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O fluxo de matéria através dos ecosistemas Towsend, cap. 11, pags 421-431, Ricklefs, cap. 7 O fluxo de matéria através dos ecossistemas • Organismos vivos gastam energia continuamente com o objetivo de extrair substâncias químicas do seu ambiente, para se manter e para usá-la por um período antes que eles a percam novamente. • As atividades dos organismos influenciam profundamente os modelos de fluxo de matéria química. • Água é o grande componente da matéria viva. • Compostos de carbono (C) constituem o resto, sendo a forma na qual a energia é acumulada e armazenada. Compartimentos • Pools de elementos químicos existem em compartimentos. • Alguns compartimentos ocorrem na atmosfera (CO2, N2) • Alguns nas rochas da litosfera (Ca em CO3Ca, K no feldspato) • Outros na água do solo, lagos ou oceanos (hidrosfera - NO3, H2PO4, H2CO3) • TODOS NA FORMA INORGÂNICA • Compartimentos contendo elementos na forma orgânica incluem organismos vivos, corpos mortos e em decomposição (C em celulose ou gordura, N em proteína, P em ATP) • Biogeoquímica é a ciência que estuda os fluxos dos elementos entre esses compartimentos Modelo geral de compartimento do ciclo dos elementos nos ecossistemas intemperismo Compostos orgânicos disponíveis indiretamente (petróleo, carvão) Compostos inorgânicos disponíveis indiretamente (calcáreo, vários minerais) Compartimento Biológico Processos mais intensos, mais rápido Compartimento Geológico Processos menos intensos, mais devagar Respiração, desassimilação e excreção, lixiviação Assimilação, fotossíntese Erosão Formação de rochas sedimentares Erosão, queima de combustíveis fósseis Carbono (C) • O C entra na estrutura trófica através do CO2 fixado na fotossíntese • C é consumido e excretado, assimilado ou usado no metabolismo, durante o qual a energia da sua molécula é dissipada como calor, enquanto o C é liberado como CO2 para a atmosfera. Aqui termina a ligação entre energia e C. • A energia não pode ser reciclada, mas o C contido no CO2 pode ser usado mais de uma vez na fotossíntese • C, N, P, etc estão disponíveis aos produtores primários como moléculas orgânicas simples ou íons na atmosfera (CO2) ou dissolvidos na água (nitrato, fosfato, potássio) • Cada um pode ser incorporado a compostos orgânicos complexos Carbono • Quando os compostos orgânicos são metabolizados a CO2, os nutrientes minerais são liberados mais uma vez sob forma inorgânica simples e estão disponíveis para absorção. • A fonte de nutrientes é alterável (ao contrário da radiação solar) conforme o consumo pela biomassa viva. • Sem a reciclagem dos nutrientes através da decomposição a vida na Terra cessaria Ciclo complexo devido as várias reações químicas, 3 classes de processos fazem o C circular através dos ecossistemas: 1) reações assimilativas e desassimilativas de C, principalmente fotossíntese e respiração 2) Troca de CO2 entre atmosfera e oceanos 3) Sedimentação (precipitação) de carbonatos (ambientes aquáticos) CO2 + H2O → H2CO3 H2CO3 → H + + HCO3 - → 2 H+ + CO3 2- Ác. Carbônico (H2CO3) se dissocia em bicarbonato (HCO3 - ) e íons carbonato Ca2+ + CO3 2- ↔ CaCO3 tem baixa solubilidade e precipita CaCO3 (insolúvel) + CO2 + H2O ↔ Ca 2+ + 2 HCO3 - (solúvel) A fotossíntese muda o equilíbrio para a esquerda (pois consome CO2) resultando na formação e precipitação de carbonato de Ca. Ciclo do Carbono Caixas laranjas: ecossistemas terrestres Caixas azuis: ecossistemas aquáticos + atmosfera Valores dos compartimentos em 1015 g ou gigatoneladas (Gt) e das transferências em Gt/ano As montanhas brancas de Dover: Cocolitos A maioria do carbonato da terra está nas rochas sedimentares Fluxo de nutrientes entre terra e água Movimento da água, sob a força da gravidade, que liga os estoques de nutrientes de comunidades terrestres e aquáticas Balanço de nutrientes Em muitas comunidades existe um balanço anual aproximado no estoque do carbono: entre o que é fixado na fotossíntese e o que é perdido para a atmosfera como CO2 oriundo da respiração de plantas, micro- organismos e animais Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres: Fontes • Intemperismo da rocha matriz e do solo, por processos físicos e químicos, é a principal fonte de nutrientes como Ca, Fe, Mg, P e K, que podem ser absorvidos pelas raízes das plantas. • CO2 atmosférico é a fonte de C para comunidades terrestres • N2 atmosférico fornece a maior parte do N para essas comunidades, através das bactérias fixadoras de