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Análise Crítica dos longas “Intocáveis e Mar Adentro”

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Nome: José Augusto dos Reis
Período: 5°
RU: 283034
Trabalho Interdisciplinar V – Análise Crítica dos longas “Intocáveis e Mar Adentro”.
Diante da análise, pode-se equiparar duas longas para pretexto de defesa ou não das modalidades de estender ou encurtar vidas, do direito de viver ou cessar o sofrimento de pacientes terminais e até mesmo àqueles que são de algum modo, impossibilitados de movimentos, como os tetraplégicos. As duas longas que abordam em tema semelhante são: Mar Adentro e Intocáveis, onde este filme francês foi inspirado em fatos reais e acontece na cidade de Paris onde um tetraplégico rico procura alguém que possa trabalhar como seu cuidador, aí começa um relacionamento certamente incomum quando surge um rapaz dono de uma grande autoestima (Driss), que contrasta com os demais pretendentes que observavam apenas o óbvio e limitado paciente em sua cadeira de rodas. A compaixão passiva, quando a piedade passa a limitar a visão sobre o outro, não é a ideia de Driss, interpretado por Omar Sy, negro, pobre que inicialmente nem se interessava pelo emprego, mas seduzido pela casa do milionário resolve experimentar trabalhar com Philippe (François Cluzet), com uma história de vida completamente diferente da sua, fazendo com que esse relacionamento inicialmente improvável se transforme em uma troca de experiências e uma amizade verdadeira entre dois opostos. Justamente porque Driss encara o outro como igual, extrapolando o conceito que o corpo físico, embora aprisionado, também pode e, necessariamente, deve alçar voos mais altos. Situações divertidas e emocionantes são relatadas de forma muito espirituosa e convincente pela dupla de atores, Omar Sy foi premiado com o César, equivalente ao Oscar da França, como melhor ator no ano passado devido à sua atuação nesse filme que surpreende pela contagiante leveza e dignidade com que é tratado um tema tão dramático e delicado, sobretudo, pela possibilidade em nos instigar a perceber que as limitações, mesmo graves e determinantes, podem ser redimensionadas e possíveis, afinal destinos frágeis também são destinos dignos.
Aquele, conta a história verídica de Ramón Sam Pedro, um espanhol que ficou tetraplégico após um mergulho, e viveu 29 anos após o acidente sendo cuidado por seus familiares e lutando pelo direito de “morrer dignamente”, como ele mesmo dizia. Seu caso foi levado aos tribunais em 1993 para conseguir a legalidade da eutanásia, mas o pedido foi negado. Na carta de Sam Pedro destinada aos juízes, em 13 de novembro de 1996, desdobra-se uma ideia que aparece repetidas vezes no filme: “viver é um direito, não uma obrigação”. Assim, Ramón coloca em cheque a regulação da vida e da morte pelo Estado e pela Igreja e acusa “a hipocrisia do Estado laico diante da moral religiosa”.
Temos então, duas perspectivas distintas, em casos semelhantes. Um resolve viver do modo em que ficou, ou seja, viver com tetraplegia e noutro, que resolve lutar pelo seu direito de interromper a vida, diante da mesma tetraplagia.
Vejamos se ocorressem estes dois casos aqui no Brasil, o que disporia a lei e até mesmo a teoria da vida: segundo consta no Código Penal, seria o cometimento de crime, um homicídio, quando, é claro, a eutanásia, fosse causada por terceiro, respondendo pelo crime na forma da lei, ou também poderia responder por incitação ao suicídio, caso a pessoa em estado especial, cometesse a si mesmo a morte, o respondente pelo crime de incitação ao suicídio àquele que dispusesse ao alcance do paciente uma arma ou até mesmo a pouca distância do aparelho que mantém o moribundo vivo.
Há muita polêmica, na reforma do Código Penal brasileiro referente à eutanásia. Veja o que dispõe a revisão, ainda não aprovada: Eutanásia § 3.º. Se o autor do crime é cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição à vítima, e agiu por compaixão, a pedido desta, imputável e maior de dezoito anos, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave e em estado terminal, devidamente diagnosticados: Pena reclusão, de dois a cinco anos. Exclusão de ilicitude § 4.º. Não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja consentimento do paciente ou, em sua impossibilidade, de cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
Ainda sim teríamos a criminalização, porém, uma certa exclusão de ilicitude na aplicação da eutanásia. Não seria uma válvula de escape, pois, o paciente em doenças terminais, sentem dores que atropelam seu sistema nervoso normal, e deixam-se pensamentos confusos, e quando pede para morrer, ele apenas quer a extinção daquela sensação horrível de dor, ou seja, com as ideias confusas, o doente quer apenas a cessação de suas dores e não sua morte.
Hoje o trato da eutanásia é constituído apenas de crime contra a vida, objetivada como homicídio ou auxílio ao suicídio. Dispostos no Código Penal pelos artigos 121 e 122.
Bibliografia: Constituição da República Federativa do Brasil; Decreto-lei n° 2.848/1940 (Código Penal e Projeto de lei n° 5058/2005.
Filme: Mar Adentro e Intocáveis

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