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ESFORÇO CORTANTE E MOMENTO FLETOR – FORÇAS INTERNAS Quais são as intensidades dos esforços interno no ponto B ? Sabendo que eles são as força normal, a força cortante e o momento fletor Para projetar uma estrutura mecânica é necessário conhecer o carregamento agindo dentro do membro para que sejamos capazes de assegurar que o material irá suportar o carregamento. . As forças internas são calculadas utilizando o método da seção. Veja o exemplo da viga em balanço abaixo. Forças Internas Convenção de sinais: N, V, M são positivos quando Exercício: Determine a força normal, força cisalhante e o momento fletor no ponto B. Primeiro calcule as reações dos apoios. Faça o diagrama de corpo livre. Diagrama de corpo livre do corpo todo e do segmento AB Exercício: Determine a força normal, força cortante e momento fletor no ponto C. Faça os diagramas de corpo livre de todo o corpo e da segmento AC. Calcule as reações do apoio. Exercício: Determine a força normal, força cortante e momento fletor no ponto C. Faça os diagramas de corpo livre de todo o corpo e da segmento AC. Calcule as reações do apoio. TIPOS DE VIGAS e TIPOS DE CARREGAMENTO • Viga são membros estruturais projetados para suportar cargas aplicadas perpendiculares aos seus eixos. Em geral, elas são longas e retas, e possuem uma área da seção transversal constante. Normalmente são classificadas de acordo com a forma como são apoiadas. Por exemplo, uma viga que é simplesmente apoiadas com um pino em uma extremidade com um rolete na noutra está mostrado abaixo. VIGAS ENGASTADA (kip = kilopound) TIPOS DE CARREGAMENTO TIPOS DE CARREGAMENTO TIPOS DE CARREGAMENTO CLASSFIFICAÇÃO DE VIGAS CLASSIFICAÇÃO DE VIGAS CLASSFICAÇÃO DE VIGAS Exercício 1: Dada a viga fixa em A com carga distribuida triangular determine as reações nos apoios. Calcule o esforço cortante V e o momento fletor M no ponto C. Exercício 2: Determine a força normal, força cortante e momento fletor no ponto a 4m do ponto A. Faça os diagramas de corpo livre de todo o corpo e da segmento AD. Calcule as reações do apoio. O ponto A é pinado e D rotulado. Calcule o esforço cortante e momento fletor no ponto D. Apoio duplo em A e apoio simples em C. A viga é soldada em B. Exercício 3: Determine a força normal, força cortante e momento fletor no ponto C. Faça os diagramas de corpo livre de todo o corpo e do segmento da extremidade esquerda até o ponto C. Calcule as reações nos apoios. O ponto A é apoio duplo e o ponto B é apoio simples. Exercício 4: Determine a força normal, força cortante e momento fletor no ponto C. Faça os diagramas de corpo livre de todo o corpo e do segmento AC. Calcule as reações nos apoios. O ponto A é apoio simples e o ponto B é apoio duplo. FLEXÃO - Vigas e eixos são importantes elementos estruturais e mecânicos usados em projetos de engenharia. - Assim como os diagramas de força cortante e momento fletor proporcionam um meio útil para determinar a maior força de cisalhamento e o maior momento fletor em um elemento e especificam onde esses máximos ocorrem. - Uma vez determinado o momento interno