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Direito Processual Civil III Professor: Cesar Binder Aula 2 – 13/02/13 Execução Tutela executiva é tentar fazer com que a obrigação constante em um título executivo (seja judicial ou extra-judicial) seja realizado concretamente como nos fatos. Noções Gerais: - As vias de execução disponíveis no atual processo civil brasileiro: O cumprimento forçado das decisões judiciais; Obs: Hoje em dia temos um processo chamado bifásico, onde há uma fase de acertamento, ou seja, uma fase aonde vai se dizer o direito e solucionar um eventual litígio e caso venha a ser estabelecido nessa decisão judicial uma eventual obrigação, seja ela, de fazer, não fazer, entregar coisa ou eventualmente pagar uma quantia se não satisfeito espontaneamente pelo devedor, teremos então uma fase de cumprimento de sentença (cumprimento forçado das decisões judiciais). Dispositivos do CC: Art. 475-J do CC - Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II , desta Lei, expedir‑se‑a mandado de penhora e avaliação. (Cumprimento de sentença) Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. (realizar a satisfação do credor) Art. 461‑A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. O processo de execução dos títulos extrajudiciais. (não são formulados pelo poder judiciário) Obs: Algumas modalidades de obrigações exigem uma forma específica, como por exemplo, a bens e imóveis na qual se tem que ter uma escritura pública, e outros podem ser através de um contrato verbal, mas pode-se não ter o adimplemento dessa obrigação e não sendo ela decorrente de uma decisão judicial, mas sim de um dos documentos que a lei atribui força executiva, ou seja, as certas obrigações contraídas como a formalização contraída específica que a própria lei já estabelece, é o suficiente para dar início a um processo executivo, não prescindindo de uma declaração judicial. Mas tanto a decisão judicial quanto um desses títulos como cheque, nota promissória, contratos assinados com o MP, vão dar essa força executiva, ou seja, na verdade o credor poderá independentemente de pronunciamento judicial já requerer a tutela do Estado para a satisfação dessa obrigação. Da mesma forma que se tem no título judicial há a obrigação de fazer ou não fazer, quantia certa e entrega de coisa. Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739). - Classificação da tutela jurisdicional executiva. (Pagamento de quantia; tutela executiva de fazer ou não fazer; tutela executiva para a entrega de determinada coisa que está na posse do devedor – bem móvel e imóvel) Requisitos Requisitos para realizar qualquer execução - Art. 580, CPC - A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. (extrai-se desse dispositivo legal dois requisitos para que se possa realizar uma execução) Formal – é o título executivo (cartularidade); (só pode executar algo físico – tem que ter um documento judicial ou extrajudicial) Material – algo no mundo dos fatos. Tem que ter o inadimplemento do devedor. (se não houver o inadimplemento não há como se executar) Título Executivo - Nulla Executio Sine Titulo (não há execução sem título) - Condição necessária Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: I – com o título executivo extrajudicial; Judicial Art. 475‑N. São títulos executivos judiciais: (são os títulos advindos do poder judiciário) I – a sentença (decisão judicial) proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (hoje não há mais a sentença condenatório, basta que nessa sentença haja o reconhecimento da obrigação de fazer e não fazer, entregar coisa ou pagar quantia) II – a sentença penal condenatória transitada em julgado; (aqui já há uma liquidação da sentença) III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; (as partes fazer um acordo extrajudicial, mas levam a homologação do juízo / sentença judicial. Vale nos juizados especiais, assim como na justiça comum.) IV – a sentença arbitral; (arbitragem) V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. Obs: Quando se falar em títulos executivos judiciais, teremos apenas uma fase de execução de sentença – cumprimento de sentença. Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; III – os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; IV – o crédito decorrente de foro e laudêmio; V – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; VI – o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; VII – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; VIII – todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. Obs: Só são títulos executivos aqueles relacionados pela lei. Não se pode executar analogia para ampliar esse rol. O título executivo deve expressar uma vontade certa, líquida e exigível. Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar‑se‑a sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. - certa (na) – (não se pode questionar a própria validade dos requisitos formais daquele título. Ex: um cheque sem assinatura do correntista. A Certeza diz respeito que o título é inquestionável, ou seja, ele preenche todos os requisitos formais quanto a existência daquela determinada obrigação ou dívida) - líquida (quantum) – (deve expressar o que é devido. O título tem que expressar qual é a obrigação e efetivamente o que deve ser entregue, qual o bem que deve ser entregue, a quantia que deve ser entregue etc. Todo título extrajudicial tem que ter a liquidez, tem queexpressar efetivamente qual é a obrigação devida. No caso de título executivo judicial a obrigação pode ser ilíquida. Aqui se terá uma fase de liquidação de sentença, ou seja, a decisão final do processo de conhecimento pode simplesmente reconhecer a existência da obrigação. Em título executivo extrajudicial não se tem uma fase de liquidação, ele já tem que está previamente estabelecido o que é devido. Qual é o valor da prestação. O título extrajudicial (1:31:00) vai passar por uma fase de liquidação de sentença. Pode ser por simples calculo, arbitramento ou por artigos, onde tem que comprovar os danos. - exigível: (tem que ter o inadimplemento. A dívida tem que está vencida). Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: I – com o título executivo extrajudicial; II – com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; III – com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (artigo 572). (a obrigação já é exigível, porque se havia alguma condição ou termo ela já foi satisfeito, ou se eventualmente era essa bilateralidade deverá comprovar que adimpliu a contra prestação que lhe corresponde segundo o artigo 615, IV - provar que adimpliu a contraprestação, que lhe corresponde, ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor.) Condição ou termo, art. 572,CPC - Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o credor não poderá executar a sentença sem provar que se realizou a condição ou que ocorreu o termo. (o credor só pagará a dívida se ficar comprovado que foi realizada a condição pré estabelecida entre as partes) Contratos bilaterais, art. 476, CC; 582, CPC (Em todos os casos em que é defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigação, exigir o implemento da do outro, não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo,recusar a oferta.) Inadimplemento - Direito Material Não cumprimento da obrigação na forma e tempo devidos. - Art. 581, CPC - O credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação, estabelecida no título executivo, se ela não corresponder ao direito ou à obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado ao devedor o direito de embarga‑la. (Uma vez estabelecida um contrato e contento as obrigações de cada parte o credor tem o direito de receber aquilo que foi pactuado na forma estabelecido no título executivo. O credor não é obrigado a receber algo diverso daquilo que foi pactuado e com isso ele poderá recusar se lhe for entregue algo diferente do que foi pactuado. A de se ter o inadimplemento do devedor. Se o devedor cumpriu a obrigação, não é possível