continuidade do serviço, porque, se aquele bem for tirado, o serviço público para. h) Regime Tributário: Mais uma vez, diferencia-se se presta serviço público ou particular. Se elas prestam serviço público com exclusividade a Jurisprudência orienta que ela ganhe imunidade. Esta imunidade vem na finalidade específica. Veja o art. 150, VI, a, CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Contudo, se a empresa está recebendo este encargo embutido no valor do serviço, ela não tem esse privilégio. Veja o art. 150, §3º: § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. i) Licitação: Se explorar atividade pública, tem que licitar. O art. 37, I, CF e o art. 1º, parágrafo único da Lei 8.666 determinam que órgãos da administração pública direta e indireta, devem licitar. No que tange a atividade privada, o art. 173, §1º, inciso III traz que elas devem ter Estatuto Próprio, contudo até hoje não existe este estatuto. Enquanto este estatuto não sair, ambas estarão sujeitas a Lei 8.666. Observe que a Lei 8.666 não faz distinção entre o serviço público e privado, logo também tem que licitar. Veja o art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666. Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art22 18 III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; Assim, empresas públicas ou sociedades de economia mista, prestando serviços públicos ou privados, devem licitar. Observe que a empresa pública, na sua atividade fim, não precisa licitar. 3.3.1. Diferenças entre Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública: Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Prestadora de serviço público ou exploradora da atividade econômica Prestadora de serviço público ou exploradora da atividade econômica Capital Público (1) Capital parte público e parte privado (1) Federal – J. Federal Municipal ou Estadual – J.Est. Justiça Estadual (exceto se a União for assistente ou oponente) Qualquer modalidade de empresa Deve ser S.A. (1) Elas diferem quanto ao capital (A EP tem capital público que pode pertencer a mais de um ente; A SEM tem capital parte público e parte privado), quanto à modalidade de empresa (A EP pode ser qualquer uma e a SEM deve ser S.A). (2) Competência para julgar as ações. Esta competência está prevista no art. 109, da CF. A Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista, estaduais e municipais, são de competência da Justiça Comum Estadual. A Sociedade de Economia Mista Federal é de competência da Justiça Comum Estadual A Empresa Pública Federal é competência de Justiça Federal Contudo, se a União tiver interesse ela trará o julgamento para a Justiça Federal (Súmulas 517 e 556, STF). (3) A EP pode se constituir como qualquer modalidade de Pessoa Jurídica, enquanto a SEM é obrigatoriamente uma Sociedade Anônima. 1. Órgãos Públicos: Órgãos Públicos são centros especializados de competência. Eles são, por exemplo, as Secretarias, Ministérios, DETRAN dentre tantos outros que ajudam a Administração em suas tarefas. Muito cuidado, uma coisa é Administração Direta e Indireta (já estudadas), outra coisa são os órgãos, que são unidades dentro da Administração Direta ou Indireta que executam serviços de sua competência. Observe que a Administração Indireta também possui órgãos púbicos. Estão previstos no art. 2º, da Lei 9784/99. Órgãos Públicos, conceito, classificação 19 2. Teoria do Órgão: É a Teoria acolhida no nosso Ordenamento Jurídico, na qual a relação Estado/Agente decorre de previsão legal. Segundo Maria S. Z. Di Pietro, pela Teoria do Órgão, “a Pessoa Jurídica manifesta sua vontade por meios dos órgãos, de tal modo que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse”. Assim, as vontades do agente e do Estado se confundem. 3. Características: a. Órgão Público não tem Personalidade Jurídica. Deste modo, o Órgão Público não pode ser sujeito de direitos ou obrigações. Assim, a responsabilidade será da Pessoa Jurídica. Questão de Concurso: duas crianças (por óbvio, incapazes) na Escola Pública Municipal e uma fura o olho da outra. A Escola é um órgão público, logo não pode responder o processo. Quem responderá é a PJ responsável, no caso, o Município. b. Por não ter Personalidade Jurídica, o órgão público não celebra contrato. Observe que o órgão licita, é gestor do contrato, mas não assina. Quem assina é o representante da Pessoa Jurídica responsável. Assim, se o órgão é municipal, quem assina é o prefeito. c. Permite CNPJ O CNPJ foi criado pela Receita para controlar o fluxo de dinheiro. Mesmo que o órgão não tenha personalidade jurídica ele paga e recebe, ele movimenta dinheiro. Assim, a Receita admite que órgão público não tenha Personalidade Jurídica, mas é passível de CNPJ se houver fluxo de dinheiro (recursos públicos). d. Órgão Público pode ir a Juízo excepcionalmente Esta é a orientação que prevalece. Segundo a jurisprudência ele pode ir a Juízo em busca de prerrogativas funcionais (o que diz respeito ao exercício de sua função) e, em regra, como Sujeito Ativo. Quando ele vai a Juízo, ele pode ter representação própria, inclusive os seus próprios procuradores. 