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Aulas de 1 a 10para a AV

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Aulas de 1 a 10 
Editado ok 
O Mundo Grego Antigo , ou Hélade, como era chamado pelos próprios gregos(Grécia é uma nomenclatura romana), ocupava a parte sul da península balcânica, as ilhas do mar Egeu, as costas da Ásia Menor e o sul da Itália.
A Grécia setentrional(norte)tinha três importantes regiões:Tessália, Fócida e Etólia( ou Epiro).Na Grécia peninsular , ligada à central pela faixa de terra chamada Corinto, estavam a Lacônia e a Messênia. Na Grécia central, encontravam- se Beócia e a Ática.Fora do continente, havia a Grécia insular. Ao final do período Neolítico, a região era habitada por povos sedentários de língua não grega, chamados pelasgos.A partir de 2000 a.C.,aproximadamente, povos de origem indo-europeia, chamados helenos, começaram a chegar a região.
	Resumo tirado do site : http://www.seuhistory.com/civilizacoes/gregos/origem.html
A terminologia Grécia Antiga é utilizada para descrever a civilização europeia desenvolvida no período compreendido entre o começo da Idade das Trevas (1100 A.C) até a conquista romana depois da Batalha de Corinto (146 A.C). Numa época ainda mais remota, a população era conhecida como heládica, terminologia que se refere a um conjunto de tribos que imigraram da Península Balcânica durante a Idade do Bronze. A procedência destas tribos não é exata, porém alguns historiadores atribui sua origem aos Balcãs, enquanto outros à Síria e Mesopotâmia. Entretanto sua permanência na península deu origem aos povos gregos mais importantes como os Aqueus, Dórios e Jônios.
As civilizações Pré-Gregas:Cretenses e Micênicos. 
A civilização cretense distinguiu-se por sua intensa produção artesanal , de caráter luxuoso, o que indica que já dominava técnicas de fabricação mais sofisticadas. Essa produção era comercializada através de estradas que ligavam suas cidades-palácios e também era exportada ao Oriente Médio.
Na civilização cretense, as cidades –palácios que mais e destacaram foram Cnossos e Faestos, que eram governadas por reis e funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes. Como vimos anteriormente ,foi do contato dos aqueus com os cretenses que surgiu a civilização micênica 
A religião micênica era uma fusão de deuses indoeuropeus com deuses cretenses. Alguns transformaram-se em deuses gregos.Zeus e Posêidon são dois exemplos. Mesmo com o desaparecimento da civilização micênica, notamos que os gregos preservaram várias raízes dessa cultura: a língua, os principais deuses e a herança dos feitos históricos da Guerra de Tróia .
O Período Homérico: A importância das obras de Homero
A Ilíada descreve a Guerra de Tróia, cidade que representava parte de uma civilização pré-helênica que entrou em choque com os aqueus(chamados gregos).
Já a Odisséia descreve as peripécias de Ulisses, nobre grego,com suas viagens de volta para Ítaca, na Grécia, através do Mediterrãneo. Foi o estudo da Odisséia que forneceu as mais ricas informações para a compreensão da sociedade e da economia da Grécia do período homérico.
A formação da civilização grega no Período Homérico
Com a invasão dos dórios,a ascendente civilização micênica sofreu violento impacto. Seguiu-se um período de acentuado declínio da produção material e intelectual que ficou conhecido como a Idade Média Grega ou Idade das Trevas.
Nesse período, a sociedade retrocedeu para um tipo de organização política e econômica relativamente simples. Formaram-se os clãs ougénos: grupos de parentes consangüíneos.
. Formavam uma aristocracia que controlava os meios de produção (as melhores terras, escravos e ferramentas). Toda a produção era fruto do trabalho dos escravos e dos servidores . No entanto, esses escravos gozavam da proteção de seus senhores e não eram submetidos a maus- tratos. Também os membros de génos trabalhavam junto a seus escravos.
Período Arcaico 
A Grécia antiga não era um “país” centralizado e unificado como o de hoje.
Era formada por um grande número de pequenos Estados independentes entre si, que ficaram conhecidos com o nome de cidades-Estados ou , em grego, polis. O nascimento da pólis. Depois da invasão dos dórios, a Grécia foi aos poucos se transformando.
Nas cidades-Estados da Grécia antiga, na parte mais alta, habitava a aristocracia liderada pelo basileu, espécie de rei-sacerdote.Nas partes mais baixas,localizava-se o mercado e nelas moravam os comerciantes,artesãos e trabalhadores em geral.
A acrópole era a parte da pólis onde ficava as fortificações militares e os templos religiosos. Um exemplo famoso desse tipo de construção é a Acrópole de Atenas.
O PERIODO CLÁSSICO :A PÓLIS DE ATENAS 
A região da Ática havia sido pouco atingida pelas invasões dóricas.Isso contribuiu para que as pequenas aldeias que formavam essa região se agrupassem pacificamente sob a hegemonia de uma delas:Atenas.A esse processo de união das aldeias deu-se o nome de sinecismo.E foi desse fenômeno que se formou a cidade-Estado de Atenas .
Os eupátridas> ricos, proprietários de terras 
Hectemoros> Camponês 
Os eupátridas oprimiam os camponeses pequenos proprietários, enquanto aumentavam sua riqueza e monopolizavam o poder político. Era preciso encontrar uma solução. A aristocracia propôs, então, uma reforma na sociedade, que foi planejada sucessivamente por dois legisladores :
Drácon limitou-se a escrever as leis, que até então eram orais, tirando a justiça das mãos dos eupátridas e passando-a para o Estado.
 Zeugitas > guerreiros de infantaria
Thétas camponeses e artesãos pobres
Principio da Grécia Antiga
Com o final da cultura micênica o sistema escrito foi trocado, portanto não existe farta documentação histórica da época. Entretanto, supõe-se que durante este período diversas migrações levaram os Dórios a ocupar a região do Peloponeso (Esparta), certas ilhas do Mar Egeu e o litoral sul da Ásia Menor. Atenas, entretanto, sobreviveu à decadência da cultura micênica. A unificação das pequenas comunidades autônomas se deu no século VII A.C (começo da Época Arcaica) através da modificação do sistema de escrita fenício e a criação do alfabeto grego.
ROMA 
A cidade de Roma originou-se da fusão de dois povos :Latinos + Sabinos 	Cidade de Roma.
Inicialmente uma aldeia pequena e pobre , foi conquistada pelos seus vizinhos do norte , os etruscos que dela fizeram uma verdadeira cidade. Sendo vizinhos dos gregos que ao sul haviam criado a chamada Magna Grécia, onde habitavam desde a época da fundação de Roma. Sofrendo influencia desses dois povos e com base nelas os romanos eleboram sua própria civilização. 
Gens era o nome que os romanos davam àquilo que conhecemos como clã, era composta de varias famílias individuais.
A palavra Senado deriva do latim senex, que significa velho .Seu equivalente na Grécia era a Gerúsia , em Esparta.
Os que não pertenciam a nenhuma gens eram plebeus e por esse motivo estavam excluídos da vida política.Sem direitos políticos, eram considerados cidadãos de segunda classe . Mas, atenção, ser plebeu não significava ter uma condição econômica inferior ou de pobreza.
Servio Túlio o segundo rei etrusco, é tido como o realizador de diversas reformas que favoreceram os Plebeus.
As duas fases do império 
O Principado (27 a.C. – 235 d.C.) e o Dominato (284-476) constituem as duas fases do Império, separadas uma da outra por um período conhecido como “anarquia militar”(235-284).O Primeiro período é também chamado de Alto Império e o segundo, de Baixo Império.
Pesquisa internet
História de Creta: a civilização minoica
Entre os anos de 2600 a.C (começo da Idade do Bronze) e 1450 a.C desenvolveu-se na ilha de Creta a civilização minóica. Esta civilização teve como centro a cidade de Cnossos.
Aspectos da história e cultura de Creta
- Os cretenses destacaram-se no comércio marítimo, principalmente com ilhas próximas e com a Grécia continental. Exportavam azeite, objetos de cerâmica, jóias, lã e artigos de metal. Portanto,  economia de creta era baseada quase que exclusivamente nas atividades marítimas.
- Creta era uma cidade-estado,que possuia um sistema de governo monárquico, pois era governada por um rei.
- Com o desenvolvimento do comércio marítimo, os cretenses fundaram colônias em ilhas do mar Egeu e na região da Sicília.
- Na arquitetura destacou-se a construção de grandes e luxuosos palácios, como, por exemplo, o palácio de Cnossos, Festos e Mália. Estes palácios caracterizavam-se pela presença de muitos cômodos, escadarias, jardins e longos corredores.
-  No campo das artes, os cretenses destacaram-se na pintura de lindos e coloridos afrescos, esculturas de metais, confecções de jóias e peças de cerâmica. A temática mais presente na arte cretense era o mar.
- Na religião, os cretenses eram muito ligados à figura da mulher. Imagens femininas aparecem em afrescos e esculturas ligadas à práticas religiosas. A deusa-mãe, segurando serpentes nas mãos, tinha grande importância para os cretenses. O touro também possuía uma certa importância no cenário religioso cretense, provavelmente em função da imagem da fertilidade. Os cretenses realizavam várias festas em homenagem ao touro, em que homens pulavam nas costas do animal.
- A mitologia minóica também foi muito rica. O principal mito cretense é o do Minotauro representado por um forte homem com cabeça de touro. Este monstro, que habitava o labirinto, foi morto pelo herói grego Teseu. Os mitos de Dédalo e Ícaro também estão relacionados à cultura minóica.
1.
A civilização minóica, com seu aparecimento situado no 12o séc. a. C., com sua língua, população, religiões e diversas tradições, está na origem da cultura grega. Em que região ela se desenvolveu? (memorização)
Creta 
2.