propor a execução ou no curso do processo o devedor satisfez a obrigação, extingue-se a execução. A idéia da execução é simplesmente fazer com que aquilo que está no contrato seja satisfeita antes ou durante o curso do processo que extingue o processo.) Princípios (mandamentos nucleares de um sistema) Princípios fundamentais aplicáveis à tutela jurisdicional executiva. Principio da Realidade - Toda execução é real; (real = coisa) (a execução só vai recair sobre bens) - Arts. 591 (O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.) e 646 (A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (artigo 591), CPC; Obs: Hoje em dia o STF diz que só é possível a execução de cair na pessoa do devedor para satisfação alimentícia. - Mitigação; - Exceções: Art. 5, LXVII, CF - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Princípio do Respeito à Dignidade da Pessoa Humana (idéia de preservar o devedor. Existe limites para a satisfação da dívida. Seja a execução cair só sobre os seus bens, mas jamais poderá também poderá reduzir a dignidade desse indivíduo, retirando a sua própria subsistência). - Preservação da dignidade da pessoa humana; - Limitação da penhora sobre certos bens (Ex: bem de família não pode ser expropriado) – Art. 649, CPC: São absolutamente impenhoráveis: I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II – os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV – os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; VI – o seguro de vida; VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X – até o limite de 40 (quarenta) salarios‑minimos, a quantia depositada em caderneta de poupança; XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. Princípio da Satisfatividade - Execução tende à satisfação do direito do credor. Art. 659, caput, CPC - A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. (esses valores serão repassados para devedor) Art. 692, § único, CPC - Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor. Princípio da Economicidade - Deve ser o menos prejudicial possível ao devedor. (se houver várias maneiras que consiga satisfazer aquela determinada obrigacao, deve ser escolhida a menos gravosa para o devedor) Arts. 620 (Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.), 668, caput (O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele devedor (art. 17, incisos IV e VI, e art. 620).), 716 (O juiz pode conceder ao exequente o usufruto de móvel ou imóvel, quando o reputar menos gravoso ao executado e eficiente para o recebimento do crédito.), 692, caput (Não será aceito lanço que, em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil.), CPC. Princípio da Utilidade - Execução deve ser útil ao credor. (Só vão ser praticados atos executivos que efetivamente trouxerem resultados práticos para o credor) - Art. 659, § 2, CPC (Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.) Ex: de uma pessoa que deve R$ 100000 etem um carro velho que não vale nem R$ 2000 e com isso não paga nem as custas. - Execução equilibrada (não trará nenhum benefício ao credor) Princípio da Especificidade da execução (Adequação) - Tutela específica; (deve-se proceder com a execução para se obter o resultado prático equivalente da própria satisfação do devedor perante a obrigação.) - Art. 461, caput, CPC - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. - Art. 461-A, CPC - Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. - Excepcionalidade da conversão em perdas e danos Art. 461, § 1 (Tratando‑se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.), 627, 633, CPC Princípio dos Ônus da Execução - A execução corre à expensas do executado; (O inadimplente deverá ressarcir o credor não só na obrigação em si, como eventuais perdas e danos, juros, custas e honorários advocatícios) - Arts. 651 (Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios.) e 659, caput, CPC – (A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.) - Art. 395 e 401, CPC Princípio da disponibilidade da execução (a execução é disponível no todo ou em parte, ou mesmo apensas atos executivos podem ser dispostos pelo exeqüente. Pode abrir mão do processo na sua integralidade, pedindo a extinção, da parte ou do status executivo) - Autor pode dispor da execução ou dos atos executivos - Art. 569, caput, CPC - O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. (não depende da anuência do devedor) Princípio da Responsabilidade (o credor é objetivamente responsável por qualquer dano causado ao executado, se posteriormente for declarada nulo o título executivo. Com isso o credor fica responsável a ressarcir se esse título for revogado pelo juiz.) - Art. 475-O, CPC - A execução provisória da sentença far‑se‑a, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas. - Art.574, CPC - O credor ressarcirá ao devedor os danos que este sofreu, quando a sentença, passada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação, que deu lugar à execução. Aula 3 – 20/02/13 Legitimidade (para propor a ação) – consiste na autorização legal para figurar quer seja no pólo ativo ou pólo passivo na relação jurídica processual. Arts. 566 e 567, CPC - Originário ou primária (art. 566, CPC) – é algo natural. Quem pode propor uma execução? O credor. Art. 566. Podem promover a execução forçada: I – O credor a quem a lei confere título executivo; (vai buscar o credor no próprio título executivo. Seja ele um título executivo judicial, a sentença a quem foi favorável. Em se tratando de um título extrajudicial aquele que consta no próprio título executivo / contrato. Estará na própria relação jurídica de direito material em se tratando de um título extrajudicial.) II – o Ministério Público, nos casos previstos em lei; (As formas de atuação do MP no processo civil, atua como parte e como fiscal da lei (art. 82). O MP poderá atuar como autor da execução, ou seja, ele irá promover a execução (art. 81, mas não só essas). - Superveniente ou derivada (art. 567,CPC) – Legitimidade extraordinária. Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: I – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo. Obs: Espólio é a massa de bens (móveis, imóveis, créditos e até as dívidas) que o falecido deixou. O espólio deve ser representado em juízo pelo inventariante (aquele que irá administrar os bens do espólio) – art. 12 CPC. Caso todos os herdeiros recusem a ser inventariante, ou não tenha herdeiro, será designado pelo juiz um inventariante dativo - P. Único do art. 12. Normalmente é designado como inventariante um dos herdeiros; Herdeiros são aqueles onde não há uma individualização do bem em si (não tem um bem específico e sim uma parcela do todo); Sucessores é o chamado de legatário e recebe um bem específico no testamento. Não é um herdeiro na totalidade e sim de um bem específico. (recebe um determinado bem ou crédito específico). II – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre vivos (Resp. 1.091.433) (o titulo de credito foi cedido para o cessionário, por alguma razão (gratuitamente ou onerosamente), ou o próprio credor recebeu o seu crédito. Ex: cessão de precatório é a forma pela qual a fazenda pública faz o pagamento de seus débitos judiciais que representa créditos. Muitas vezes as pessoas vendem esses títulos e fazem uma cessão de crédito total ou parcial e aquele que adquiriu poderá promover a execução ou nela prosseguir se já estivesse em execução. O processo de execução de precatório só se encerra com o pagamento o que pode durar anos. (Prova) Havia uma questão que era discutida e que foi pacificada no julgamento do recurso especial recentemente, se tem uma legitimidade extraordinária, ou superveniente ou derivada se tem um sucessão de parte, o espólio poderá propor ou prosseguir na execução, ou seja, se terá uma alteração subjetiva (de parte) o credor original não estará mais lá, pois foi substituído por outro. Quando proposta uma ação para haver uma alteração subjetiva, teoricamente necessita da anuência da parte contrária (art. 42, CC) – a principio o fato de ter