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AULA 6 PSICOLOGIA HOSPITALAR

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AULA_6_PSICO_HOSPITALAR
TRABALHO DOS PSICÓLOGOS DIANTE DOS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS
Breve histórico sobre a loucura
IDADE MÉDIA
	Na Idade Média, a loucura e a sociedade conviviam em harmonia. A loucura era entendida como um erro.
“(...) era compreendida enquanto uma experiência ilusória perante a vida, levando a julgamentos perturbados e atitudes descabidas” (Junior; Morato, 2009, p.146). 
A loucura só chamava a atenção da sociedade quando estas atitudes, consideradas descabidas, levavam a ela alguma ameaça.
Quando a loucura se manifestava, havia a abertura de um espaço para que ela surgisse. Como ela era considerada um erro, pretendia-se corrigir este erro, e não excluir este sujeito do convívio social.
Cabe lembrar que a Idade Média foi marcada pelas tradições e crenças em entidades poderosas às quais as pessoas deviam submissão, já que eram as donas do destino do homem medieval.
RENASCIMENTO
	O processo de exclusão social dos “loucos” passa a existir com o surgimento do Renascimento, já que os métodos da Idade Média não mais auxiliavam na conduta da loucura.O Iluminismo trouxe como consequência a necessidade de novos métodos, já que o homem passou a se encontrar desprovido e desprotegido deste novo momento histórico.
Essa condição de insegurança levou o homem a uma condição “de desesperança que evidenciou e ampliou o seu desamparo existencial que define a condição essencial do homem como tal.
Essa situação propiciou um progressivo movimento de introspecção via racionalidade, dado que a subjetividade se apresentou como a única arma para controlar a angústia e preservar a identidade e existência humanas; ou seja, a razão oferece-se como único método possível para sustentação existencial” (Junior; Morato, 2009, p.147).
 Esse novo método então adotado considera a razão como divisão entre os homens, mas como não consegue dar conta de todas as incertezas e dúvidas da existência humana, passam a excluir todos aqueles que eram considerados fora deste contexto da razão.
SÉCULO XX
	Alguns eventos históricos como o Nazismo, a II Guerra Mundial, o milagre econômico no pós-guerra, dentre outros, trouxeram ao mundo uma nova concepção. 
Essa “situação do mundo no século XX parece confirmar que todo o milagre tecnológico surgido a partir do Iluminismo não liberta o homem de se defrontar com as impossibilidades de resolver o paradoxo de sua existência” (Junior; Morato, 2009, p.147). 
Ou seja, apesar de tanto avanço na tecnologia, a questão da existência continua como algo difícil de ser domado pelo homem.
O momento pós-guerra facilita o surgimento do questionamento da racionalidade como um método de sustentação existencial. E, a partir disso, percebe-se o mundo como sendo naturalmente incongruente, indeterminado.
Com isso, “os termos lógicos, tão caros aos projetos racionalistas, passam a demarcar como que posições estáticas na opinião dessa nova concepção” (Junior; Morato, 2009, p.147).Apesar de esse pensamento lógico ter um papel importante para o desenvolvimento científico, ele não abre espaço para a expressão e a compreensão desse processo de existir do homem.
 Essa mudança de paradigmas “abre possibilidades para alterações nas atitudes e nos espaços cotidianos humanos, promovendo assim mudanças em vários aspectos da vida e da forma de compreensão de seu contexto”. (Junior; Morato, 2009, p.147).
Essa abertura, então, dá espaço ao cuidado psicológico, objetivando o resgate deste sujeito excluído, permitindo-lhe dignidade, cidadania com o aprimoramento do cuidado com a vida e com a abertura de novas possibilidades de entendimento acerca da existência do homem e, consequentemente, uma importante abertura para “uma relação mais humanista com a loucura” (Junior; Morato, 2009, p.147).
