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Direito Processual Penal II

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1 
 
Direito Processual Penal II – Prof. Renato Grieco Puppio 
 
Prisão e Medidas Cautelares 
Prisões: A maior restrição do ordenamento jurídico. 
Tipos: Civil, Penal e Disciplinar (Militar) 
1. Espécies de Prisões de Caráter Penal: 
1.1. Prisão-Pena (Prisão Definitiva): Decorrente de sentença condenatória transitada em 
julgado (Regulada pelo Código Penal e pela Lei de Execução Penal). 
1.2. Prisão Civil: É reservada ao devedor de pensão alimentícia oriundos do direito de 
família. 
1.3. Prisão Administrativa: Não há amparo constitucional para a prisão administrativa. É 
decretada por autoridade administrativa. Pode ser decretada em processo administrativo? Sim, 
somente por juiz. É válida nos casos de processo de expulsão/extradição de estrangeiro do 
território brasileiro. 
1.4. Prisão Disciplinar: Encontra fundamento no art. 5º, LXI, da CF/88, nas hipóteses de 
transgressões em crimes militares, estando sob a tutela das regras militares. 
1.5. Prisão Processual (Prisão Sem Pena): Regulada pelo Código de Processo Penal, 
podendo transcorrer da apuração do fato pela autoridade policial até o advento de uma 
possível sentença condenatória. (Súmula nº 9 do STJ). Não se fundamenta numa futura ou 
provável condenação, sob risco de configurar ilegalidade. É fundada em incidentes 
processuais, tendo relação com o processo, que justifique a medida. Visa resguardar o trâmite 
processual, a partir da prática do ato até a sentença definitiva, com a finalidade de acautelar o 
processo. 
1.5.1. Conceito de Prisão Processual: Trata-se de privação da liberdade de locomoção em 
virtude de flagrante delito ou fundamentada por ordem de autoridade judiciária. 
 
 
2 
 
Observações: 
* Prisão para Averiguação: Não é possível a ocorrência desta forma de prisão. Caso ocorra, 
além da ilegalidade, poderá o agente responsável incorrer em abuso de autoridade. 
* CF/88 admite: 
a) Estado de Sítio (art. 139, II); 
b) Crime militar próprio ou infração disciplinar. 
 * CPP art. 684 – “A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e 
poderá ser efetuada por qualquer pessoa”. 
 
Prisão Processual 
 Fato (I. P.) Trâns. Julgado 
Persecução Penal 
 
 
Prisão Processual 
* Não é base para futura, certa ou provável condenação; 
* Juiz não pode antecipar a culpabilidade do réu; 
* Prevalece a presunção de inocência; 
* Visa garantir um trâmite processual regular; 
* Vincula-se ao motivo pela qual foi decretada; 
* Cessado o motivo, deve cessar a prisão processual, pois do contrário, configura prisão 
ilegal; 
* Prisão processual é a exceção; liberdade é a regra; 
* Pode ser decretada durante o inquérito policial, após a denúncia e até o trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
 
Denúncia Sentença 
3 
 
2. Espécies de Prisão Processual 
Obs.: Prisão Cautelar/Provisória – Prisão Processual (Gênero) 
* Prisão em Flagrante (CPP art. 301 – 310): Medida ex lege, posto que independe de ordem 
judicial (de juiz). A lei autoriza a prisão em caráter precário (não permanente); 
* Prisão Preventiva (CPP); 
* Prisão Temporária (Lei nº 7.960/89); 
* Medidas Cautelares ou Intermediárias (art. 319, CPP): Visam restringir direitos, no 
entanto, sem a restrição da liberdade. Trata-se de medida excepcional. 
 
2.1. Prisão em Flagrante 
* Base legal: CF/88 art. 5º, LXI; CPP art. 301 – 310. 
* Medida restritiva da liberdade de natureza processual, independentemente de ordem escrita 
do juiz, no momento ou logo após a prática do delito. 
2.1.1. Espécies de Flagrante (Legais) – Art. 302, CPP 
2.1.1.1. Flagrante próprio ou real (Inc. I e II) 
* Quem está cometendo a infração penal; 
* Acaba de cometer a infração penal. 
2.1.1.2. Flagrante impróprio ou quase flagrante (Inc. III) 
* Agente perseguido logo após a infração com a presunção de ser o autor. 
2.1.1.3. Flagrante presumido ou ficto (Inc. IV) 
* Não há perseguição; Ocorre logo depois; 
* O agente é flagrado com instrumentos, armas, objetos ou papéis que o façam presumir ser o 
autor da infração penal. 
 
2.1.2. Espécies Doutrinárias de Flagrante 
2.1.2.1. Flagrante preparado ou provocado (Não é cabível) 
4 
 
* O agente é induzido ou instigado a cometer o crime; 
* Não é medida legal; não há infração penal; não há flagrante. 
2.1.2.2. Flagrante esperado 
* Antecipação da autoridade policial; 
* Flagrante quando dos atos executórios; 
* Não há interferência da autoridade policial. 
2.1.2.3. Flagrante prorrogado ou retardado 
* Agente infiltrado; 
* Aguarda-se o momento do flagrante, o momento ideal; 
* Tem feição estratégica; 
* Regulamentado pela Lei nº 9.034/95 (Revogada); 
* Respaldo vigente: Lei nº 12.850/2013, art. 3º, VII. 
2.1.2.4. Flagrante forjado (Não é cabível) 
* Polícia ou terceiro cria falsa situação de crime; 
* Situação armada, fabricada para incriminar; 
* É ilegal; flagrante ilícito. 
 
2.2.2. Sujeitos do Flagrante (art. 301, CPP) 
2.2.2.1. Ativo: Qualquer do povo (facultativo); Autoridade policial (obrigatório). 
2.2.2.2. Passivo: Qualquer pessoa pode ser presa em flagrante delito (Regra geral). 
* Exceções de Prisão em Flagrante do Sujeito Passivo: 
a) Presidente da República: Somente poderá ser preso após sentença condenatória transitada 
em julgado. Não poderá ser preso em flagrante ou em prisão preventiva (art. 86, § 3º, CF/88); 
b) Deputados Federais e Senadores: Somente em casos de crime inafiançável. No prazo de 
24 horas, o auto de prisão em flagrante deve ser remetido à respectiva casa legislativa (art. 53, 
§ 1º e 2º, CF/88); 
5 
 
c) Deputados Estaduais: Somente em casos de crime inafiançável. No prazo de 24 horas, o 
auto de prisão em flagrante deve ser remetido à respectiva casa legislativa (art. 27, § 1º, 
CF/88); 
d) Magistrados: Somente em casos de prática de crime inafiançável. O auto de prisão em 
flagrante deve ser remetido ao chefe do Tribunal de Justiça (LC nº 35/79); 
e) Membros do Ministério Público: Somente em casos de prática de crime inafiançável. O 
auto de prisão em flagrante deve ser remetido ao chefe do Ministério Público (LC nº 
8.625/93); 
f) Advogado: Somente poderá ser preso em flagrante no exercício da profissão por crime 
inafiançável, com direito à presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil – 
OAB (art. 7º, § 3º, Lei nº 8.906/94); 
g) Diplomatas estrangeiros: Regras aplicadas aos embaixadores, que não poderão ser presos 
em flagrante delito; cônsules não poderão ser presos em flagrante provisoriamente; agentes 
diplomáticos poderão ser presos por sentença definitiva por prática de crime grave; 
h) Menores de 18 anos: Inimputáveis por menoridade não poderão ser presos em flagrante 
delito (crime). Serão presos em flagrante de ato infracional (art. 106, Lei nº 8.069/90 ECA; 
art. 227, CF/88; art. 27, CP); 
i) Inimputáveis por doença mental: Regra aplicável aos agentes acima dos 18 anos de idade 
(aos menores de 18 anos aplica-se a regra do item anterior). Podem ser presos em flagrante 
delito em crimes praticados com violência ou grave ameaça (art. 26, CP; art. 149, 319, VII, 
CPP); 
j) Eleitor: Não poderá ser preso em flagrante delito; desde que 05 (cinco) dias antes até 48 
(quarenta e oito) horas após o encerramento das eleições, salvo em virtude de flagrante delito, 
ou por sentença condenatória (art. 236, caput, Código Eleitoral); 
l) Candidato: Somente podem ser presos em flagrante delito no prazo de 15 (quinze) dias que 
antecedem as eleições. 
 