a alienação do bem ou do crédito não altera a legitimidade, mas necessita da autorização da parte contrária – O cessionário poderá ingressar e prosseguir na execução e necessita da autorização da parte contrária? Aqui está diante de uma alteração subjetiva, pois a execução tinha começado como credor original e ele cedeu o crédito a outra pessoa. Depende de autorização? Para o direito material o CPC não faz nenhuma restrição, no direito material não há necessidade de nenhuma anuência do devedor, o devedor não precisa concordar que o credor ceda o seu crédito. Ele só deve ser informado a quem ele deve pagara dívida. O devedor não pode se negar a pagar a dívida para quem o credor cedeu o crédito. Não depende para fim material a anuência do devedor, só basta que ele seja comunicado a quem ele deve fazer o pagamento (art. 346, CC). A não ser que o próprio título executivo vede a sessão, o credor é livre para ceder o seu crédito. Do ponto de vista processual se tem uma substituição de parte e durante muito tempo a doutrina e jurisprudência discutiam sobre essa possibilidade, sobre o ponto de vista material não tem problema, mas se seção tivesse ocorrido antes da execução, antes de iniciado o processo de execução não haveria nenhum problema, agora se já tivesse iniciada a execução do crédito poderia haver a seção do crédito? Atualmente já está pacificado pelo recurso especial onde se definiu como se tem uma norma específica no processo de execução que é o art. 567do CPC, não se aplica o art. 42, Parágrafo 1 do CPC. É apenas aplicável ao processo de conhecimento, não sendo aplicável ao processo de execução, porque no processo de execução se tem uma norma específica do art. 597, § 2. III – osub-rogado, nos casos de sub-rogação legal (art. 673 – 346, CC) ou convencional (347,CC). Obs: Sub-Rogação: quando algum terceiro satisfaz a dívida do devedor original, ele então se sub-roga nos direitos do credor. Ex: o fiador que paga a dívida do afiançado. Aquele que efetuou o pagamento se sub-roga nos direitos do credor. Art. 346. A sub‑rogacao opera‑se, de pleno direito, em favor: I – do credor que paga a dívida do devedor comum; II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Art. 347. A sub‑rogacao é convencional: I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; (assemelha a seção de crédito) II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub‑rogado nos direitos do credor satisfeito. Legitimação supervenientes extraordinárias Massa falida – não tem personalidade jurídica, mas que a lei atribui a legitimidade de propor ou prosseguir em uma execução. Uma vez declarada a sua falência muda a sua personalidade jurídica. Se torna credora das eventuais dívidas que ela tinha durante a sua atividade. Condomínio – (não formalizado, não personalizado). Obs: Se for um condomínio formalizado ele terá personalidade jurídica. Herança jacente - (ocorre quando não há sucessores e herdeiros – os bens ficam para o Estado) - não tem personalidade jurídica, mas que a lei atribui a legitimidade de propor ou prosseguir em uma execução. Legitimação Passiva (quem vai ocupar o pólo passivo na execução. Normalmente é o devedor e que está no próprio título executivo) Art. 568, CPC – Se o devedor não tiver bens no foro da causa, far‑se‑a a execução por carta, penhorando‑se, avaliando‑se e alienando‑se os bens no foro da situação (artigo 747). I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (no próprio título já irá constar quem vai ser o credor e quem vai ser o devedor. Na sentença já constará a obrigação do devedor.) II - o espólio (art. 597), os herdeiros ou os sucessores do devedor; Art. 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança lhe coube. III – o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; (o devedor repassou a dívida. Nessa hipótese se tem uma assunção da dívida por um terceiro. Nesta caso o novo devedor necessita de consentimento do credor. Enquanto a cessão do crédito não depende da anuência do devedor a não se que seja explicito no próprio título ou que seja personalíssima o credor simplesmente comunica o devedor que houve a cessão do crédito. Já a seção do débito sempre vai depender da anuência do credor, para que não seja substituído por alguém que não tenha condições de pagar a dívida.) IV – o fiador judicial; (no próprio título judicial fica um terceiro que vai garantir a execução daquela determinada dívida. Apesar do fiador não ser o devedor principal, ele é o responsável pelo cumprimento da obrigação.) V – o responsável tributário, assim definido na legislação própria. (Substituição tributária uma hipótese onde alguém que não faz parte da relação jurídica que deu ensejo ao fato gerador do tributo, mas a própria legislação diz que ele passará a ser responsável pelo tributo. Ex: por uma questão de política tributária é mais fácil fiscalizar o fabricante do que fiscalizar o fato gerador de várias concessionárias. Nesse caso o próprio fabricante do veículo irá substituir tributariamente aquele revendedor, sendo o responsável final pelo tributo. Apesar de não ser ele quem está na relação final tributária, ele se torna responsável tributário em se tratando em substituição tributária.) Litisconsórcio – cumulação subjetiva. Facultativo (normalmente) (no pólo ativo). Obs: também pode ocorrer no pólo passivo, já que pode ser demandado apenas um dele que vai responder por toda a dívida. Obs: no pólo passivo se pode ter um litisconsórcio necessário, quando, por exemplo, na execução for atingir bens imóveis do casal. Também deverá integrar no pólo passivo o cônjuge. Simples – pode ter decisões diferentes para cada litisconsórcio. No caso da execução o litisconsórcio será simples. Obs: Unitário – a decisão tem que ser igual para todos. Inicial (pode ser iniciado contra dois devedores ou por dois credores) / ulterior (depois de iniciada a execução houve uma pluralidade ativa ou passiva. Ex: a situação dos herdeiros). Outras intervenções: (não há de se falar em intervenções de terceiro na execução) Somente no caso de ação incidental, pois visam reconhecimento do direito; (No processo de execução em regra não se terá contraditório, porque o devedor ele será chamado a cumprir a obrigação. Quando no processo de conhecimento ele será citado para se defender. Mas há possibilidade de contraditório no processo de execução? No processo de execução em si não, mas há meios da chamada oposição a execução ou de defesas do executado através de uma ação autônoma. Quando se trata de uma execução de título executivo extrajudicial essa defesa pode ser feita através dos embargos do devedor. Em se tratando de execução de título judicial a defesa será feita por meio de impugnação ao cumprimento de sentença. Nos embargos de execução a figura muda, pois há uma ação de conhecimento incidental a própria execução. Aqui se terá como autor dos embargos o devedor e como réu o credor da execução e estarão discutindo o próprio título executivo. No processo de execução em si não se pode utilizar as formas de intervenção de terceiros, mas no processo incidental de embargos da execução pode haver sim essas intervenções de terceiro. O embargo de execução é uma ação de conhecimento. Outras formas: (que terceiros participam do processo de execução, ainda que não seja como credor ou devedor) Art. 615, II, CPC – Cumpre ao credor: - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou usufruto; (se um dos bens do devedor que vão acabar como objeto de penhora, se eles tiverem algum direito real. Se o bem já era uma garantia real de uma dívida os credores acima serão chamados para exercer o seu direito real de preferência.) Art. 626, CPC - Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir‑se‑a mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de deposita‑la. (quando se tem uma execução de entrega de coisa certa e esse bem já foi alienado, então vai ser intimado o terceiro adquirente para depositar o bem. Ex: de uma pessoa que comprou um carro, vendeu a um terceiro e não pagou para a