em uma seção a tensão de flexão pode ser calculada. Em primeiro lugar, consideraremos elementos retos, com seção transversal simétrica e feitos de materiais homogêneos lineares elásticos. Diagramas de Força Cortante e Momento Fletor de uma viga Exemplo: Representação gráfica da força cortante e momento fletor de uma viga. DEFORMAÇÃO POR FLEXÃO DE UM ELEMENTO RETO Aqui discutiremos as deformações que ocorrem quando uma viga prismática reta, feita de um material homogêneo, é submetida à flexão. A discussão ficará limitada a vigas com área de transversal simétrica em relação a um eixo e a um momento fletor aplicado em torno de uma linha central perpendicular a essa linha de simetria, como mostrado na figura abaixo A Figura Abaixo Mostra uma Viga não Deformada que tem seção transversal quadrada e marcada por uma grade de linhas longitudinais e transversais. Quando o momento fletor é aplicado, as linhas da grade tendem a se distorcer segundo o padrão mostrado figura posterior Viga Deformada Devido a Aplicação de Momento Puro. Aqui, podemos ver que as linhas longitudinais se tornam curvas e as linhas transversais verticiais continuam retas, porém sofrem rotação. O comportamento de qualquer barra deformável sujeito a um momento fletor positivo provoca o alogamento do material na parte inferior da barra e a compressão do material na porção superior da barra. Por consequência, entre essas duas regiões deve existir uma superfície, denominada superfície neutra, na qual não ocorrerá mudanças nos comprimentos das fibras longitudinais do material. Três premissas em relação ao modo como a tensão deforma o material de uma vigas longas em flexão: - A primeira premissa é que o eixo longitudinal x, que se encontra no interior da superfície neutra, não sofre qualquer mudança no comprimento. -A segunda é que todas as seções transversais da viga permanecem planas e perpendiculares ao eixo longitudinal durante a deformação. - A terceira é que qualquer deformação da seção transversal dentro de seu próprio plano será desprezada. Em particular, o eixo Z, que se encontra no plano da seção transversal e em torno do qual a seção transversal gira, é denominado eixo neutro, sua localização será determinada adiante. -Para mostrar como essa distorção deformará o material, isolaremos um segmento da viga localizado à distância 𝑥 (veja figura anterior) ao longo do comprimento da viga com espessura ∆𝑥 antes da deformação. A figura abaixo mostra uma vista lateral desse elemento tomado da viga antes e após a deformação. - Observe que qualquer segmento de reta ∆𝑥, localizado na superfície neutra, não muda de comprimento, ao passo que qualquer segmento de reta ∆𝑠, localizado à distância arbitrária 𝑦 acima da superfície neutra, se contrairá e se tornará ∆𝑠´ após a deformação. Por definição, a deformação normal ao longo de ∆𝑠 é determinada pela equação 𝜖 = 𝑙𝑖𝑚 ∆𝑥 →0 ∆𝑠´ −∆𝑠 ∆𝑠 Agora, representaremos essa deformação em termos da localização 𝒚 do segmento e do raio de curvatura 𝜌 do eixo longitudinal do elemento. -Antes da deformação, ∆𝑠 = ∆𝑥. -Após a deformação, ∆𝑥 tem um raio de curvatura 𝜌 com centro de