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3/29/2011 1 Ecologia? O que é isso?q I. O que é ecologia? II. Objetivos da Ecologia Algumas questões básicas: III. Por que estudar ecologia? IV. Onde estudar ecologia? V. Como os ecólogos trabalham? VI. Como aprenderemos sobre ecologia? O que é ecologia? ORIGEM ETIMIOLÓGICA Do Grego: Oikos = casa Logos = estudo Definições: • E. Haeckel (zoólogo alemão) 1870: “Por ecologia, entendemos como um conjunto de conhecimentos em relação à economia da Natureza - a investigação das relações entre os animais com seu ambiente inorgânico e orgânico.” • Burdon-Sanderson (anos 1890): Elevou a Ecologia a uma das três divisões naturais da Biologia: Fisiologia - Morfologia – Ecologia • Odum (1963): “A estrutura e a função da Natureza.” • Krebs (1972): “Ecologia é o estudo científico dos processos que regulamentam a distribuição e a abundância de seres vivos e as interações entre eles, e o estudo de como esses seres vivos, em troca, intercedem no transporte e na transformação de energia e matéria na biosfera (ou seja, o estudo do planejamento da estrutura e função do ecossistema).” ECOLOGIA é a ciência que estuda como os organismos (animais, plantas e micróbios) interagem entre si e com o ambiente abiótico (incluindo fatores como luz solar, temperatura, umidade, e nutrientes) Objetivos da Ecologia • Entender os princípios de operação dos sistemas naturais; • Prever suas reações às mudanças das interações entre organismos, populações, comunidades e ecossistemas. • Mostrar a variação histórica da natureza e demonstrar que as ações antrópicas se estendem as mais remotas regiões da Terra. Interação – Meio Abiótico e Biótico Quais são as principais partes de nosso planeta que podem interagir como sistemas? Essencialmente toda a matéria (sólida, líquida e gasosa) e todos os processos que movimentam energia de materiais de uma parte para a outra do planeta compõem o sistema Terra. 3/29/2011 2 Por que estudar ecologia? • Curiosidade – Como funciona o mundo à nossa volta? Como somos moldados pelos nossos ambientes? • Responsabilidade – Como suas ações modificam o nosso meio ambiente? Como minimizar os efeitos nocivos de nossas ações? Pesca excessiva, destruição do habitat, perda da biodiversidade, mudanças climáticas. • A natureza como guia – O mundo em que vivemos existe há muito mais tempo do que nós e vem resolvendo muitos problemas através de soluçõestempo do que nós e vem resolvendo muitos problemas através de soluções criativas. Os sistemas ecológicos são modelos de sustentabilidade. Como podemos alimentar a nossa crescente população? Onde viveremos? • Sustentabilidade – uma característica relativa à sociedade humana onde os ecossistemas (inclusive os seres humanos) são controlados de tal forma que podem promover a continuidade das condições atuais que apóiam a vida na Terra. A ecologia nos ajuda a entender os problemas complexos, tais como: • Aquecimento Global • Biodiversidade • Poluição • ... Como os ecólogos trabalham? • 1° Observações e Descrições – Observar o que ocorre no campo; • 2° Desenvolvimento de Hipóteses – Criar idéias sobre como o sistema funciona; • 3° Teste das hipóteses (experimentos) – Um ou um3 Teste das hipóteses (experimentos) Um ou um pequeno número de variáveis são manipulados para revelar seus efeitos específicos Microcosmos – Isolar uma porção, limitar os fatores, manipular as condições (Ex:laboratório, estufas...) Modelos matemáticos – Descrever as interações entre os ecossistemas como equações. Abordagens de Estudo de Ecologia Organismos interagindo com a energia, foco na ciclagem de nutrientes Correntes de vento, da água, dos elementos químicos... (Entender o El niño, Camada de ozônio, etc.) Diversidade e abundância dos organismos do mesmo local (Regional) Densidade de indivíduos Mecanismos de adaptação, fatores limitantes (parasitas específicos para hospedeiros específicos) Conexão com outras disciplinas: Fonte: Elements of Ecology, R. L. Smith e T. M. Smith, 4a Ed. Sistemas Ecológicos Átomo Molécula Biosfera Bioma Atmosfera da Terra onde existe vida, a