Na Antiguidade Clássica, houve uma formação territorial e política muito comum, em que Atenas, Esparta e Roma se encaixam. Trata-se de formas de governo e de organização sócio-política dos povos destas cidades. Como era chamada esta formação em que os povos viviam? (memorização)
Cidade-estado 	 
3.
A principal fonte histórica para o estudo da Grécia nos períodos anterior e posterior à invasão dórica têm sido os poemas épicos Ilíada e Odisséia. As duas obras parecem ter sido produzidas em épocas diferentes, pois na Odisséia há muitas menções a armas, ferramentas e instrumentos de ferro, enquanto na filada não se faz referência a esse material. Isso indica que Odisséia é mais recente que Ilíada. Quais são os argumentos de cada uma dessas obras?
A Ilíada descreve a Guerra de Troia e a Odisséia descreve as peripécias de Ulisses. nobre grego, cm suas viagens de volta para Itaca, na Grécia.
Aula 2
Introdução
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos.
Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
 Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos,  políticos e culturais.
Entendendo a Mitologia Grega. 
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.
Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :
- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Herácles ou Hércules e Aquiles.
- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
- Quimera : mistura de leão e cabra que soltava fogo pelas ventas.
 Medusa: mulher com serpentes na cabeça
O Minotauro 
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha deCreta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.
Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos.
Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
Conheça os principais deuses gregos :
Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.
Poseidon - deus dos mares 
Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem.
Ares - divindade da guerra.
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.
Cronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo.
Hermes - mensageiro dos deuses, representava o comércio e as comunicações.
Hefesto - divindade do fogo e do trabalho.
1.
De acordo com as histórias mitológicas antigas podemos conhecer o modo de viver dos deuses. Nestas narrações fantásticas o autor se utiliza de uma analogia entre as virtudes e os defeitos da vida humana para aclarar o ‘modus vivendi’ do Olimpo. De acordo com estas mitologias como se poderia descrever a vida cotidiana dos deuses?
 Em disputa entre si no Olimpo.
2.
Nas sociedades antigas já encontramos diversos meios de difusão do conhecimento, da arte e da ciência. Como se dava a difusão dos mitos na Antiguidade?
Através dos poetas e escritores de todo tipo.
3.
Na Grécia antiga encontram-se textos lendários sobre a ‘genealogia’ dos deuses. Uma tentativa antiga de ordenar, como os humanos, a existência dos deuses no tempo mítico. A que se referem estes textos genealógicos?
4) Um conjunto de gerações divinas que se sucedem.
Aula 3
A Literatura Grega Antiga: Homero e os Gêneros Literários da Antiguidade
Os gregos são os criadores dos modelos literários que ainda se desenvolvem no Ocidente: a poesia épica e lírica e a tragédia. Em prosa e verso, os gregos possuem o mérito de ter influenciado os rumos das letras ocidentais.Nesta aula, surge o nome de Homero, pai das letras gregas e ocidentais, com suas famosíssimas obras, a Odisseia e a Ilíada, que chegarão a Roma, inaugurando a arte latina, com o mestre Virgílio, em Eneida.
A literatura grega de Homero: Odisseia e a Ilíada
Introdução
Segundo Jorge Piqué (2009), para entendermos a importância capital da obra homérica é preciso contextualizar as características mais relevantes das sociedades greco-latinas do período clássico:
O Legado Clássico, ou Herança Clássica, que recebemos da Antiguidade greco-latina poderia ser sintetizado em quatro grandes temas:
	Os gregos e romanos criaram e aperfeiçoaram os maiores gêneros da literatura ocidental e influenciaram fortemente muitas literaturas posteriores, especialmente a partir do Renascimento.
	Criaram sistemas políticos e jurídicos que desenvolveram os princípios da justiça, liberdade política e democracia.
	A filosofia grega é o fundamento do pensamento ocidental; especialmente por meio de Platão e Aristóteles.
	Suas artes plásticas (pintura, cerâmica, escultura) e arquitetura continuam a atrair a admiração depois de mais de 2.000 anos.
A obra ‘homeriana’ da Odisseia e da Ilíada é o parâmetro do poema épico antigo, por causa de sua vinculação às raízes primitivas e populares da Grécia arcaica.
Os gregos narraram suas memórias ao longo dos tempos ,de modo anônimo, até que o poeta e cantador Homero as colecionasse e as compediasse, fazendo também com que elas, citadas por filósofos e poetas, se tornassem obra escrita.
Por isso mesmo, a poesia épica possui os traços das narrativas de fundo histórico. Um ensaio previsto na obra do grande Heródoto, como ciência do discurso de fatos e da memória da civilização grega.
Os poemas Homéricos possuem tom eloqüente em seus versos (hexâmetros) e duração nas vogais, como se tivessem sido feitos para serem falados em voz alta. Pois até o período helenístico, a ritmação própria da poesia indicava que estavam associados à literatura e música que depois do IIIº séc. a. C tomarão rumos diversos.
Nos festivais religiosos e nos folgedos populares estariam escondidas as suas raízes? Pela alta qualidade literária, Odisseia e Ilíada representavam a culminância de uma longa tradição de composições poéticas orais. 
E, mesmo referindo-se em linhas gerais aos traços da sociedade micênica, estes poemas foram, provavelmente, compostos durante o século -VIII, no fim da Idade das Trevas. Para os gregos e também para nós, os dois mais importantes autores de epopeias (poemas em versos épicos) foram Homero (c. -750) e Hesíodo (c. -700).
Segundo Piquet (2008), pode-se dividir em três períodos o desenvolvimento literário na Grécia.
Atenção
	As obras da literatura grega antiga são datadas entre o séc. VIII a.C. e o séc. IV d. C., ou seja, aproximadamente 1200 anos de tradição literária ininterrupta. No curso nos concentraremos especificamente no período arcaico, quando foi composta a Ilíada.
 
Período Arcaico(séc. VIII-VI A. C.) Período Clássico (séc. V-IV a.C.)	 Período Helenístico (338 a.C - 30 a.C) 
 								 e Greco-Romano
	N período arcaico da história grega, surgem dois importantes gêneros literários, que terão continuidade até os dias de hoje, a poesia épica e a poesia lírica.
A Poesia Épica (séc. VIII a.C):  se conservam nela reminiscências que remontam à Guerra de Troia e à época micênica (séc. XII a.C.). É poesia épica a epopeia homérica, representada nos dois poemas, a Ilíada e Odisseia. Tradicionalmente vinculada à poesia épica está também a Teogonia, de Hesíodo, e seu poema didático, Os Trabalhos e os Dias. 
A poesia "Lírica" (séc. VII e VI a.C.): Representada por autores como Alceu, Safo, Estesícoro, Alcmano, etc... Surge junto com a filosofia dos pré-socráticos (Tales, Heráclito, Parmênides, Demócrito, etc...). Estas são as primeiras obras em prosa, embora alguns filósofos também utilizassem a poesia. A poesia era a única forma de expressão literária.
	Tradicionalmente, o período é delimitado por dois acontecimentos marcantes.
Se inicia em 480 a.C., com a vitória dos gregos sobre os persas.
E finaliza em 338 a.C., com Filipe da Macedônia, o pai de Alexandre, conquistando Atenas.
O chamado "Século de Péricles", quando Atenas é a mais importante cidade e grande centro cultural da Grécia. Temos nas letras o desenvolvimento do Teatro (tragédia), com os três grandes autores, Ésquilo, Sófocles, Eurípides, e da História, com Heródoto e Tucídides.
SAIBA MAIS:
O séc. IV a.C: É quando surge a filosofia de Platão e Aristóteles, a Comédia chega ao seu ápice com Aristófanes e a Oratória ganha destaque com Ésquines e Demóstenes.
	Inicia-se com a hegemonia macedônica sobre a Grécia, devido às conquistas de Alexandre, o Grande. Outros centros de atividade, como Alexandria e Pérgamo, substituem Atenas.
Alexandre III, o Grande.
Novos gêneros são criados, como a novela. Roma conquista a Grécia e recebe sua influência, que retransmite para o mundo, especialmente nas regiões orientais. Autores como Apolodoro (mitógrafo), Menandro (comediógrafo), Calímaco (poeta lírico), são representativos dessa época.
A épica ressurge com Apolônio de Rodes, autor da Argonautica. É nesse período que, primeiro, o Velho Testamento é traduzido do hebraico para o grego e, mais tarde, o Novo Testamento é escrito em grego koiné, um dialeto derivado do grego ático.
Sobre o nome de Homero, não há consenso de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito qualquer uma das duas epopeias, tradicionalmente chamadas de poemas homéricos. Para o historiólogo Heródoto (484-425 a.C.), Homero teria vivido 400 anos antes dele (Hdt. 2.53).
Os estudos recentes, porém, situam a data de composição da Ilíada e da Odisseia no fim da Idade das Trevas (c. -750) ou no início do Período Arcaico (-750/-713).
O uso predominante do dialeto iônico sugere que o autor dos poemas veio provavelmente da Iônia. Que ele era um aedo cego nascido especificamente em Quios ou em outro lugar da região e se chamava Homero, porém, não tem qualquer comprovação histórica.  
A autoria dos poemas homéricos que permanece ‘quaestio disputatae’ (discussão irresoluta), desde o Período Helenístico, pode ser resumida assim:
Qual dos poemas é o mais antigo?
Teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados?
Seriam a Ilíada e a Odisseia obras de um só poeta?
Seria "Homero" o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga tradição oral?
Teria sido "Homero" um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral de diversas épocas?
Seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações tardias dos poemas originalmente compostos?
É indiscutível, no entanto, sua influência sobre toda a literatura ocidental. A Eneida, de Virgílio (-30/-19), Os Lusíadas, de Camões (1572) e o Ulisses, de Joyce (1921) são apenas alguns dos numerosos exemplos de influência direta.
Os Gêneros Literários da Antiguidade Clássica Grega
Poesia épica
Cantada por gerações inumeráveis de poetas cantores, os ‘aedos’, discutida por Filósofos como Platão, a obra homérica representa uma potente memória da nação grega.
