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Favorecimento pessoal

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Favorecimento pessoal Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena — detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena — detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. 
Objetividade jurídica A administração da justiça, prejudicada pelo auxílio prestado ao autor do crime. 
Tipo objetivo O auxílio ao criminoso pode ser prestado por qualquer forma, como, por exemplo: 
a) Ajudar na fuga, emprestando carro ou dinheiro ou, ainda, de qualquer outra forma. Tal ajuda, entretanto, pressupõe que o autor do crime anterior esteja solto, pois, se estiver preso, o auxílio constitui crime de facilitação de fuga de pessoa presa (art. 351 do CP). 
b) Esconder a pessoa em algum lugar para que não seja encontrada. c) Enganar a autoridade, dando informações falsas acerca do paradeiro do autor do delito (despistar). Quando a lei se refere a auxiliar alguém a subtrair da ação da autoridade pública, está se referindo a qualquer autoridade: policiais civis ou militares, membros do Judiciário, autoridades administrativas (ajudar pessoa que está sendo procurada para extradição, em razão de crime de permanência ilegal no país) etc.
 A existência do favorecimento pessoal não pressupõe que esteja havendo uma perseguição direta ao criminoso, mas somente que ele esteja sendo procurado. Ex.: por mandado de prisão; logo após o crime; por condenação; por ter fugido da prisão etc. O delito em análise somente pode ser praticado na forma comissiva, e nunca por omissão. Assim, aquele que diz que nada sabe ou que não comunica o que sabe quando questionado pela autoridade não comete o crime de favorecimento pessoal, pois este pressupõe alguma ação direta no sentido de ajudar o criminoso. 
A figura do caput pune quem auxilia autor de crime apenado com reclusão, enquanto o § 1º refere-se a quem auxilia autores de crimes punidos com detenção e/ou multa. Nesta última hipótese temos o chamado favorecimento pessoal privilegiado.
O favorecimento pessoal é crime acessório, pois pressupõe a existência de um crime anterior, que pode ser de qualquer espécie (doloso ou culposo, consumado ou tentado etc.). O auxílio a contraventor, entretanto, é atípico, pois a hipótese não está abrangida pelo texto da lei, que expressamente se refere a autor de crime. Não haverá favorecimento pessoal quando em relação ao fato anterior: 
a) houver causa excludente de ilicitude; 
b) já estiver extinta a punibilidade por qualquer causa;
 c) houver alguma escusa absolutória. Em todos esses casos, o agente não está sujeito a ação legítima por parte da autoridade, e, portanto, quem o auxilia não comete favorecimento pessoal.
 Quando a lei se refere ao auxílio prestado ao autor de crime a que é cominada pena de reclusão ou multa, afasta a possibilidade de punição por favorecimento pessoal a quem presta auxílio a menor de idade autor de ato infracional, a quem não podem ser aplicadas penas de tal espécie. Se o autor do crime antecedente vier a ser absolvido por qualquer motivo (exceto na absolvição imprópria, em que há aplicação de medida de segurança), o juiz não poderá condenar o réu acusado de auxiliá-lo. Em sentido contrário, todavia, existe a opinião minoritária de Nélson Hungria no sentido de ser possível o reconhecimento do favorecimento pessoal quando a absolvição em relação ao crime antecedente se der por falta de provas. É óbvio, por outro lado, que é possível a caracterização do favorecimento pessoal mesmo quando desconhecido o autor do crime antecedente, bastando, nesse caso, que exista prova de que houve um crime anterior e de que o autor desse crime foi ajudado por alguém a subtrair-se à ação da autoridade. Ex.: pessoa desconhecida comete um furto e é ajudada por B a fugir da polícia. O desconhecido consegue fugir e acaba não sendo identificado, mas a polícia consegue prender B, que o auxiliou. Se o autor do crime antecedente e o autor do favorecimento forem identificados haverá conexão, e ambos os delitos, de regra, deverão ser apurados em um mesmo processo, nos termos do art. 79 do Código de Processo Penal. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, exceto o autor, coautor ou partícipe do crime antecedente. Ex.: uma pessoa convence outra a cometer um homicídio e, em seguida, a ele dá abrigo em sua casa para se esconder da polícia. O agente responde por participação no homicídio, sendo o auxílio dado ao comparsa post factum impunível. Assim, pode-se dizer que, para a existência do favorecimento, o auxílio deve ser prestado exclusivamente após a execução do crime antecedente. Se antes dele ou durante sua prática, haverá coautoria ou participação no delito antecedente, e não favorecimento pessoal. A própria vítima do crime antecedente pode praticar o favorecimento. Ex.: namorada vítima de agressão que, depois de noticiar o crime às autoridades, esconde o namorado para evitar que ele seja punido. 
O advogado não é obrigado a dizer onde se encontra escondido o seu cliente. Pode, todavia, cometer o crime se o auxilia na fuga, se o esconde em sua casa 
Sujeito passivo: O Estado. 
Consumação: Quando o beneficiado consegue subtrair-se, ainda que por poucos instantes, da ação da autoridade. 
Tentativa: Se o auxílio chega a ser prestado, mas o beneficiário não se livra da ação da autoridade, haverá mera tentativa. 
Escusa absolutória O art. 348, § 2º, do Código Penal, prevê uma escusa absolutória ao estabelecer: “se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão, fica isento de pena”. Abrange inclusive o parentesco por adoção, pois a Constituição Federal, em seu art. 227, § 6º, veda qualquer distinção, bem como a hipótese em que o auxílio é prestado por companheiro no casos de união estável. 
Ação penal: É pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal.

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