2.1.3. Crimes que Admitem Prisão em Flagrante 
6 
 
* Regra geral: todo crime é passível de prisão em flagrante (art. 302, CPP). 
* Exceções/Observações: 
a) Ação Penal Privada e PúblicaCondicionada: 
1º Momento – Execução da Prisão: Sim, poderá ocorrer prisão em flagrante, pois deverá 
fazer cessar a agressão/infração penal com a condução do acusado à delegacia; 
2º Momento – Lavratura do Auto: Não, não poderá ocorrer prisão em flagrante. Haverá de ter 
condição ou requerimento por parte da vítima ou ofendido para proceder o flagrante. Caso não 
haja o requerimento da vítima ou ofendido, deve a autoridade policial soltar o acusado, sob 
risco de ilegalidade. É imprescindível que haja manifestação de vontade da vítima ou 
ofendido; 
b) Lesões Corporais ou Homicídio Culposo: Condutor que presta imediato e integral 
socorro/auxílio à vítima do acidente de trânsito que resulte em lesões corporais ou homicídio 
culposo, não incorrerá em prisão em flagrante (art. 301, Código de Trânsito Brasileiro); 
c) Flagrante nas várias espécies de crimes: 
I) Crime Permanente: A prisão pode ser realizada a qualquer tempo do fato (art. 303, CPP); 
II) Crime Continuado: Pode haver prisão em flagrante em qualquer dos atos realizados; 
III) Crime Habitual: É a reiteração de condutas, que dão forma a esta espécie de crime. Se 
houver indícios suficientes da prática habitual da conduta, haverá prisão em flagrante. Não é 
incabível a prisão em flagrante delito em ilícitos habituais se for possível, no ato, comprovar-
se a habitualidade. Ato isolado não configura crime habitual (art. 282, CPP). 
 
2.1.4. Auto de Prisão em Flagrante 
* Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante 
* Competência: Autoridade policial (Delegado de Polícia) do local onde a prisão foi 
efetuada; 
7 
 
* Delegado de polícia tem liberdade (discricionariedade) se lavrará ou não o auto de prisão 
em flagrante, de forma regrada. 
 
 
 – Decisão – 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prisão 
Lavratura 
do Auto 
Decisão implícita do delegado de 
polícia; se presentes os requisitos para 
prisão em flagrante; não há respaldo 
legal. 
Formalização do Ato 
Nota de 
Culpa 
Envio do 
Auto ao Juiz 
Art. 304, CPP 
Art. 306, CPP 
Em até 24 
horas 
Atos e 
Decisões do 
Juiz 
Art. 310, CPP 
a) Relaxar a prisão ilegal 
quando ausente requisito formal 
b) Conversão da prisão em 
flagrante em prisão preventiva 
Relaxamento/Relaxar 
somente é cabível 
para prisão em 
flagrante ilegal 
c) Concessão da liberdade provisória com ou 
sem fiança: 
* Quando a prisão é legal (flagrante legal); 
* Não há motivo para ficar preso; 
* Verificar a possibilidade de imposição de 
medidas cautelares. 
8 
 
* Prazo Máximo da Prisão em Flagrante: 24 horas 
a) Ou relaxa a prisão em flagrante; 
b) Ou converte em prisão preventiva (quando os requisitos estiverem preenchidos). 
c) Ou aplica liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
2.1. Prisão Preventiva 
* Base legal: CPP art. 311 – 316. 
* Prisão de natureza cautelar decretada pelo juiz em qualquer fase da persecução penal 
(Inquérito policial ou processo penal) mediante os requisitos determinados pela lei. 
* Requisitos (art. 312, CPP) 
1. Pressupostos (Fumus Boni Juris) 
* Indícios de autoria apurados no inquérito policial ou processo penal; 
* Materialidade do crime. 
2. Fundamentos (Periculum in Mora) 
* Garantia da Ordem Pública: Objetiva impedir que o agente solto volte a praticar 
crimes e garantir a credibilidade da justiça, em casos de clamor público; 
* Garantia da Ordem Econômica: Em casos de crimes tributários, contra o sistema 
financeiro e contra a ordem econômica (crimes de colarinho branco), causadores de 
desequilíbrio na ordem financeira; 
* Conveniência da Instrução Criminal: Tem por finalidade impedir que o infrator 
atrapalhe a produção das provas para a instrução criminal; 
* Garantia da Aplicação da Lei Penal: Visa prevenir a fuga do infrator do distrito da 
culpa, em casos de iminente e concreto risco de fuga. 
 
 
 
Requisitos para a 
decretação da 
prisão preventiva 
são apurados e 
determinados 
pelo juiz 
+ 
Para a decretação da prisão preventiva, o juiz deve ater-se aos pressupostos 
(indícios de autoria apurados no inquérito policial ou processo penal e 
materialidade do crime) e a pelo menos um dos fundamentos, por exemplo, 
garantia da ordem pública. Devem estar presentes sempre os dois pressupostos e 
pelo menos um dos fundamentos para que seja válida a decretação da prisão 
preventiva. 
9 
 
* A prisão preventiva vincula-se ao fundamento; 
* A prisão preventiva perdura enquanto durar o fundamento; 
* Finalizado o fundamento da prisão preventiva, deve o acusado ser solto, sob risco de 
configurar prisão ilegal. 
 
2.1.1. Crimes que Comportam Prisão Preventiva 
* Admissibilidade para a decretação da prisão preventiva (art. 313, CPP) 
I – Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) 
anos; 
II – Réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; 
* Hipótese de reincidência; 
* Não é relevante a pena do crime praticado. 
III – O crime envolver violência doméstica e familiar contra mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência; 
* Hipótese que o juiz não poderá decretar prisão preventiva (art. 314, CPP) 
* Se as provas constantes dos autos verificarem ter o agente praticado o fato nas 
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Código Penal. 
* Decretação 
* Pode ser decretada em qualquer fase do inquérito policial ou do processo penal; 
* Pode ser decretada de ofício pelo juiz; 
* Autoridade policial (delegado de polícia) pode ofertar representação; 
* Membro do Ministério Público pode ofertar requerimento. 
* Pode ser decretada e revogada mais de uma vez; 
* Não há restrição; 
* Basta que estejam presentes os requisitos do art. 312 do CPP. 
Desde que preenchidos os 
requisitos do art. 312 do CPP 
10 
 
* Apresentação Espontânea do Infrator 
* Não obsta a prisão preventiva, ao juiz ou autoridade policial, por cumprimento de 
ordem judicial; 
* Havendo ordem judicial, mesmo que haja apresentação espontânea do infrator, a 
prisão preventiva deverá ser cumprida; 
* Exerce influência na prisão em flagrante, cumpridos os requisitos do art. 302 do CPP; 
não os havendo, não poderá haver prisão. 
* Classificação da Prisão Preventiva 
* Quanto ao momento em que é decretada: 
* Prisão Preventiva Convertida: Decorre da conversão da prisão em flagrante 
em prisão preventiva (art. 310, II, CPP); 
* Prisão Autônoma: Juiz decreta de ofício, autoridade policial oferta 
representação ou membro do Ministério Público oferta requerimento (art. 311, 
CPP); 
* Prisão Substituída: Substitui medida cautelar não cumprida pelo acusado, 
sendo tal medida cautelar tornada ineficaz, de ofício pelo juiz ou mediante 
requerimento do Ministério Público (art. 282, § 4º, CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fato 
Ilícito 
Inquérito 
Policial 
Prisão em 
Flagrante 
 
Denúncia 
 
 
Sentença 
 
Prisão 
Preventiva 
Prisão 
Temporária 
11 
 
* Qual o Prazo da Prisão Preventiva? 
* Não há prazo fixado em lei para determinar a duração da prisão preventiva; 
* Não vigora o prazo de 81 dias no procedimento comum ordinário; 
* Justiça Estadual, hoje: 120 dias (da data da prisão até o término da instrução 
criminal); 
* Justiça Federal, hoje: 125 dias (da data da prisão até o término da instrução 
criminal); 
* Superado o prazo, injustificadamente, torna-se a prisão processual ilegal; 
* Ainda não há prazo fixado, mas baseia-sena regra do prazo da Justiça Estadual e da 
Justiça Federal. 
* Mandado de Prisão Preventiva (art. 285, CPP) 
* Requisitos Intrínsecos: 
a) Lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; 
b) Designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome e características; 
c) Mencionará a infração penal que motivar a prisão; 
d) Declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; 
e) Será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 
* Em regra, o mandado é imprescindível para a execução da prisão preventiva; 
* Por exceção, não será necessário o mandado nos casos de crimes inafiançáveis 
(art. 287, CPP). 
* Formalidades da Execução do Mandado de Prisão Preventiva (art. 289-A, CPP) 
* O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco 
de dados do Conselho Nacional de Justiça; 
* Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão 
registrado no Conselho Nacional de Justiça; 
* Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no 
Conselho Nacional de Justiça; 
12 
 
* A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida 
o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça; 
* O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da 
Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será 
comunicado à Defensoria Pública; 
* Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou 
sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no art. 290, § 2º, do CPP; 
* O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que 
se refere o caput do art. 289-A do CPP. 
 