Naquele momento, a poesia grega não era o que atualmente chamamos de "poesia". Não havia rimas e sim uma estruturação do verso em sílabas longas e breves, de tal modo que a declamação adquiria uma musicalidade muito própria à língua grega.
E os versos eram sempre acompanhados de música, pois para os gregos a poesia e a música andavam sempre juntas.
• Homero (séc. VIII a.C.) - Ilíada, Odisseia.
• Hesíodo (c. 700 a.C.) - Teogonia, Os Trabalhos e os Dias.
A Odisseia
Segundo Janko, 1982, a Odisseia foi composta, possivelmente, entre 743 e 713 a.C., alguns anos depois da Ilíada. O título do poema deriva do nome do principal protagonista, Odisseu, herói grego mais conhecido entre nós pelo nome romano, Ulisses.
Enquanto a Ilíada é uma história de guerra, a Odisseia é basicamente uma história de viagens fantásticas.Nela, [Homero] relata as aventuras de Odisseu após a Guerra de Troia. Durante dez anos o herói tenta retornar a Ítaca, seu reino, onde o aguardam ansiosos o pai Laerte, a esposa Penélope e o filho Telêmaco; numerosas aventuras, porém, retardam sua volta. Em Ítaca, a esposa (Penélope) e o filho (Telêmaco) são constantemente pressionados por pretendentes ao trono e à esposa de Odisseu, tido  como desaparecido.
O poema começa no vigésimo ano de sua partida para Troia (dez anos de guerra, mais dez anos de viagens), e as aventuras dos anos anteriores são contadas pelo próprio Odisseu. No final, é claro, Odisseu consegue retornar ao lar e à família, matar todos os pretendentes e recuperar seu reino.
A poesia lírica
Esta  forma literária nasceu da fusão do poema épico com o instrumento que a acompanhava, a lira. As formas foram então se diversificando; variedades e novas técnicas surgiram, como: a ode, a elegia, os epitáfios, as canções, as baladas e outras mais que se desenvolveriam posteriormente como o soneto e o madrigal.
A primeira característica da poesia lírica é a maior liberdade quanto ao número de sílabas dos versos.Ela também foi de grande influência sobre a poesia dramática, que se apresentava com duplo caráter:épico e lírico(objetivo/subjetivo)
Hesíodo 
Hesíodo (gr. 'HσÍοδος) é o mais antigo poeta grego no início do Período Arcaico. A sua obra poética pode ser considerada como poesia épica. Na Antiguidade, Hesíodo era tão considerado quanto Homero. 
Através de “Os Trabalhos e os Dias”, sabe-se que ele viveu em Ascra, na Beócia, no final do século - VIII ou início do século - VII (c. -700), período de crise agrícola e social. Filho de um imigrante de Cime, na Ásia Menor, que se tornou agricultor e vivia com dificuldade em uma pequena propriedade rural próxima do Monte Hélicon.
Rapsodo
Rapsodo (em grego clássico ραψῳδός / rhapsôidós) é o nome dado a um artista popular ou cantor que, na antiga Grécia, ia de cidade em cidade recitando poemas (principalmente epopeias).
As características da Poesia Épica Latina
Virgílio
Uma epopeia por encomenda
Bucólicas (poema pastoril) e Geórgicas (poema agrícola) haviam dado fama a Virgílio. Por isso, o imperador Augusto encomendou-lhe a composição de um poema épico que cantasse a glória e o poder de Roma. Um poema que rivalizasse e, quiçá, superasse Homero, e também que cantasse, indiretamente, a grandeza de César Augusto. 
Assim, Virgílio elaborou um trabalho que, além de labor linguístico e conteúdo poético, é também propaganda política.
Eneida 
Muitos episódios na Eneida,que narra um tempo mítico, têm uma correspondência síncrona com a atualidade de Augusto.
Por exemplo, o escudo de Eneias, simbolizado a batalha do Ácio, quando Ótavio Augusto derrotou Marco Antônio em 36 a. C. e a previsão de Anquises , no Hades, sobre as glórias de Marcelo, filho de Otávia, irmã do imperador.
Composta por 12 cantos, num total de 9826 versos, a Eneida, a maior obra do poeta Virgílio (Publius Virgilius Maro, 70-19 a.C.) é considerada, simultaneamente, uma obra de tom mitológico e histórico.
Mitológico, porque narra a história do herói Eneias, utilizando-se de lendas tradicionais do povo romano.
Histórico, porque utiliza este argumento para exaltar Roma e Augusto, procurando valorizar tanto os feitos do imperador quanto os feitos mais remotos do seu povo. 
Desta forma, o poeta conseguiu realizar a tarefa que Augusto lhe incumbira, compondo a epopeia latina por excelência, capaz de equiparar-se à Ilíada e à Odisseia, consagradas epopeias homéricas.
Todavia, esta não era a única preocupação da Eneida: Virgílio procurou retratar, também, os valores e virtudes que fundamentavam a sociedade latina, fazendo, assim, uma síntese das correntes de pensamento em difusão em Roma, e as práticas religiosas que prevaleceram de 44 a.C. a 14 d. C., época de Augusto, considerada a de maior prosperidade para a religião romana.
A Poesia Trágica Grega
Será iniciado com uma visão da peça trágica Medeia, na perspectiva de Pier Paolo Pasolini.
A poesia lírica na Grécia antiga
A poesia lírica
introdução:
A poesia lírica foi a expressão literária mais marcante do Período Arcaico, ligada diretamente ao desenvolvimento social da pólis e ao florescimento cultural que acompanhou o processo de migração grega para a Ásia Ocidental e para as ilhas do Egeu.
A qualificação "lírica", usada até hoje, foi criada durante o Período Helenístico; na época clássica era correntemente usada a palavra "mélica" (gr. μελικn), que vem de μελος, "canto acompanhado de música", de onde se formou a palavra portuguesa melodia. 
Recorria-se também com frequência à palavra "ode" (gr. wιδn), que significa canto. Havia dois tipos principais: a lírica monódica, declamada em geral pelo próprio poeta acompanhado pela música de um só instrumento (a lira, por exemplo); e a lírica coral, apresentada por um coro, com ou sem acompanhamento musical.
Os mais importantes viveram entre a primeira metade do século -VII e a primeira metade do século -V, nas primeiras décadas do Período Clássico. Segundo os eruditos alexandrinos, havia um cânone de nove poetas líricos, cujos nomes foram conservados pela Antologia Palatina (AP 9.571): Álcman, Alceu, Safo, Estesícoro, Píndaro, Íbico, Anacreonte, Simônides, Baquílides.
Muitos outros poetas importantes têm sido estudados e divulgados nos últimos anos, graças a descobertas papirológicas. Com exceção das odes triunfais de Píndaro e de Baquílides, no entanto, somente uns poucos poemas completos e outros tantos fragmentos chegaram até nós.
A Elegia
É uma das formas mais antigas. Conservou fortes ligações com a poesia épica, sua antecessora, e deve ter sido em sua origem um canto litúrgico acompanhado de música para, entre outras coisas, enterros e banquetes fúnebres. O metro utilizado era o dístico elegíaco. Havia vários tipos de poesia elegíaca: a elegia guerreira, a elegia amorosa, a elegia moral e filosófica, e a elegia gnômica.
O declamador era, em geral, acompanhado por um tocador de aulos. Entre os principais representantes estão Calino de Éfeso, Tirteu de Esparta, Mimnermo de Cólofon, Sólon de Atenas e Teógnis de Mégara.
O Lambo
A poesia iâmbica é também bastante antiga e se caracterizava pelo tom pessoal, pela alegria de viver e pela sátira, o que a distancia significativamente da poesia épica. O acompanhamento habitual era também o aulos; esse gênero, no entanto, nem sempre era apresentado com acompanhamento musical. 
O metro mais usado era o trímetro iâmbico, embora nas sátiras em geral também se usasse o dístico elegíaco com certa frequência. Principais representantes: Arquíloco de Paros, Semônides de Amorgos e Hipônax de Éfeso. O mais antigo e o mais considerado pelos antigos foi Arquíloco.
A canção 
A poesia cantada com acompanhamento musical, também conhecida por ode ligeira e mélica, muitas vezes se confunde com a própria denominação genérica "lírica monódica".
Os poetas mélicos cantavam principalmente o amor e os prazeres da vida e, além de cantar, tocavam geralmente também o bárbitos, instrumento semelhante à lira, mas com sete cordas ao invés de quatro.
A métrica desses poemas era muito variada e habitualmente característica de cada autor. Os versos eram agrupados em estrofes[1] e cada tipo de estrofe recebeu, em geral, o nome do poeta que a utilizava: sáfica (Safo de Lesbos), alcaica (Alceu de Mitilene), e anacreôntica (Anacreonte de Teos).
Elementos Essenciais da Tragédia Grega
Hybris- Sentimento que conduz os heróis da tragédia à violação da ordem estabelecida através de uma ação ou comportamento que se assume como um desafio aos poderes instituídos (leis dos deuses, leis da cidade, leis da família, leis da natureza).
Pathos- Sofrimento, progressivo, do(s) protagonista(s), imposto pelo Destino (Anankê) e executado pelas Parcas (Cloto, que presidia ao nascimento e sustinha o fuso na mão; Láquesis, que fiava os dias da vida e os seus acontecimentos; Átropos, a mais velha das três irmãs, que, com a sua tesoura fatal,cortava o fio da vida), como consequência da sua ousadia.
Ágon - Conflito (a alma da tragédia) que decorre da hybris desencadeada pelo(s) protagonista(s) e que se manifesta na luta contra os que zelam pela ordem estabelecida.
Anankê- É o Destino. Preside às Parcas e encontra-se acima dos próprios deuses, aos quais não é permitido desobedecer-lhe.