unificação de todos os ecossistemas. Sistema altamente ordenado, coeso pela energia do sol. Áreas em grande escala de Vegetação e características climáticas semelhantes. Ecossistema Comunidade PopulaçãoOrganismo Tecidos Organela Grupo de seres vivos que interagem e se cruzam Seres vivos e seu meio ambiente físico e químico juntos em uma área. Populações diferentes vivendo juntas e interagindo (concorrentes, predadores e presas ou simbioticamente) Órgãos Definição de Habitat • É o lugar, ou estrutura física, no qual vive um organismo. (floresta, deserto, recife de coral...). • Existem diferentes subdivisões, Ex: Terrestre X Aquático Água doce X Água marinha Oceânico X Estuários Bentônicos X Pelágicos 3/29/2011 3 O que a ecologia não é... • Ecologia não é ambientalismo (ECOCHATO) • O ambientalismo defende certas ações e posições políticasposições políticas. • Ecologia é ciência, baseada nos princípios biológicos, físicos e químicos, independente de valor. INTRODUÇÃO GERAL: PORQUE OS CONHECIMENTOS SOBRE ECOLOGIA SÃO BÁSICOS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO QUE LIDAM COM AS BIO-CIÊNCIAS? DIAGNÓTICO GERAL DA SITUAÇÃO DA BIOSFERA HOJE O ESTADO DO NOSSO PLANETA Últimos 300 anos: escalas, taxas e tipos de modificações ambientais têm sofrido alterações drásticas, a medida que a humanidade passou por uma era de crescimento populacional rápido, com um desenvolvimento industrial baseado no uso de combustíveis fósseis CONSEQUENTEMENTE • Aumento do consumo de combustíveis fósseis e emissões de gases do efeito estufa • Aumento da produção de alimentos e conversão de ecossistemas naturais em agrícolas • Perda de habitats e biodiversidade • Contaminação do solo, ar e água • Mudanças nos ciclos do elementos e fluxo de energia • Diminuição da disponibilidade de água potável • Erosão dos solos • Desmatamento, etc Soluções •Melhores políticas de manejo de Bacias Hidrográficas •Melhor manejo da agricultura •Cuidado com regiões alagadas e outras áreas de suporte ambiental ... Estudos Ecológicos Obs: Uma área de suporte ambiental é aquela que a humanidade depende para se alimentar, suprir suas necessidades hídricas, se proteger contra catástrofes naturais e cuidar da saúde pública. •Controle populacional por predadores •Influência da fertilidade •Dispersão de organismos na superfície da Terra 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050 Tempo (anos) M ilh õe s de h ab it an te s 1rafase 2dafase Revolução Industrial Crescimento da população mundial nos últimos 60 anos 6000 7000 es y = 2.10-09e0.0179x R2 = 0.9975 0 1000 2000 3000 4000 5000 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Tempo (anos) M ill hõ es d e ha bi ta nt e 3/29/2011 4 Esta população está crescendo mais lentamente Crescimento da população mundial entre 1750 e 2150 População – bilhões de habitantes Países menos desenvolvidos 2000 6.1 bilhões Países mais desenvolvidos Ano (%) 1998 1,36 1999 1,33 2000 1,28 2001 1,16 2002 1,18 Taxa anual de crescimento Declinando nas regiões mais desenvolvidas A população mundial está crescendo em torno de 71 milhões de pessoas por ano dos quais: Tornando-se mais urbana, especialmente nas regiões menos desenvolvidas Londres Cairo N. York C. México Lagos Shangai Bombaim São Paulo Tóquio População urbana(milhões) Terras agriculturáveis Zonas Costeiras Florestas Ecossistemas aquáticos Terras áridas e pradarias Bens e serviços obtidos pelo homem da natureza Energia Alimento e Fibras Água potável para consumo e higiene Uso da biodiversidade Manutenção da saúde humana Armazenamento e ciclagem de nutrientes 3/29/2011 5 Matriz energética: problemas ambientais globais hoje estão associados com a depedência nos combustíveis fósseis e os riscos ambientais associados com esta extração, bem como os danos causados pelas emissões na combustão dos mesmos Consumo mundial de energia por tipo de combutível (milhões de toneladas equivalente a óleo.ano-1) 9000 10000 Energia hidroelétrica Energia nuclear 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 g Carvão Gás natural Óleo Queima de combustíveis fósseis: 65% do