4. Classificações dos Órgãos Públicos De acordo com a posição Estatal: São divididos em: Órgãos Independentes É aquele que não sofre qualquer relação de subordinação. Ele é sujeito ao controle de outros poderes, mas não a subordinação. Por exemplo, Comando do Legislativo, chefes executivos, tribunais superiores e juízos monocráticos (estão no comando de cada um dos poderes). Órgãos Autônomos Ele goza de autonomia e liberdade, mas está subordinado aos órgãos independentes. Exemplos: Ministérios, Secretarias, Consultoria geral da República, procuradoria Geral da Justiça. Órgãos Adm. Direta: União Estados Municípios Adm. Indireta: Autarquia Fundação EP SEM 20 Órgãos Superiores Eles não têm independência nem autonomia, mas ainda tem poder de decisão. Eles estão subordinados aos autônomos e independentes. Exemplos, Gabinetes, Coordenadorias, procuradorias Administrativas e Judiciais. Órgãos Subalternos Não têm poder de decisão e estão subordinados aos anteriores e um reduzido poder decisório. São órgãos de mera execução. Exemplos: Zeladoria, Almoxarifado, Departamento de RH ou de Xerox, Seção de Expediente. De acordo com a Estrutura São eles: Órgãos Simples (Unitário) Não possui outros órgãos agregados à sua estrutura. Não possui ramificações e desdobramentos. Exemplo: Seções Administrativas, Gabinetes. Órgãos Compostos Tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Exemplos: Delegacia de Ensino + Escolas, Hospitais/Postos de Saúde + Secretaria de Saúde. Quanto à atuação funcional São divididos em: Órgãos Singulares (Unipessoal) Um único agente toma a decisão. Ex: A presidência da República, o Juízo Monocrático. Colegiados A tomada de decisãoé coletiva. Ex: Tribunais, Conselhos (CNJ, CNPM) e Casas Legislativas. 1. Organizações Sociais: É a Pessoa Jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do poder público, mediante contrato de gestão, para desemprenhar serviço de natureza social. A entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o poder público, recebe a qualificação. É um TÍTULO outorgado e cancelado pelo Poder Público. Ela está prevista na Lei 9637/98. Veja alguns dispositivos: Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais. Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. Terceiro Setor. Organizações Sociais e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 21 § 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão. § 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social. § 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão. Ela pode atuar nas áreas de saúde, ensino, meio ambiente, cultura, desenvolvimento tecnológico e pesquisa científica. As obrigações do Poder Público e da Entidade são definidas por contrato de gestão. Os benefícios dados pelo Poder Público são, basicamente, auxílio orçamentário, disponibilização de bens, cessão de servidores e dispensa de licitação quando contratarem com a Administração. Importante a leitura da Lei 9637/98 na íntegra. 2. Organizações da sociedade civil de interesse público - OSCIP A Lei 9790/99, regulamentada pelo Decreto 3100/99 trata do assunto. Segundo o art. 1º, da Lei, podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei. Para ser uma OSCIP, as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, devem ter nos objetivos sociais pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta; V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que 22 perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação; VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão; c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal. Para melhor compreensão, interessante a leitura da Lei na íntegra (Lei 9790/99) O Regime Jurídico Administrativo é um conjunto sistematizado harmônico de princípios e normas, os quais dão identidade ao Direito Administrativo. Os princípios já foram estudados em tópico oportuno. 1. Características: Os poderes são prerrogativas, instrumentos da Administração. São características: Regime jurídico administrativo Poderes Administrativos 23 1.1. É obrigatório: É um poder-dever. A autoridade tem o dever de agir. Não é uma faculdade ou liberalidade. É uma obrigação de agir. 1.2. Irrenunciável: A autoridade não pode abrir mão, renunciar. Se a autoridade renunciar do interesse público, ele estará indo contra o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. A autoridade exerce função pública, o interesse e o direito são do povo, de modo que ele não pode abrir mão deste interesse. 