Peripécia- Segundo Aristóteles, "Peripécia é a mutação dos sucessos no contrário". Assim, poderemos considerar um acontecimento imprevisível que altera o normal rumo dos acontecimentos da ação dramática, ao contrário do que a situação até então poderia fazer esperar.  
Anagnórise(reconhecimento)- Segundo Aristóteles, "o reconhecimento, como indica o próprio significado da palavra, é a passagem do ignorar ao conhecer, que se faz para a amizade ou inimizade das personagens que estão destinadas para a dita ou a desdita." Aristóteles acrescenta: "A mais bela de todas as formas de reconhecimento é a que se dá juntamente com a peripécia, como, por exemplo, no Édipo." O reconhecimento pode ser a constatação de acontecimentos acidentais, trágicos, mas, quase sempre, se traduz na identificação de uma nova personagem, como acontece com a figura do Romeiro no Frei Luís de Sousa. 
Catástrofe- Desenlace trágico, que deve ser indiciado desde o início, uma vez que resulta do conflito entre a hybris (desafio da personagem) e a anankê (destino), conflito que se desenvolve num crescendo de sofrimento (pathos) até ao clímax (ponto culminante). Segundo Aristóteles, a catástrofe "é uma ação perniciosa e dolorosa, como o são as mortes em cena, as dores veementes, os ferimentos e mais casos semelhantes."
Katharsis(catarse)- Purificação das emoções e paixões (idênticas às das personagens), efeito que se pretende da tragédia, através do terror (phobos) e da piedade (eleos) que deve provocar nos espectadores.
Introdução
A tragédia, a mais antiga obra literária representada por atores em espaço especializado, o teatro, é um dos mais importantes gêneros literários legados pela Grécia Antiga. Do século -IV em diante, a tragédia entrou em franco declínio e só iria recuperar parte de seu antigo esplendor dois milênios depois - mas as obras de Shakespeare (1564/1616), de Racine (1639/1699) e de outros autores são, na realidade, formas evoluídas da tragédia.
“Ter inventado a tragédia é um glorioso mérito,e esse mérito pertence aos gregos”. 
(ROMILLY, 1998)
O gênero trágico, em sua forma mais pura, só subsiste na obra dos três grandes poetas atenienses:
Ésquilo (-525/-456) Busto de Ésquilo, Museus Capitolinos, Roma. Sófocles (-496/-405), Eurípides (-485/-406)
ATENÇÃO:
	Das oitenta tragédias compostas por Ésquilo restam-nos, desgraçadamente, apenas sete; das cento e vinte de Sófocles, temos igualmente apenas sete; dentre as oitenta obras dramáticas de Eurípides, somente dezessete tragédias e um drama satírico sobreviveram.
Os Grandes Tragiógrafos Gregos
Uma divertida introdução à arte grega
Ésquilo
“Ésquilo foi o primeiro a elevar de um para dois o número dos atores; diminuiu a importância do coro e fez do diálogo protagonista”(Aristóteles, Po. 1449 a.15)
O mais antigo dos poetas trágicos cuja obra chegou até nossos dias. Aristóteles sustentava que foi ele o verdadeiro criador da tragédia ática e, para os atenienses, era uma verdadeira instituição. 
Embora somente tragédias inéditas fossem habitualmente admitidas nos festivais de Atenas, depois da morte de Ésquilo suas obras eram frequentemente reapresentadas — às custas da cidade — e chegaram a ser premiadas várias vezes nos concursos.
As mais importantes fontes de informações sobre a vida de Ésquilo são a ‘Vita anônima’. Sabe-se de certo apenas que nasceu em -525 em Elêusis, perto de Atenas, e que morreu em -456 na Sicília, em Gela. 
Era provavelmente de família aristocrática e seu pai chamava-se Eufórion. Segundo a tradição, lutou contra os persas em Maratona (-490) e em Salamina (-480). 
Já em vida, seu prestígio era grande. A tradição registra pelo menos duas e talvez três viagens à Sicília, sede de algumas das mais poderosas poleis da época, para apresentar suas peças: a primeira em -476/-475, a segunda provavelmente entre -471 e -456 e, com certeza, lá estava ele em -456, quando morreu. 
Seu túmulo tornou-se local de peregrinação e, em meados do século -IV, uma estátua sua foi colocada no centro do teatro de Dioniso, em Atenas.
Ésquilo reduziu a primitiva importância do coro e acrescentou um segundo ator, tornando possível o diálogo entre os personagens e a ação dramática. É provável que tenha também introduzido aperfeiçoamentos no vestuário e nos cenários, a julgar pela dificuldade técnica de algumas de suas encenações. 
Aristófanes 
Em As Rãs, comédia representada em -405, Aristófanes compara Ésquilo e Eurípides, com vantagem para o primeiro. Apesar do tom jocoso, várias características da obra esquiliana são reconhecidas e mencionadas. É um raro testemunho da impressão que o poeta causou naqueles que viveram (quase) em sua época.
Sófocles
Sófocles, o segundo dos poetas trágicos canônicos, foi ainda em vida o mais bem sucedido autor de tragédias do século -V. Consta que obteve o maior número de vitórias nos concursos dramáticos de Atenas.
Os atenienses veneravam Ésquilo e compreendiam apenas em parte Eurípides; mas amavam Sófocles apaixonadamente.
Desde sua primeira vitória, aos 28 anos, Sófocles foi festejado e homenageado como o maior dos poetas trágicos. De acordo com a tradição biográfica, participou ativamente da vida pública de Atenas.
Nasceu perto de Atenas, em Colono, por volta de -496;era de família abastada, mas não aristocrática ; o pai chamava-se Sófilos. Viveu sempre em Atenas e lá morreu, nonagenário, em
-406/-405. 
Era bem apessoado e afável; consta que foi amigo de Péricles e de Heródoto e que Íofon, seu filho, e Áriston, seu neto, foram tragediógrafos de renome. Diz-se que, meses antes de sua morte, ao saber que Eurípides morrera, vestiu o coro de preto e, em lágrimas, deu ao público a notícia.
Características da obra
A poesia de Sófocles é simples e elegante, nobre mas sem pompa; algumas das mais belas linhas da poesia grega são de sua autoria. 
O personagem sofocliano é um ser humano ideal, dotado dos mais elevados atributos humanos. Seu caráter, habilmente delineado pelo poeta, frequentemente contrasta com o de outros personagens. Como se costuma dizer, ao teocentrismo de Ésquilo opunha-se o antropocentrismo de Sófocles.
Das tragédias sobreviventes, apenas o Filoctetes pôde ser datado com precisão. Note-se que Édipo Tirano é mais conhecida pela tradução incorreta, Édipo Rei.
Édipo Rei (mais corretamente: Édipo Tirano) — de Sófocles é, entre nós, a mais célebre e a mais representada das tragédias gregas. Tanto o filósofo Aristóteles, na Antiguidade, quanto os dramaturgos franceses do século XVII consideravam-na a mais bem construída das tragédias gregas. 
Saiba mais: A data exata desta tragédia de 1530 versos não é conhecida; estima-se a primeira apresentação entre -429 e -425. Sabe-se que Sófocles foi contemplado em segundo lugar no concurso dramático e que o primeiro lugar coube a um certo Filocles, possivelmente sobrinho de Ésquilo. 
Na poderosa cidade de Tebas reinavam Édipo, o matador da Esfinge, e a rainha Jocasta. Diante de uma grave epidemia, o rei consulta o Oráculo de Delfos e descobre que a causa da peste é a presença na cidade do desconhecido assassino de Laio, rei anterior e primeiro marido de Jocasta. 
Ao investigar a morte do antigo rei, ocorrida anos antes, Édipo acaba descobrindo que Laio era seu pai; que ele, Édipo, o havia matado e que estava, portanto, casado com a própria mãe. Jocasta, desesperada, se mata; Édipo cega a si mesmo e parte para o exílio.
Medeia
A tragédia Medeia foi representada pela primeira vez nas Dionísias Urbanas de
-431, ano em que começou a Guerra do Peloponeso. Nesta tragédia, Eurípides nos transmitiu um dos mais interessantes e mais emocionantes retratos das forças antagônicas que governam a alma humana.Medeia, a personagem principal, luta com todas as forças e todas as armas contra as adversidades que a acometem. Jasão e Medeia, expulsos de Iolco após a morte de Pélias, vivem agora em Corinto com seus dois filhos. 
O rei de Corinto, Creonte, convence Jasão a abandonar Medeia e se casar com sua filha; para tanto, expulsa Medeia e os dois filhos da cidade. Egeu, rei de Atenas, concede asilo a Medeia, mas a feiticeira decide se vingar de Jasão. Primeiro, através de um ardil, mata Creonte e a filha dele; a seguir, mata os próprios filhos e foge, finalmente, em um carro alado cedido pelo deus Hélio, seu avô.
A imitação trágica
J.P. Vernant, em seus estudos sobre tragédia, diz que seu domínio próprio:
“situa-se nessa zona fronteiriça em que os atos humanos articulam-se com as potências divinas... pode bem continuar a escrever peças, inventando ele mesmo a trama segundo um modelo que crê conforme às obras de seus grandes predecessores...” , mas não haverá mais o especificamente trágico após essa época.
Aristóteles 
No século III a.C, Aristóteles, na Poética, texto cuja intenção é expor a essência da tragédia, irá defini-la como uma arte (téchne) entre muitas outras, e sendo a arte, imitação (mímesis), diz:“... A tragédia é imitação de uma ação nobre e completa (práxeos spoudaías kaì teleías) tendo uma certa grandeza (mégethos)... 
A imitação de uma ação é mito (mýthos). Nomeio mito (mýthos) a síntese de ações (sýnthesin tôn pragmáton); nomeio caráter (éthe) as ações que permitem que qualifiquemos aqueles que agem; e afinal, digo que pensamento (diánoian) é o que nas palavras ditas traz um exposto ou exprime um conhecimento (gnómen)...”. 