2.2. Prisão Preventiva Domiciliar (art. 317, CPP) 
* Consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela 
ausentar-se com autoridade judicial. 
* Hipótese ou Possibilidades de Cabimento de Prisão Domiciliar (art. 318, CPP) 
I – Maior de 80 (oitenta) anos; 
II – Debilitado por motivo de doença grave; 
III – Cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; 
IV – Gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou de alto risco. 
* Não é direito subjetivo do infrator; 
* É faculdade do juiz, deferir ou não, o pedido de prisão domiciliar; 
* Deve seguir e ater-se aos requisitos do art. 318 do CPP; 
* O ônus de provar a situação do gravame é exclusivamente do réu, mediante documentos ou 
provas idôneas que comprovem a situação do réu. 
* A medida cautelar excepcional deve ser cumprida à risca, com a possibilidade de 
monitoração eletrônica; 
* O réu deve ofertar as provas de incompatibilidade com o cárcere. 
 
 
13 
 
2.3. Prisão Temporária (Lei nº 7.960/1989) 
* Prisão de natureza cautelar, destinada a apurar as investigações em crimes graves durante o 
inquérito policial. 
* Requisitos 
Art. 1º 
I – Imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
 
II – O indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer os elementos para o esclarecimento 
de sua identidade; 
 
III – Fundadas razões e prova de indícios, de autoria ou participação em crimes. 
 
* Inclui o que está disposto no art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/1990 (Lei de Crimes 
Hediondos). 
* Procedimento 
* Não pode ser decretada de ofício pelo juiz; 
* Será deferida pelo juiz mediante representação da autoridade policial ou por 
requerimento do Ministério Público; 
* Na hipótese de representação da autoridade policial, deve ser ouvido o órgão do 
Ministério Público; 
* Voltando os autos ao juiz, têm o prazo de 24 horas para deferir; 
* Deferido, expedirá mandado de prisão; 
* Somente mediante apresentação do mandado de prisão; 
* Preso temporário permanecerá separado dos demais. 
* Prazo 
* Prisão temporária terá o prazo de 05 (cinco) dias, prorrogável por igual período, 
desde que demonstrada a extrema e comprovada necessidade (art. 2º, Lei nº 7.960/89); 
2º 
2º 
1º 
14 
 
* Nos casos de crimes hediondos, o prazo da prisão temporária será de 30 (trinta) dias, 
prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade (art. 2º, 
§ 4º, da Lei nº 8.072/1990, Lei de Crimes Hediondos). 
 
2.4. Ato da Prisão em Residência 
Prisão pode ser: 
a) Em flagrante; 
b) Por mandado. 
* Art. 283º, § 2º, CPP – “A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, 
respeitadas as restrições relativas á inviolabilidade do domicílio”. 
* Art. 5º, XI, CF/88 – “A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante, o dia, por determinação judicial”. 
Conclusões: 
1º) Prisão em Flagrante: Não há restrição, mesmo estando no interior da residência, a 
qualquer hora do dia ou a qualquer hora da noite. 
2º) Prisão por Mandado: Com consentimento do morador não há restrição, a qualquer hora 
do dia e a qualquer hora da noite. 
* Durante o dia (das 06:00h às 18:00h), sem consentimento do morador (morador não 
autoriza), o executor da prisão convocará duas testemunhas, e a casa poderá ser “arrombada”, 
mediante entrada à força para o cumprimento da prisão. Proprietário (morador) que não 
confere o consentimento para a entrada comete crime de favorecimento pessoal (art. 348, CP). 
* Durante a noite, poderá o morador não ofertar consentimento ou autorização para a entrada 
na residência. Assim, não poderá haver entrada, somente após o amanhecer, pois não se 
cumpre mandado judicial à noite. A falta de consentimento do morador, durante a noite, não 
configura crime. 
 V. Art. 293, CPP 
 
15 
 
2.5. Uso da Força e Algemas 
* Art. 284, CPP – Uso da Força – “Não será permitido o emprego da força, salvo a 
indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga do preso”. 
* Súmula Vinculante nº 11 do STF – “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência 
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do 
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou autoridade e de nulidade da prisão 
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade do Estado”. 
* Regra é prisão processual sem algemas; 
* Exceção: Súmula Vinculante nº 11 do STF. 
 
2.6. Medidas Cautelares Pessoais 
* Art. 319, CPP e art. 320, CPP (Rol taxativo) 
* Direitos Restringidos ou Medidas Intermediárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo 
 
Prisão 
 
Medidas 
Intermediárias 
 
Não é 
prisão 
 
Devem ser 
fiscalizadas 
Não é possível 
detração 
 
Liberdade 
16 
 
* Duração: Enquanto for necessária; 
* Cessado o motivo, o juiz deve revoga-la. 
Requisitos 
* Art. 282, CPP: 
I – Necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos 
casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; 
Escolha da Medida 
II – Adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais 
do indiciado ou acusado. 
§ 1º. As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. 
O juiz pode aplicar quantas forem necessárias. 
§ 2º. Durante o inquérito, o juiz não pode impor medida cautelar de ofício; de ofício somente 
mediante requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.2.7. Prisão Especial 
* Art. 295, CPP: 
* Local distinto da prisão comum (§ 1º); 
* Cela separada dos demais presos; 
* Durante a prisão processual. 
 
2.8. Liberdade Provisória 
* Art. 321 e ss, CPP; 
* Art. 5º, LXVI, CF/88. 
* Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade desenrolar do 
processo penal até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
 
17 
 
Espécies 
a) Obrigatória: Direito incondicional ao acusado, não podendo ser negado em nenhuma 
hipótese; infrações que não cominem pena privativa de liberdade; crimes de menor potencial 
ofensivo, da Lei nº 9.099/95 (Juizados Especiais Criminais); 
b) Permitida: Nas hipóteses em que não couber prisão preventiva; o juiz, verificando que não 
consta os requisitos da prisão preventiva, aplica-se a liberdade provisória; 
c) Vedada/Proibida: Não mais existe; medida declarada inconstitucional; Ex.: Lei nº 
8.072/92 (Crimes Hediondos), antes da reforma de 2007. 
Crimes Inafiançáveis 
Art. 323, CPP 
a) Racismo; 
b) Crimes Hediondos e Equiparados; 
c) Crimes Cometidos por Grupos Armados; 
d) Crimes Contra o Sistema Financeiro; 
e) Crimes de Lavagem de Dinheiro. 
Crimes Afiançáveis 
* Todos os demais, por exclusão. 
* Por ex.: Roubo, furto, etc (Que não sejam Crimes Hediondos e Equiparados). 
Continuação 
* Liberdade Provisória – Crimes Inafiançáveis 
Liberdade Provisória sem Fiança 
* Liberdade Provisória Obrigatória 
* Art. 283, § 1º, CPP: “As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à 
infração a que não for isolada, cumulativamente ou alternativamente cominada pena 
privativa de liberdade”. 
Pode ser concedida a liberdade 
provisória sem fiança; ou pode ser 
concedida a fiança como medida 
cautelar (art. 319, VIII, CPP). 
18 
 
a) Infrações que não se aplicam pena privativa de liberdade e infrações de menor potencial 
ofensivo; 
b) Caso o juiz verificar existência de fortes indícios de o agente ter praticado o fato 
acobertado por causa excludente de ilicitude. Havendo dúvida quanto à excludente de 
ilicitude, não pode conceder a liberdade sem fiança. 
Concessão 
* Art. 322, CPP: “A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de 
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
* Nos crimes cuja pena máxima não seja superior a 4 (quatro) anos poderá a autoridade 
policial, somente durante o inquérito policial, conceder fiança; 
* Nos demais casos, somente será concedida por juiz, no inquérito policial e durante o 
trâmite processual penal, em qualquer hipótese. 
Fiança 
* Caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu; 
* Trata-se de uma garantia do réu; 
* É direito subjetivo do réu; 
* Presentes os requisitos, o juiz não poderá negar o arbitramento da fiança. 
Modalidades de Fiança 
a) Por depósito – Art. 330, CPP: “A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em 
depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, 
estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar”. 
b) Por hipoteca: Fiança inscrita em primeiro lugar. Não pode haver inscrição de fiança sobre 
um mesmo imóvel, ou seja, o imóvel que for eleito para ser inscrito na fiança, não poderá ter 
outras inscrições para fiança em questões processuais anteriores. Art. 330, CPP: “A fiança, 
que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais 
preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita 
em primeiro lugar”. 
19 
 
Arbitramento ao Valor da Fiança 
* Art. 325, CPP: “O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos 
seguintes limites: I – de 1 (um) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando se tratar de 
infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) 
anos; II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa 
de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. § 1º Se assim recomendar a situação 
econômica do preso, a fiança poderá ser: I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou III – aumentada em até 1.000 (mil) 
vezes”. 
* Art. 326, CPP: “Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a 
natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as 
circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância das custas do 
processo, até final do julgamento”. 
Obrigações do Afiançado 
* Art. 327, CPP: “A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante 
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e 
para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada”. 
* Art. 328, CPP: “O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar 
de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 
(oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será 
encontrado”. 
Se não cumprir as prerrogativas arbitradas no art. 327, ocorrerá a “quebra da fiança” 
previstas no art. 341, segunda parte, do CPP. 
As consequências estão previstas no art. 343 do CPP. 
Perda da Fiança 
* Art. 342, CPP: “Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se condenado, o 
acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta”. 
Réu condenado definitivamente e não apresentar-se para o cumprimento da pena de 
prisão imposta. 
20 
 