1.3. Limites previstos em Lei A autoridade deve respeitar os limites previstos em lei. Deve respeitar a trinômia: necessidade + proporcionalidade + adequação (eficiente), ou seja, deve ser necessário, proporcional e adequado. Quando se extrapolar os limites, haverá abuso de poder. Ademais, a autoridade deve ser competente. Observe que a regra de competência estará prevista na lei,uma vez que a Administração só cumpre a lei, jamais indo além dela (Legalidade para o direito Público). 1.4. Cabe Responsabilização Caso a administração faça o que não deveria ou não faça o que deveria, ela deve responder. Assim, a administração deve ser responsabilizada, seja por ação ou por omissão. 2. Vinculação e Discricionariedade: Observe que a classificação entre vinculado e discricionário é amplamente criticada por Celso Antônio Bandeira de Mello e pela doutrina moderna. Para ele não existe poder vinculado e poder discricionário, uma vez que nenhum é puro. Para o autor, o que existe são atos vinculados e discricionários. Mas, independentemente da visão de CABM, esta divisão cai muito em prova e deve ser estudada. 2.1. Poder Vinculado A autoridade não tem liberdade ou juízo de valor. Não há juízo de conveniência ou oportunidade. Quando o ato é vinculado, uma vez preenchidos os requisitos legais, a Autoridade DEVE praticar o ato e ponto final. Ex: pessoa que passa nos exames para tirar CNH, deve receber o documento. A autoridade não pode querer ou não querer dar. Ela é vinculada à lei que diz que, uma vez preenchidos os requisitos, a CNH deve ser fornecida ao cidadão. Idem à licença para construir. Ex2: O ato de concessão de aposentadoria. Se a pessoa contribuiu X anos, não tem conversa, ela tem direito à aposentadoria. 2.2. Poder Discricionário Há juízo de valor. Há liberdade, conveniência e oportunidade. A autoridade olhará o caso concreto e decidirá se sim ou se não. Cuidado, a discricionariedade deve ser exercida nos limites da lei. Discricionário é completamente diferente de arbitrário! Exemplo: Permissão de Uso de Bem Público. Qualquer um pode usar a calçada para andar, uma vez que se está usando o bem público para sua atividade, mas se a pessoa quiser colocar as mesas de um bar na calçada ela precisa de autorização pública. A Administração então analisará se é conveniente e oportuno para população que essa licença seja concedida. Exemplo 2: Autorização para circular dentro da cidade alguns veículos de medidas muito maiores que a normal. 24 3. Poderes em Espécie: 3.1. Poder Hierárquico: É o instrumento que vai dar ao administrador a possibilidade de escalonar, hierarquizar e estruturar seus quadros. Estabelece-se uma relação de subordinação. As faculdades de uma relação hierárquica são as seguintes: a) Dar ordens b) Fiscalizar cumprimento das ordens c) Rever os atos dos subordinados d) É possível delegação (repassar a tarefa) e avocação (pegar para si a tarefa de outrem) de competência. e) Aplicar sanção/penalidade (é poder hierárquico e disciplinar) 3.2. Poder Disciplinar Aplicar sanção, em razão da prática de infrações funcionais. Atinge aqueles que estão na intimidade da função pública. Este poder é resultado da hierarquia. Poder Disciplinar é Discricionário ou Vinculado? Segundo a doutrina tradicional, o poder disciplinar é em regra discricionário. A doutrina moderna, por sua vez, afirma que alguns atos do poder disciplinar são vinculados e outros discricionários. Por exemplo, se um servidor for suspeito de infração, o administrador deve instaurar o processo (Poder Vinculado), contudo ao definir certas infrações como “conduta escandalosa” é poder discricionário. Em contrapartida, na determinação da pena deve-se seguir exatamente o que está na lei. Para Maria S. Z di Pietro o Poder Disciplinar é em regra discricionário, exceto quanto a obrigação da sanção. Assim, se souber da falta a Administração é obrigada a puni-la, mas uma vez instaurado o processo administrativo há discricionariedade na gravidade das punições. Na sua prova responda que o poder é, via de regra, Discricionário. 