A palavra teatro tem derivação dos verbos theatrídzo (expor para todos verem, daí, expor em cena) e theáomai (contemplar). O substantivo theatós significa o que é visível, digno de ser contemplado.
Faremos um exercício para testar seu conhecimento. 
Para isso, clique no botão INICIAR e, em seguida, leia atentamente o enunciado para responder às questões.
Nesta aula, você:
- Compreendeu a criação da literatura grega antiga com a Odisseia e a Ilíada, de Homero, e a épica latina.
- Aprendeu os significados e as características principais da poesia lírica grega e latina.
- Analisou aspectos da tragédia na Grécia.
1.
Virgílio, famoso escritor foi considerado ainda em vida como o grande poeta romano clássico, e expoente da literatura latina. Seu trabalho foi uma vigorosa expressão das tradições de uma nação que urgia pela afirmação histórica.
Entre suas obras está “bucólicas". Indique a temática prevalecente desta obra:
2) Expressão campestre. 
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2.
A poesia Lírica nasceu da fusão do poema ‘épico’ com o instrumento que a acompanhava, a lira. As formas foram então se diversificando; variedades e novas técnicas surgiram, como: a ode, a elegia, os epitáfios, as canções, as baladas e outras mais que se desenvolveriam posteriormente como o soneto, e o madrigal. Nesta perspectiva, em pleno período arcaico grego encontra-se a poesia "Ode à bem amada".
Indique entre as opções sua autoria (memorização):
2) Safo. 
 
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3.
A ilíada narra uma guerra entre duas cidades gregas. Um conflito de orgulho e de honra de um marido traído pelo rapto de sua esposa. Dentre os personagens da Ilíada, como você descreveria o seu herói máximo? (memorização)
4) Um guerreiro audacioso: filho de uma deusa com um mortal, entretanto morre com uma flecha no calcanhar. 
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4.
Quais foram os grandes poetas trágicos da Grécia?
4) Ésquilo, Sófocles e Eurípides 
Aula 4
Periodização da Filosofia Grega na Antiguidade 	
Neste sentido, a Filosofia como forma de pensamento histórico pode ser objeto de uma investigação material, em forma de cronologia, que estabeleça os passos de seu desenvolvimento e seus principais atores: os filósofos.
1º Período: Pré-socrático
O primeiro período (-600/-400) é marcado pela reflexão sobre a estrutura do mundo natural pelo desenvolvimento da argumentação filosófica. Ou cosmologia (cosmos = mundo racionalizado, a natureza entendida como conjunto de leis que regem a realidade. Sua interpretação através dos fenômenos ‘naturais’ é chamada de Filosofia do mundo ou ciência do mundo).  
A reflexão sobre a origem e a organização do universo é denominada Cosmologia (do gr. κoσμος, "ordem").
Os filósofos pré-socráticos, os mais antigos pensadores a lidar com esse tema, procuravam um princípio lógico e racional que explicasse como a s coisas surgem e desaparecem ciclicamente enquanto a Natureza permanece a mesma, e acreditavam que esse "elemento" atuava tanto no mundo físico como nos seres humanos.
Veja o que pensa o Prof. Eduardo Luiz (2009) http://tetramegisto.blogspot.com
A Cosmologia e Civilização Gregas
Os gregos antigos começaram a desenvolver o ‘método científico’ de investigação. A ciência passou a ter uma forte conotação experimental e o cientista passou a ser um investigador.
Como vimos anteriormente, por Vernant, vários fatores culturais e históricos específicos presentes na civilização grega permitiram que o método científico pudesse se instalar entre os filósofos da Grécia antiga. 
Podemos destacar alguns destes fatores:
1)A estrutura da ‘ecclesia’ que permitia um ‘Fórum’ Social de franca discussão.
2)Economia marítima desenvolvida pelos gregos evitava o isolamento e o provincianismo o tempo todo, assim a sociedade grega dispunha de  influências multiculturais.
3) A difusão da língua grega que propiciava aos eruditos e cientistas gregos grande circulação pelo mundo ao redor.
Embora a filosofia tenha nascido e se desenvolvido nas prósperas ‘Poleis’ (Cidades-Estado), localizadas fora do continente grego, o mais importante personagem da Filosofia Grega foi o ateniense Sócrates (469/-399).
Ele foi contemporâneo do político Péricles, do poeta trágico Eurípides e do médico Hipócrates de Cós. Sua contribuição à Filosofia foi tão importante que é costume dividir historicamente os pensadores gregos em "pré-socráticos" e "pós-socráticos".
Seguem-se os filósofos pré-socráticos mais destacados:
Os Pitagóricos:
Por ter sido um filósofo da fase não escrita da história da Filosofia grega, Pitágoras e seus seguidores, os pitagóricos, estão envolvidos em tamanha quantidade de lendas que é muito difícil separar a realidade do mito.
O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.
Independentemente de provarmos ou não a sua existência histórica, destaca-se a importância do "pitagorismo": A doutrina desenvolvida no final do século VI constituída por um complexo amálgama de números, matemática e música, misticismo e cosmologia, e ética.
Nome: Pitágoras de Samos
Nasceu: no V° século a.C o "mais hábil filósofo grego" (Hdt. 4.95), é considerado o fundador do pitagorismo.
Cidade natal: Pitágoras nasceu c. -570 em Samos, no litoral da Ásia Menor; seu pai era Mnesarco, um mercador fenício, e sua mãe era samiana.
Discípulo: de Ferécides de Siros (D.L. 1.118), de acordo com Diógenes Laércio.
Vida: Consta, finalmente, que emigrou entre -540 e -522 para a cidade de Crotona, na península italiana, por discordar da tirania de Polícrates.
Dedicação: Dedicou-se também à matemática e à teoria musical.
Morreu: No fim da vida, desentendimentos políticos obrigaram-no a emigrar para Metaponto, ao norte de Crotona, onde morreu por volta de -495.
A confraria pitagórica
Ele criou uma confraria ou irmandade em Crotona que reunia cerca de trezentos jovens, que viviam separadamente dos outros cidadãos e mantinham os bens em comum. A irmandade era aparentemente um "clube" de pessoas que cultivavam um estilo de vida particular e exclusivo, com seus rituais e segredos.
Exercícios físicos, música e estudos referentes à teoria musical e à matemática, assim como sua aplicação à natureza do Universo, aparentemente também faziam parte do "currículo".
Atribuía-se aos números um significado místicoe, para eles, a τετρακτύς, "número quaternário" (o número 10, formado pela adição dos quatro primeiros números: 1+2+3+4) era o fundamento de todas as coisas.
A despeito de algumas oposições nem sempre pacíficas, os discípulos e seguidores de Pitágoras continuaram difundindo sua doutrina e desenvolvendo atividades políticas em várias cidades do sul da Itália até fins do século -IV, pelo menos. Diversos tratados sob o nome de Pitágoras restaram até os nossos dias, mas sua autenticidade é discutível.
2° Período: Socrático
Este segundo período no desenvolvimento da Filosofia grega é marcado pela descoberta antropológica. Da Natureza Cósmica para a Humana. O princípio de Delphos (“Conhece-te a ti mesmo!”) torna-se uma técnica de conhecimento e de ação ética (a maiêutica) da recuperação do conhecimento (“Sei que nada sei”).
Nascido em Atenas, no século V. O pai, Sofronisco, escultor; a mãe, Fenarete, parteira. Na juventude, esteve interessado na Filosofia da Natureza e chegou a estudar algum tempo com Arquelau (séc. -V), discípulo de Anaxágoras de Clazômenas (-500/-428). Lutou bravamente na Guerra do Peloponeso em Potideia (-432/-430), Délio (-424) e Anfípolis (-422).
Em 423, com mais de quarenta anos, Sócrates já figura popular em Atenas, tanto que Aristófanes fez sua caricatura em As Nuvens.
Feio e de pequena estatura tinha, porém, a mente aguçada, lógica e analítica. Argumentador rigoroso, bem-humorado, costumava submeter todos os que se dispunham a ouvi-lo a uma série de perguntas muito bem dirigidas até chegar a uma conclusão satisfatória que, em geral, punha em relevo a fragilidade das opiniões de seus interlocutores (o método maiêutico).
Em 399, acusado de não cultuar os deuses da cidade e corromper a juventude, foi julgado e condenado à morte. Bebeu cicuta, veneno usado em Atenas nas execuções, diante de amigos e discípulos.
Pensamento e obra
Platão, Xenofonte e a caricatura de Aristófanes são nossas únicas fontes, pois Sócrates nada escreveu.
O princípio socrático era "só sei que nada sei". Ele acreditava que a virtude e os mais altos valores éticos estavam profundamente arraigados no inconsciente das pessoas e comparava seu trabalho de "extrair" as ideias ao de uma parteira (maiêutica socrática).
A Cidade e o Templo de Delphos:
Para que seus interlocutores recuperassem o conhecimento "adormecido" e abandonassem as ideias falsas, recorria à ironia: alegando nada saber, conduzia habilmente o interlocutor até que ele mesmo, refletindo, chegasse à conclusão correta.
Para Sócrates, o conhecimento conduz naturalmente à sabedoria.
Mas a injustiça e a maldade eram apenas o resultado da ignorância; o mal nada mais era que a falta de conhecimento do bem (tema retomado séculos depois por Santo Agostinho em “Confissões”).
Durante o século -IV, o desenvolvimento e a popularização da filosofia alcançam o seu apogeu.
b) A Filosofia de Platão e de Aristóteles
No século IV surgem as duas maiores figuras do pensamento grego: Platão e Aristóteles. Neste período, a Filosofia se organiza em torno de Instituições escolásticas. Platão funda a Academia e Aristóteles o Liceu, um marco na história da educação. Platão foi, certamente, o mais importante dos discípulos de Sócrates.