 A partir desta nova perspectiva “surge a possibilidade de se considerar o diferente não mais como um elemento ameaçador, porém como alguém que vive a sua singularidade no seu percurso existencial.
É bem verdade que tal singularidade ainda representa um estado de malogro na busca de seus ideais e no trato da realidade como ela é. “No entanto, estrutura-se a possibilidade de uma relação inclusiva como a pessoa em situação crítica, visto que esse novo paradigma contempla a ambiguidade humana” (Junior; Morato, 2009, p.147).
 É neste momento histórico, então, que surge a possibilidade de se pensar em uma ação terapêutica não excludente. Essa ação foi surgindo a partir de várias experiências que foram implantadas por diversos profissionais, em diferentes contextos.
O trabalho do psicólogo nos hospitais psiquiátricos
	A reforma psiquiátrica é uma discussão que toma conta quando se fala em saúde mental.
 	O psiquiatra italiano Franco Basaglia, bastante conhecido no século XX, desenvolveu sua ideia sobre a saúde mental negando a instituição psiquiátrica e seus conceitos como sendo a forma mais adequada para o tratamento dos doentes mentais.
De acordo com Basaglia, a loucura é na verdade uma resposta do indivíduo ao sistema em que ele vive. Na verdade, não só ao sistema, mas toda a sua realidade em um dado momento. E, não conseguindo lidar com sua própria realidade, o indivíduo acaba desenvolvendo uma forma ineficaz de existir como solução.
A função do hospital psiquiátrico acaba sendo a de receber aqueles que não conseguiram se adaptar à sociedade em que vive. O tratamento e o ato terapêutico têm como objetivo amenizar as reações dos excluídos em relação aos excludentes.
REFORMA PSIQUIÁTRICA
	Com a ideia da reforma psiquiátrica, muitos autores acreditam na necessidade de transformar os hospitais psiquiátricos em instituições de curta permanência, para que funcionem como espaços de preparação para uma vida saudável, com bem-estar.
 	A utilização dos hospitais deveria ficar então restrita aos casos específicos em que a abordagem nos espaços externos se mostrasse impossível.
	E, quando a utilização da institucionalização se tornar imprescindível, devem ser usados todos os recursos disponíveis pelas várias ciências que ocupam o espaço hospitalar (Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social, Terapia Ocupacional etc.), em um trabalho multidisciplinar.
Deve-se buscar sempre o bem-estar do acometido pela doença mental, em um movimento de inclusão e de resgate de possibilidade para um existir autêntico.
Basaglia afirma que qualquer ação psicoterápica acaba sendo barrada pela estrutura hospitalar, que tenta a todo custo manter o sistema. Ou ainda pela estrutura humanista ou paternalista, que não acredita na possibilidade de escolha do interno resistindo a uma intervenção inclusiva para ele.
 Sendo assim, as ações terapêuticas devem acontecer fora do ambiente opressor, ou seja, fora do sistema hospitalar.
Mas não se deve ignorar que o hospital sempre terá uma importante função neste processo, e sua permanência se faz necessária enquanto um suporte. Quem já conviveu com alguém com quadro agudo de desorganização sabe da necessidade da existência desse ambiente protetor, tanto para o paciente como para seus familiares.
Ruptura na continuidade existencial
	Deve-se levar em conta que o momento de crise leva a uma ruptura na linha de continuidade existencial do indivíduo e de sua família, torna-se necessário constituí-lo como um lugar de acolhimento para essa pessoa em crise.
 	Esse acolhimento dará condições para a família, de também se reorganizar e ser assistida, para mais tarde poder receber novamente esse sujeito, de forma mais habilidosa e adequada.
 	Sendo assim, pode-se pensar no hospital de curta permanência como mais um recurso em um projeto terapêutico amplo que serviria para os momentos mais agudos, jamais ignorando sua importância dentro do contexto da saúde mental.