financeira. Intervenção de terceiros (terceiros podem atuar no processo) Art. 634, CPC – execução por terceiro - Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exequente, decidir que aquele o realize à custa do executado. (Ex. execução por obrigação de fazer. Contrata uma empresa para fazer uma casa e a empresa não realiza o serviço e recorrendo a justiça o juízo pode determinar que seja feita e pode ser feita por um terceiro e não efetivamente a empresa que foi contratada as expensas da empresa contratada.) Art. 655, § 1, CPC – terceiro garantidor - A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: § 1o Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisapertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora. (Além da garantia real, havia uma garantia pessoal) Art. 698, CPC – credor com garantia averbada - Não se efetuará a adjudicação ou alienação de bem do executado sem que da execução seja cientificado, por qualquer modo idôneo e com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não seja de qualquer modo parte na execução. (pode ter diversas penhoras e com isso poderá haver diversas execuções contra o mesmo devedor e eventualmente o mesmo bem garantir as diversas execuções) Embargos de terceiro – arts. 1046 e SS., CPC - Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer lhes sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. (há atuação de terceiros que não fazem parte da execução, no qual não compõem o pólo ativo e o passivo, mas que de alguma forma irão participar indiretamente da execução.) Trabalho – Uma análise dos títulos executivos extrajudiciais. (Art. 585 do CPC) – Dia 27/03 (Para cada título de 3 a 4 linhas). Manuscrito. Vale 2 pontos. Aula 4 – 27/02/13 Responsabilidade patrimonial - Arts. 591 a 597, CPC (Responsabilidade é uma questão processual, ou seja, é verificar quais bens deverão ser discutidos expropriados e que irão responder por essa dívida. Quais bens que vão ser expropriados para satisfazer o crédito que está sendo executado.) Bens presente e futuros do devedor, exceto os inalienáveis e impenhoráveis (art. 591, CPC) (A regra do CPC é em relação quais bens vão ser objeto de execução que estão definidos nestes dispositivos legais) Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. (Concretização do principio da realidade – a execução ela é real, não é pessoal. Quem responde pela dívida efetivamente vai ser os bens do devedor. Não interessa quando o bem ingressou no rol do devedor (presentes e futuros). A idéia é quais são os bens existentes no momento e quem vai ser proposta a execução – os bens que compõem o patrimônio do devedor é que justamente vai responder pela dívida.) Obs: Haverá algumas situações aonde o devedor alienando os bens antes do vencimento da dívida, ou seja, quando iniciado algum processo teremos situações em que esses bens mesmo em principio não mais integrando ao patrimônio do devedor possam ainda responder. Espólio (art. 597, CPC - O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança lhe coube.) Impenhorabilidade (arts. 648, 649 e 650, CPC) Art. 648. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: (não são passíveis de serem buscados para responder pelas dívidas do devedor) I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; (Ex: ato voluntário pode ser por disposição testamentária, ou em uma doação de um bem, pode ser inserida uma cláusula de inalienabilidade e consequentemente neste caso, os bens havidos por doação ou por sucessão testamentária, esses bens não respondem por eventuais dívidas. Mas desde que haja essa declaração expressa declarando que esse bens são ilanienáveis.) Obs: Os bens públicos não são passíveis de penhora, pois há um mecanismo específico para a execução da fazenda pública que é o chamado de precatório requisitório. Não se pode fazer uma penhora de um prédio público. II – os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; (Tem haver com o princípio da dignidade humana. Se ultrapassar as necessidades comum os bens podem ser penhorados.) III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV – os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; (Forma de remuneração ou alguma verba que tenha natureza alimentícia – o salário server para o sustento do devedor. Tudo que está ligado ao sustento do devedor não lhe pode ser retirado.) Obs: Quando da lei 11.382/06, pretendeu-se estabelecer limites, ou seja, atualmente nos temos uma impenhorabilidade absoluta de salários etc (a verba remuneratória ou decorrente do trabalho do devedor utilizado para o seu sustento). Quando da edição desta lei havia uma previsão de penhorabilidade quando se tinha valores acima de 20 salários mínimos, ou seja, a impenhorabilidade estava limitada a 20 salários mínimos) e acima disso havia a possibilidade de penhora no valor máximo de 40%. Houve essa tentativa de se fazer penhora de salário, mas na época o PR vetou, com o argumento de que era da tradição do Direito Brasileiro a impenhorabilidade dos salários). V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (meios necessários para que o devedor consiga manter o seu sustento) VI – o seguro de vida; VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; (é possível a penhora da obra, se a respectiva obra esteja em construção abrangerá também os materiais que estão sendo adquiridos para a conclusão da obra. O inverso não é verdadeiro – se não houve penhora da obra, não pode haver penhora dos bens materiais necessários para a conclusão da obra.) VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; (aqui tem uma proteção que está na CF – questão da economia família.) IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; (Essas instituições privadas podem ter outros bens que podem ser penhorados, só não podendo ser penhorado esses recursos) X – até o limite de 40 (quarenta) salários‑mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança; (Acima disso podem ser passível de penhora. Aqui não está contemplado outros tipos de aplicações financeiras. Obs: acima dos 40 salários mínimos não está mais configurado como sendo vinculo alimentício.) XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia. Salários: (art. 649, inc. IV, CPC - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo;) Bem de família: Lei 8009/90 Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. (Regra é quehá uma impenhorabilidade do bem de família. Considera-se bem de família um imóvel de uma pessoa solteira. Não protege aquele que é casado e tem família.) Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (há hipóteses que mesmo o bem de família acaba respondendo pela dívida – responsabilidade patrimonial) I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias; (se a dívida for do salário do trabalhador – ex: uma empregada doméstica e com isso o imóvel pode ser penhorado e levado a execução, para pagamento da dívida.) II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; (o bem de família irá responder pelas dívidas que foram contraídas para a sua construção ou para a sua reforma) III -- pelo credor de pensão alimentícia; (tem natureza alimentar) IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; (Ex: do não pagamento do ITPU) V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Foi objeto de discussão no STF sobre a sua constitucionalidade. O bem de família é penhorável quando se trata de fiança conseguida no contrato locação, ou seja, quem é fiador no contrato de locação não pode se esquivar desses pagamentos do valor de locações ao argumento de ser um bem de família. O STF em um primeiro julgamento decidiu que seria inconstitucional, mas acabou voltando a trás e confirmou a constitucionalidade desse dispositivo, com o argumento isso acabaria dificultando a locação. Obs: o bem do locatário se ele tiver é impenhorável, mas o do fiador não.) Renuncia à impenhorabilidade (REsp 470.935/ RS) Responsabilidade (art. 592, CPC) (quem responde pela execução são os bens do devedor, mas há terceiros que não fazem parte da relação jurídica