Modalidades de Cassação da Fiança 
* Art. 338, CPP: “A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em 
qualquer fase do processo”. 
* Art. 339, CPP: “Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito 
inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito”. 
* Art. 340, CPP: “Será exigido o reforço da fiança: I – quando a autoridade tomar, por 
engano, fiança insuficiente; II – quando houver depreciação material ou perecimento dos 
bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III – 
quando for inovada a classificação do delito”. (Juiz estipular reforço e o réu não cumprir 
o reforço). 
Restituição do Valor da Fiança 
* Art. 337, CPP: “Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que 
houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, 
atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 
deste Código”. 
O juiz pode fixar valor inicial de indenização. Sentença penal condenatória gera um título 
executivo judicial no juízo cível. 
1. Comunicação dos Atos Processuais 
* Art. 5º, LV, CF/1988 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denúncia 
 
Sentença 
Processo Penal 
Citação: 2º ato 
Procedimento/Rito 
 
Divisão do Processo 
Penal em Fases: 
1º Fase: Postulatória 
2º Fase: Instrutória 
3º Fase: Decisória 
Procedimento: 
* Conteúdo do Processo 
* Regido por Normas 
Processuais 
* Sistema 
Multiprocedimental 
21 
 
* Princípio do contraditório: Tratamento igual às partes do processo; 
* Atos Processuais: É exigência processual; 
* Todos os atos processuais dependem de comunicação; 
* Em regra, todos os atos processuais necessitam/dependem de comunicação (Não é regra 
absoluta); 
* Por exceção, os atos que ocorrem em audiência não necessitam (dispensam) de 
comunicação. 
1.1. Espécies de Comunicação dos Atos Processuais 
* Citação 
* Intimação* Notificação 
1.1.1. Citação 
* Juiz dá ciência ao réu da existência da ação penal, chamando-o a juízo para ofertar a 
sua defesa; 
* Ato de comunicação específico; 
* Somente ocorre uma única vez no processo; 
* O processo penal forma-se com a citação válida (atendimento aos requisitos da lei) do 
réu, ou seja, deve o réu ser validamente citado, sob risco de incorrer em nulidade 
absoluta do processo; 
* Com a citação válida do réu, ocorre a estabilização processual; estará o processo apto a 
prosseguir. 
* Art. 351, CPP: “A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território 
sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado”. 
1.1.1.1. Espécies de Citação 
* Pessoal ou real; 
* Ficta ou presumida. 
22 
 
1) Citação Pessoal ou Real 
* Por Mandado: Quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que ordenar o 
mandado (art. 351, CPP). 
* Requisitos intrínsecos e extrínsecos; 
* Em duas vias; 
* A citação poderá ser realizada em qualquer dia e a qualquer hora. 
* Art. 352, CPP: “O mandado de citação indicará: I – o nome do juiz; II – o nome do 
querelante nas ações iniciadas por queixa; III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os 
seus sinais característicos; IV – a residência do réu, se for conhecida; V – o fim para que é 
feita a citação; VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII – 
a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz”. 
* Funcionário Público: Art. 359, CPP: “O dia designado para funcionário público 
comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua 
repartição”. 
* Por Precatória ou Carta Precatória: Quando o réu estiver fora do território do juiz 
processante. 
* Art. 353, CPP: “Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, 
será citado mediante precatória”. 
* Art. 354, CPP: “A precatória indicará: I – o juiz deprecado e o juiz deprecante; II – a 
sede da jurisdição de um e de outro; III – o fim para que é feita a citação, com todas as 
especificações; IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer”. 
* Carta Itinerante: Diz-se a precatória itinerante quando o juízo deprecado remete os autos 
a outro juízo para a efetivação da diligência, ao verificar a possibilidade de o réu aí se 
encontrar. Art. 355, § 1º, CPP: “Verificado que o réu se encontra em território sujeito à 
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da 
diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação”. 
* Citação por Carta de Ordem: Processos originários nos Tribunais, quando o réu for citado 
por ato de ordem oriundo do juízo de 2º grau para o de 1º grau. O tribunal, por meio de carta 
23 
 
de ordem, requisita ao juízo de primeira instância que este realize a citação do réu que se 
encontra em sua comarca. 
* Citação por Requisição: Citação pessoal do militar através do superior hierárquico. Diz o 
art. 358 do CPP que a citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo 
serviço. Deverá, portanto, o militar ser requisitado para comparecer em juízo, respeitando-se, 
assim, a disciplina e hierarquia inerentes ao serviço militar. 
OBS.: De acordo com a nova redação do art. 360 do CPP, se o réu estiver preso, será 
pessoalmente citado. Desta forma, para o réu preso, não vale citação ficta ou por edital. Se o 
réu estiver preso e haver necessidade de citá-lo, e sendo por intermédio de citação por edital, 
haverá nulidade absoluta do processo. 
* Citação por Carta Rogatória: Será realizada a citação por carta rogatória: I – sempre que o 
acusado encontrar-se no estrangeiro, em lugar sabido. Ficará suspenso o prazo da prescrição 
até seu cumprimento (art. 368, CPP); II – sempre que a citação houver de ser feita em 
legações estrangeiras – embaixadas e consulados, por intermédio do Ministério das Relações 
Exteriores (art. 369, CPP). 
2) Citação Ficta ou Presumida 
* Quando feita mediante edital (art. 361 e 363, § 1º, CPP) ou com hora certa (art. 362, CPP). 
* Citação por Edital: Caberá citação por edital se o réu não for encontrado. Nesse caso, o 
prazo será de 15 dias. O edital deverá conter os requisitos do art. 365 do CPP, sendo afixado 
à porta do edifício onde funcionar o juízo e publicado pela imprensa, onde houver (parágrafo 
único). 
* Citação Fictícia: art. 354 e 365, CPP. 
* Art. 361, CPP: “Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 
(quinze) dias”. 
* Art. 365, CPP: “O edital de citação indicará: I – o nome do juiz que a determinar; II – o 
nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua 
residência e profissão, se constarem do processo; III – o fim para que é feita a citação; IV – 
o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V – o prazo, que será 
contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da afixação”. 
24 
 
* Citação por Hora Certa: 
* A citação com hora certa será feita quando o réu se oculta para não ser citado (art. 362, 
caput e parágrafo único). 
* Constatando que o acusado se oculta para não ser citado, deve o oficial de justiça certificar 
a ocorrência e realizar a citação com hora certa de acordo com o disposto nos arts. 227 e 
229 do Código de Processo Civil. Realizada a citação com hora certa, se o réu não 
comparecer, o juiz nomeará defensor dativo. 
* Art. 362, CPP: “Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça 
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos 
arts. 227 e 229 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil”. 
1.1.2. Intimação 
* Intimação é a comunicação de ato processual já praticado ou consumado. 
* Obs.: De acordo com o Código de Processo Penal, intimação e notificação são sinônimos. 
Na prática forense costuma-se utilizar somente o termo intimação, abrangendo, assim, a 
notificação; 
* Obs.: Citação dá-se no início do processo, por uma única vez, para dar ciência ao acusado 
de processo-crime e oportunidade de oferecer defesa. Intimação dá-se após, ou seja, feita a 
citação, depois, como comunicação de ato processual, somente haverá intimação ou 
notificação, para comunicar outros atos processuais; 
* Art. 370, CPP: “Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que 
devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto 
no Capítulo anterior”. 
Regras Gerais 
a) Art. 370, CPP: O caput determina que às intimações se apliquem, no que couber, as 
disposições atinentes ao Capítulo que trata da citação, ou seja, aplicam-se as regras gerais da 
citação; 
b) Art. 370, § 4º, CPP: As intimações ao órgão do Ministério Público são sempre pessoais 
(art. 370, § 4º, CPP). Com efeito, o art. 41, IV, da Lei nº 8.625/93 dispõe que constitui 
25 
 
prerrogativa do membro do Parquet, “receber intimação pessoal em qualquer processo e grau 
de jurisdição, através da entrega dos autos com vista”; 
c) Art. 370, § 4º, CPP: Os defensores nomeados também são intimados pessoalmente 
(intimação pessoal); 
d) Art. 370, § 1º, CPP: A intimação do advogado constituído, do advogado do querelante e 
do assistente é feita por publicação no Diário da Justiça ou Diário Oficial, devendo-se, 
obrigatoriamente, incluir o nome do réu. 
Revelia (Efeitos Limitados) 
* Art. 367, CPP: “O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado 
pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou no caso de 
mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo”; 
* A partir do momento em que o juiz decreta a revelia somente oadvogado do réu é intimado 
dos atos processuais, com exceção da sentença final do processo; 
* No processo penal, a revelia não importa em confissão ficta, devendo o réu, ainda, ser 
intimado da sentença, na forma legal; 
* Na ação penal privada, em regra, não cabe tais efeitos da revelia. 
Consequências da Citação por Edital 
* Art. 366, CPP: “Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”; 
* Norma híbrida de conteúdo penal material e processual; 
* Art. 366 do CPP não delimita o tempo prescricional, ou seja, poderia tornar qualquer crime 
imprescritível; 
* Se o acusado comparecer e constituir advogado, não se aplica o contido no art. 366 do 
CPP; 
* Juiz tomará providências antes da suspensão do processo. Poderá determinar a produção 
antecipada de provas, especialmente inquirição de testemunhas; 
26 
 