Mudança de postura
	Se faz necessário uma mudança de postura, com uma ação mais favorável à inclusão, apesar de todas as dificuldades e entraves que permeiam este ambiente.
 	O que muitos autores comentam é que a falta de preparo do paciente e de seus familiares para o seu retorno se constitui a principal demanda de retorno dos pacientesaos hospitais, em vez dos sintomas em si.
 	Isso nos leva à reflexão da necessidade de se repensar a ação junto a esses pacientes e seus parentes, para que eles consigam se reinserir enquanto cidadãos na sociedade em que vivem.
 	Essas recaídas mostram o quanto os hospitais encontram-se despreparados para auxiliar os pacientes na resolução de seus conflitos e na preparação para que levem uma vida como cidadãos.
Discussão de alternativas
	A partir desta percepção, muitos profissionais passaram a discutir e experimentar, em suas práticas, alternativas que visassem a auxiliar na conduta mais adequada para esses pacientes.
 	Eles buscam assim configurar o hospital como um espaço promotor de uma ação que facilite uma relação mais habilidosa do interno diante das várias situações de exclusão e adaptação com as quais se deparar em decorrência da institucionalização.
 	A proposta é que o relacionamento deixe de acontecer com a doença e passe a se dar pelas pessoas envolvidas nesse processo. Proporciona-se assim um trabalho de inclusão para o portador de doença mental.
 	Essa proposta envolve levar em consideração a singularidade de cada sujeito em cada caso.
	“Se cada membro da equipe terapêutica tentasse desenvolver uma relação de cuidado que buscasse construir um espaço propício para o emergir das possibilidades tolhidas, abrir-se-ia um universo de possibilidades no sentido do resgate da cidadania” (Junior; Morato, 2009, p.150).
 	Isto significa descobrir modos de ações terapêuticas pertinentes e específicas de cada competência, com a ajuda do próprio paciente.
 	Percebe-se assim que o papel do psicólogo, do cuidador, precisa estar voltado primeiro para amenizar o isolamento e proporcionar a manifestação e a construção de instrumentos mais aptos no trato com a realidade.
 	Isso se dá a partir do aceite do paciente em recontar a sua história para a construção de uma nova experiência.
O papel do psicólogo na loucura
	O psicólogo poderá auxiliar a resgatar a identidade e o compartilhamento para levar a organização de uma história que faça sentido e que lance o indivíduo ao futuro, a partir de um novo projeto existencial.
 	Neste sentido, “transpor a crise e resgatar a saúde (bem-estar) diz respeito a rearticular e ressignificar presente, passado e futuro” (Junior; Morato, 2009, p.152).
 	O Serviço de Psicologia deve configurar um lugar de possibilidades tanto para o paciente quanto para seus familiares.
 	Nesses espaços deve-se procurar dar ênfase à ampliação do diálogo do paciente consigo mesmo e com o mundo que o cerca. Desta maneira, possa desenvolver uma compreensão melhor de seu espaço no mundo e uma forma mais criativa de lidar com ele.
Além da ação terapêutica
	Esses objetivos podem ser atingidos através da criação de grupos psicoterapêuticos, atendimentos individuais e plantões psicológicos.
 	Estes espaços vão além da ação terapêutica proposta pela instituição. Elas não visam assumir responsabilidade sobre a alta desse paciente, por exemplo. Mas acaba sendo uma porta de entrada para o usuário usufruir dos serviços a ele destinados.
	Podemos finalizar buscando entender que esse movimento de inclusão, proposto pela reforma psiquiátrica, é “na verdade um caminho de sucessivas aberturas e trilhas possíveis”. Cada uma delas relaciona-se às seguintes, e a antecessora se oferece como sustentação às posteriores.
 	É desse modo que ocorre um início do resgate e aprimoramento do cuidado de si, abrindo-se possibilidades para uma forma de ser autônoma, que pode conduzir ao resgate de cidadania” (Junior; Morato, 2009, p.154).
EXERCÍCIOS
	