N. Leguminosas possuem rizóbios e aumentam seu aporte de N • Precipitação seca e úmida (chuva, neve, neblina) constituem fonte de gases traço tais como óxidos de S e N, aerossóis, partículas de poeiras de incêndios, vulcões ou vendavais, ricas em Ca, K e SO4. Estoques de nutrientes em ecossistemas terrestres: Perdas • Liberação para a atmosfera é uma via de perda de nutrientes • As plantas podem liberar gases. Dosséis de florestas produzem hidrocarbonetos voláteis (ex. terpenos) e florestas tropicais parecem emitir aerossóis contendo P, K e S. • Fogo converte o C de uma comunidade em CO2 e a perda de N como gás volátil tb pode ser grande. • Fluxo de corrente: água que drena do solo de uma comunidade terrestre para um curso de água transporta carga de nutrientes dissolvidos e particulados. • Com exceção do Fe e do P, que não são móveis nos solos, a perda de nutrientes é predominantemente em solução Estoques de nutrientes em comunidades aquáticas • Aporte de nutrientes no influxo da corrente (água que drena da terra, formas orgânicas e inorgânicas) • Exportação dos ecossistemas se dá na água de saída em lagos e riachos e no material em sedimentação nos oceanos que se acumulam nos sedimentos • Lagos em regiões áridas (endorreicos) perdem água por evaporação, sendo mais concentrados especialmente em Na e outros nutrientes como o P. São abundantes no mundo. Ricos em cianobactérias. Rota do Carbono nos oceanos Zonas mortas dos oceanos ou áreas carentes de oxigênio, causadas principal- mente pela lixiviação do nitrogênio de fertilizantes agrícolas, esgotos e poluentes industriais. Inicialmente mudam o estado trófico, estimulam florações de microalgas e quando estas morrem consomem o oxigênio da água causando a morte de animais Os nutrientes são movidos por grandes distâncias pelos ventos na atmosfera e através de cursos d´água e correntes oceânicas. Não há limites naturais ou políticos. Ciclo global da água • Principais pools de água em % do total para a biosfera: • Oceanos (97,3%), gelo das calotas polares e glaciais (2,06%), água subterrânea (0,67%), rios e lagos (0,01%) • Proporção que está em trânsito – água que drena no solo, que flui ao longo dos rios, está presente como nuvens e vapor - é pequena (0,08%), mas desempenha papel decisivo para a biosfera, pois: supre as necessidades dos organismos vivos e para a produtividade da comunidade muitos dos elementos químicos são transportados com a água em movimento Ciclo global da água Caixas azuis: tamanhos estimados dos compartimentos Caixas cinzas: transferências entre compartimentos Valores expressos em bilhões de bilhões de gramas (1018) ou teratoneladas (Tt) por anoEnergia radiante provoca a evaporação da água para a atmosfera Ventos a distribuem sobre a superfície do globo e a precipi- tação a traz de volta para a Terra A vegetação terrestre pode modificar os fluxos de nutrientes carreados pela água, pois intercepta a água em dois momentos desse trajeto: 1) evitando que ela chegue ao curso d´água e 2) causando seu retorno à atmosfera, retendo parte na folhagem (que irá evaporar) e absorvendo a água do solo (que depois será transpirada). Ciclo do Fósforo (P) • Principais estoques de fósforo estão na água do solo, rios, lagos e oceanos, rochas e sedimentos oceânicos • Um átomo de P “típico”, liberado da rocha por desagregação química, pode entrar em uma comunidade terrestre e nela ser ciclado por anos, décadas ou séculos, antes de ser transportado, via água subterrânea, para um curso d´água. Semanas, meses ou anos depois o átomo é transportado para o oceano. • No oceano, ele faz em média, ~ 100 percursos de ida e volta entre águas superficiais e profundas, cada um durando talvez mil anos. Durante cada percurso, ele é absorvido por organismos que habitam a superfície, antes de ser novamente fixado nas profundezas. Em média, na sua centésima descida, ele deixa de ser liberado como P solúvel, passando a fazer parte do sedimento sob forma particulada. Ciclo do Fósforo (P) e escalas de tempo • Talvez nos próximos 100 milhões de anos o fundo oceânico se eleve por atividade geológica, tornando- se terra seca. • O átomo de P encontrará por fim, seu caminho de volta para o mar, por meio de algum rio, para sua existência de ciclo (absorção biótica e decomposição) dentro de outro ciclo (mistura oceânica) dentro de outro ciclo (soerguimento continental e erosão) Ciclo do fósforo (P) Envolve solo e compartimentos aquáticos. Só entra na atmosfera como poeira. Em sistemas aquáticos bem oxigenados, o