curvatura no ponto O´. -Visto que ∆𝜃 define o ângulo entre os lados da seção transversal do elemento, ∆𝑥 = ∆𝑠 = 𝜌∆𝜃. Da mesma maneira, o comprimento deformado de ∆𝑠´ = (𝜌 − 𝑦)∆𝜃. Substituindo na equação acima, obtemos 𝜖 = 𝑙𝑖𝑚 ∆𝜃 → 0 (𝜌 − 𝑦)∆𝜃 − 𝜌∆𝜃 𝜌∆𝜃 ou 𝜖 = − 𝑦 𝜌 Esse importante resultado indica que a deformação normal longitudinal de qualquer elemento no interior de uma viga depende de sua localização 𝑦 na seção transversal e do raio de curvatura do eixo longitudinal da viga no ponto. Em outras palavras, para qualquer secção transversal específica, a deformação normal longitudinal variará linearmente com 𝑦 em relação ao eixo neutro. Assumiremos aqui que se somente um momento é aplicado à viga, esse momento provoca tensão normal somente na direção 𝑥, devido as premissas adotadas. É esse estado de tensão uniaxial que faz o material ter a componente da deformação normal longitudinal 𝜖𝑥 e consequentemente a tensão é dada por 𝜎𝑥 = 𝐸 ∙ 𝜖𝑥 essas deformações farão com que as dimensões da A Fórmula da Flexão Desenvolveremos uma equação que relaciona a distribuição detensão longitudinal em uma viga e o momento fletor interno resultante que age na seção transversal da viga. Para isto, partiremos da premissa de que o material se comporta de uma maneira linear elástica, de modo que a lei de Hooke se aplica, isto é 𝜎 = 𝐸𝜖. Então, uma variação linear da deformação normal deve ser a consequência de uma variação linear da tensão. Logo, assim como a variação a variação da deformação normal, 𝜎 variará de zero no eixo neutro do elemento até um valor máximo, 𝜎𝑚á𝑥 à distância 𝑐 mais afastada do eixo neutro. Temos que 𝜎 = − 𝑦 𝑐 𝜎𝑚á𝑥 Essa equação representa a distribuição de tensão na área da seção transversal. Aqui, a convenção de sinal definida é significativa. Para M positivo, que age na direção +𝑧 valores positivos de 𝑦 dão valores negativos para 𝜎, isto é uma tensão de compressão, visto que age na direção 𝑥 negativa. De maneira semelhante, valores negativos de 𝑦 darão valores positivos ou de tração para 𝜎. Podemos localizar a posição do eixo neutro na seção transversal satisfazendo a condição de que a força resultante produzida pela distribuição de tensão na área transversal deve ser nula. Observando que a força 𝑑𝐹 = 𝜎 ∙ 𝑑𝐴 age sobre o elemento arbitrário 𝑑𝐴 da viga, exige-se que 𝐹𝑅 = 𝑑𝐹 = 𝜎 ∙ 𝑑𝐴 𝐴 = 0 0 = − 𝑦 𝑐 𝜎𝑚á𝑥𝑑𝐴𝐴 Visto que 𝜎𝑚á𝑥 𝑐 ≠ 0, então 𝑦𝐴 𝑑𝐴 = 0 Essa condição só pode ser satisfeita se o eixo neutro também for o eixo do centroide horizontal para a seção transversal analisada. Por consequência, uma vez determinado o centroide para a área da seção transversal do elemento, a localização do eixo neutro é conhecida. • Podemos determinar a tensão na viga pelo fato de que o momento interno resultante 𝑀 deve ser igual ao momento produzido pela distribuição de tensão em torno do eixo neutro. • O momento de 𝑑𝐹 na figura em torno do eixo neutro é • 𝑑𝑀 = 𝑦 ∙ 𝑑𝐹. • Esse momento é positivo, visto que, pela regra na mão direita, o polegar está direcionado ao longo do eixo 𝑧 positivo quando os dedos são curvados no sentido da rotação causada por 𝑑𝑀. • 𝑀 = 𝑦 ∙ 𝑑𝐹𝐴 = 𝑦𝐴 ∙ 𝜎 