total de E consumida em 2002 Consumo de energia per capta por setor e usuário (em gigajaules) P í d l Agricultura Serv. Comerciais e púbs. Indústrial Residêncial Transporte Outros Países em desenvolvimento Países desenvolvidos Uso de combustíveis fósseis: indústria, transporte, aquecimento, etc Carvão Madeira Óleo Gás natural C on su m o an ua l d e en er gi a Desafio: Sistema de obtenção de energia sustentável Emissões mundiais de CO2 pela queima de combustíveis fósseis Ano Mudanças no clima moderno: são domindas pelas intervenções humanas, as quais são hoje suficientemente grandes para exceder a variabilidade natural. Variações na concentração atmosferica de CO2 e da temperatura do ar determinadas em testemunhos de gelo de Vostok, Antartica (Kump, 2002. Nature, 419). Fonte destas perturbações: • emissões associadas com o uso de energia (Combustíveis fósseis), Principal fonte da mudança climática global: modificação da composição da atmosfera devido às atividades antrópicas • urbanização e • mudanças no uso do solo. 3/29/2011 6 Emissões de CO2 por região - 1998 (milhões de toneladas de carbono.ano-1) Ásia e Pacífico 2167 Europa 1677 Total mundial: 6234 América do Norte 1614 América do Sul e Caribe 365 África 223 Ásia ocidental 187 Outras alterações atmosféricas Aumento no buraco na camada de ozônio Produção mundial dos principais organo- fluorcarbonados (CFCs, toneladas .ano-1) O transporte intercontinental e entre hemisférios de poluentes atmosféricos compromente ecossistemas naturais e agrícolas e tem um forte efeito no clima Anos 1990: as emissões de óxido nitroso (NO) na Ásia superaram as da América do Norte e Europa, padrão que deverá persistir por décadas • extremos de temperatura e precipitação, • diminuição da extensão sazonal e perene de neve e gelo, • elevação de nível do mar Mudanças esperadas: Consequências 3/29/2011 7 Terre/Mare-motos Data Magnitude Alt. máx. Mortes Local 1600 e 1650 > 9.0 150 m ? Santorini 1 de Novembro 1755 c. 9.0 30 m >10 000 Lisboa de 1755 1883 >9.0 40 m > 36 000 Krakatoa 22 de Maio de 1960 Maior até hj 50 m c. 250 000 Chile 2 de Setembro de 1992 7.2 10 m 170 Nicarágua 12 de Dezembro de 1992 7.5 26 m 1000 Ilha de Flores, Indonésia 12 de Julho de 1993 7 6 30 m 200 Hokaido Japão12 de Julho de 1993 7.6 30 m 200 Hokaido, Japão 2 de Junho de 1994 7.2 14 m 220 Java, Indonésia 4 de Outubro de 1994 8.1 11 m 11 Ilhas Curilas 14 de Novembro de 1994 7.1 7 m 70 Mindoro 21 de Fevereiro de 1996 7.5 5 m 12 Peru 17 de Julho de 1998 7.0 15 m 2000 Nova Guiné 23 de Junho de 2001 8.3 5 m 50 Peru 26 de dezembro de 2004 9.0 10 m c. 230 000 Oceano Índico 11 de Março de 2011 8,9 10 m c. 3 000 Oceano Pacífico Consequências Na semana passada o Sul do Brasil foi surpreendido por uma chuva muito intensa. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul já somam mais de 30.000 pessoas desalojadas ou desabrigadas. Só Antonina são 24.000 desabrigados. -SP tem 24 pontos de alagamentos e 140 km de lentidão (28/02/2011). ONU: deslizamento no RJ está entre 10 piores do mundo com mais de 500 mortos, Nova Friburgo, Rio de Janeiro (14/01/2011). NOVIDADE? Algo de novo? Perguntemos a Tom Jobim... Águas de Março Tom Jobim É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira É madeira de vento, tombo da ribanceira É o mistério profundo é o queira ou não É o fundo do poço, é o fim do caminho No rosto o desgosto, é um pouco sozinho É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto É um pingo pingando, é uma conta, é um conto É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando É a luz da manhã, é o tijolo chegando É a lenha, é o dia, é o fim da picada É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada ÉÉ o mistério profundo, é o queira ou não queira É o vento ventando, é o fim da ladeira É a viga, é o vão, festa da cumeeira É a chuva chovendo, é conversa ribeira Das águas de março, é o fim da canseira É o pé, é o chão, é a marcha estradeira Passarinho na mão, pedra de atiradeira É uma ave no céu, é uma ave no chão É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão É o projeto da casa, é