Doutrina Platônica:
O Mundo das Ideias
Segundo Platão, toda a realidade é mutável, ela "flui". O mundo dos sentidos está sujeito à corrosão do tempo. Ao mesmo tempo, tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável. Desta dimensão de mudança (meta-morfose=mudança de forma) causada pelo tempo, ele extrai ‘a essência’ (ousia) das coisas. A universalidade de tudo, os elementos em comum.
Apesar das coisas não serem exatamente iguais, existe algo que é comum a todos, algo que garante que nós jamais teremos problemas para reconhecer algo, a verdadeira forma das coisas é eterna e imutável. A Filosofia garante que entre as coisas singulares e mutáveis existe um denominador comum, fundamento estável.
Ele postula a partir desta afirmação a possibilidade que as coisas na ‘Natureza’ tenham uma origem comum: que "por cima" ou "por trás" de tudo o que vemos à nossa volta há um número limitado de formas. Platão as nomeou As Ideias.
Por trás de todos as coisas (humanas ou não) existe a "ideia, uma forma de matrix”. Fonte de identidade entre a diversidade de formas existentes.	
Platão pleiteava uma realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. A esta realidade ele deu o nome de mundo das ideias. Nele estão as "imagens padrão", as imagens primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza. Esta concepção é chamada por nós de a Teoria das Ideias de Platão.
Dualismo cognitivo de Platão
Para Platão, a realidade era composta por dois níveis 
1)O mundo dos sentidos:Paladar/boca, Tato/pele, Visão/olhos, Olfato/nariz, Audição/ ouvidos
Que nos fornece, pelos nossos cinco sentidos, a impressão das coisas, um conhecimento aproximado ou imperfeito. Neste mundo dos sentidos, tudo “flui” e , consequentemente, nada é perene, as coisas simplesmente surgem e desaparecem .
2)O mundo das idéias:
É a fonte de conhecimento seguro (racional e científico).Este conhecimento tem como fonte o uso de nossa razão, e não pode ser conhecido através dos sentidos.
Nestas perspectivas, as coisas são conhecidas por suas idéias (ou formas),que são eternas e imutáveis.
Segundo Platão , a filosofia era o conhecimento das ‘essências’ das coisas, e, portanto,do eterno e imutável. A realidade racional e verdadeira pertence ás idéias perfeitas, que estão acima do mundo sensorial. Esta filosofia passou a ser denominada pelos estudiosos como ‘Idealismo Platônico’.
2)Aristóteles:
Nasceu em Estagira, na Calcídica, em 384 a.C; filho de Nicômaco, médico pessoal de Amintas, rei da Macedônia (393), pai de Felipe II (382) e avô de Alexandre III (356). Viveu em Atenas, onde estudou Filosofia na Academia de Platão (367 e 347 a.C). Permaneceu por três anos em Atarneus (ou Assos), perto de Tróia, juntamente com Teofrasto (371/287) e outros ex-alunos da Academia, onde casou-se com Pítias, filha de Hérmias, tirano local e também ex-aluno de Platão. 
Aplicando conhecimento 
No dia-a-dia cultura grega ainda exercita forte influência sobre nossa cultura, o olhar e nosso gosto. A começar pela admiração que temos pelo conceito político-cultural de democracia. A filosofia grega, em Platão e Aristóteles continuam nas prateleiras de nossas livrarias e são temas de cursos em diversas áreas do conhecimento. 
1.
A principal característica de um filósofo é:
Questionamento 
2.
Nas origens da civilização grega havia o conhecimento da realidade através da sabedoria das narrações mitológicas. Depois, os gregos irão criar o conhecimento crítico da realidade, denominado por eles, de Filosofia. Qual é a etimologia desta palavra? (memorização).
3) Philos - amizade / Sophia - sabedoria. 
3.
Platão, Filósofo Grego das Idéias, foi discípulo de:
Sócrates. 
Aula 5
A Língua Grega: Uma Introdução
"O grego vale apena?" Não, não se você for capaz de fazer essa pergunta. O grego é comunicação com gênios, é uma experiência estética, é, para falar simplesmente, fruição (...) (Compilador - séc. V d.C.).
Com essa questão retórica, iniciamos esta aula sobre a língua dos Gregos, da civilização que inventou a Filosofia, a argumentação, a mitologia, e deixou-nos uma extensa lista de vocabulários das ciências, além de inumeráveis contribuições estéticas.
Por isso, vale a pena conhecer as contribuições linguísticas da língua grega para as civilizações modernas, nas quais vivemos. Para isso, aprofundaremos as suas características gerais, de ordem filológica, gramatical e semântica.
I - A posição do grego na família das línguas indo-europeias
Desde o Renascimento (século XIV), mas especialmente a partir do século passado, o incremento dos estudos clássicos mostrou a semelhança entre uma série de línguas diferentes, tanto do ponto de vista do vocabulário, como da morfologia. Tomemos como exemplo o termo "pai" em diversas línguas:
	A Hipótese das ‘origens indo-arábicas’:A concordância levou os estudiosos a levantar a hipótese que todas essas línguas, que se tornaram diferentes com o tempo, são originárias de um mesmo idioma antigo, que, tradicionalmente, chamamos de indo-europeu.
	Inglês
	Father
	Alemão
	Vater
	Latim 
	Pater
	Espanhol
	Padre
	Francês
	Pére
	Português
	Pai
	Grego
	Patér
	Sânscrito
	Pitar
Segundo o Professor Jorge Piqué:
“Na verdade, não temos qualquer testemunho escrito direto dessa língua, que deu origem a todas as línguas que hoje agrupamos na chamada "família indo-europeia". Portando, o que supomos desse "povo indo-europeu" tem como ponto de partida as "línguas-filhas" que conhecemos, principalmente, pelo estudo do vocabulário comum.
Dessa forma, supõe-se que, antes do V milênio a.C., existia um conjunto de tribos que falavam dialetos estreitamente relacionados e que tinham os seguintes traços comuns: praticavam a agricultura,criavam bovinos, porcos e carneiros, criavam bovinos, porcos e carneiros
Em relação aos indo-europeus, os estudiosos ainda não estabeleceram de forma unânime a localização inicial exata dessas tribos. Uma das possibilidades seria as estepes do sul, que hoje é a Rússia, ao norte do Mar Negro.
O binômio ‘Migração-conquista’.
Mas afinal de contas, de que maneira a língua grega, a latina, as neolatinas podem ter algum parentesco com aquelas balcânicas? A observação da mobilidade dos povos antigos, caracterizada pela busca de novos territórios de pastagem e agricultura, ou climas mais amenos, poderia ser um caminho de explicação? Na tentativa de explicar a origem comum dos indo-europeus, propõe-se que, a partir do local de origem, teria havido um grande movimento migratório.
Talvez por causa de uma seca na região que tornou os pastos cada vez mais escassos, a partir do V milênio a.C., duas correntes migratórias principais se dirigiram, uma para o ocidente, até chegar à Península Ibérica e à Grã-Bretanha, e a outra, para a Índia. No percurso dessa migração, que durou milênios, foram se desenvolvendo e diferenciando as atuais línguas indo-europeias. As tribos indo-europeias, que desceram pela Península Itálica, deram origem aos romanos e à Língua Latina, que, por sua vez, em um novo processo de migração e conquista por toda a Europa, deu origem às atuais línguas românicas, entre as quais o Português.
II - Os Dialetos Gregos	
Mas, e a língua dos Gregos, de onde veio? Quais teriam sido as suas origens? Para o Professor Jorge Piqué, duas seriam as maneiras de explicar as origens dos diversos dialetos que originam o idioma de Homero, Platão e Alexandre Magno. Na primeira hipótese, “As tribos indo-europeias, que desceram pela Península Balcânica, deram origem ao grego”.
Segundo uma tradicional teoria, os indo-europeus não chegaram à Grécia numa única leva. Foram, na verdade, ondas sucessivas de tribos que vinham do Norte, a partir aproximadamente de 2000 a.C., na seguinte sequência:
mínios		aqueus		jônios		eólios		dórios
Cada conjunto de tribos ao chegar conquistava e forçava a assimilação ou a emigração, e cada um falava uma variante diferente do grego, um "dialeto". Como resultado, temos que a Grécia antiga transformou-se em uma verdadeira colcha de retalhos de dialetos.
 Outra possibilidade baseia-se na diferenciação dialetal ocorrida já em território grego. Uma mutação desenvolvida pelo contato entre os diversos povos radicados na Península grega.
Outra teoria mais recente minimiza as ondas sucessivas de tribos como explicação da diferenciação dialetal, que de fato encontramos nos tempos históricos. Ela procura explicar essa situação por uma diferenciação dialetal ocorrida já em território grego.
Assim, o eólico e o dórico não corresponderiam a ondas de tribos eólicas e dóricas que chegaram depois, mas a um processo de diferenciação a partir das formas dialetais já existentes na Grécia. De qualquer forma, ambas as teorias tentam explicar um fato bem conhecido, que a língua grega por seus primeiros testemunhos escritos se apresenta sob múltiplas formas.
Cada região, cada cidade, têm um falar próprio. Cada gênero literário tem seu dialeto particular e cada autor trata este dialeto de uma maneira especial. (Meillet) Os dialetos locais são agrupados em dialetos regionais e estes em grupos de dialetos.
Grupos dialetais:
1. Jônico-ático
2- Arcado-cipriota
3- Eólico
4- Grupo ocidental (grego do noroeste e dórico)
1 - O dialeto ático:
Dentre os diversos dialetos em curso, destaca-se, do ponto de vista cultural, o dialeto ático, chamado ático clássico ou grego clássico. Esse dialeto, pertencente ao grupo dialetal jônico-ático, é falado na cidade de Atenas.