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑦 ∙ 𝑦 𝑐 𝜎𝑚á𝑥 ∙ 𝑑𝐴𝐴 • 𝑀 = 𝜎𝑚𝑎𝑥 𝑐 𝑦2𝑑𝐴𝐴 Nessa expressão, a integral representa o momento de inércia da área da seção transversal, calculada em torno do eixo neutro, 𝐼 = 𝑦2𝐴 ∙ 𝑑𝐴. Por consequência, pode-se representar 𝜎𝑚á𝑥 como 𝜎𝑚á𝑥 = 𝑀∙𝑐 𝐼 Visto que 𝜎𝑚𝑎𝑥 𝑐 = − 𝜎 𝑦 , a tensão normal em uma distância normal em uma distância intermediária 𝑦 pode ser determinada por 𝜎 = − 𝑀 𝐼 𝑦 Observe que o sinal negativo é necessário, já que está de acordo com os eixos 𝑥, 𝑦 e 𝑧 definidos. Essa formula é usada para determinar a tensão normal em um elemento reto e momento aplicado perpendicularmente ao eixo. Exemplo: a viga tem seção transversal retangular e está sujeita à distribuição de tensão linear. Determine 𝜎𝑚á𝑥 sabemdo-se que o momento interno M= 𝟐𝟖𝟖𝟎 𝑵 ∙ 𝒎, a viga está engastada. Exercício 1. Dado o problema abaixo determine 𝜎𝑚𝑎𝑥 no meio da viga. Sabendo que o perfil da viga é retangular. Determine também 𝜎𝑚𝑎𝑥 em 1,5m e 0,5m do ponto A. Exercício 2 - Determine 𝜎𝑚á𝑥 em 𝑥 = 1,5𝑚, para a viga simplesmente apoiada mostrada na figura abaixo. Apoio simples de um lado e apoio duplo do outro lado. Exercíco 3- Determine 𝜎𝑚á𝑥 em 𝑥 = 3𝑚, para viga simplesmente apoiada. Apoio simples de um lado e apoio duplo do outro lado. O perfil da viga está mostrada na figura. A carga é distribuída e é 5kN/m. Exercíco 4- Determine 𝜎𝑚á𝑥 em 𝑥 = 0,3𝑚 a direita de A, para viga simplesmente apoiada. Apoio simples de um lado e apoio duplo do outro lado. O perfil da viga está mostrada na figura. Sendo D=30cm. Flexão Assimétrica Quando desenvolvemos a fórmula da flexão, impusemos a condição de que a área da seção transversal fosse simétrica em torno de um eixo perpendicular ao eixo neutro e também que o momento interno resultando 𝑀 agisse ao longo do eixo neutro. É isso o que ocorre nas seções em T ou em U. Porém, essas condições são desnecessárias, e, nesta seção, mostraremos que a fórmula da flexão também pode ser aplicada tanto a uma viga com área de seção transversal de qualquer formato, como a uma viga com momento interno resultante que aja em qualquer direção. Momento Aplicado ao longo do eixo principal Considere a seção transversal da viga tem a forma assimétrica mostrada na figura abaixo. Como na seção anterior, o sistema de coordenadas 𝑥, 𝑦, 𝑧 orientado para a direita é definido de modo tal que a origem esteja localizada no centroide C da seção transversal e o momento interno resultante 𝑀 aja ao longo do eixo +𝑧. A distribuição de tensão que age sobre toda a área da seção transversal deve ter força resultante nula, momento interno resultante em torno do eixo 𝑦 nulo e momento interno resultante em torno do eixo 𝑧 igual a 𝑀. Assim temos 𝐹𝑅 = 𝐹𝑥; 0 = − 𝜎 ∙ 𝑑𝐴𝐴 (1) 𝑀𝑅 𝑦 = 𝑀𝑦; 0 = 𝑧 ∙ 𝜎 ∙ 𝑑𝐴𝐴 (2) 𝑀𝑅 𝑍 = 𝑀𝑍; 𝑀 = −𝑦𝐴 ∙ 𝜎 ∙ 𝑑𝐴 (3) A primeira equação é satisfeita desde que o eixo 𝑧 passe pelo centroide da área da seção transversal. Além disso, visto que o eixo 𝑧 representa o eixo neutro para a seção transversal, a deformação normal variará de zero no eixo neutro para a seção transversal, a deformação normal variará de zero no eixo neutro a máxima em um ponto 𝑦 localizado à maior