processual podem ter os seus bens atingidos e não figuram como devedor e podem ter responsabilidade no pagamento da dívida) Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória (persegue o bem); (Ex: um imóvel hipotecado pode ser vendido? Pode, mas como está gravado com ônus real que é a hipoteca, não impede que o credor hipotecário vá atrás do bem, o chamado direito de seqüela. Ele persegue o bem, ainda que esteja vendido para outro. Ainda que a coisa tenha sido alienada, o bem tenha sido vendido permanece respondendo pela obrigação original. Esse sucessor a titulo singular vai responder no caso de uma execução fundada em direto real ou de obrigação reipersecutória, mas só vai responder aquele determinado bem gravado no ônus real ou com cláusula reipersecutória. Ex: de uma pessoa que tem um imóvel financiado, vende e não passa o financiamento para o nome desse terceiro e o ex dono deixa de pagar o resto do financiamento. Com isso o bem será executado, mesmo esse terceiro tendo pago um ágio ou a quitação do bem. Resumindo o devedor original não possui mais o bem, pois ele vendeu ou alienou o bem, e esse adquirente seja qualquer título gratuito ou oneroso, responderá por essa dívida, mas só pelo bem) II – do sócio, nos termos da lei; (Doutrina do Abuso de Poder – excesso de poderes que podem levar a responsabilização pessoal do sócio, quando usando a sociedade para obter eventuais finalidades ilícitas. Neste caso o sócio poderá nessa condução fraudulenta da sociedade irá responder com os seus bens pela dívida da sociedade). (O Humberto Teodoro Júnior considera que essa desconsideração da personalidade jurídica (redirecionamento) deveria ser apurada em um processo específico, onde saturasse o amplo contraditório e tudo mais, essa responsabilidade do sócio quando por excesso de poder ou quando por gestão fraudulenta. Essa desconsideração da personalidade jurídica pode ser efetuada na própria execução, acabando sendo uma decisão interlocutória do magistrado). Arts. 50, 990, 1.039 e 1.045, CC; Arts. 133 e 134, CTN; Art. 2, § 2, CLT; Art. 13, L. 8.620/93 III – do devedor, quando em poder de terceiros; (se por alguma razão como comodato por exemplo, os bens do devedor estão na posse de terceiros, estes bens do devedor vão responder pela dívida, mesmo estando em poder de terceiro.) IV – do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida. (uma dívida contraída por apenas um dos cônjuges, e não veio em proveito do casal, então só vai responder os bens daquele que contraiu a dívida. Mas se a eventual dívida contraída veio a proveito do próprio casal (bens comuns), a integralidade dos bens tanto daquele que contraiu a dívida, como do outro responderá pela integralidade da dívida.) Ex: 1643- CPC - art. 3, L 4.121/62; Arts. 1.644, 1.663, § 1, 1.1664, CC Obs: Por meio dos embargos de terceiro se tenta preservar o seu patrimônio. Por meios de embargos a execução se discute a própria dívida. E isso vale também para o caso de cônjuges. Súmula 251/STJ - A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal. (competirá a execução fiscal o exeqüente comprovar que efetivamente o proveito se deu em proveito do casal) V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. (Fraude a execução se tem duas figuras distintas que hora se assemelham. A chamada fraude a execução e a chamada contra credores. São figuras distintas. Enquanto a ação pauliana ou fraude contra credores, essa é uma questão de direito material, ou seja, ela na verdade está em uma situação que antes de vencer a dívida o devedor começa se desfazer fraudulentamente dos seus bens para se tornar insolvente. E este devedor começa a vender o seus bens ou eventualmente ele começa a gravar os bens para fraudar os seus credores e assim não ter patrimônio para não responder pelas eventuais dívidas. Neste caso as alienações efetuadas poderão ser objeto de desconstituição, ou seja, serão anuladas as vendas. Assim o credor verificando que o devedor está se desfazendo de seus bens para se tornar insolvente ele pode propor uma ação para declarar a nulidade dessas vendas. Atualmente a jurisprudência do STJ está entendendo que no caso de uma fraude contra credores, ou seja, quando está próximo do vencimento da dívida, o devedor começa a vender ou gravar seus bens em ônus real, o credor pode mover essa ação para declarar ineficácia da alienação para ele, dentro do limite do seu crédito. Antes era declarada nula a venda, voltava a fazer parte do patrimônio do devedor.) Fraude à execução – art. 593, CPC – art. 600, I , CPC (Há fraude à execução quando há uma demanda judicial ou já em uma execução) Art. 593. Considera‑se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: (nestas hipóteses necessariamente se tem uma fraude a execução quando se tem uma ação, uma demanda já em mente. Já existindo essa demanda que possa levar a parte a insolvência (não é qualquer alienação do devedor que vai ser considerada uma fraude a execução). Pouco importa se tenha uma demanda em fase de execução ou uma demanda ainda na fase de conhecimento. Para caracterizar a fraude à execução é necessário que tenha uma ação judicial, seja no vencimento, seja uma ação executiva. Nesse caso não precisacomprovar a má-fé do adquirente, simplesmente a alienação do bem é ineficaz a alienação, ou seja, mesmo que vendido o bem, para aquele processo essa venda é como se não houvesse existido, ela é válida entre as partes, mas não produz efeito. O bem responderá pela dívida. Aqui a uma presunção da má-fé por parte do vendedor. Competirá ao adquirente comprovar que não sabia de uma ação de execução que levaria a insolvência. Os bens que foram vendidos acabam passiveis de serem penhorados). I – quando sobre eles pender ação fundada em direito real; II – quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi‑lo à insolvência; III – nos demais casos expressos em lei. Ação fundada em direito real Pendência de demanda capaz de levar o devedor à insolvência Citação válida (art. 219, CPC) (o marco para se saber se há uma fraude a execução é ter ocorrido à citação valida, ou seja, se não houve a citação não está caracterizado a fraude contra execução, mas pode está caracterizada uma eventual fraude contra credores.) Registro de certidão de distribuição (art. 615-A, CPC – o exequente poderá, no ato da distribuição (de uma execução), obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto.) (Uma vez proposta a execução o autor (credor) para se garantir ele também já poderá fazer o registro dessa propositura da execução e com isso já fica assegurado que ninguém poderá alegar depois ser adquirente de boa-fé, pois já está registrado, pois já existe uma propositura dessa ação de execução e consequentemente eventual adquirente já irá saber da existência dessa demanda e não poderá alegar que comprou de boa-fé. § 3 - Presume‑se em fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada após a averbação. Aqui tem uma presunção dessa fraude a execução). Registro imobiliário (art. 659, § 4, CPC - A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. § 4o A penhora de bens imóveis realizar‑se‑a mediante auto ou termo de penhora, cabendo ao exequente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art. 652, § 4o), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, a respectiva averbação no ofício imobiliário, mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.) (uma vez feita a penhora do bem, se for um bem imóvel ou móvel, já se terá um conhecimento absoluto do registro). IV – Fiador (art. 595, CPC - O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor.) (Compete ao fiador por ter sido responsabilizado pela dívida indicar bens livres e desembaraçados do devedor principal, para eximir do pagamento. Caso o fiador tenha que pagar ele terá o direito de regresso contra o devedor da dívida.) Aula 5 – 06/03/13 – Obs: Uma das perguntas da prova é sobre um dos títulos de crédito Extra Judicial EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA – DEVEDOR SOLVENTE: Pode ser fundada em: • Título extrajudicial – Arts. 646 e seguintes, CPC • Título judicial (cumprimento de sentença) – arts. 475-J e seguintes, CPC Obs: Até 2006 se tinha um tratamento uniforme, ou seja, tratava-se da execução por quantia certa pouco importava se era fundada por título judicial ou extrajudicial. Com a reforma trazida pela lei 11382/06, houve uma profunda alteração principalmente na parte de cumprimento de sentença (título executivo judicial). Passou a ter um tratamento diferenciado com acréscimos 475-A até o artigo 475-R ao CPC. Trouxe uma alteração significativa para o Direito Processual Civil, na parte relativa ao processo de conhecimento, porque antes se tinha uma segmentação efetiva entre processo de conhecimento e processo de execução. Em se tratando de processo de conhecimento ele virou um processo bifásico onde tem uma fase de conhecimento, onde vai ser decidida a questão e uma segunda fase de cumprimento de sentença. Ao que diz respeito a execução fundada em título judicial, houve alterações posteriores Lei 11384, trouxe significativas alterações tentando justamente alterar aquele conceito do coitado do vendedor para tentar trazer uma maior segurança quanto a efetividade da tutela executiva (para a realização no mundo dos fatos daquele direito que tenha sido inobservado). – DEVEDOR INSOLVENTE (Insolvência Civil) • art. 748 e seguintes, CPC EXECUÇÃO TÍTULO EXTRAJUDICIAL – EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL • arts. 646 e seguintes, CPC – Procedimento Obs; Será a primeira provocação do Poder Judiciário para tentar satisfazer / concretizar aquele determinado direito que não foi observado e ao qual a lei atribuiu uma força executiva, ou seja, que prescinde um pronunciamento judicial – o próprio título já garante o direito ali previsto, que já permite provocar o judiciário para a tutela satisfativa (satisfazer aquela determinada obrigação contida nesse título executivo). Não há necessidade de uma decisão judicial. O título já é o documento hábil ensejar essa tutela satisfativa ou tutela executiva. • Competência – art. 576, CPC (Lei 5869/73) Aonde deve ser proposta a demanda? Art. 576. A execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III (diz respeito a competência interna e onde deve ser proposta a demanda). Lei 5869/73 CAPÍTULO II DA COMPETÊNCIA INTERNACIONAL (quando que o juiz nacional vai poder apreciar e julgar uma determinada demanda) Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA INTERNA Seção III Da Competência Territorial Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. (a proposta executiva geralmente é proposta como regra no foro do domicílio do réu.) Art. 100. É competente o foro: IV - do lugar: d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se Ihe exigir o cumprimento; (Pode ser proposta uma demanda onde se tem um título onde determinava um local para realização dessa obrigação, diferente do domicílio do réu, se tem a possibilidade de ser proposta a demanda no lugar onde a obrigação deve ser satisfeita – regra específica). Obs: O normal é o domicílio do réu, eventualmente o local onde a obrigação deve ser satisfeita quando se está exigindo o cumprindo dessa obrigação. • Petição inicial (deve observar os requisitos do art. 282, indicando quem é o órgão competente , quem é o autor da demanda, quem é o réu, a exposição do que se trata e principalmente a questão do título executivo, e que está proposto uma ação de execução em face do réu, em virtude do título executivo. Necessariamente o processo de execução tem que constar o original do título executivo, que é justamente a prova da obrigação constante ao qual o réu está obrigado.) Obs: se houve a necessidade de comprovar naqueles contratos onde nós temos uma situação onde o próprio credor tenha cumprido com a sua parte (contrato sinalagmático – que tem obrigação para ambas as partes), cumpre ao credor demonstrar que cumpriu a sua parte na obrigação, ouque eventualmente se é uma ato sujeito a ter alguma condição tem que comprovar que essa condição se implementou ou que o termo sobreveio. Com isso tem que se demonstra tudo isso para que tenha a exigibilidade do título. O título deve entrar na obrigação líquida, certa e exigível. A exigibilidade está justamente na implementação do termo, condição ou eventualmente se o próprio credor estava sujeito a cumprir a uma parcela da obrigação ele deve cumprir e essa parcela, aquilo que lhe competia já foi devidamente cumprida, caso contrário não se tem a exigibilidade do título e é caso de indeferimento da petição inicial. Porque o título executivo extra judicial não está representando uma obrigação líquida, certa e exigível. – Indicação dos bens pelo credor (art. 652, § 2º, CPC) Art. 652. O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. § 2o O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655). Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: I – com o título executivo extrajudicial; II – com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; (quantia certa) III – com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (artigo 572). Art. 615. Cumpre ainda ao credor: I – indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo pode ser efetuada; (pode acontecer em uma hipótese na qual se teria uma obrigação que fosse personalíssima e que eventualmente ele não tenha mais interesse que ele o cumpra, já possa transformar em uma execução por quantia certa transmudando em perdas e danos. Poderia optar por uma execução inatura ou seja por uma execução ou por quantia certa, ele opta por uma delas e então ele deve indicar precisamente na petição inicial o que pode acontecer e que o próprio título lhe de essa alternativa.) II – requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou usufruto; (se eventualmente se tratar de uma execução que recaia sobre determinado bem e esse bem já tenha algum outro direito real coincidente sobre ele, é objeto de hipoteca, anticrese ou usufruto, ou eventualmente tenha esse penhor ou usufruto nesse caso já deve ter a intimação do eventual credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, para justamente ele poder exercer o direito real. Se eventualmente na própria execução já vai recair sobre determinado bem que já é objeto de outro direito real, então neste caso o credor real também deverá ser intimado, para que sejam válidos os atos a serem tomados para eventual alienação do bem e consequentemente satisfação do crédito.) III – pleitear medidas acautelatórias urgentes; (se for necessário medida urgente eventual sequestro de bens, arresto de bens, para justamente evitar que o próprio devedor comece a se desfazer dos bens, para se tornar insolvente ou não ter bens para execução ele já poderá na própria petição inicial requerer medidas para a indisposição do devedor). IV – provar que adimpliu a contraprestação, que lhe corresponde, ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor. Obs: Uma vez proposta a execução o credor já poderá requerer uma certidão de distribuição para fazer o registro (seja de bens imóveis, veículos) para justamente indicar a existência de uma execução e consequentemente já prevenir um eventual fraude a execução, assim o credor estará dando publicidade da existência de um processo de execução e consequentemente prevenir terceiro que a compra daquele determinado bem poderá eventualmente levar a uma ineficácia em relação a execução, dada a presunção de publicidade da existência dessa execução e consequentemente esse adquirente alegar uma boa-fé. – Despacho inicial – fixação de honorários (652-A, CPC) Proposta a demanda executiva e o juiz verificando se petição inicial preenchem esses requisitos, o juiz irá despachar a inicial. Ao despachar a inicial o que o juiz vai mandar citar o devedor para que faça o pagamento em 3 dias e já vai fixar os honorários advocatícios. Art. 652. O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. Obs: Cuidado no processo de conhecimento o réu é citado para contestar, aqui é citado para pagar. Aqui já está no processo de execução. Art. 652‑A. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (art. 20, § 4o). § 2o O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655). • Expedição de mandado de citação do executado para pagar em 3 dias – art. 652, CPC Se o executado não fizer o pagamento em 3 dias o que acontece? Desde a edição da lei 11232 e 11384, que trouxe para os processos de títulos extrajudiciais consta algumas situações diferenciadas, para tentar estimular o devedor a pagar a dívida. São elas: – indicação da redução do valor dos honorários (652-A, § único - No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida pela metade.) (o legislador pensou em da uma vantagem ao devedor para que ele quitasse a dívida, pagando a metade dos honorários) – indicação do prazo para embargos (art. 738, CPC - Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação.) (a partir do momento em que o devedor for citado ele tem um prazo para impor embargos a execução que é de 15 dias. Essa ressalva também deve constar no mandado citatório, que o réu saiba que ele também vai ter o direito de opor a essa execução por meio de uma ação que se chama embargos do devedor ou embargos a execução. Apesar do réu não ser citado para se defender e sim para pagar, ele poderá se quiser questionar a validade do próprio título executivo assim como eventual irregularidade do próprio processo de execução. A partir de 2006 houve uma mudança, onde originalmente o réu era citado e tinha que pagar em 24 horas e prazo para embargar era da penhora, agora não o prazo para embargos é de 15 dias da citação. Hoje em dia a penhora não precisa garantir o juízo para poder oferecer os embargos de execução. Antes de 2006 o réu só poderia ser ouvido depois que garantisse o juízo. No sistema anterior o prazo de 24hrs para pagamento, não havendo pagamento já poderia ter a penhora e hoje são 3 dias. O prazo para embargos antes contado da intimação da penhora, ou seja, feita a penhora o devedor era intimado a assinar o termo de penhora e assim já estava intimado e teria os 15 dias para apresentar os embargos. Só poderia oferecer depois que tivesse garantia do juízo. Hoje para oferecer não há necessidade de garantia do juízo, ou seja, ele pode se defender sem ter que se dispor dos seus bens. Hoje a garantia do juízo é um dos requisitos para se obter efeitos suspensivos ao embargo. Uma vez questionado o título executivo, ou alegado um vício processual no processo de execução por meio desses embargos de execução. Hoje não se suspende mais. Só se suspende a execução se ele garantir o juízo e não comprovar o fumus boni iuris. Se não comprovar o fumus boni iuris a execução continua.Hoje a regra é que não precisa garantir o juízo e paralelamente corre as duas coisas, a execução continua sendo tramitada e os embargos de execução porque não se tem mais efeitos suspensivos.) – indicação de possibilidade de requerer moratória (art. 745-A, CPC - No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução,inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês.) – a idéia aqui também é facilitar o pagamento para quitação do débito. Obs: Moratória é uma parcelamento legal do débito. Agora á uma previsão de parcelamento do débito no art. 745-A. Para obter os benefícios do parcelamento o exeqüente deve já ter feito o depósito de 30% e requer o parcelamento de até 6x. § 1o Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exequente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos; caso indeferida, seguir‑se‑ao os atos executivos, mantido o depósito. § 2o O não pagamento de qualquer das prestações implicará, de pleno direito, o vencimento das subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato início dos atos executivos, imposta ao executado multa de 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos. (Caso não haja o pagamento das prestações haverá uma multa de 10% sobre o valor restante. A idéia aqui é apenar o devedor que tentou se beneficiar e não cumpriu com o parcelamento.) Obs II: todas essa medidas são em prol do devedor. Obs III: Em se tratando de execução, a citação deve ser pessoal do devedor. Não vale na execução a chamada citação pelos correios (Postal). Tem que ir o Oficial de Justiça efetuar a citação do devedor. Se o devedor não for encontrado o Oficial de Justiça fará uma citação com hora certa ou se não for encontrado o paradeiro do devedor será citado por edital. • Devedor não encontrado Caso o devedor não seja encontrado utilizando-se os artifícios que a justiça tem o procedimento será o seguinte: – Arresto dos bens (art. 653, CPC - O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar‑lhe‑a tantos bens quantos bastem para garantir a execução. (o devedor não foi encontrado, mas os bens foram o oficial de justiça ele já fará o arresto dos bens para já deixar pré disponível para o devedor esses bens.) Parágrafo único. Nos dez dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido. – Requerimento de citação por edital e conversão do arresto em penhora (Art.654, CPC - Compete ao credor, dentro de dez dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o artigo 652, convertendo‑se o arresto em penhora em caso de não pagamento.) Obs: Findo o prazo do pagamento pela citação por edital, aqueles bens que foram objeto de arresto vão se tornar agora objeto de penhora para a garantia da execução. • Citado o devedor, atitudes possíveis Art. 652. O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. – 3 dias (para fazer o pagamento) • Fez o pagamento – há a extinção da execução (art. 794, I, CPC - Extingue‑se a execução quando: I – o devedor satisfaz a obrigação;) • Não fez o pagamento (atualmente o mandado de citação é um mandato de citação, penhora e avaliação.) . Penhora e avaliação de bens pelo oficial de justiça (art. 652, § 1º, CPC - Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando‑se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado.) (Feita a citação e passado o prazo para pagamento, ele volta aos autos e verifica que não foi feito o pagamento, então o próprio oficial de Justiça vai novamente atrás do devedor para verificar a existência ou não de bens para já proceder a penhora.) Obs; Antes e 2006 competia ao próprio devedor indicar bens a penhora. Agora não pagando em 3 dias o oficial de justiça já vai atrás dos bens e poderá ser até os próprios bens que o credor indicou na petição inicial. Retirou o devedor a opção de indicação dos bens a penhora, pois poderia ser penhorado bens no qual o devedor não gostaria que fossem penhorados.) Obs II: Houve também uma agilização no processo de penhora. Antes era feita a penhora e depois iria para um avaliador judicial. Se os bens fossem indicados pelo devedor, ele iria indicar os bens e o valor e o credor dizia se concordava ou não o valor indicado pelo devedor. Hoje quem vai fazer a penhora é o próprio oficial de justiça, na qual ganhou uma nova competência que foi a de avaliador. A não ser que o bem seja complexo e não seja possível ser facilmente constatado o valor de mercado, no qual precise de uma perícia ou um avaliador. Sendo assim o próprio oficial de justiça avaliará os bens e já vai lavrar o auto de penhora e nesse momento já intima o próprio executado. Há uma concentração de atos. – 15 dias (poderá fazer a moratória – parcelamento do débito ou opor os embargos.) Não pode fazer as duas coisas “parcelamento do débito ou opor os embargos “, pois se ele depositou o valor não poderá opor embargo a execução, porque já está reconhecendo o próprio débito. Pago a moratória exclui-se a possibilidade de embargos a terceiros. • depósito de 30% e requerimento da moratória (art. 745-A, CPC - No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês.) • oposição de embargos (art. 738, CPC - Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação.) • intimação do devedor para indicar bens à penhora (art. 652, §§ 3º e 4º, CPC) (Caso no prazo de 15 dias não encontrado os bens, poderá haver a intimação do devedor para que