P se liga ao Fe ou ao Ca e forma compostos insolúveis. Em condições anóxicas, o P forma sulfetos solúveis Ciclo do nitrogênio (N) • Junto com o P é um dos elementos que mais frequentemente limita o crescimento dos produtores primários • Muitas formas oxidadas e reduzidas são possíveis para átomos de N • Fase atmosférica é considerada como predominante no ciclo do N • Maior parte entra nas vias biológicas através de sua assimilação por certos micro-organismos - Fixação de N: N2 → NH3 (enzima nitrogenase), embora esta via constitua uma pequena fração do fluxo de N anual terrestre. • Produtores primários em geral absorvem NH3 ou NO3 que dentro das células são reduzidos para uma forma orgânica Principais transformações de compostos no ciclo do N • Amonificação: Decomposição de proteínas em aminoácidos por hidrólise, produzindo amônia (NH3). Realizada por todos os organismos • Nitrificação: Oxidação do N, primeiro NH3 → NO2 e depois → NO3 • Cada passo realizado por bactérias especializadas • Só podem ocorrer na presença de agentes oxidantes poderosos, como O2, que age como receptor de elétrons • Denitrificação: NO3→NO2→NO Ocorre em ambientes anóxicos e é importante para a decomposição de MO em solos e sedimentos. Contudo NO é volátil e escapa para fora do solo como gás • Pode ocorrer: NO→N2O→N2, com a perda de N da circulação biológica para a atmosfera Transformações de compostos no ciclo do Nitrogênio Ciclo do nitrogênio (N) Nitrogênio No oceano: • N2 (gás) (95% do N total) • NO3 - (3,3%) • NO2 -, NH4 + (1,7%) Produção nova x regenerada Em lagos: • Fonte: rios e lavagem do solo • Oligotróficos: NO3 - • Eutróficos: NH4 + Outras fontes de N: • Formas orgânicas dissolvidas (uréia, aa livres) • Fixação atmosférica Nitrogênio: Necessário na síntese de aminoácidos, proteínas, ácidos nucléicos, pigmentos Nitrogênio Fonte: Graham & Wilcox, 2000 RON: Nitrogênio orgânico reduzido Fixação de Nitrogênio Nódulos das raízes de soja (à esquerda) abrigam bactérias simbióticas fixadoras de nitrogênio, como mostrado na micrografia de MEV a direita, em vermelho. (Fonte: Ricklefs) Ciclo do Enxofre (S) • Ciclo do S tem uma fase atmosférica e outra litosférica, de magnitudes semelhantes • 3 processos biogeoquímicos naturais liberam S para a atmosfera: • Aerossóis marinhos • Respiração anaeróbica por bactérias redutoras de sulfato – liberam H2S de turfeiras submersas, pântanos e planícies de maré • Atividade vulcânica (menos importante) • Intemperismo de rochas fornece ~ metade do S que escoa da terra para rios e lagos, e o restante deriva de fontes atmos- féricas. Sulfatos são absorvidos por plantas e passam por cadeias alimentares • Em comparação com N e P, uma fração bem menor de S está envolvido na reciclagem interna da biosfera Ciclo do Enxofre (S) Intemperismo Bactérias quimioautotróficas formam a base da cadeia alimentar nas comunidades de chaminés hidrotérmicas. Diferentes bactérias habitam tais ecossistemas, todas usam o CO2 como fonte de C, mas obtêm energia pela redução de substratos inorgânicos como o H2S. Todos os demais membros se alimentam dessas bactérias. Vermes de tubos (Riftia pachyptila) Impactos humanos sobre ciclos biogeoquímicos • Atividades humanas contribuem com significativa entrada de nutrientes nos ecossistemas e rompem ciclos biogeoquímicos locais e globais • Queima de combustíveis fósseis e escapamentos de automóveis: ↑ CO2, óxidos de N e S • Práticas agrícolas ↑ P e N no solo e em sistemas aquáticos • Deposição de resíduos no solo Aulas Datas Conteúdo 1 26 abril Introdução: Uma visão geral da ecologia 2 3 maio Ecossistemas 3 10 maio Energia, estudo dirigido 17 maio Aula cancelada devido a chuva 4 24 maio Ciclos biogeoquímicos 31 maio Feriado Corpus Christis 5 7 junho Fatores limitantes 6 14 junho 1a Avaliação escrita 7 21 junho Biomas e vídeo de Polo a polo 8 28 junho Sustentabilidade e Poluição, Vídeo Uma verdade inconveniente 9 5 julho Fontes de energia e vídeo Biodigestores 10 12 julho Ecologia fisiológica 11 19 julho Ecologia evolutiva e conversa sobre seminários (10 min. + 5 min. de perguntas/discussão) 26 julho Feriado: Jornada Mundial da Juventude 12 2 agosto 2a Avaliação escrita 13 9 agosto Apresentação dos seminários 14 agosto Prova de segunda chamada P1 e P2 (quarta-feira) 14 16 agosto Prova Final PROGRAMA: 1º SEMESTRE DE 2013 Informações para acessar o material no DROPBOX • https://www.dropbox.com/ • E-MAIL: ecologiaunirio@gmail.com • SENHA: ecologia
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