3.3. Poder Regulamentar: Para Maria S. di Pietro, o nome deste poder seria Poder Normativo. É o uso de ferramentas, instrumentos, que permitem que o administrador normatize, regulamente e discipline, definindo normas complementares à previsão legal, buscando sua fiel execução. Ex: Portaria que regulamenta a lei de drogas. O poder regulamentar se expressa por decretos regulamentares, portarias, instruções, regimentos, resoluções e deliberações. a) Formas de Controle do Poder Regulamentar: Pelo Poder Judiciário: O Poder Judiciário exerce um controle de legalidade. Ele observa a compatibilidade com a CF e com a lei. Pelo poder Legislativo: Segundo o art. 49, V, CF, o Poder Legislativo pode sustar atos que exorbitem poder regulamentar. a) Espécies de Atos Normativos: Os atos normativos podem ser: - Executivos: só complementam a lei. Eles não inovam o nosso Ordenamento Jurídico. - Autônomo: ele inova o Ordenamento Jurídico, criando uma nova regulamentação sem nenhuma base anterior. A nossa Constituição Federal só prevê um único caso, em seu art. 84, VI: Art. 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: 25 a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Cuidado, além dos regulamentos que são de competência do Presidente da República, podem outros atos normativos (resoluções, portarias, deliberações, instruções) serem editados por diversas autoridades, inclusive de escalões mais baixos. 3.4. Poder de Polícia: É aquele que permite ao poder público restringir, limitar e frenar a atuação do particular em nome do interesse público. Assim define o art. 78, do Código Tributário Nacional: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. A busca é por compatibilizar o interesse público versus o interesse privado, em busca do bem estar social. 3.4.1. Regras: a) Atinge a liberdade e a propriedade e a forma de exercer o direito: Ele só define a forma a se exercer o direito. O poder de polícia não atinge diretamente à pessoa do particular, ele atinge seus direitos e interesses. Ele define regras. Por exemplo, ao limitar uma avenida à velocidade de 60 km/h o Poder Público não está tomando o direito de ninguém de ir e vir, ele somente determina a forma como esse direito será exercido. b) Pode ser exercido de forma preventiva, fiscalizadora ou repressiva: Pode-se, por exemplo, determinar a velocidade da via, prevenindo acidentes; fiscalizar através de radares, fiscalizando o cumprimento; e repreender a transgressão da conduta, através da multa. c) Será praticado por intermédio de Atos Normativos e Atos Punitivos: Atos normativos é uma manifestação do Poder Regulamentar e do Poder de Polícia. O ato punitivo é a aplicação de sanções. d) Traz a possibilidade da cobrança da Taxa de Polícia: É um tributo vinculado à contraprestação estatal. O valor cobrado corresponderá ao valor da diligência, conforme art. 78, CTN. e) É, em regra, negativo: Em sua maioria, o Poder de Polícia traz uma abstenção. f) Delegação do Poder de Polícia: Em nome da segurança jurídica, não se pode dar Poder de Polícia ao particular (Veja a ADI 1717). 26 3.4.2. Competência Se o interesse for nacional a competência será daUnião. Se o interesse for regional a competência será do Estado. Se o interesse for local a competência será do Município. 3.4.3. Fundamento – Supremacia Geral O fundamento para o exercício do poder de polícia é o exercício de supremacia geral. 3.4.4. Atributos: É, em regra, discricionário (em regra, há atos vinculados). É dotado de coercibilidade (é obrigatório) Via de regra, é dotado de autoexecutoriedade, ou seja, independente de autorização do Poder Judiciário. A autoexecutoriedade se divide em: Exigibilidade: Decidir sem o poder judiciário. É meio de coerção indireto. Todo ato tem exigibilidade, ou seja, todo ato pode ser decidido sem o poder judiciário. Executoriedade: Significa executar sem o judiciário. É um meio de coerção direto. É ir até o local e fazer. Só pode ocorrer em situações previstas em lei e em situações urgentes. Alguns atos de poder de polícia não possuem executoriedade, como, por exemplo, a aplicação de multa. É certo que é lícito à Administração efetuar o lançamento da multa e notificar o particular para proceder à sua quitação, mas se este se negar a fazê-lo não é possível a execução do débito na via administrativa, sendo indispensável a interposição do Poder Judiciário. 3.4.5. Polícia Administrativa x Polícia Judiciária: - A polícia administrativa busca o bem estar social, combatendo ilícitos administrativos, enquanto a judiciária busca o combate ao crime. - A polícia administrativa, via de regra, é preventiva, enquanto a judiciária é repressiva. Cuidado, há exceções. Não é uma regra absoluta. - A polícia judiciária é exercida por corporação específica, qual seja, a Polícia Militar, já a administrativa é exercida amplamente por diversos setores da Administração: polícia sanitária, polícia de medicamentos, polícia de bebidas alcoólicas, polícia de trânsito, dentre outras, inclusive pela própria Policia Militar quando necessário (dissolução de uma passeata, por exemplo, que requer o uso de força em determinadas ocasiões para manter a ordem púbica). 