ele indique os bens. Se o próprio credor não sabe da existência de bens, o próprio oficial de justiça foi ao local onde ele reside e não encontrou bens disponíveis, ocorrerá a intimação ao devedor para que ele indique os bens a serem penhorados. ) § 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora. § 4o A intimação do executado far‑se‑a na pessoa de seu advogado; não o tendo, será intimado pessoalmente. Obs I: Caso o devedor seja intimado e ele não indicar bens a penhora isso seria ato atentatório à dignidade da justiça e portanto passível de ser multado de acordo com o Art. 600, IV CPC: Art. 600. Considera‑se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: IV – intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução. (crime de desobediência) Obs II: Esse dispositivo legal só é aplicado quando realmente a má fé do executado. Apesar de ter esse dispositivo legal, não é utilizado. PENHORA (feita a penhora de um determinado bem, esse bem ficará vinculado aquele processo garantindo a aquela execução) • Função: – Individualização e apreensão dos bens; (quais são os bens do devedor que vão responder pela execução e de regra vai retirar da posse do devedor o bem) – Conservação; (será depositado ou será indicado um fiel depositário que ficará responsável pelo bemque normalmente fica na mão do próprio devedor. O bem deverá ser conservado para que ele não se deteriore e haja a perca o valor de mercado) – Estabelecimento de ordem de preferência (arts. 612 e 613, CPC) (principal função) Obs: Quem fez a penhora em primeiro lugar tem preferência na alienação desse bem junto a outros credores. Art. 612. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal (artigo 751, III ), realiza‑se a execução no interesse do credor, que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Art. 613. Recaindo mais de uma penhora sobre os mesmos bens, cada credor conservará o seu título de preferência. • Arts. 659 e seguintes, CPC (foi visto na aula passada) – responsabilidade patrimonial – impenhorabilidade (absoluta e relativa) • arts. 648 e 649, CPC • bem de família, L. 8.009/90 • Limites da penhora Obs: desde quando o oficial de justiça cita o devedor e não encontrou o devedor, mas encontrou o bem ele vai arrestar bastem para a execução até o limite da satisfação do crédito como um todo. Não irá ultrapassar o valor total da dívida. – Valor do crédito (arts. 659 e 685) Art. 659. A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. (Limite da penhora total nem mais nem menos.) Art. 685. Após a avaliação, poderá mandar o juiz, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária: I – reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferi‑la para outros, que bastem à execução, se o valor dos penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e acessórios; (redução da penhora) II – ampliar a penhora, ou transferi‑la para outros bens mais valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito. (ampliação da penhora) – A Execução tem que ser útil (art. 659, § 2º, CPC - Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.) (Principio da Utilidade da Execução – a pessoa tem pouquíssimos bens e esses bens mau pagam as custas processuais, então esses bens não irá trazer nenhum benefício para o credor, pois ele não vai receber nada e não irá prosseguir a execução.) • Escolha dos bens objeto de penhora escolha dos bens objeto de penhora – Em princípio o próprio Credor (art. 652, § 2º, CPC - O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655).) – Na petição inicial o credor já poderá indicar os bens a serem penhorados. – Oficial de justiça o fará quando o credor não souber (art. 652, § 1º, CPC - § 1o Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando‑se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado.) – Por ultimo quem poderá indicar o bem é o Executado (art. 652, § 3º, CPC - O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora.) • Dever do executado – art. 600, IV, CPC - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. Obs: O devedor ou o credor deve obedecer a alguma ordem indicativa dos bens a penhora. Há uma dispositivo legal que trata da ordem dos bens a serem penhorados e está previsto no art. 655 CPC. • Ordem dos bens – art. 655, CPC Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: (não há critério absoluto, podendo haver alteração na ordem) I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II – veículos de via terrestre; III – bens móveis em geral; IV – bens imóveis; V – navios e aeronaves; VI – ações e quotas de sociedades empresárias; VII – percentual do faturamento de empresa devedora; VIII – pedras e metais preciosos; IX – títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; X – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; XI – outros direitos. (Ex: precatório) • Penhora on-line (Bacen-Jud) – arts. 655-A, e 656, § 6º Art. 655‑A. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente (credor), requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução. (Não há quebra de sigilo realizando essa penhora on line). § 2o Compete ao executado comprovar que as quantias depositadas em conta‑corrente referem‑se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão revestidas de outra forma de impenhorabilidade. (se o devedor conseguir que esse bem é impenhorável ele deve requerer que deva ser impenhorado.) Obs: Após a lei nº 11384, o STJ mudou o entendimento. Além de uma mudança legislativa, houve uma mudança / quebra de paradigma na questão do devedor de que na verdade a execução se faz em benefício do credor, pois o que se interessa na execução é a satisfação do dano material daquela obrigação assumida e não cumprida, tanto que deu ensejo a uma execução. A partir de 2006 é que houve uma mudança do entendimento pelo STJ, entendendo que a penhora on line já pode ser a primeira a ser executada, não havendo mais a necessidade de se esgotar a tentativa de localização de bens do devedor, para só então partir para a penhora on line. Ela já pode ser o primeiro, na própria petição inicial o próprio exeqüente já pode requerer que não feito o pagamento no prazo de 3 dias seja feita a penhora on line, ou bloqueio de ativos financeiros do devedor. A penhora on line só será feita a requerimento do exeqüente. • Bens imóveis – arts. 655, § 2º, e 659, §§ 3º e 4º, CPC Art. 655. § 2o Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado. Art. 659. § 3o No caso do parágrafo anterior e bem assim quando não encontrar quaisquer bens penhoráveis, o oficial descreverá na certidão os que guarnecem a residência ou o estabelecimento do devedor. § 4o A penhora de bens imóveis realizar‑se‑a mediante auto ou termo de penhora, cabendo ao exequente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art. 652, § 4o), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, a respectiva averbação no ofício imobiliário, mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial. • Substituição da penhora (art. 656, CPC) - A parte poderá requerer a substituição da penhora se não houver a indicação. – Pelo credor (art. 656, V a VII) I – se não obedecer à ordem legal; II – se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; (pode ter algum contrato onde a garantia é para determinado bem e o credor pede para incidir em outro bem. Há uma quebra da ordem por haver essa substituição). III – se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados; (pode haver a troca de substituição do bem se houve em outro lugar) IV – se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; (se a penhora recaiu sobre um bem que já teve uma penhora anterior, ou que já responde por uma dívida, poderá ser requerida a substituição se houver bens livres.) V – se incidir sobre bens de baixa liquidez; Ex: um trator quebrado. VI – se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou– pelo devedor (art. 668, CPC) (se não houver êxito no leilão) VII – se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir
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