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MALÁRIA Profa. Dra .Tatiane R. de Oliveira Disciplina: Parasitologia Curso: Enfermagem TRANSMISSÃO DA MALÁRIA 106 países possuem malária endêmica ( metade localizado na África Sub- Saara). 1.2 bilhões de pessoas em risco de contrair a doença. Somente em 2013, foram registrados 198 milhões de casos , com ~ 584 mil mortes. PLoS Medicine, Vol 8 (1) e1000406, 2011 DISTRIBUIÇÃO DA MALÁRIA NO BRASIL 99% dos casos ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão). 75% dos casos são causados por P. vivax. 143.911 casos em 2014 Promovido pelas medidas de diagnóstico e tratamento precoce. Programa Interdisciplinar Ações de Controle da Malária na Amazônia Legal (PIACM). Este plano vigorou entre os anos 2000-2002. Substituído pelo PNCM. Objetivo: Impedir a mortalidade e reduzir a morbidade e perdas sócio-econômicas devido à doença. Situação Epidemiológica no Brasil Mecanismo de Transmissão mosquitos fêmeas do gênero Anopheles 400 espécies de mosquitos (80 podem transmitir malária ao homem) desenvolve-se em diferentes criadouros desde águas doce – salobra. Hábitos noturnos e crepusculares Principais características: -Asas manchadas - Antenas pilosas A. darlingi antenas CICLO BIOLÓGICO Complexo apical Roptrias (um par) Micronemas -São alongados e móveis, - Mobilidade associada a presença de 2 proteínas de superfície (CS e TRAP), -Organelas envolvidas no processo de internalização (micronemas e roptrias) - proteína CS envolvida com o processo de adesão os hepatócitos. Após invadir o hepatócito, os esporozoítas se diferenciam em células uninucleadas que se multiplicam por reprodução assexuada (esquizogonia) dentro de um vacúolo parasitóforo e vai originar uma estrutura conhecida como esquizonte ou criptozoíta. Duração: 1 semana (P. falciparum e P. vivax) 2 semanas (P. malariae) esporozoítas esquizonte CICLO EXO-ERITROCÍTICO Hipnozoítas de P. vivax e P.ovale. Formas dormentes que são responsáveis por recaídas tardias da doença meses depois. CICLO ERITROCÍTICO merozoítas Os merozoítas formado no ciclo exo- eritrocítico são liberados para a corrente sanguínea por meio de vesículas (merossomos). Merozoítas: invadem hemácias -reticulócitos (P. vivax) -eritrócitos velhos (P. malariae) - Qualquer tipo de eritrócitos (P. falciparum). . CICLO ERITROCÍTICO Adesão Invasão Penetração Receptor para invasão do parasita. P. vivax: antígeno sanguíneo Duffy P falciparum: glicoforinas Os merozoítas originam trofozoítas que se dividem por esquizogonia merozoítas : 1. Invadir novos eritrócitos 2. Diferenciar em gametócitos Paroxismo da malária P. falciparum P. vivax P. malariae P. ovale HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Ingestão de formas sanguíneas do parasita, Somente os gametócitos desenvolvem-se no vetor, Gameta feminino macrogameta Gameta masculino exflagelação originar 8 microgametas, Microgameta fecunda o macrogameta originando um zigoto, Zigoto adquire mobilidade (oocineto), Encistamento na parede do intestino (oocisto), Divisão nuclear Ruptura do oocisto e liberação de milhares de esporozoítas Ciclo sexuado ou esporogonia microgametas oocineto IMUNIDADE Resistência à infecção: Fatores genéticos do hospedeiro: • Ausência do grupo sanguíneo Duffy, • Anemia falciforme, • Talassemia, • Deficiência de glicose 6-fosfato-desidrogenase. Resposta imune adquirida: • Estado imune adquirido após anos de exposições sucessivas • Imunidade não esterilizante: assintomáticos. • Imunidade dependente da exposição (perdida-ausência de exposição) EQUÍLIBRIO IMUNE IMUNIDADE Mecanismos de eliminação do parasita é Espécie e estágio-específica. Anticorpos Linfócitos T CD4 e CD8 Anticorpos e Linfócitos T CD4 Formas extracelulares Formas Sangüíneas Formas hepáticas PATOGENIA Os principais