	
		1.
		Analise as afirmativas abaixo de acordo com o que discutimos na aula 6 sobre a história da loucura e em seguida marque a alternativa correta.
I - Na Idade Média, a loucura e a sociedade conviviam em harmonia. A loucura era entendida como um erro.
II - No renascimento o processo de exclusão social dos "loucos" passa a existir.
III - Com o renascimento surge a possibilidade de se pensar em uma ação terapêutica não excludente.
IV - No século XX o "louco" era considerado como um elemento ameaçador e que, portanto deveria ser internado nos manicômios.
		
	
	
	
	
	As afirmativas II e III estão corretas.
	
	
	Somente a afirmativa I e IV estão corretas.
	
	
	As afirmativas II e IV estão corretas.
	
	
	As afirmativas III e IV estão corretas.
	
	 
	As afirmativas I e II estão corretas.
	 Gabarito Comentado
	
	
		2.
		A ideia da loucura sofreu mudanças nos diferentes momentos históricos nos levando a reflexão também sobre as diferentes intervenções possíveis em função de cada concepção. Com o surgimento do Renascimento a loucura era entendida como:
		
	
	
	
	
	um erro e vivia em harmonia com a sociedade.
	
	 
	um processo de exclusão social.
	
	
	a razão como divisão entre os homens, mas como não consegue dar conta de todas as incertezas, dúvidas da existência humana passa incluir todos àqueles que eram considerados fora deste contexto da razão.
	
	
	a possibilidade de se considerar o diferente não mais como um elemento ameaçador, porém como alguém que vive a sua singularidade no seu percurso existencial.
	
	
	a possibilidade de se pensar em uma ação terapêutica não excludente que foi surgindo a partir de várias experiências que foram implantadas por diversos profissionais em diferentes contextos.
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		A ideia da loucura sofreu mudanças nos diferentes momentos históricos nos levando a reflexão também sobre as diferentes intervenções possíveis em função de cada concepção. A loucura no período da Idade Média era entendida como:
		
	
	
	
	 
	um erro e vivia em harmonia com a sociedade.
	
	
	a razão como divisão entre os homens, mas como não consegue dar conta de todas as incertezas, dúvidas da existência humana passa excluir todos àqueles que eram considerados fora deste contexto da razão.
	
	
	a possibilidade de se considerar o diferente não mais como um elemento ameaçador, porém como alguém que vive a sua singularidade no seu percurso existencial.
	
	
	a possibilidade de se pensar em uma ação terapêutica não excludente que foi surgindo a partir de várias experiências que foram implantadas por diversos profissionais em diferentes contextos.
	
	
	um processo de exclusão social.
	 Gabarito Comentado
	
	
		4.
		De acordo com o que estudamos na aula 6 sobre a história da loucura, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I - Na Idade Média, a loucura e a sociedade conviviam em harmonia. A loucura era entendida como um erro.
II - No renascimento o processo de exclusão social dos loucos passa a existir.
III - No século XX surge a possibilidade de se considerar o diferente não mais como um elemento ameaçador, porém como alguém que vive a sua singularidade no seu percurso existencial.
		
	
	
	
	 
	As afirmativas I, II e III estão corretas.
	
	
	Somente a afirmativa III está correta.
	
	
	As afirmativas I e III estão corretas.
	
	
	As afirmativas I e II estão corretas.
	
	
	As afirmativas II e III estão corretas.
	 Gabarito Comentado
	
	
		5.
		Após a reforma psiquiátrica, muitos hospitais entraram em processo de desinstitucionalização dos pacientes. O Brasil buscou criar estratégias de saúde mental que oferecessem aos pacientes com transtornos mentais alternativas para a reinserção psicossocial, evitando, assim, a internação no modelo asilar. A função do hospital psiquiátrico é a de:
		
	
	
	
	
	Introduzir técnicas que possam manter os pacientes sedados e sem expressão emocional.
	
	 
	Reproduzir o modelo hospitalocêntrico e excludente existente desde o século XV.
	
	
	Internar os indivíduos adaptados por longos períodos.
	
	 
	Receberaqueles indivíduos que não conseguiram se adaptar à sociedade em que vivem.
	
	
	Cobrar de todos os pacientes pelo processo de internação e tratamento.
	
	
	
		6.
		Um dos marcos iniciais na assistência ao paciente portador de transtorno mental é:
		
	
	
	
	
	O deferimento da I Conferência Nacional de Saúde Mental.
	
	 
	A Reforma Psiquiátrica,
	
	
	A constituição do SUS,
	
	
	A formalização de programas de inserção na comunidade, como o PSF (Programa de Saúde da Família),
	
	
	A criação do conceito de Saúde Mental.

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