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Movimento Retilíneo Uniforme ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 1 Evandro de Souza; Leandro Decolin; Reginaldo Wilceki Portela Faculdade Educacional Araucária - FACEAR RESUMO Uma partícula que se desloca com velocidade constante em uma trajetória reta, realiza o que se chama de Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U). Ao longo deste estudo pode ser observada toda a fundamentação teórica que define este tema. Também se pode observar a confrontação entre a teoria e a prática, através da análise feita a partir de informações obtidas em um experimento relatado ao longo do estudo. Com a dedução de equações, verificação de dados e análise de gráficos conclui-se que a afirmação citada no início é verdadeira. Palavras chave: Movimento retilíneo uniforme, experimento, velocidade constante 1. INTRODUÇÃO Foi realizado um experimento prático em laboratório com o objetivo de comprovar, através da coleta e posterior análise de dados, toda a teoria que rege o movimento retilíneo uniforme. Ao longo deste estudo observa-se toda a metodologia utilizada para o desenvolvimento do experimento e como se chegou aos resultados em cada etapa da atividade. No mundo em que vivemos a vida é dinâmica e está sempre em movimento. Por este motivo o homem, desde os primórdios de sua história, se viu fascinado em desvendar os mistérios que cercam este tema. O movimento retilíneo uniforme (MRU) é um dos movimentos mais simples existentes. Ele é caracterizado pelo fato da velocidade ser constante. De acordo com a primeira lei de Newton, uma partícula que esteja em MRU permanecerá com este tipo de movimento, a menos que uma força externa atue sobre a mesma. Define-se velocidade média como sendo a razão entre o deslocamento e o intervalo de tempo realizado por uma partícula no movimento, representada através da equação: �⃗� = ∆𝑥 ∆𝑡 = 𝑥−𝑥0 𝑡−𝑡0 (1) ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 2 Onde, ∆𝑥 significa o deslocamento entre a posição final (x2) e a inicial (x1) em metros (m); ∆𝑡 representa o intervalo de tempo entre as posições final e inicial em segundos (s) e �⃗� demonstra a velocidade média da partícula em movimento (m/s). A equação horária de um movimento retilíneo uniforme define como a posição da partícula varia em função do tempo. Ou seja, matematicamente temos que 𝑥 = 𝑓(𝑡). Desenvolvendo a equação (1) obtemos: 𝑥 − 𝑥0 = �⃗�. (𝑡 − 𝑡0) (2) Isolando a posição final (𝑥) temos: 𝑥 = 𝑥0 + �⃗�. 𝑡 − �⃗�. 𝑡0 (3) Atribuindo o tempo inicial como valor 0s (𝑡0 = 0) conclui-se que: 𝑥 = �⃗�. 𝑡 + 𝑥0 (4) Onde, 𝑥 equivale à posição final da partícula, 𝑥0 representa a posição inicial da partícula, �⃗� é a velocidade média da partícula e 𝑡 o instante final do movimento. Analisando a equação (4) vemos que no movimento retilíneo uniforme a equação horária é uma função do 1º grau. Assim, o gráfico da posição (x) em função do tempo (t) é uma reta, que pode passar ou não pela origem (Figura 1). FIGURA 1: GRÁFICO DA POSICAO (x) VERSUS O TEMPO (t) – M.R.U FONTE: OS AUTORES (2016) Sabe-se que a equação do 1º grau é definida como: 𝑦 = 𝑎. 𝑥 + 𝑏 (5) ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 3 Onde, 𝑎 e 𝑏 representam, respectivamente, o coeficiente angular (ou inclinação) e o coeficiente linear da reta. Correlacionando as equações (4) e (5) conclui-se que a velocidade média (�⃗�) é igual ao coeficiente angular da reta que representa o movimento. E a posição inicial (𝑥0) é igual ao coeficiente linear da reta que representa o mesmo movimento. 2. DESENVOLVIMENTO Para a realização do experimento prático foi utilizado um kit didático de estudo do movimento retilíneo uniforme semelhante ao mostrado abaixo (Figura 2). O sistema é composto por um trilho, com um dos lados levemente inclinado. O trilho possui uma régua graduada em milímetros onde dois sensores capacitivos podem ser posicionados e fixados em qualquer posição do mesmo. Os sensores são ligados em um cronômetro digital externo que tem a função de calcular o tempo que a esfera, liberada do lado mais inclinado do trilho, leva para percorrer a distância definida entre eles. FIGURA 2: RAMPA PARA MOVIMENTO RETILÍNEO FONTE: http://www.cienciamao.usp.br/dados/azed/_rampaparamovimentoretili.zoom.jpg Para a realização da atividade foram definidas algumas posições de medição que foram ajustadas realizando a fixação dos sensores de medição do cronômetro sobre a régua graduada do trilho. A posição inicial (𝑥0) foi definida em 0,0 m e a posição final seguiu os valores mostrados na coluna (𝑥𝑓) da Tabela 1. O procedimento consistiu em liberar a esfera do lado mais inclinado do