mecanismos patogênicos que determinam as diferentes formas clínicas da malária são: - Destruição dos eritrócitos infectados: a destruição de hemácias parasitadas ou sadias, leva a um estado de ANEMIA - Toxicidade resultante da liberação de citocinas: a liberação de citocinas é o resultado da ativação de células do sistema imune que podem atuar direta ou indiretamente no parasita. Ex: hemozoína (pigmento malárico) é uma substância pirogênica que estimula a liberação de citocinas associadas a FEBRE e MAL-ESTAR. Hemácia sadia Hemácia parasitada PATOGENIA - Sequestro de eritrócitos parasitados na rede capilar: hemácias parasitadas por P. falciparum apresentam alterações na superfície (knobs) que permite sua aderência a parede endotelial dos capilares e consequentemente pode levar a obstrução da microcirculação. PfEMP1 Hemácias não infectadas Adesão em diferentes receptores endoteliais (ICAM-1, CD36, CSA) Produção local de citocinas (TNF-) Adaptado de Costa et al. (2006) Hemácias infectadas Obstrução capilar Formação de rosetas QUADRO CLÍNICO Período de incubação: P. falciparum: 9-14 dias; P. vivax: 12-17 dias, P. ovale: 16-18 dias, P. malariae: 18-40 dias. Fase Inicial: mal-estar, cefaleia, cansaço, seguido ACESSO MALÁRICO. Calafrio Calor Suor Tremores incontroláveis Duração: 15min-1h Temperatura Alta (39-41°C) Duração: 2-6 horas Queda de temperatura e sudorese Duração: algumas horas QUADRO CLÍNICO Os acessos maláricos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio: P. falciparum - com intervalos de 36 a 48 horas (terçã maligna) P. vivax e ovale- acessos em dias alternados, 48 em 48 horas (terçã benigna); P. malariae - os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã); Manifestações crônicas (áreas endêmicas): esplenomegalia Malária grave e complicada (acomete principalmente adultos, crianças e gestantes não imunes): -Malária cerebral : forte cefaléia, vômitos, sonolência, convulsões, coma e hipoglicemia. -Malária na gestação: aborto espontâneo, nascimento prematuro com baixo peso e morte materna. -Insuficiência renal: diminuição do volume urinário e aumento de uréia e creatinina. -Icterícia: aumento de bilirrubina DIAGNÓSTICO Clínico Laboratorial: pesquisa de parasita no sangue periférico, técnicas utilizadas para a diferenciação das espécies de parasitas. Gota espessa – Padrão Ouro Esfregaço Fino Exame de 100 campos microscópicos Método semi-quantitativo “cruzes” +/2= 40 a 60 parasitas por 100 campos += 1 parasita/campo ++= 2-20 parasitas/campo +++ = 21-200 parasitas/campo ++++= mais de 200 parasitas/campo Qual a importância da diferenciação das espécies? R: Para a orientação de um tratamento terapêutico adequado. GOTA ESPESSA P. falciparum P. vivax Trofozoítas Jovens FORMAS SANGUÍNEAS VISUALIZADAS NOS ESFREGAÇOS Trofozoítas Maduros GametócitosEsquizontes TRATAMENTO P. vivax: Cloroquina: formas eritrocíticas e gametócitos . Primaquina: formas hipnozoítas e gametócitos de todas as espécies de plasmódios. P. falciparum: Derivados de Artemisina em associação Lumefantrina ou Mefloquina (1ªescolha) Quinina associada a doxiciclina mas primaquina (2ªescolha) AÇÃO ESQUIZONTICIDA SANGUÍNEO – TODOS Gestantes tratamento somente com quinina no primeiro trimestre de gestação, após esquema de 1ª escolha. PROFILAXIA INDIVIDUAL Evitar a aproximação às áreas de risco após o entardecer e logo ao amanhecer do dia. Uso de repelentes, dormir com mosquiteiros, telar janelas e portas. Uso de quimioprofiláticos: recomendado para gruposespeciais que viajam para área de alta transmissão. (CUIDADO SURGIMENTO DE RESISTÊNCIA). COLETIVO Medidas de combate ao vetor adulto: Inseticidas de ação residual ou nebulização no peridomícilio. Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes.
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