distância 𝑦 = 𝑐 do eixo neutro, como mostra a figura abaixo. Contanto que o material se comporte de maneira linear elástica, a distribuição de tensão normal na área da seção transversal também será linear, de modo que 𝜎 = − 𝑦 𝑐 𝜎𝑚á𝑥. Quando essa equação é substituída na eq. 3 acima e integrada, resulta na fórmula da flexão 𝜎𝑚á𝑥 = 𝑀∙𝐶 𝐼 . Quando substituída na eq. 2 acima, obtemos 0 = −𝜎𝑚á𝑥 𝑐 𝑦 ∙ 𝑥 ∙ 𝑑𝐴 𝐴 Que exige que 𝑦𝐴 ∙ 𝑥 ∙ 𝑑𝐴 = 0 Essa integral é denominada produto de inércia para a área. Ela será nula desde que os eixos 𝑥 e 𝑦 sejam escolhidos como os eixos principais de inércia para a área. Se a área tiver um eixo de simetria, é fácil definir os eixos principais visto que eles sempre estarão orientados ao longo do eixo de simetria e perpendiculares a ele. Então, resumindo, as equações 1 e 3 acima sempre serão satisfeitas independentemente da direção do momento aplicado M. Visto que M é aplicado em torno de um dos eixos principais (eixo 𝑧) temos que 𝜎 = 𝑀∙𝑦 𝐼𝑧 como pode ser visto na figura acima. Momento Aplicado Arbitrariamente As vezes, um elemento pode ser carregado de tal modo que o momento interno resultante não aja em torno de um dos eixos principais da seção transversal. Quando isso ocorre, em primeiro lugar, o momento deve ser decomposto em componentes dirigidas ao longo do eixos principais. Então, a fórmula da flexão pode ser usada para determinar a tensão normal provocada por cada componente do momento. Por fim, usando o princípio da superposição, a tensão normal resultante no ponto pode ser determinada. Orientação do Eixo Neutro 𝑦 = 𝑀𝑦 𝐼𝑧 𝑀𝑧𝐼𝑧 𝑍 Vigas Compostas Vigas construídas com doisou mais materiais diferentes são denominadas vigas compostas. Visto que a fórmula da flexão foi desenvolvida para vigas de materiais homogêneo, ela não pode ser aplicada diretamente para determinar a tensão normal em viga composta. Nesta seção desenvolveremos um método para modificar ou transformar a seção transversal da viga em uma seção feita de um único material. Feito isso, a fórmula da flexão poderá ser usada para a análise de tensão. Torção Nesta seção, discutiremos os efeitos da aplicação de um carregamento de torção a um elementos longo e reto, como um eixo ou tubo. Inicialmente, consideraremos que o elemento tem seção transversal circular. Mostraremos como determinar a distribuição da tensão no interior do elemento e o ângulo de torção quando o material se comporta de maneira linear elástica. Deformação por Torção de um eixo circular Torque é um momento que tende a torce um elemento em torno de seu eixo longitudinal. O efeito do torque é uma preocupação primária em projeto de eixos de acionamento utilizado em veículos e estruturas diversas. Podemos ilustrar fisicamente o que acontece quando um torque é aplicado a um eixo circular considerando que este seja feito de um material de alto grau de deformação, como a borracha. Como mostra a figura abaixo. Quando o torque é aplicado , os círculos e as retas longitudinais da grade, marcados originalmente no eixo, tendem a se distorcer segundo o padrão mostrado na figura abaixo. Examinando a figura acima no estado deformado, vemos