3.4.6. Prescrição: A Lei 9.873/99 estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal (não municipal ou estadual), direta e indireta. Veja o artigo 1º: Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. § 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. 27 § 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. 3.4.7. Súmulas STF: Veja as Súmulas do STF sobre o assunto: SÚMULA 646. OFENDE O PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA LEI MUNICIPAL QUE IMPEDE A INSTALAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS DO MESMO RAMO EM DETERMINADA ÁREA. SÚMULA 645. É COMPETENTE O MUNICÍPIO PARA FIXAR O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL. SÚMULA 419. OS MUNICÍPIOS TÊM COMPETÊNCIA PARA REGULAR O HORÁRIO DO COMÉRCIO LOCAL, DESDE QUE NÃO INFRINJAM LEIS ESTADUAIS OU FEDERAIS VÁLIDAS. SÚMULA 397. O PODER DE POLÍCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, EM CASO DE CRIME COMETIDO NAS SUAS DEPENDÊNCIAS, COMPREENDE, CONSOANTE O REGIMENTO, A PRISÃO EM FLAGRANTE DO ACUSADO E A REALIZAÇÃO DO INQUÉRITO. 1. Conceito: Observe que, segundo o Direito Civil, o FATO é aquele decorrente de acontecimentos naturais, enquanto o ATO é aquele decorrente da ação humana. Quando o FATO gera uma consequência jurídica, ele será um Fato Jurídico. Quando o FATO gera uma consequência administrativa, ele será um Fato Administrativo. Se o FATO não gera qualquer consequência jurídica será um Fato da Administração. Para definir o Ato Administrativo, exige-se, contudo, critérios mais complexos. Pelo critério subjetivo o Ato Administrativo é todo aquele praticado por órgãos administrativos. Pelo critério objetivo, o Ato Administrativo é o que exerce alguma função administrativa. Para grande parcela da doutrina, contudo, ambos os critérios são insuficientes para definição do ato, merecendo ser completados com mais alguns critérios. Observe que cada autor possui sua definição de Ato Administrativo. Para Maria Silvia. Z. di Pietro o Ato Administrativo é uma manifestação de vontade do Estado ou de quem o represente sujeito a regime jurídico administrativo, que cause efeitos imediatos, sempre sujeitos à lei e ao controle do Poder Judiciário no que tange à legalidade. O ato vai criar, modificar ou extinguir direitos com o objetivo de satisfazer o interesse público. 2. Requisitos do ato: Neste assunto há divergência na doutrina! Estudaremos a orientação da maioria, que mais cai em concurso: Atos administrativos, classificação, requisitos, extinção, espécies 28 1º Elemento do Ato – Sujeito Competente ou Competência: O sujeito é a pessoa que pratica o ato. Ele deve ser um agente público. O agente público é todo aquele que exerce função pública, seja de forma temporária ou de forma permanente, com ou sem remuneração. Além de ser um agente público, ele deve ser o competente para tanto. A competência deve seguir as seguintes regras: a) Fonte: A fonte desta competência será sempre a lei. Não se presume competência, como não se presume nada no direito administrativo. Assim, a competência primária do ato pode estar na CF ou na Lei; contudo, a competência secundária (divisão de seguimentos internos) pode estar prevista em atos organizacionais. b) Características: É um dever. É um exercício obrigatório que não pode ser renunciado, ou seja, é irrenunciável. Não admite transação! Não pode ser oferecida. Não pode ser modificada pela vontade do administrador, somente pela lei. É imprescritível. Não se perde o direito pelo decurso do tempo. É improrrogável. Não existe no direito administrativo a ideia de que a pessoa era incompetente, mas ninguém alegou a nulidade e a pessoa continuou fazendo. Se a lei não determinou a competência, esqueça. Aquela pessoa nunca será competente. c) Delegação e Avocação de competência: Ela admite delegação e avocação, mas deve ser em caráter excepcional (artigos 11 a 15 da Lei 9784/99). Com a delegação/avocação estabelece-se a competência cumulativa, uma vez que, por exemplo, João delegou para Maria, mas o próprio João ainda é competente, logo os dois serão competentes. Em alguns casos, contudo, é proibida a delegação, são os seguintes casos: Casos de competência exclusiva (cuidado, competência privativa significa que a competência provém do órgão, ex. da União, mas pode ser delegada. O que não pode delegar é a competência exclusiva). Não se delega Atos Administrativos Não se delega Decisão de Recurso Administrativo. Observe os artigos correspondentes na Lei 9.784/99: Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser
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