Relatório - Mangue

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
 
 Curso de Ciências Biológicas
 
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA
 
ECZ7021 - INTRODUÇÃO À ECOLOGIA
 
 
Prática 6 - manguezal 
 
Thyago Coelho Cechinel
Djonatan Artur Rosemann
Estela Carvalho Schimidt
Nicolas Dos Passos Rosa
Rafael Camargo
Florianópolis, 04 de Dezembro de 2018
Introdução
O manguezal é um tipo de vegetação típico de áreas alagadiças, é um ecossistema costeiro comum em zonas tropicais e subtropicais.
Possuem um papel fundamental na preservação de diversas espécies, seja como área de estuário que serve como “berçário” para diversas espécies de aves e peixes ou habitat de diversas espécies de crustáceos e plantas que são intimamente adaptados ao ambiente onde se encontram.
O ambiente se caracteriza principalmente por ter agua salobra e vegetação própria contando com adaptações próprias como pneumatóforos ou glândulas de secreção de sal próximas ao pecíolo.
No Brasil esse ambiente ocorre desde o norte do pais até o sul apresentando aproximadamente 1,2 milhões de hectares.
A fauna desse tipo de ambiente também é extremamente importante e expressiva contando com diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos, sendo de suma importância tanto para o Habitat e até mesmo para moradores locais que utilizam esses recursos tanto para alimentação própria quanto para a venda, sendo de importância tanto ecológica quanto sociocultural.
Comumente no Brasil, os mangues possuem três espécies que marcam maior presença: Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicena shaueriana (mangue preto) e Laguncularia racemosa (mangue branco).
Objetivos
Essa prática teve como objetivo a coleta de dados sobre as três espécies de árvores da região analisada e a análise desses dados para proporcionar um estudo sobre a vegetação do mangue.
Materiais e métodos
Para realizar a atividade foram realizadas medições de circunferência utilizando fitas métricas.
Para isso os alunos foram divididos em 4 setores de 8x8 metros cada um com 5 metro de distância aproximadamente cada um.
Os alunos mediram a circunferência na altura do peito e a altura aproximada das árvores no local e identificaram suas espécies dentre as três espécies possíveis que se encontram no mangue.
Após isso os dados foram arquivados em uma planilha no Excel onde foram realizados cálculos de DAP área Basal, diâmetro médio, DAP ao quadrado, densidade.
Resultados
De acordo com a Figura A, podemos observar que a altura média do bosque é maior na Borda 2, seguida do Interior 1 e Interior 2, ambos com um valor muito 
aproximado. Por último temos a Borda 1 com o menor valor dentre todos.
Na Figura B, observamos que a densidade total é maior nos Interiores 1 e 2, com valores muito próximos entre si. Nas Bordas 1 e 2, temos valores próximos entre si, porém inferiores das outras parcelas.
Na Figura C, vemos os valores de diâmetro médio do bosque muito próximos entre as Bordas 1 e 2, sendo esses os maiores valores, seguidos respectivamente pelos Interiores 1 e 2.
Na Figura D, podemos ver a Borda 1 com maior valor de área basal total, seguida pelo Interior 1, Borda 2 e Interior 1, sendo esta última a parcela com menor valor.
Nas Figuras E e F, podemos conferir a área basal de indivíduos vivos e mortos. Sendo a Borda 1 da Figura E e o Interior 1 da Figura F as parcelas com maior valor.
Figura A
Figura B
Figura C
Figura D
Figura E
Figura F
Discussão
Todas as três espécies de árvores (Rhizophora mangle, Avicena shaueriana e Laguncularia racemosa) foram encontradas no manguezal da Daniela.
De acordo com as figuras C e B, respectivamente, o diâmetro médio nas bordas é maior que no interior do bosque (Borda 1 sendo 0,85 cm e Borda 2 sendo 0,82 cm, Interior 1 sendo 0,70 cm e Interior 2 sendo 0,41 cm) e a densidade total do bosque é maior no interior (70 tr/ha no Interior 1 e 70 tr/ha no Interior 2) do que nas bordas (52 tr/ha na Borda 1 e 51 tr/ha na Borda 2). estando diretamente relacionados de acordo com a fórmula.
A vegetação de mangue branco tem presença mais massiva que as demais, um fator que contribui para tal fato, é que talvez o mangue possua baixa salinidade, já que a Laguncularia é conhecida por apresentar uma elevada competitividade nesse tipo de ambiente. Entretanto, visto que Rhizophora prefere áreas menos salinas e Avicena demonstra grande resistência a salinidade, nota-se que a salinidade não tem grande atuação na competição entre as espécies, quando se observa que a concentração de mangue preto supera a de mangue vermelho.
Diâmetro médio do bosque é maior nas bordas do que no interior, devido ao diâmetro médio do bosque ser menor em partes com vegetação mais antiga.
Conclusão
Em suma, os dados adquiridos na prática e os resultados posteriormente calculados são ferramentas muito importantes que proporcionam um melhor entendimento do funcionamento do mangue e da organização da vegetação que nele vive, assim proporcionando à turma um melhor entendimento do bioma e cumprindo o objetivo da prática.
Bibliografia
SCHAEFFER-NOVELLI, Y. & CINTRÓN, G. Guia para estudo de áreas de manguezal; estrutura, função e flora. São Paulo, Caribbean Ecological Research, 1986. 150p. +3 apêndices.