que a torção faz com que os círculos continuem como círculos e cada linha longitudinal da grade se deforme na forma de uma hélice que intercepta os círculos em ângulos iguais. Além disso; as seções transversais nas extremidades do eixo continuam planas, e as linhas radiais nessas extremidades continuam retas durante a deformação como pode ser visto na figura acima que mostra um eixo deformado. Por essas observações, podemos considerar que, se o ângulo de rotação for pequeno, o comprimento e o raio do eixo permanecerão inalterados. Se o eixo estiver preso em uma de suas extremidades e for aplicado um torque à sua outra extremidade, o plano sobreado na figura abaixo será distorcido. Aqui, uma linha radial localizada na seção transversal a uma distância 𝑥 da extremidade fixa do eixo girará de um ângulo 𝛟(𝑥). O ângulo 𝛟(𝑥), definido dessa maneira, é denominado ângulo de torção, depende da posição 𝑥 e variará ao longo do eixo como a figura acima. Para entender como esta distorção deforma o material, isolaremos agora um pequeno elemento localizado à distância 𝜌 da linha central do eixo. Devido a deformação observada na figura acima, as faces anterior e posterior do elemento sofrerão uma rotação – a face posterior, de 𝛟(𝑥) e a face anterior, 𝛟(𝑥)+∆𝛟. O resultado é que, em razão da diferença entre essas rotações, ∆𝛟, o elemento é submetido a uma deformação por cisalhamento. Para caluclar essa deformação, observe que, antes da deformação, o ângulo entre as bordas AB e AC é 900; todavia, após a deformação, as bordas do elemento se tornam AD e AC e o ângulo entre elas é 𝜃´. Pela definição de deformação por cilhamento, temos 𝐶→𝐴 𝐵→𝐴 𝛾= 𝜋 2 lim 𝜃´ Esse ângulo, 𝛾 está indicado no elemento e pode ser relacionado com o comprimento ∆𝑥 do elemento e com a diferença no ângulo de rotação, ∆𝛟, entre as faces sobreadas. Se ∆𝑥 → 𝑑𝑥 e ∆𝛟 → 𝑑𝛟, temos 𝐵𝐷 = 𝜌 ∙ 𝑑𝛟 = 𝑑𝑥 ∙ 𝛾 𝛾 = 𝜌 𝑑𝛟 𝑑𝑥 (4) Visto que 𝑑𝑥 e 𝑑𝛟 são os mesmos para todos os elementos localizados em pontos da seção transversal em 𝑥, então 𝑑𝛟 𝑑𝑥 é constante nesta seção, e a eq. (4) acima indica que o valor da deformação por cisalhamento para qualquer um desses elementos varia com sua distância radial 𝜌 em relação à linha central do eixo. Em outras palavras, a deformação por cisalhamento no interior do eixo varia linearmente ao longo de qualquer linha radial, de zero na linha central do eixo até um valor máximo 𝛾𝑚á𝑥 em seu contorno externo. Visto que 𝑑𝛟 𝑑𝑥 = 𝛾 𝜌 = 𝛾𝑚á𝑥 𝑐 , Então, 𝛾 = 𝜌 𝑐 𝛾𝑚á𝑥 A fórmula da Torção Quando um torque externo é aplicado a um eixo, ele cria um torque interno correspondente no interior do eixo. Nesta seção, desenvolveremos uma equação que relaciona esse torque interno com a distribuição da tensão de cisalhamento na seção transversal de um eixo. Se o material for linear elástico, então a lei de Hooke se aplica 𝜏 = 𝐺 ∙ 𝛾, E, por consequência, uma variação linear na deformação por cisalhamento, como observado na seção anterior, resulta em variação linear na tensão de cisalhamento correspondente ao longo de qualquer linha radial na seção transversal. Consequentemente, assim como ocorre com a deformação por