o corpo na cama É o carro enguiçado, é a lama, é a lama É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um resto de mato, na luz da manhã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração É uma cobra, é um pau, é João, é José É um espinho na mão, é um corte no pé São as águas de março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração Desmatamento e mudanças no uso e cobertura do solo Necessidade de madeira para suprir demanda de energia (A queima de madeira é a única fonte de energia para cerca de 1/3 da população mundial) Necessidade de terras para a produção de alimentos Am Norte e América do -7.8 -0.7 -1.8 -1.0 -4.1 -2.2 0.8 -8.5 -6.5 -4.5 -2.5 -0.5 1.5 África Ásia Oceania Europa Am. Norte e Central América do Sul Total Global Á re a de sm at ad a en tr e 19 90 e 2 00 0 (% 3/29/2011 8 Atividades: Culturas agrícolas Exploração madeireira Pecuária Urbanização Fonte: SOS Mata Atlântica Mata Atlântica: 15% BR - (100 milhões ha) 1998 : 8% Estado de São Paulo82% - florestas Café Ferrovias 5% - florestas Diversificação de culturas (algodão, laranja e cana-de-açúcar) Industrialização (carvão) Fonte: SOS Mata Atlântica ASSOCIADA À EXPANSÃO DE TERRAS AGRICULTÁVEIS OCORRE A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS EM MUITAS REGIÕES DEVIDO AO MANEJO INADEQUADO A erosão dos solos é o principal fator de degradação, com efeitos severos nasg ç funções dos mesmos, tais como a capacidade de atuar como neutralizadores e filtros de poluentes, o papel nos ciclos hidrológico e do nitrogênio, a habilidade de prover habitats e sustentar a biodiversidade. 1972 – 1988: uso global de fertilizantes cresceu a uma taxa anual de 3.5 % (mais de 4 milhões de ton/ano, FAO 2001) e as políticas governamentais subsidiaram o uso de irrigação, fertilizantes e pesticidas. Estudos realizados pela FAO demostraram que: • Em 38 países em desnvolvimento 26 d l dmostrou que em 26 deles o uso de fertilizantes era subsidiado • Pesticidas continuam sendo usados indiscriminadamente e depositados aleatoriamente. • Na África em apenas 49 países, os estoques de pesticidas não utilizados e banidos eram mais de 16 500 toneladas Recursos hídricos Rápido olhar nos recursos de água doce mundiais Água subterrânea 0.592% Água doce disponível 0.014% Calotaspolares e glaciais 1.984% Oceanos 97.41% Água doce: 2.59% Biota 0.0001 Rios 0.0001% Vapor de água atmoférico 0.001% Lagos 0.007%Umidade do solo 0.005 3/29/2011 9 Água no mundo • Volume Total: 1,36 bilhões km³ • Oceanos 97,5% • Água Doce 2,5% Fontes: Shiklomanov/ONU, 2006; IWMI, 2005. Distribuição hídrica X População Norte DH: 65,5% Pop: 7% Nordeste DH: 3,8 % Pop: 29% Centro‐Oeste DH: 16,7% Pop: 6% Sudeste DH: 6,7% Pop: 43% Sul DH: 7,3% Pop: 15% 87 Percentual da população com accesso à água 13 - 30 37 - 51 54 - 65 68 - 81 82 - 92 93 - 100 Percentual da população com saneamento sem dados 8 - 31 32 - 48 49 - 71 72 - 88 89 - 100 Fonte – FAO e UN 9 9 11 18 8 8 4 42 55 22 23 85 90 49 34 60 69 Ásia África Américas Central e do Norte Europa América do Sul Mundo 1ponto = 4% Doméstico 1 ponto = 4% Agrícola 1 ponto = 4% Industrial Brasil Uso doméstico: 43% Uso Industrial: 17% Uso Agrícola: 40% 7 Doméstico Industrial Agricultura FIMFIM Reino Número de espécies descritas Bacteria 4 000 Protistas 80 000 Animais vertebrados 52 000 Espécies de vertebrados ameaçadas de extinsão por região Animais invertebrados 1 272 000 Fungos 72 000 Plantas 270 000 Total 1 750 000 Total possível de espécies não conhecidas 14 000 000 Fonte: UNEP-WCMC 2000 3/29/2011 10 Indicador global de biodiversidade: para algumas espécies conhecidas e descritas na literatura. Tamanho da população de indivíduos selvagens em relação àquela existente em 1970 Gerenciamento adequado dos recursos naturais, de modo a atender uma população em constante i t l ã t ló i Principal desafio: manejo sustentável de um planeta em constante mudança crescimento e evolução tecnológica requer uma base científica sólida sobre os princípios básicos de estrutura e funcionamento dos sistemas ambientais.
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