 
 
 
 
 
 
* Súmula 415 do STJ: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo 
máximo da pena cominada”. 
* Prevalece o entendimento, ante o silêncio da lei, de que a prescrição ficará suspensa pelo 
prazo máximo da pena cominada à infração, nos termos do art. 109 do CP. 
* V. art. 117 do CP: Causas que interrompem o prazo prescricional. 
Classificação dos Atos Processuais: Visão Geral dos Atos e Natureza Jurídica dos Atos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inquérito Denúncia 
Suspensão 
do Processo 
Recebimento 
da Denúncia 
Citação por 
Edital 
Furto 
Sentença 
2 anos 8 anos 6 anos 
Prazo 
Prescricional 
em Dobro 
Atos 
Jurisdicionais 
Decisões 
Despachos 
de 
Expediente 
Interlocutória 
Definitiva 
Simples 
Mista 
Terminativa 
Não 
Terminativa 
Absolutória 
Condenatória 
Terminativa 
de Mérito 
Própria 
Imprópria 
27 
 
2. Decisão: Trata-se de ato deliberatório do juiz que envolve julgamento; 
2.1. Decisão Interlocutória: Ocorre durante o processo, sem definir ou pôr fim ao 
processo; 
2.1.1. Decisão Interlocutória Simples: Relativas à regularidade procedimental, 
tais como recebimento de denúncia ou mandado de prisão preventiva; 
2.1.2. Decisão Interlocutória Mista: Pode pôr fim ao processo, sem julgamento 
de mérito, com força de sentença definitiva; 
2.1.2.1. Decisão Interlocutória Mista Terminativa: Tem a possibilidade de 
trancar o processo, tal como a decisão do juiz de rejeitar a denúncia, sem 
julgamento de mérito; 
2.1.2.2. Decisão Interlocutória Mista Não Terminativa: Encerra somente 
uma fase do procedimento, como é o caso da decisão de pronúncia, 
pertinente ao Tribunal do Júri. 
2.2. Decisão Definitiva: Põe fim ao processo com julgamento de mérito, por intermédio 
de uma sentença penal condenatória; 
2.2.1. Decisão Definitiva Absolutória: Juiz julga improcedente a pretensão do 
autor; 
2.2.1.1. Decisão Definitiva Absolutória Própria: É o caso de o juiz prolatar 
a absolvição do réu; 
2.2.1.2. Decisão Definitiva Absolutória Imprópria: Absolve-se o réu, 
contudo, aplica-se medida de segurança, em sendo o réu considerado 
inimputável ou semi-imputável; 
2.2.2. Decisão Condenatória: Juiz julga procedente a denúncia ou queixa-crime, 
atribuindo-se pena por intermédio de sentença penal condenatória; 
2.2.3. Decisão Terminativa de Mérito ou Definitiva em Sentido Estrito: Decisão 
que julga o mérito, mas não absolve o réu e nem o condena, pois ocorre extinção 
da punibilidade, tal como a extinção de medida de segurança por decurso do 
tempo. 
2. Despachos de Expediente: Dizem respeito à movimentação do processo, sem carga 
decisória. 
Outras Classificações Doutrinárias dos Atos Processuais 
3. Quanto ao Órgão que Prolata a Decisão 
28 
 
3.1. Subjetivamente Simples: Proferida por uma única pessoa ou juiz singular; é a decisão 
monocrática; 
3.2. Subjetivamente Plúrimas: Proferidas por órgãos colegiados homogêneos, tais como as 
Câmaras de Tribunais de Justiça ou Turmas de Tribunais Superiores; 
3.3. Subjetivamente Complexas: Proferidas por órgãos colegiados heterogêneos, tais como as 
decisões prolatadas pelos juízes leigos do Tribunal do Júri. 
4. Outras Denominações 
4.1. Sentença ou Decisão Suicida: Comporta contradição entre a fundamentação e a 
conclusão; 
4.2. Sentença Vazia: Trata-se da sentença que não possui fundamentação; 
4.3. Sentença ou Decisão Condicional: Trata-se de sentença ou decisão cuja execução fica a 
depender de evento futuro ou incerto. 
 
5. Sentença e Requisitos da Sentença 
* Art. 381, CPP: “A sentença conterá: I – os nomes das partes ou, quando não possível, as 
indicações necessárias para identificá-las; II – a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV – a 
indicação dos artigos de lei aplicados; V – o dispositivo; VI – a data e a assinatura do juiz”. 
* Decisão definitiva que julga o mérito: configura coisa julgada material; 
* Devem ser fundamentadas, conforme art. 93, IX, CF/88. 
5.1. Partes da Sentença 
* 1º) Relatório (Inc. I e II): Juiz resume pretensão do órgão acusatório e da defesa e os 
principais fatos componentes do processo; 
* Na Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), é dispensável o relatório na 
sentença (art. 81, § 3º); 
* 2º) Motivação ou Fundamentação (Inc. III): Toda sentença há de ter fundamentação, na 
qual o juiz aplica o direito coerente com o fato; 
* Juiz analisa todos os pedidos feitos pelas partes, consagrando os motivos da decisão; 
29 
 
* 3º) Conclusão ou Disposição (Inc. IV e V): Sequência lógica da fundamentação, 
definindo-se os dispositivos legais aplicáveis ao fato; 
* 4º) Autenticação (Inc. VI): Somente será considerada a sentença autêntica desde que 
assinada por um juiz de Direito. 
 
5.2. Emendatio Libelli 
* É a alteração da classificação jurídica do fato; 
* Art. 383, CPP: “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, 
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar 
pena mais grave”. 
* Princípio da Correlação: Trata-se de princípio garantidor da defesa, preconizando que a 
sentença tenha absoluta e inequívoca correspondência com a denúncia; 
* Pedido inicial vincula o juiz, sob risco de ferir a ampla defesa; 
* Juiz deve atentar-se para as disposições do art. 41 do CPP, no qual estão os requisitos da 
denúncia; 
 * Art. 41, CPP: “A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, a classificação do crime, e quando necessário, o rol das testemunhas”. 
* Descrição do fato; 
* Classificação jurídica do fato; 
 
 
 
 
 
* Juiz analisa a denúncia de acordo com as disposições do art. 41 do CPP; 
* Juiz não pode alterar teor na denúncia (Narra-se o fato que será dado o direito); 
* Juiz deve ater-se à descrição do fato quando do recebimento da denúncia; 
* Réu defende-se dos fatos; 
 
Denúncia 
 
Sentença 
1º Recebimento da Denúncia 
2º Citação 
30 
 
* Na sentença, o juiz poderá alterar a classificação jurídica do fato; 
* Estando os fatos corretos, não rejeitará a denúncia e prosseguirá o processo; 
* Na sentença, poderá o juiz alterar a classificação jurídica do fato. 
 
5.3. Mutatio Libelli 
* É a alteração da descrição jurídica do fato propriamente dito; 
* Art. 384, CPP: “Encerradaa instrução probatória, se entender cabível nova definição 
jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância 
da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou 
queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em 
crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente”. 
* O fato não estando corretamente descrito, não poderá o juiz sentenciar; 
* O juiz, certificando-se da incoerência na descrição do fato, baixa o processo para o MP 
providenciar o aditamento (alteração) da denúncia, com a inclusão do fato ausente; 
* MP não é obrigado a aditar a denúncia (art. 384, § 1º, CPP), restando ao juiz aplicar o 
disposto no art. 28 do CPP; 
* Caso o MP proceda com o aditamento e ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) 
dias, o juiz, a requerimento das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, 
com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e 
julgamento (art. 384, § 2º, CPP). 
 