cisalhamento para um eixo maciço, 𝜏 variará de zero na linha central do eixo longitudinal a um valor máximo 𝜏𝑚á𝑥 na superfície externa. Assim temos que 𝜏 = 𝜌 𝑐 ∙ 𝜏𝑚á𝑥 Usando essa equação, aplicaremos agora a condição que exige que o torque produzido pela distribuição de tensão por toda a seção transversal seja equivalente ao torque interno resultante T na seção, o que mantém o eixo em equilíbrio. Especificamente, cada elemento 𝑑𝐴, localizado em 𝜌, está sujeito a uma 𝑑𝐹 = 𝜏 ∙ 𝑑𝐴. O torque produzido por essa força é 𝑑𝑇 = 𝜌 ∙ (𝜏 ∙ 𝑑𝐴). Portanto, para toda a seção transversal, temos 𝑇 = 𝜌 ∙ 𝜏 ∙ 𝑑𝐴 𝐴 = 𝜌 ∙ 𝜌 𝑐 ∙ 𝜏𝑚á𝑥 ∙ 𝑑𝐴 𝐴 Visto que 𝜏𝑚á𝑥 𝑐 é constante, 𝑇 = 𝜏𝑚á𝑥 𝑐 𝜌2 ∙ 𝑑𝐴𝐴 . A integral nessa equação depende somente da geometria do eixo. Ela representa o momente polar de inércia da área transversal do eixo calculada em torno da linha central longitudinal do eixo. Esse valor será representado pelo símbolo 𝐽 e, portanto, 𝜏𝑚á𝑥 = 𝑇∙𝑐 𝐽 . A tensão de cisalhamento da distância intermediária 𝜌 pode ser determinada por: 𝜏 = 𝑇 ∙ 𝜌 𝐽 Qualquer uma das duas citadas é frequentemente denominada fórmula da torção. Exemplo 1. A distribuição de tensão em um eixo maciço foi representada em gráfico ao longo de três linhas radiais arbitrárias, como mostra a figura abaixo. Determine o torque interno resultante da seção. Solução: O momento polar de inércia para a área da seção transversal é 𝐽 = 𝜋∙𝑅4 2 𝐽 = 𝜋∙(50𝑋10−3)4 2 = 9,82X10−6𝑚4 𝜏𝑚á𝑥 = 𝑇 ∙ 𝑐 𝐽 56 ∙ 106 = 𝑇 ∙ 50 ∙ 10−3 9,82 ∙ 10−6 𝑇 = 1,0998 ∙ 104 𝑁.𝑚 Exemplo 2. Sobre o eixo mostrado na figura abaixo 𝜏𝑚á𝑥 = 56 𝑀𝑃𝑎 na superfície externa. Determine o torque interno resultante na seção. Tomando 𝑐 = 50𝑚𝑚. Resolução: Momento polar de inércia: J = 𝜋 2 𝑐0 4 − 𝑐𝑖 4 𝐽 = 𝜋 2 (50 ∙ 10−3)4−(25 ∙ 10−3)4 𝐽 = 9,2039 ∙ 10−6𝑚4 Cálculo do torque interno resultante T : 𝜏 𝑚á𝑥= 𝑇∙𝑐 𝐽 56 ∙ 106 = 𝑇∙50∙10−3 9,2039∙10−6 𝑇 = 1,0308 ∙ 104𝑁.𝑚 Observação: Aqui, a região sombreada mais clara resiste a aproximadamente a 94% do torque do eixo maciço, o núcleo retirado resiste a 6% do torque do eixo maciço. Exemplo: O eixo mostrado na figura está apoiado em dois mancais e sujeito a três torques. Determine a tensão de cisalhamento máximo na seção a-a do eixo. Solução: As reações dos mancaissobre o eixo são nulas contanto que o peso seja desprezado. Além disso, os torques aplicados satisfazem o equilíbrio de momento em torno da linha central do eixo. O torque interno na seção a-a determinado pelo diagrama de corpo livre do segmento esquerdo Temos 𝑀𝑥 = 0 4250𝑁.𝑚 − 3000𝑁.𝑚 − 𝑇 = 0 𝑇 = 1250𝑁 ∙ 𝑚 Propriedade da seção: O momento polar de inércia para o eixo é 𝐽 = 𝜋 2 75 ∙ 10−3 4 = 4,97 ∙ 10−5𝑚4 Tensão de cisalhamento: 𝜏𝑚á𝑥 = 1250 ∙ 75 ∙ 10−3 4,97 ∙ 10−5 = 1,89𝑀𝑃𝑎 Exercício : O tubo mostrado na figura abaixo tem diâmetro interno, de 80mm e diâmetro externo de 100mm. Se sua extremidade for apertada contra o apoio em A usando-se uma chave em B, determine a tensão de cisalhamento desenvolvida no material nas paredes interna e externa ao longo da porção central do tubo são aplicadas forças de 80 N à chave. Sendo que J = 𝜋 2 𝑐0 4 − 𝑐𝑖 4 .
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