Do ponto de vista da Literatura Clássica, este dialeto constitui testemunha da produção extraordinária desse período. Foi usado por importantes autores como os seguintes, em verso: Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes, Menandro, etc. na prosa: Tucídides, Xenofonte, Platão, Aristóteles, Isócrates, Lísias, Demóstones, Ésquines, etc. Ou seja, os principais textos de História, Filosofia, Oratória, Tragédia e Comédia foram escritos basicamente nesse dialeto. A maioria dos cursos de Grego antigo ensina na verdade o ático clássico.
Além disso, existiam também dialetos literários. Um dialeto além de estar associado a uma determinada região, podia estar associado a um determinado gênero literário, independentemente do dialeto falado por seu autor. Assim, por exemplo, a poesia lírica de autores como Alceu, Safo, etc., era composta em dialeto eólico. A poesia épica (Homero, Hesíodo, etc.) era composta em dialeto jônico, assim como a obra de Heródoto, a poesia de Arquíloco, a filosofia pré-socrática e os escritos médicos da escola de Hipócrates.
Na origem da língua grega, em seu desenvolvimento literário, está Homero. Em sua literatura, não encontramos os dialetos dos falantes gregos, trata-se de uma “língua especial”, poética. Esse "dialeto homérico" foi utilizado pelos poetas líricos que compunham elegias e iambos e, no período helenístico, pela "nova épica", como na poesia de Apolônio de Rodes. O dialeto ático desenvolveu-se do jônico e, por isso, apresenta grandes semelhanças, pertencendo ao mesmo grupo dialetal jônico-ático.
Como Atenas, nos séculos V e IV a.C., tornou-se o principal centro cultural de toda a Grécia, o ático falado nesse período, aproximadamente entre 500 e 300 a.C., é tomado como ponto de partida para o estudo do Grego antigo.
III. Pequena História da Língua Grega
A língua grega do período de Alexandre Magno (período helenístico 330 a.C.-330 d.C) experimenta, graças à constituição de um novo Império, uma larga difusão na Bacia do Mediterrâneo.
Nascia assim o chamado grego ‘Koiné’, uma espécie de língua internacional, comum (gr. koiné) a todos. O dialeto Koiné foi na época algo como o latim e o francês já foram, e como o inglês é hoje em dia. Esse dialeto foi o veículo para a tradução das escrituras do Velho Testamento feita em Alexandria por volta de 280 a.C. por um grupo de setenta eruditos judeus (por isso, essa tradução recebe o nome tradicional de Septuaginta).
Em referência ao dialeto Koiné, não nos esqueçamos que também o Cristianismo usufruirá do mesmo, para, com sucesso, difundir-se por todo o mundo antigo.
Todos os livros do Novo Testamento foram escritos originalmente também nessa língua comum, o dialeto grego Koiné, justamente para que tivessem a maior divulgação possível. Esse é quadro geral do que chamamos de "Grego antigo", uma língua cujos registros escritos vão desde o séc. XV a.C. (grego micênico) até o séc. VI d.C.
Com o enfraquecimento do Império Romano ocidental, com capital em Roma, nascia outra forma de grego, Grego bizantino (o novo centro político e cultural era agora Bizâncio), entre os séculos V d.C. e XV, e que era uma espécie de continuação da Koiné. A partir do séc. XVI, com a tomada de Constantinopla (ex-Bizâncio) pelos turcos em 1453, surge o Grego pouco a pouco moderno, que é o falado até os dias de hoje na Grécia. Grego antigo e moderno, portanto,são duas línguas diferentes, no entanto muito parecidas em função de uma originar-se da outra.
Princípios da Língua Grega
1. As diferentes pronúncias do Grego Antigo
O Humanismo e Erasmo de Rotterdam (1467-1536)
Século XIV
Quando a cultura clássica foi revalorizada durante o Renascimento europeu no século XIV, a única maneira de aprender grego, para ter acesso aos originais, era através de professores gregos, porém não havia métodos de ensino. Havia, no entanto, dificuldade na leitura de textos antigos, por questões fonéticas, e uma série de incongruências ao se utilizar a pronúncia moderna.
A dificuldade na leitura de textos gregos antigos só é solucionada por um grande humanista da época, Erasmo de Rotterdam, que pesquisou e propôs uma nova pronúncia para substituir a moderna. Mesmo assim, não há, entre os estudiosos e professores, consenso sobre isso.
Duas vertentes caracterizam o ensino da língua de Homero:
	 Pronúncia
 Reconstruída ou Antiga
	 Pronúncia Erasmiana
 
 Grego moderno X grego antigo
O grego moderno é, sem dúvida, uma evolução do grego antigo, notadamente do dialeto ático; mas, embora os fundamentos sejam os mesmos, está muito distante dele e não serve de base para o estudo do grego antigo.
Vejamos os primeiros 11 versos do Auto da Barca do Inferno, do português Gil Vicente, datada de 1517:
Á barca, á barca, hou lá, que temos gentil maré. Ora venha a caro a ré: feito, feito, bem está. Vae alli muitieramá, e atesa aquelle palanco, e despeja aquelle banco, pera a gente que virá. Á barca, á barca, hu! Asinha, que se quer ir.
	
Um falante moderno do português, que vive quase 600 anos depois do autor dos versos, conseguirá distinguir as palavras de grafia arcaica e até o sentido geral dos versos, mas terá, certamente, dificuldade com palavras e expressões como "a caro" ("em frente"), "atesa aquele palanco" ("estica aquela corda") e "asinha" ("depressa"). Imagine, agora, a diferença entre um texto em grego moderno e um texto em grego antigo, escrito há mais de 2.500 anos...
Características da língua grega
A maioria dos conceitos da morfossintaxe portuguesa é aplicável ao grego antigo, haja vista que tanto o português como o grego são línguas indo-europeias. Eis algumas características comuns às línguas dessa família:
1- A quantidade de palavras de forma variável excede, de longe, a das palavras invariáveis;
2- As palavras variáveis têm radical, onde reside a noção básica, e a desinência, que muda de acordo com a flexão;
3- A flexão de gênero comporta dois tipos, o animado (masculino, feminino) e o inanimado (neutro);
4- A numeração é decimal e os numerais menores de "5" têm flexão;
5- O nome, que identifica seres e objetos, é sempre distinto do verbo, que marca a ação;
6- Verbos podem ser formados a partir de noções nominais;
7- O verbo não tem conjugação completa e constante e muitos são constituídos por mais de um radical.
Quanto mais antiga a língua, mais marcadas são essas características; quanto mais recente, menos marcadas. O grego, naturalmente, é exemplo de língua indo-europeia antiga; o português, de língua indo-europeia recente....
FONEMAS E ESCRITA ALFABÉTICA
Fonemas e escrita alfabética
Fonética é o estudo dos sons articulados da fala humana; fonema é uma unidade sonora mínima que diferencia uma palavra da outra ou uma forma gramatical de outra.
Assim, nas palavras portuguesas "faz" e "fiz", são os fonemas /a/ e /i/ que permitem o reconhecimento sonoro das duas formas verbais. A escrita nada mais é do que "a contrapartida gráfica do discurso" (Diringer, 1985) e envolve, portanto, a representação dos sons da fala através de uma série de sinais.
No fim do século VIII, os gregos adaptaram os sinais inventados séculos antes pelos fenícios e criaram, para seu uso, o alfabeto grego. Esse alfabeto, com modificações, é usado até hoje pelos gregos modernos e se tornou a base do alfabeto latino usado pela maioria das línguas modernas.
Letras e sons
O alfabeto grego, básico com suas consoantes, vogais e ditongos, é o mesmo para todos os dialetos, uma vez que a tradição que transmitiu os textos gregos da Antiguidade até o presente unificou a escrita.
Transliteração (= translit., tabela) é uma correspondência entre as letras gregas e as letras do alfabeto latino, usada em geral por publicações que citam passagens em grego sem usar o alfabeto grego. Note-se que o zeta [Ζ, ζ], embora consoante dupla, é tradicionalmente transliterada por uma única letra, "Z, z". Ao longo da história, existiram diversas versões regionais do alfabeto grego; a forma atual, com 24 letras, remonta ao ano de 403 a.C., quando os atenienses adotaram oficialmente a versão da pólis de Mileto. As letras maiúsculas são as mais antigas; as letras minúsculas, aparentemente criadas pelos eruditos bizantinos, começaram a ser utilizadas em manuscritos do século IX em diante.
O quadro que vimos segue a recomendação da Prof. Dra. Ana Lia de Almeida Prado em sua tradução da obra organizada por P.V. Jones, O Mundo de Atenas (São Paulo, Martins Fontes, 1977, p. 367-368).
No alfabeto grego, são dois sons vocálicos pronunciados na mesma emissão de voz. Em grego, temos basicamente os seguintes ditongos:
1º elemento ("base") breve =  
Retornar paginas 19,20
O uso do "iota subscrito" nas edições modernas de textos gregos, apesar da forte tradição, é muito artificial e está rapidamente caindo em desuso; consequentemente, nessas sinopses não é usado o iota subscrito — o iota é adscrito, como em     
No século IV, igualmente, dois ditongos de base breve, -ει- e -ου-, começaram a simplificar-se e acabaram se tornando falsos ditongos, pronunciados respectivamente como /e/ fechado longo (= "êê") e como /o/ fechado longo (= "ôô"); mas isso praticamente não afetou a escrita.
II.1 – Aspiração
Existe em grego um som oriundo diretamente da laringe, conhecido por aspiração, produzido pela passagem um tanto forçada da coluna de ar pela glote aberta. O som resultante é mais ou menos rude, áspero, semelhante ao "r" da palavra rato (rrato).
Todos os sons vocálicos no início de palavras podem ser emitidos com aspiração. Em grego, usa-se um sinal gráfico, o espírito (do latim spiritus, "sopro"), para marcar a presença ou ausência de aspiração:
-    - ou -    -  =  lê-se "rra" (é o -α- com espírito "rude" ou "áspero");
-    - ou -    -  =  lê-se "a" (é o -α com espírito "doce").