5.4. Decisão Absolutória 
* Juiz julga improcedente a pretensão do autor, com fundamento da causa; 
* Causas absolutórias, consistente em ônus do réu; 
* Art. 386, CPP: “O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde 
que reconheça: I – estar provada a inexistência do fato; II – não haver prova da existência 
do fato; III – não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não 
concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a 
infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena 
31 
 
(arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, do Código Penal), ou mesmo se houver fundada 
dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação”. 
 * Haverá sentença absolutória quando o juiz não acolher a pretensão punitiva. As hipóteses 
de absolvição estão previstas no art. 386 do Código de Processo Penal: 
I – estar provada a inexistência do fato: A sentença absolutória prolatada com base nesse 
inciso, por declarar a inocorrência do fato, impede o ajuizamento de ação civil ex delicto; 
II – não haver prova da existência do fato: No caso do inciso em tela, o fato criminoso pode 
ter existido, não havendo, contudo, prova de sua ocorrência. Note: a hipótese anterior é de 
certeza acerca da inexistência do fato, não se confundindo com a presente, em que o crime 
pode ter ocorrido. Nada impede o ajuizamento de ação civil ex delicto; 
III – não constituir o fato infração penal: Se no momento da prolação da sentença o juiz 
verifica que o fato não constitui infração penal, deve absolver o acusado. Entretanto, se o juiz 
verifica a atipicidade do fato no momento do oferecimento da petição inicial, deve rejeitá-la 
com base no art. 395, II, do CPP. Não faz coisa julgada no juízo cível; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal: A absolvição com fulcro 
no inciso IV do art. 386 do CPP ocorre em virtude de reconhecimento de não ter o acusado, 
de qualquer modo, concorrido para a perpetração do delito, impedindo-se o ajuizamento de 
ação civil ex delicto; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal: Os elementos 
probatórios carreados nos autos não demonstram ter o acusado, de qualquer forma, concorrido 
para a prática da infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 
23, 26 e § 1º do art. 28, do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua 
existência: São as denominadas excludentes de ilicitude e culpabilidade, previstas no Código 
Penal. Faz coisa julgada no juízo cível a sentença que reconhecer as hipóteses excludentes. 
Todavia, em havendo dúvida acerca da existência da excludente, não obstante a absolvição 
fundamentada o presente inciso, poderá a vítima ajuizar ação civil ex delicto; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação: É hipótese de aplicação do princípio do 
favor rei. A produção de prova de autoria e da materialidade do crime cabe à acusação. Na 
existência de fato delituoso em que as provas não são suficientes para precisar o que 
32 
 
realmente aconteceu, a sentença absolutória a ser decretada deve por fundamento o inciso VII 
do art. 386 do CPP. 
5.4.1. Efeitos da Decisão Absolutória 
* Art. 386, parágrafo único, CPP: “Na sentença absolutória, o juiz: I – mandará se for o 
caso, pôr o réu em liberdade; II – ordenará a cessação das medidas cautelares e 
provisoriamente aplicadas; III – aplicará medida de segurança”. 
a) – decretação da liberdade do réu, se estiver preso: O recurso de apelação interposto em 
face de sentença absolutória não tem efeito suspensivo; 
b) – a aplicação de medida de segurança, nos casos de sentença absolutória imprópria, em 
que se reconhece a inimputabilidade do réu, com base no art. 26, caput, do Código Penal: 
Note-se que a existência de causa excludente de culpabilidade gera absolvição imprópria, 
isentando o acusado de pena mas lhe imputando a medida de segurança; 
c) – a cessação de medidas cautelares e provisoriamente aplicadas: Com o trânsito em 
julgado da sentença, levanta-se a medida assecuratória do sequestro (arts. 131, III, e 141 do 
CPP), cancela-se a hipoteca (art. 141 do CPP) e restitui-se a fiança (art. 337 do CPP); 
d) – com o trânsito em julgado da sentença, veda-se a arguição da exceção da verdade nos 
crimes contra a honra (art. 138, § 3º, do CP; art. 523 do CPP). 
* Sentença absolutória faz coisa julgada material. 
 
5.5. Sentença Condenatória 
* Trata-se da sentença na qual o juiz julga procedente a pretensão punitiva deduzida na peça 
acusatória, reconhecendo a responsabilidade do réu e lhe aplicando uma pena. Na sentença, 
deverá o juiz (art. 387, CPP): 
I – mencionar as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja 
existência reconhecer; 
II – mencionar as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta 
na aplicação da pena, de acordo com o disposto no art. 59 e 60 do CP; 
III – aplicar penas, de acordo com essas conclusões; 
33 
 
IV – fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração penal, 
considerando os prejuízos materiais e morais sofridos pelo ofendido. 
* Juiz pode fixar o valor dos danos de ofício? Sim, independente de pedido específico. É o 
entendimento do STF. 
* Sentença é título executivo. 
5.5.1. Efeitos da Sentença Condenatória 
* Tais são os efeitos da sentença condenatória: 
a) Preclusão de todas as nulidades/vícios relativas eventualmente ocorridas no processo; 
b) Interrupção da prescrição do crime ou fluência do prazo prescricional (art. 117, IV, CP); 
c) Certeza da obrigação de reparar o dano decorrente da infração; 
d) Com o trânsito em julgado deverá ser inscrito o nome do réu no rol dos culpados; 
e) Fato gerador da reincidência, após o trânsito em julgado (art. 63, CP); 
f) Perda em favor da União dos instrumentos ou do produto do crime (art. 91, II, CP); 
g) Efeitos extrapenais específicos: perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (art. 
92, CP); 
h) Condenação definitiva do infrator gera a perda ou revogação de diversos benefícios na 
existência eventual de processo de execução da pena. 
5.5.2. Publicação da Sentença Condenatória 
* Art. 389, CPP: “A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o 
respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim”. 
* Juiz faz entrega da sentença em cartório ao escrivão; 
* Com a publicação da sentença, juiz encerra ou exaure o provimento jurisdicional; 
* Prolatadaa sentença em audiência, torna-se pública quando ditada ao escrivão, que a reduz 
a termo, na presença das partes, de forma que sua publicação é imediata; 
* A regra da publicação faz exaurir o poder jurisdicional do juiz, excetuando-se: 
a) Interposição de embargos de declaração: Para corrigir omissão, ambiguidade, contradição 
ou obscuridade contida na sentença (art. 382, CPP); 
34 
 
b) Correção de erros materiais ou de cálculo: Trata-se de erros que constituem enganos na 
redação da sentença proferida, divergindo o que constou escrito daquilo que quis o magistrado 
que constasse (art. 463, I, CPC). 
5.5.3. Intimação 
* Intimação é o ato processual pelo qual se dá ciência às partes de que a decisão foi proferida. 
Uma vez publicada a sentença, deverão as partes ser intimadas de seu conteúdo. 
* Art. 370, § 4º, CPP: “A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será 
pessoal”. 
* Deverão ser intimados pessoalmente da sentença: 
a) Ministério Público; 
b) Defensor nomeado. 
* Por intimação pessoal se entende aquela que se faz por via diversa daquela da publicação 
em jornal oficial; 
* Réu revel deverá ser intimado da sentença; 
* Querelante e o assistente de acusação deverão ser intimados pessoalmente ou na pessoa do 
advogado; 
* Intimação do advogado constituído é feita por órgãos oficiais; 
* Advogado e réu: ambos devem ser intimados. 
 
1. Procedimento/Rito 
* Art. 394, CPP: “O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum 
será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja 
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de 
liberdade; II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja 
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III – sumaríssimo, para as 
infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei”. 
* Ação Penal Pública: Dá-se por impulso oficial, independente da vontade das partes; 
* Juiz determina o procedimento adequado ao caso; 
35 
 
* Comum: Rito comum ordinário, sumário e sumaríssimo (Lei nº 9.099/1995); 
* Especial: Código de Processo Penal e Leis Especiais. 
* Determinação do rito processual é a quantidade da pena, de acordo com as disposições do 
art. 394 do CPP; 
* Rito especial: rito específico para determinados crimes. Ex.: crimes dolosos contra a vida 
(Tribunal do Júri); 
* O procedimento poderá ser comum ou especial, segundo o art. 394, caput, do CPP. O 
procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo, de acordo com a pena, na 
seguinte forma: 
a) Ordinário: Se ao crime for cominada abstratamente pena máxima privativa de liberdade 
igual ou superior a 4 anos; 
b) Sumário: Se ao crime for cominada abstratamente pena máxima privativa de liberdade 
superior a 2 anos e inferior a 4 anos; e 
c) Sumaríssimo: Nos casos de infração penal de menor potencial ofensivo, na forma da Lei nº 
9.099/1995. 
* O procedimento comum é aplicável a todos os processos, salvo se houver procedimento 
especial no CPP ou em Lei Especial. 
1.1. Concurso de Procedimentos 
* Poderá haver concurso de procedimentos em razão de existência de conexão e continência; 
* Concurso de crimes: Regra: a) Deve prevalecer o rito do crime mais grave; b) Existência de 
crime doloso contra a vida, prevalece a competência do Tribunal do Júri, mesmo não sendo o 
crime mais grave; 
* Não há nulidade quando o juiz aplica o rito ordinário em detrimento do rito sumário; 
* Rito sumaríssimo da Lei nº 9.099/1995, art. 60, parágrafo único, não há mais que cingir o 
processo; 
* Causas de aumento de pena e qualificadoras, presentes em normas penais incriminadoras, 
podem aumentar ou diminuir o quantum da pena com relação à aplicação do rito 
procedimental, bem como as hipóteses de crime tentado. 
36 
 
