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INTEGRAIS DE LINHA Danilo Sande Santos SUMÁRIO ¢ Integrais de linha de funções escalares; ¢ Integrais de linha de funções vetoriais; ¢ Referências. INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES A integral de linha é semelhante `a integral comum, a diferença é que integramos sobre uma curva C. INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Seja C uma curva plana (suave) dada pelas equações paramétricas: Se dividirmos o intervalo [a,b] em n sub-intervalos [ti-1,ti] iguais e fizermos: x = x(t) y = y(t) ,a ≤ t ≤ b " # $ %$ ou r (t) = x(t)i + y(t)j xi = x(ti ) yi = y(ti ) ! " # $# Pi (xi, yi ) , então os correspondentes pontos dividem C em n sub-arcos com comprimentos ΔS1, ΔS2, ..., ΔSn INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Vamos escolher um ponto em um arco arbitrário. Se f(x,y) é uma função de duas variáveis cujo domínio inclui a curva C, podemos calcular f no ponto , multiplicar por Δsi e formar a soma: Pi *(xi*, yi*) Pi *(xi*, yi*) f (xi*, yi*)ΔSi i=1 n ∑ Tomando o limite quando nè∞: lim n→∞ f (xi*, yi*)ΔSi = f (x, y)ds C ∫ i=1 n ∑ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES lim n→∞ f (xi*, yi*)ΔSi = f (x, y)ds C ∫ i=1 n ∑ como: ds = dxdt ! " # $ % & 2 + dy dt ! " # $ % & 2 dt , então: f (x, y) C ∫ ds = f (x(t), y(t)) a b ∫ dxdt " # $ % & ' 2 + dy dt " # $ % & ' 2 dt No caso 3-d: f (x, y, z) C ∫ ds = f (x(t), y(t), z(t)) a b ∫ | r '(t) | dt r '(t) = dxdt i + dydt j + dzdt k , onde: INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES No caso de funções positivas de duas variáveis, a integral de linhas pode ser interpretada como uma área. A integral representa a área lateral de uma “cerca”. f (x, y)ds C ∫ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Ex: Calcule , onde C é a metade superior da circunferência x2+y2 = 1. (2+ x2y)ds C ∫ x = cost y = sent , 0 ≤ t ≤ π " # $ %$ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Vamos supor que C seja uma curva suave por partes, ou seja, é a união de um finito número de curvas suaves: f (x, y) C ∫ ds = f (x, y) C1 ∫ ds+ f (x, y) C2 ∫ ds+...+ f (x, y) Cn ∫ ds INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Ex: Calcule , onde C consiste do arco C1 da parábola y = x2 de (0,0) a (1,1) seguido da linha vertical C2 de (1,1) a (1,2). 2x ds C ∫ C1 : x = x y = x2 , 0 ≤ x ≤1 " # $ %$ C2 : x =1 y = y ,1≤ y ≤ 2 " # $ %$ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Duas outras integrais de linhas podem ser obtidas substituindo Δsi por Δxi ou Δyi na definição da integral de linha: f (x, y)dx C ∫ = limn→∞ f (xi*, yi*)Δxi i=1 n ∑ f (x, y)dy C ∫ = limn→∞ f (xi*, yi*)Δyi i=1 n ∑ Que podem ser calculadas expressando tudo em termos do parâmetro t: f (x, y) C ∫ dx = f (x(t), y(t))x '(t) a b ∫ dt f (x, y) C ∫ dy = f (x(t), y(t))y '(t) a b ∫ dt INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES É comum aparecer integrais de linha com relação `a x e y juntos, nesse caso podemos abreviar a escrita: P(x, y) C ∫ dx + Q(x, y) C ∫ dy = P(x, y) C ∫ dx +Q(x, y)dy Na resolução de integrais de linha, a maior dificuldade é parametrizar a curva dada! Para o caso de segmentos de reta, podemos parametrizar da seguinte forma: r (t) = (1− t)r0 + t r1 , com 0 ≤ t ≤1 Vetor inicial Vetor final x C ∫ dx + ydy+ zdz = F C ∫ .dr =W F = x i + y j + z k, onde Ex: INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Ex: Calcule , onde: a) C = C1 é o segmento de reta de (-5,-3) a (0,2) b) C = C2 é o arco da parábola x = 4 – y2 de (-5,-3) a (0,2) y2 dx + x dy C ∫ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES ESCALARES Do exemplo anterior vemos que: A integral de linha geralmente depende do caminho... f (x, y) −C ∫ dx = − f (x, y) C ∫ dx f (x, y) −C ∫ dy = − f (x, y) C ∫ dy f (x, y) −C ∫ ds = f (x, y) C ∫ ds INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS O trabalho realizado por uma força variável f(x) para mover uma partícula de a até b ao longo do eixo x é: Vamos supor que é um campo de forças contínuas sobre R3. Qual o trabalho realizado por essa força no movimento de uma partícula ao longo da curva suave C? W = f (x)dx a b ∫ F = P i +Q j + R k INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Vamos dividir C em sub-arcos com comprimentos Δsi. Essa divisão é possível através de divisões do intervalo de parâmetros [a,b] em sub- intervalos de igual comprimento. Pi *(xi*, yi*, zi*)ti * Escolhemos o ponto , equivalente a . Uma partícula que se move de Pi-1 a Pi ao longo da curva, segue na direção T (ti*) Vetor tangente unitário em Pi* INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS O Trabalho realizado pela força F para mover uma partícula de Pi-1 para Pi é aproximadamente: F(xi*, yi*, zi*).[Δsi T (ti*)]= [ F(xi*, yi*, zi*). T (ti*)]Δsi Força Deslocamento Componente da força na direção do deslocamento Trabalho total para mover a partícula ao longo de C é aproximadamente: [ F(xi*, yi*, zi*). T (xi*, yi*, zi*).]Δsi i=1 n ∑ Fazendo nè∞: W = F(x, y, z). T (x, y, z)ds C ∫ = F. T ds C ∫ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Se a curva C for parametrizada por , então a direção tangente unitária T, será dada por: W = F(x, y, z). T (x, y, z)ds C ∫ = F. T ds C ∫ r (t) = x(t)i + y(t)j + z(t) k T = r '(t) | r '(t) | , logo: W = [ F(r (t)). r '(t) | r '(t) |] | r '(t) | dt C ∫ W = F(r (t)).r '(t)dt = C ∫ F.dr C ∫ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Definição: Seja F um campo de forças contínuo definido sobre a curva suave C, dada pela função vetorial , a ≤ t ≤ b. Então, a integral de linha de F ao longo de C é: Ex: Calcule , onde e C é dado por: r (t) F.dr C ∫ = F(r (t)).r '(t)dt = a b ∫ F. T ds C ∫ F.dr C ∫ F(x, y, z) = xyi + yzj + zx k C : x = t y = t2 z = t3 , 0 ≤ t ≤1 " # $ % $ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Qual a conexão entre as integrais de linha escalar e vetorial? Seja , temos que: F = P i +Q j + R k F.dr C ∫ = F(r (t)).r '(t)dt a b ∫ F.dr C ∫ = (P i +Q j + R k ).(x '(t)i + y '(t)j + z '(t) k )dt a b ∫ F.dr C ∫ = Pdx +Qdy+ Rdz C ∫ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Ex: Calcular ao longo da curva z = x2, y = 2, do ponto A(0,2,0) ao ponto B(2,2,4). 2x dx + yzdy+3zdz C ∫ C : x = t dx = dt y = 2 dy = 0dt z = t2 dz = 2tdt , 0 ≤ t ≤ 2 " # $ $ $ $ % $ $ $ $ INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Independência do caminho: Vamos supor C1 e C2 duas curvas suaves por partes que tenham o mesmo ponto inicial Ae final B. Em geral: Porém, se F é conservativo, temos que: F.dr C1 ∫ ≠ F.dr C2 ∫ F.dr C1 ∫ = F.dr C2 ∫ F.dr = 0∫ Consequência do teorema fundamental das integrais de linhas: INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Teorema fundamental das integrais de linha: Seja C uma curva suave por partes dada pela função vetorial r(t), a ≤ t ≤ b. Seja f uma função diferenciável de duas ou três variáveis cujo vetor gradiente é contínuo em C. Então: F.dr C1 ∫ = F.dr C2 ∫ ∇f .dr C ∫ = f (r (b))− f (r (a)) Se a função é conservativa F = ∇f ∇f .dr C1 ∫ = ∇f .dr C2 ∫ Se C1 e C2 possuem os mesmos pontos inicial A e final B. INTEGRAIS DE LINHA DE FUNÇÕES VETORIAIS Ex: Seja , calcule , onde C é: a) Um segmento de reta do ponto (0,0) ao ponto (1,1); b) Um arco da parábola y = x2 de (0,0) ao ponto (1,1); c) Calcule ; d) Obtenha a função potencial associada, se existir. F = (3+ 2xy)i + (x2 −3y2 )j F.dr C ∫ F.dr∫ REFERÊNCIAS ¢ GONÇALVES, M. B. e FLEMMING, D. M., Cálculo B: Funções de Várias Variáveis, Integrais múltiplas, integrais curvilíneas e de superfície. 2ª Edição. Editora Makron Books do Brasil, São Paulo, 2007. ¢ STEWART J, Cálculo, volume 2. Tradução da 6ª edição norte americana. Editora Cengage Learning, São Paulo, 2013.
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