O -υ- inicial tem sempre espírito áspero: -     -. Nos ditongos, o espírito recai no segundo elemento: -      -.
Dentre as consoantes, o -ρ- inicial sempre leva espírito áspero: -     - (= "rrato"). Algumas consoantes podem ser também "aspiradas", como se verá adiante.
Na transcrição para o português, coloca-se um "h" antes da vogal:            , hósos.
II.2 – Consoantes
Os sons consonânticos são determinados pela imposição de diferentes tipos de dificuldade à passagem da coluna de ar pela cavidade bucal ou pelos lábios.
Em nosso caso, interessa agrupar as consoantes de acordo com os seguintes critérios: modo de articulação, ponto de articulação, presença de vibrações glotais e presença de ressonância da cavidade nasal. Essa produzida pelo abaixamento do véu palatino (os palatos, o "céu da boca"):
Quanto ao modo de articulação:
• oclusivas  =  obstrução completa e momentânea da coluna de ar;
• espirantes  =  fechamento parcial da cavidade bucal, com "estreitamento" contínuo da coluna de ar;
Quanto ao ponto de articulação:
labiais  =  na altura dos lábios;
•dentais = na altura dos dentes;
•velares = na altura do véu palatino (também chamadas, impropriamente, de guturais);
•líquidas = com fechamento parcial, provocado pela posição da ponta da língua, mas a coluna de ar "escorre" pelos lados;
•sibilantes = com fechamento parcial, entre a ponta da língua e a parte  da frente do palato duro (som contínuo, de atrito);
Quanto à presença de vibrações glotais:
• mudas  =  vibrações ausentes;
• sonoras  =  vibrações presentes;
Quanto à presença ou não de aspiração:• aspiradas;
Quanto à presença de ressonância nasal:
• nasais.
A partir da visão dos critérios classificatórios das consoantes, verifica-se que eles não são mutuamente exclusivos e, em geral, as consoantes se enquadram em mais de um critério. Do ponto de vista eminentemente prático,faz-se em geral o seguinte arranjo:
retornar tela 24
III. O enunciado em grego
"O enunciado é uma palavra ou um conjunto delas que exprime um pensamento inteiro, acabado" (Murachco, 2001).
No grego antigo, encontraremos as mesmas classes de palavras do português:
Grego Antigo 
1.
Os Traços característicos das sociedades indo-européias são:
1)Nomadismo pastoril- estrutura patriarcal da família- gosto pelo saque organização militar. 
2) Sedentarismos agrícola – estrutura matriarcal familiar – gosto pela câmbio – organização pacifista. 
3) Seminomadismo pastoril – Famílias nucleares – anarquismo – militarização. 
4) Nomadismo pastoril- estrutura matriarcal da família- gosto pelo saque. 
2.
As tribos indo-européias que desceram pela Península Balcânica deram origem ao:
1)Grego. 
2) Línguas modernas. 
3) Línguas sumérias.
4) Línguas asiáticas.
3.
“Como Atenas, nos séculos V e IV a.C., tornou-se o principal centro cultural de toda a Grécia, o ático falado nesse período, aproximadamente entre 500 e 300 a.C é tomado como ponto de partida para o estudo do Grego antigo. É o chamado ático clássico ou grego clássico. Não só é, dentre todos os dialetos, aquele sobre o qual temos maiores informações lingüísticas”
É aquele que foi usado por importantes autores como os seguintes:
1) Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes.
2)O Novo Testamento. 
3) Homero.
4) Bizâncio.
Aula 6
Aula 6: Sistema de Formação da Língua latina. 
Breve história do latim
Introdução
Para o estudo do latim, é mister, antes de afrontar as agruras e abstrações linguísticas das questões gramaticais, que se estude a gênese e o desenvolvimento histórico da língua. Pois não existem língua e literatura fora da realidade sociopolítica e cultural de uma sociedade em estágio avançado de organização. Neste caso, a língua latina está profundamente relacionada à sorte, à ascensão e à queda do legendário Império Romano.
Sua fortuna pela expansão imensa e pela sofisticada organização dos romanos, porém, não termina com o fim da forma político-geográfica do Império no V século d.C.  O Cristianismo, a partir do IV século, pela promulgação do ‘Edito Constatini’ garante ao latim, pela sua nova condição de ‘Religião Oficial do Estado Romano’, um futuro que deverá permanecer incólume, ao menos, até meados do século XVIII.
Princípio
Com o esfacelamento do Império Romano, o latim que era falado em seu vasto território, passou a se desenvolver independentemente em cada região, sem ter mais o poder centralizador e unificador de Roma. Ele transformou-se, enfim, em outras línguas novas, sendo, deste modo, os próprios latins continuados e transformados através do tempo e do espaço. Denominavam-se línguas românicas ou neolatinas, cujas principais hoje são: o português, o espanhol, o francês, o provençal, o italiano, e o romeno (FARIA, 1957, p. 39).
LATIM 
Originariamente, o Latim era apenas o dialeto dileto de Roma, restrito à margem do Rio Tibre.
Língua de camponeses e pastores, era rude, concreta e sem refinamento de qualquer espécie. Pertence à família ‘Indo-europeia’ e, dentro dela, ao grupo ‘Kentum’. Juntamente com o osco dos samnitas, o sabélico, o volsco, o umbro e o falisco, o latim forma o grupo chamado ‘itálico’.
O primeiro documento que testifica a existência do latim data do ano 600 a.C., a ‘Fíbula de Preneste’, um documento isolado, que, no entanto, representa bem um ponto referencial inicial para a história do latim. Nessa fase das origens, afirma Bassetto (2005), “o latim devia ser relativamente uniforme, tendo como foco irradiador de influência o ‘sermo urbanus’ de Roma” (p. 89).
	SAIBA MAIS
1=.“Fibula Praenestina é um broche de ouro, que dataria do século VII a. C. Foi encontrado em Praeneste, na Itália, e contém a seguinte inscrição, gravada da direita para a esquerda: MANIOS: MED: FHEFHAKED: NUMASIOI. Seria latim arcaico. A tradução é: "Mânio me fez para Numério". Mânio seria o nome do ourives, Numério, a pessoa que encomendou o broche, e é como se o próprio broche estivesse dizendo isso”.
Quando os romanos começaram a se projetar, a Itália era um mosaico de raças. Os mais notos foram os etruscos (auge no VI século a.C), que dominaram Roma até o ano 500, quando Roma consegue expulsá-los de seus territórios, implantando a República Romana. Logo depois, em 275, consolida-se a expansão interna de Roma, por todo o território da Península, na guerra contra Pirro, rei do antigo Epiro nos Bálcãs, com um território que se estendia da Sicília até a planície do Rio Pó.
Itália 
Datam dessa época também as primeiras colônias romanas nos territórios conquistados na Itália, importante fator de ‘latinização’ da própria península. Em 272, todo o território da Itália faz parte da confederação romana e praticamente todos os povos se submetem ao direito romano, pagando impostos e obrigando-se ao serviço militar (BASSETTO, 2005, p. 88).
Sicilia 
A expansão romana fora da Península se dá inicialmente pelas três guerras púnicas travadas pela conquista de Cartago, o coração da antiga África do Norte. Os romanos dominam desde 269 a.C., o sul da Península (Sicilia e Sardenha) e, por fim, em 218-201 a.C., o mediterrâneo torna-se ‘mare nostrum’. A destruição de Cartago em 149-146 a.C torna a África setentrional província romana.
Sua expansão se desenvolve até o início da era cristã: a Hispânia em 197 a.C., a Grécia (Achaia) em 146 a.C., a Ásia Menor em 129 a.C., a Gália Narbonensis em 120 (...), Mesopotâmia, Armênia, Assíria entre 114 -117, o Egito em 30 a.C., a Britânia em 43. O Império Romano no auge de sua expansão possuía um total de 301 Províncias.
Mas o que significa esta expansão militar para o desenvolvimento do latim, senão que este processo ocorreu de modo muito irregular, em graus diversos, de acordo com a região colonizada?
Duas línguas o Clássico e o Vulgar 
A princípio, o que existia era simplesmente o latim. Depois, o idioma romano se estiliza, transformando-se num instrumento literário. Passa então a apresentar dois aspectos que, com o correr do tempo, se tornaram cada vez mais distintos: o clássico e o vulgar (COUTINHO, 1962, p. 32).
Mas para acedermos às línguas românicas ou neolatinas é preciso conhecer sua origem, o ‘latim’. Para isto, o conhecimento do latim ‘vulgar’ é muito importante. Sua reconstrução é árdua, por diversos fatores e, sobretudo, pela dispersão e incompletude das fontes, dispersas em diversos gêneros e com uma documentação que não trata diretamente do argumento, como elemento de análise filológica.
Não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente. Essas duas modalidades do latim, a literária e a popular, receberam dos romanos a denominação respectivamente de ‘sermo urbanus’ e ‘sermo vulgaris’.
Latim Clássico/Literário
A tradição literária começa em Roma no século III a.C (fim da dominação Etrusca), com o aparecimento dos primeiros escritórios: Lívio Andrônico; Cneu Névio, Ênio. (COUTINHO, 1962, p. 33).
Antes, o que havia eram simples inscrições de nulo valor literário. O período de ouro do latim clássico é representado pela época de Cícero (prosa clássica - 106-43 a.C.) e de Augusto (Vergílio poesia épica - 70 -19 a.C). Neste período, aparecem os grandes artistas da prosa do verso.
Chama-se Latim Vulgar o latim falado pelas classes inferiores da sociedade romana inicialmente e depois de todo o Império Romano. Nestas classes estava compreendida a imensa multidão de pessoas incultas que eram de todo indiferentes às criações do espírito (...) (COUTINHO, 1962, p.33).
Explicação expandida 
Muito ficou por ser dito sobre o latim dito “vulgar” e suas peculiaridades e transformações que deram origem às línguas românicas modernas.

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