1.2. Fases do Procedimento 
* Desdobra-se o procedimento penal em 4 etapas ou fases, agrupando cada uma delas atos 
com objetivos diversos. Assim, têm-se: 
a) Postulatória: Inicia-se com a peça inicial acusatória (denúncia ou queixa), estendendo-se 
até o oferecimento da defesa preliminar escrita; 
b) Instrutória: Engloba os atos tendentes à produção de elementos de prova (fase probatória), 
bem como as alegações e argumentos apresentados pelas partes na audiência de instrução, 
debates e julgamento; 
c) Decisória: Representa o ápice da atividade processual, na qual, após as alegações finais das 
partes, caberá ao juiz declarar o direito à espécie, pondo, assim, termo ao processo. Ao 
publicar a sentença, o juiz cumpre e acaba o ofício jurisdicional; 
d) Executória: Com o advento do trânsito em julgado da decisão penal condenatória (sentença 
ou acórdão), inicia-se a fase de execução da sanção penal imposta, sob o crivo da execução 
penal. 
1.3. Procedimento Monofásico e Procedimento Bifásico 
1) O procedimento monofásico representa a regra adotada na maior parte dos processos. No 
procedimento monofásico não há a necessidade de decisão intermediária, entre as fases de 
instrução e julgamento, voltada a verificação da existência ou não de fundamentos para a 
acusação. 
* É a regra do Código de Processo Penal e das Leis Extravagantes, comportando 
procedimento único. 
2) O procedimento bifásico, ou procedimento escalonado, apresenta duas fases decisórias: a 
primeira acerca da seriedade da acusação e a segunda referente ao julgamento da causa 
propriamente dita, em que será decidida a pretensão acusatória. Nesse caso, somente quando 
for considerada séria a pretensão acusatória, isto é, baseada em elementos incriminatórios 
suficientes, relevantes e congruentes, será o acusado enviado a julgamento, para a 
determinação ou não de sua culpabilidade. 
* O procedimento bifásico atualmente é a exceção, e tem nos processos do Tribunal do Júri 
seu principal exemplo, pois dividido em duas fases, quais sejam, o judicium accusationis e o 
judicium causae. 
37 
 
2. Procedimento Comum Ordinário 
* Art. 394, CPP: “O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum 
será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja 
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de 
liberdade (...)”. 
* § 4º: “As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código”. 
* Regra: A fase postulatória do procedimento comum ordinário aplica-se a todos os outros 
procedimentos regulados ou não pelo Código de Processo Penal; 
* Atenção: Com a disposição do § 4º do art. 394 do CPP, revoga-se a fase postulatória dos 
outros procedimentos; 
* Exceção: Procedimento do Tribunal do Júri e Procedimento Sumaríssimo (Lei nº 
9.099/1995); 
* Incompatibilidade processual; 
* § 5º: “Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as 
disposições do procedimento ordinário”; 
* Procedimento Comum Ordinário: Procedimento Modelo; 
* Art. 395, CPP: “A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I – for manifestamente 
inepta; II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III 
– faltar justa causa para o exercício da ação penal”. 
* Art. 396, CPP: “Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, 
o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para 
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de 
citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento 
pessoal do acusado ou do defensor constituído”. 
* Art. 397, CPP: “Após o cumprimento do disposto no art. 396-A,e parágrafos, deste 
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I – a existência 
manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II – a existência manifesta de causa 
excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III – que o fato narrado 
evidentemente não constitui crime; ou IV – extinta a punibilidade do agente”. 
38 
 
 Procedimento Comum Ordinário (Fluxograma) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denúncia 
Audiência de Instrução e 
Julgamento: Art. 400, CPP: 
* 60 (Sessenta) Dias: do 
recebimento da denúncia; 
* Inquirições: Vítima ou 
Ofendido; 
* Inquirições: Testemunhas 
arroladas pela acusação (até 
8) e pela defesa (até 8) – 1º 
Autor; 2º Defesa (art. 401, 
CPP); 
* Não é possível inverter a 
ordem de inquirições; 
* Somente se as partes 
estiverem de acordo; 
* Esclarecimentos: Peritos; 
* Acareações; 
* Reconhecimento de 
pessoas e coisas; 
* Interrogatório do Réu; 
* Diligências (Art. 402, 
CPP): Juiz pode deferir ou 
indeferir; 
* Debates: Alegações finais 
orais pela acusação (20 min. 
+ 10 min.) e pela defesa (20 
min. + 10 min.) (Art. 403, 1º 
Parte, CPP); 
* Sentença: Juiz profere 
sentença (Art. 403, 2º Parte, 
CPP). 
Requisitos: 
Art. 41, 
CPP 
Análise do 
Juiz: 
Rejeição da 
Denúncia 
Receb. 
Denúncia: 
Instauração 
da Ação 
Penal 
Citação do 
Réu 
Resposta 
Escrita do 
Réu: 10 
Dias 
Hipóteses 
de 
Absolvição 
Sumária 
 Despacho 
Saneador 
1º 2º 3º 4º 5º 6º 
Art. 395, 
CPP 
Art. 396, 
1º Parte, 
CPP 
Art. 351, 
CPP 
Art. 396, 
2º Parte, 
CPP 
 
Art. 397, 
CPP 
Art. 399, 
CPP 
 
Inquérito 
Policial 
* Julgar preliminares; 
* Deferir provas requeridas pelas partes; 
* Juiz determina intimação das partes para 
audiência de instrução e julgamento. 
Sentença: Fase Decisória 
V. Art. 397, CPP: 
Impropriedade Técnica 
(Causas de Rejeição da 
Denúncia). 
V. Art. 399, CPP: Não 
configura um segundo 
recebimento de denúncia 
(Art. 396, CPP). 
V. Audiência Concentrada: Rito processual único, produzido numa só audiência de instrução e julgamento, 
comportando as fases instrutória e decisória (Art. 400, § 1º, CPP) – Princípio da Lei nº 9.099/95 (Juizados Especiais 
Criminais). 
V. Art. 396, CPP: A 
denúncia somente é 
recebida uma única vez 
no processo penal. 
39 
 
3. Procedimento Comum Sumário 
* Art. 394, CPP: “O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum 
será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (...) II – sumário, quando tiver por objeto crime 
cuja sanção máxima cominada for inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade 
(...)”. 
Obs.: A sanção disposta no inc. II do art. 394 do CPP deve ser compreendida como pena 
superior a 2 (dois) anos e inferior a 4 (quatro) anos; 
* O procedimento comum sumário é em regra utilizado em detrimento dos demais 
procedimentos; 
* Em vista de exceção, ocorrendo casos complexos e o juiz entender que seja o procedimento 
incompatível, é possível transmudar para o procedimento sumaríssimo (v. art. 538, CPP); 
* Regra: A fase postulatória do procedimento comum ordinário aplica-se a todos os outros 
procedimentos regulados ou não pelo Código de Processo Penal; 
* Atenção: Com a disposição do § 4º do art. 394 do CPP, revoga-se a fase postulatória dos 
outros procedimentos; 
* Exceção: Procedimento do Tribunal do Júri e Procedimento Sumaríssimo (Lei nº 
9.099/1995); 
* Incompatibilidade processual; 
* Fase postulatória do procedimento comum sumário é a mesma do procedimento comum 
ordinário (da denúncia à absolvição sumária); 
* Vide fluxograma do procedimento comum ordinário; 
* Há nuances da fase de instrução e julgamento no procedimento comum sumário que 
comportam diferenças; 
* Art. 531, CPP: “Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à 
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o 
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações 
e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e 
procedendo-se, finalmente, ao debate”. 
40 
 
 Procedimento Comum Sumário (Fluxograma) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denúncia 
Audiência de Instrução e 
Julgamento: Art. 531, CPP: 
* 30 (Sessenta) Dias: do 
recebimento da denúncia; 
* Inquirições: Vítima ou 
Ofendido; 
* Inquirições: Testemunhas 
arroladas pela acusação (até 
5) e pela defesa (até 5) – 1º 
Autor; 2º Defesa (art. 532, 
CPP); 
* Não é possível inverter a 
ordem de inquirições; 
* Somente se as partes 
estiverem de acordo; 
* Esclarecimentos: Peritos; 
* Acareações; 
* Reconhecimento de 
pessoas e coisas; 
* Interrogatório do Réu; 
* Debates: Alegações finais 
orais pela acusação (20 min. 
+ 10 min.) e pela defesa (20 
min. + 10 min.) (Art. 534, 1º 
Parte, CPP); 
* Sentença: Juiz profere 
sentença (Art. 534, 2º Parte, 
CPP). 
Requisitos: 
Art. 41, 
CPP 
Análise do 
Juiz: 
Rejeição da 
Denúncia 
Receb. 
Denúncia: 
Instauração 
da Ação 
Penal 
Citação do 
Réu 
Resposta 
Escrita do 
Réu: 10 
Dias 
Hipóteses 
de 
Absolvição 
Sumária 
1º 2º 3º 4º 5º 
Art. 395, 
CPP 
Art. 396, 
1º Parte, 
CPP 
Art. 351, 
CPP 
Art. 396, 
2º Parte, 
CPP 
 