trilho e anotar o tempo que a mesma levou para percorrer a distância entre os sensores. Foram realizadas três medições de tempo para cada distância. Ao final ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 4 calculou-se a média entre elas (𝑡𝑚) e, com o auxílio da equação (1), determinou-se a velocidade média (�⃗⃗⃗�) em cada ponto. A tabela 1 foi montada a partir dos dados observados durante a realização do experimento. Nela estão consolidadas as informações das medições e também dos valores calculados para cada amostragem. É possível observar que a coluna �⃗� apresenta valores muito próximos em todos os pontos, praticamente constantes em todas as medições tendo como média entre eles �⃗� = 𝟎, 𝟖𝟓𝟑 𝒎/𝒔. TABELA 1 – DADOS COLETADOS DURANTE EXPERIMENTO DE M.R.U Ponto x0 (m) xf (m) ∆x (m) t1 (s) t2 (s) t3 (s) tm (s) �⃗⃗⃗� (m/s) 1 0,0 0,1 0,1 0,115 0,113 0,113 0,114 0,880 2 0,0 0,2 0,2 0,237 0,237 0,235 0,236 0,846 3 0,0 0,3 0,3 0,356 0,357 0,360 0,358 0,839 4 0,0 0,4 0,4 0,473 0,473 0,474 0,473 0,845 FONTE: OS AUTORES (2016) De posse dos dados da tabela 1, foi possível traçar o gráfico posição (x) versus tempo (t). Definido como 𝑥 = 𝑓(𝑡), o gráfico (Figura 3) representa o movimento realizado pela esfera durante o experimento. Observa-se que o gráfico mostra um comportamento linear e constante de posição (𝑥) para cada valor de tempo (𝑡). FIGURA 3 – GRÁFICO DA POSIÇÃO VERSUS O TEMPO (𝑥 = 𝑓(𝑡)) FONTE: OS AUTORES (2016) Ao fazer a análise do gráfico pode-se facilmente observar que a curva da função 𝑥 = 𝑓(𝑡) forma um triângulo retângulo quando a projetamos nos eixos x e y do plano cartesiano. Com esta informação, e com o que se sabe sobre as relações trigonométricas, temos que ∆𝑥 é o cateto oposto ao ângulo (𝜃) da origem do movimento e ∆𝑡 é o cateto adjacente ao ângulo da origem do movimento. Ou seja: 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 x ( m ) t (s) ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 5 ∆𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 e ∆𝑡 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 (6) Sabe-se também que o coeficiente angular, ou inclinação, de uma reta é dada pelo valor da tangente do ângulo que ela faz ao ser projetada no eixo x. Com isso temos que: 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐴𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 (𝑎) = 𝑡𝑔𝜃 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑐𝑜𝑠𝜃 = ∆𝑥 ∆𝑡 (7) Aplicando osvalores do gráfico 1 na equação (7) obtemos: 𝑎 = ∆𝑥 ∆𝑡 = 𝑥𝑓−𝑥0 𝑡𝑓−𝑡0 = 0,4−0,1 0,473−0,114 = 0,3 0,359 = 0,836 (8) Substituindo o valor encontrado em (8) na equação do 1° grau (5) temos que: 𝑦 = 0,836. 𝑥 + 𝑏 (9) Isolando o coeficiente linear (𝑏) na equação acima e atribuindo um valor para 𝑦 e 𝑥 a partir do primeiro ponto encontrado no gráfico da reta (Figura 3), descobrimos que: 𝑏 = 𝑦 − 0,836. 𝑥 𝑏 = 0,1 − 0,836 . 0,114 = 0,005 (10) Com os valores de 𝑎 e 𝑏 calculados respectivamente, nas equações (8) e (10), pode-se reescrever a equação (5) da seguinte maneira: 𝑦 = 0,836. 𝑥 + 0,005 (11) E por fim, correlacionando a equação da reta (11) com a equação horária do movimento (4) pode-se definir a função que representa o movimento verificado no experimento, como sendo: 𝑥 = (0,836. 𝑡 + 0,005)𝑚 (12) 3. CONCLUSÃO Ao término deste experimento pode-se afirmar que a partícula que está em movimento percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais. Pode-se comprovar essa afirmação através do próprio gráfico da função do movimento, que tem um comportamento linear e constante em todo e qualquer intervalo ISSN: 2316-2317 Revista Eletrônica Multidisciplinar - FACEAR 6 de tempo contemplado no período. Esta constatação pode ser complementada, ainda, pelo resultado que se chegou obtendo-se a equação horária do movimento. Esta equação, que representa o movimento, nada mais é do que a própria equação de uma reta. Sendo assim, o coeficiente angular desta reta, que é uma constante, pode ser definido como sendo a velocidade média da partícula e o coeficiente linear da mesma reta é definido como sendo a posição inicial da partícula ao iniciar o movimento. Sendo assim pode-se concluir que uma partícula, quando se desloca em linha reta, possui a mesma velocidade em todo o deslocamento. Sendo assim, obedece as propriedades definidas na teoria sobre o movimento retilíneo uniforme. 4. REFERÊNCIAS HALLIDAY, DAVID; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física, v.1: Mecânica. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006 YOUNG, HUGH D.; FREEDMAN, Roger A. Física I. 12.ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008
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