Art. 397, 
CPP 
 
Inquérito 
Policial 
V. Art. 397, CPP: 
Impropriedade Técnica 
(Causas de Rejeição da 
Denúncia). 
V. Audiência Concentrada: Rito processual único produzido numa só audiência de instrução e julgamento, 
comportando as fases instrutória e decisória (Art. 400, § 1º, CPP) – Princípio da Lei nº 9.099/95 (Juizados Especiais 
Criminais). 
V. No capítulo do Processo Sumário, no Código de Processo Penal, não consta a hipótese de requerimento de diligências 
pelas partes. Contudo, pode o juiz, se necessário para o deslinde da causa, aplicar o disposto no art. 394, § 5º c/c art. 402, 
CPP, e requerer diligências. 
41 
 
4. Procedimento Comum Sumaríssimo 
* Art. 394, CPP: “O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum 
será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (...) III – sumaríssimo, para as infrações de menor 
potencial ofensivo, na forma da lei”. 
* Art. 98, I, CF/88: “A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I 
– juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações 
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, 
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas 
de juízes de primeiro grau”. 
* É uma disposição que comporta exceção ao Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal 
Pública; 
* Porém, o Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal Pública vigora nos demais casos; 
* Lei nº 9.099/1995 – Juizados Especiais Criminais Estaduais; 
* Lei nº 10.259/2001 – Juizados Especiais Criminais Federais; 
* Lei nº 11.313/2006 – Redação unificada para o crime de menor potencial ofensivo do art. 61 
da Lei nº 9.099/1995: 
* Art. 61, Lei nº 9.099/1995: “Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, 
paraos efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa”; 
* Rito sumaríssimo: Princípio da Disponibilidade Regrada da Ação Penal Pública; 
* Princípios dos Juizados Especiais Criminais (art. 62, Lei nº 9.099/1995): 
* Art. 62, Lei nº 9.099/1995: “O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos 
critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, 
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não 
privativa de liberdade”; 
* Objetivos Fundamentais dos Juizados Especiais Criminais (art. 62, 2º Parte, Lei nº 
9.099/1995): 
a) Reparação dos danos; 
42 
 
b) Aplicação de pena não privativa de liberdade. 
* Observações: 
a) Lei nº 9.099/1995 é aplicável às autoridades que tenham foro privilegiado que cometam 
infração de menor potencial ofensivo, sendo os benefícios aplicados pelo Tribunal 
competente; 
b) O art. 90-A da Lei nº 9.099/1995 expressamente afirma que não se aplica no âmbito dos 
crimes militares; 
c) Se o crime praticado envolver violência doméstica não é aplicável a Lei nº 9.099/1995, 
ainda que seja infração de menor potencial ofensivo (art. 41, Lei nº 11.340/2006); 
d) Concurso de crimes: No caso da ocorrência de 2 (dois) crimes de menor potencial ofensivo, 
somam-se as penas máximas de cada crime; se ultrapassar os 2 (dois) anos de pena máxima, 
não é aplicável a Lei nº 9.099/1995. 
Procedimento do JECRIM Lei nº 9.099/95 (Fluxograma) 
 1º Fase: Pré-Processual 2º Fase: Processual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infração de Menor Potencial 
Ofensivo – Autoridade Policial 
(art. 69, 1º Parte). 
 
Lavratura de Termo 
Circunstanciado (art. 69, 1º 
Parte). 
 
Termo Circunstanciado, autor e 
vítima – JECRIM (art. 69, 2º 
Parte). 
 
Audiência Preliminar (art. 72). 
 
Composição Civil dos Danos (art. 
74, parágrafo único); Obtido o 
acordo, encerra-se o trâmite. 
 
Transação Penal (art. 76); 
Propositura: MP (Ação Penal 
Pública e Privada). 
 
Denúncia Oral – Ministério 
Público (art. 77, caput). 
 
Citação do Infrator (Antes do 
recebimento da denúncia) 
 
Designação de Audiência de 
Instrução e Julgamento – (art. 78, 
caput) 
Observações: 
* Citação do Infrator deve ocorrer antes do recebimento da denúncia; 
* Objetivo do legislador, na fase pré-processual, foi o de evitar a 
instauração do procedimento da fase processual; 
* Composição civil e transação penal são institutos despenalizantes 
aptos a evitar a imposição de pena privativa de liberdade; 
* Não há revelia e citação ficta. Caso o réu não compareça ou não for 
encontrado, remete-se ao juízo comum (art. 66, caput e parágrafo 
único). 
43 
 
2º Fase: Processual – Audiência de Instrução e Julgamento 
* Art. 81, Lei nº 9.099/1995: “Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para 
responder à acusação, após o que o juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se 
a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação 
da sentença”. 
1º. Resposta oral da defesa; 
2º. Recebimento da denúncia ou rejeição da denúncia (art. 41, CPP); 
3º. Proposta de suspensão condicional do processo; 
4º. Inquirições: 1º Vítima – 2º Testemunhas: 1º Autor (Acusação); 2º Réu (Defesa); 
5º. Interrogatório do acusado; 
6º. Debates orais; 
7º. Sentença. 
 
5. Suspensão Condicional do Processo 
* Art. 89, Lei nº 9.099/1995: “Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a 
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que 
o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do 
CP)”. 
* Não é procedimento exclusivo do JECRIM; 
* Visa evitar a instauração do processo; 
* Pena Mínima: Igual ou inferior a 1 (um) ano; 
* Preenchimento dos requisitos legais; 
* Crime de médio potencial ofensivo; 
* Réu primário; bons antecedentes; circunstâncias do fato favoráveis. 
* § 3º. Causas de revogação obrigatória da suspensão do processo; 
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* § 4º. Causas de revogação facultativas da suspensão do processo; 
* § 6º. A prescrição é suspensa (não é interrompida). 
 
6. Procedimento do Tribunal do Júri (Art. 406 a 497, CPP) 
* Art. 5º, XXXVIII, CF/88: “É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe 
der a lei, assegurado: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos 
veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra vida”. 
* Trata-se de garantia fundamental e individual; 
* A plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência 
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida constituem princípios constitucionais do 
tribunal do júri; 
* Plenitude de defesa não é sinônimo de ampla defesa; aquela é de exclusividade da 
instituição do tribunal do júri, esta é própria dos demais procedimentos, inclusive os de 
natureza administrativa; 
* Competência do tribunal do júri é relativa; 
* Competência mínima: É o estabelecido no art. 5º, XXXVIII, da CF/88. Trata-se de 
competência mínima, pois pode haver a previsão em lei infraconstitucional para ampliar a 
competência vigente; 
* Rol dos crimes dolosos contra a vida: Homicídio Simples (art. 121, caput, CP); Homicídio 
Privilegiado (art. 121, § 1º, CP); Homicídio Qualificado (art. 121, § 2º, CP); Induzimento, 
Instigação e Auxílio ao Suicídio (art. 122, CP); Infanticídio (art. 123, CP); Aborto (art. 124, 
125, 126 e 127, CP). 
* Regra: crimes dolosos contra a vida; 
* Exceção: Delitos conexos (conexão), ou em concurso de crimes, aqueles que, por força da 
atração exercida pelo tribunal do júri (arts. 76, 77 e 78, I, CPP), prevalece o rito 
procedimental do tribunal do júri; 
* Procedimento do Tribunal do Júri: Bifásico ou Escalonado 
* 1º Fase: Sumário de Culpa ou Juízo de Admissibilidade (Judicium Accusationis); 
* 2º Fase: Juízo de Mérito ou Juízo da Causa (Judicium Causae). 
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1º Fase – Sumário de Culpa ou Juízo de Admissibilidade (Fluxograma) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denúncia 
Audiência de Instrução e 
Julgamento: Art. 411, CPP: 
*Ação penal pública 
incondicionada; 
* Encerramento: 90 (Noventa) 
dias (art. 412, CPP); 
* Inquirições: Vítima ou 
Ofendido; 
* Inquirições: Testemunhas 
arroladas pela acusação e pela 
defesa – 1º Acusação; 2º Defesa; 
* Não é possível inverter a ordem 
de inquirições; 
* Somente se as partes estiverem 
de acordo; 
* Esclarecimentos: Peritos; 
* Acareações; 
* Reconhecimento de pessoas e 
coisas; 
* Interrogatório do Réu; 
* Debates: Alegações finais orais 
pela acusação (20 min. + 10 min.) 
e pela defesa (20 min. + 10 min.) 
(Art. 411, § 4º, CPP); 
* Decisão: Juiz profere decisão ou 
sentença, oral ou em até 10 (dez) 
dias (Art.411, § 9º, CPP). 
Análise do 
Juiz: 
Rejeição da 
Denúncia 
Recebimento 
Denúncia 
Citação do 
Réu 
Resposta 
Escrita do 
Réu: 10 Dias 
 Réplica (art. 
409, CPP) 
1º 2º 3º 4º 5º 
 
I. P. 
6º 
 Despacho 
Saneador c/ 
Diligências 
1º. Pronúncia (art. 413, CPP): Juiz